• Nenhum resultado encontrado

Esta era a grade curricular prescrita no Decreto-Lei nº 19/2012 de 5 de Julho, o norma tivo jurídico que se encontrava em vigor quando o projecto de investigação foi desenvolvi-

 as artes visuais no ensino básico

3 Esta era a grade curricular prescrita no Decreto-Lei nº 19/2012 de 5 de Julho, o norma tivo jurídico que se encontrava em vigor quando o projecto de investigação foi desenvolvi-

do. Em 2018, este decreto-lei foi revogado e substituído pelo Decreto-Lei nº 55/2018 de 6 de Julho, actualmente em vigor. Estabelecendo um confronto entre ambos os normativos, verifica-se que, hoje, no 1º ciclo do Ensino Básico se introduziu a disciplina de Inglês, assegurada por docentes de um grupo de recrutamento específico, entretanto criado, o grupo 120. Para além disso, desapareceram as áreas curriculares não-curriculares, formalizando-se a possibilidade de haver um trabalho de coadjuvação entre o professor titular de turma e, sobretudo, docentes das áreas das Expressões e da Educação Física. Por fim, importa referir que a área de Cidadania e Desenvolvimento, entretanto criada, é uma área transversal quanto às suas preocupações e temáticas, havendo, igualmente, mudanças substanciais relacionadas com a gestão autónoma e contextualizada do currí- culo. Em termos de docência, passam a ser dois os professores que asseguram as activ- idades lectivas, os docentes do grupo 110 e do grupo 120, para além de poderem ocorrer situações de coadjuvação que introduzem novas dinâmicas e configurações no trabalho educativo que tem lugar no 1º ciclo do Ensino Básico.

No 2º ciclo, que engloba os alunos que frequentam o 5º ano e o 6º ano de escolaridade, a organização curricular é estruturada de um outro modo. Neste caso identificam-se três áreas disciplinares: (i) Língua e Estudos Sociais (Português, Inglês e História e Geografia de Portugal); (ii) Matemática e Ciências (Matemática e Ciências da Natureza) e (iii) Educação Artística e Tecnológica (Educação Visual, Educação Tecnológica e Educação Musical). Para além das disciplinas destas áreas, ainda se identifica, na grelha curricular do 2º Ciclo, a disciplina de Educação Física e, como disciplina de frequência facultativa, a disciplina de Educação Moral e Religiosa. Por fim, as escolas podem propor actividades em função de uma «Oferta Complementar» e deverão organizar, obrigatoriamente, um tempo de «Apoio Estudo» que é de frequência opcional para os alunos4.

No 3º ciclo, o ciclo referente aos 7º, 8º e 9º anos de escolaridade, o Decreto-Lei nº 139/2012 prescreve um plano de estudos organizado em função do seguinte conjunto de áreas disciplinares, a saber: (i) Português; (ii) Línguas Estrangeiras (Inglês e Língua Estrangeira II);

4 Comparando o Decreto-Lei nº 139/2012, ao qual este plano de estudos diz respeito, com o Decreto-Lei nº 55/2018 verifica-se que, neste último, se introduz uma nova disciplina, Cidadania e Desenvolvimento, na área da Língua e Estudos Sociais, bem a disciplina de Tecnologias da Informação e da Comunicação, na área disciplinar de Educação Artística e Tecnológica. O novo decreto-lei prevê, para além disso, no seu Anexo II, “a criação de nova(s) disciplina(s) para enriquecimento do currículo, através da utilização do conjun- to de horas de crédito. Disciplina(s) de oferta facultativa, mas de frequência obrigatória quando exista(m)”. Prevê, igualmente, um espaço dedicado ao «Apoio ao Estudo e um «Complemento à Educação Artística», a qual possibilita a frequência de outros domínios da área artística, ao longo do ciclo, cuja oferta é objecto de decisão da escola, bem como a sua organização, o tempo que lhe é destinado e as regras de frequência, privilegiando, para o efeito, os recursos humanos disponíveis, através da utilização do conjunto de horas de crédito. Tal como no 1º ciclo, há decisões que conduzem a mudanças substan- ciais relacionadas com a gestão autónoma e contextualizada do currículo.

(iii) Ciências Humanas e Sociais (História e Geografia); (iv) Matemática; (v) Ciências Físicas e Naturais (Ciências da Natureza e Físico-Química); (vi) Expressões e Tecnologias (Educação Visual, TIC e Oferta de Escolar, bem como Educação Física). Para além destas disciplinas, prevê-se a Educação Moral e Religiosa como disciplina de frequência facultativa, bem como uma Oferta Complementar que as escolas podem oferecer, em função da gestão do crédito lectivo disponível5.

Ao conjunto de decisões curriculares que se corporizam no Decreto-Lei nº 139/2012, acresce, ainda, uma medida decisiva para se reflectir sobre a área educativa das Artes Visuais, a da implementação das Metas Curriculares, as quais foram objecto de uma diversidade de despachos, nomeadamente do Despacho nº 10874/2012, publicado no Diário da República (2ª Série, nº 155, de 10 de Agosto. Neste despacho determina-se, no seu nº 2, que as “Metas Curriculares objecto do presente despacho constituem-se como orientações recomendadas para as disciplinas de Português, de Matemática, de Tecnologias de Informação, de Educação Visual e de Educação Tecnológica do currículo do ensino básico no ano lectivo de 2012 -2013”. Importa referir, apenas, que as Metas

5 Estabelecendo um confronto, mais uma vez, entre o Decreto-Lei nº 139/2012 e o De- creto-Lei nº 55/2018, verifica-se que, também no 3º ciclo, a disciplina de «Cidadania e Desenvolvimento» na área da Língua e Estudos Sociais. É, contudo, a mudança da des- ignação de área das «Expressões e Tecnologias» para «Educação Artística e Tecnológi- ca» e, sobretudo, a reorganização subsequente da grade curricular que constitui outra novidade introduzida pelo DL 55/2018. Assim, esta área passa a ter como disciplinas que a integram, Educação Visual, Tecnologias da Informação e Comunicação e um espaço curricular designado, tal como no 2º ciclo, por «Complemento à Educação Artística, pas- sando a Educação Física a ser uma disciplina autónoma de qualquer área disciplinar. Por fim, resta referir a importância que se atribui no novo decreto-lei, também neste ciclo de escolaridade, à gestão autónoma do currículo.

Curriculares não visam substituir os programas em vigor, coexistindo com estes no âmbito de um tipo de articulação em que compete aos primeiros publicitar os conteúdos das diferentes disciplinas e às segundas definir, por ano de escolaridade, em cada disciplina, quer as actividades a realizar para que os alunos se apropriem desses conteúdos quer os descritores de desempenho6.

Numa primeira leitura do Decreto-Lei nº 139/2012, que, de acordo com o nº 1, do seu artigo 1º, “estabelece os princípios orientadores da organização e da gestão dos currículos dos ensinos básico e secundário”, constata-se que a área das Artes Visuais está presente em todos os ciclos de escolaridade que integram o Ensino Básico. Trata-se de uma tendência que se afirma desde a promulgação do Decreto-Lei nº 286/89

6 Com a promulgação do Decreto-Lei nº 55/2018, as Metas Curriculares não foram revo-