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As Diretrizes Educacionais para o Ensino Superior do Design no Terceiro Grau, publicada pelo MEC (1997), elaborada pela Comissão de Especialistas de Ensino Superior das Artes e do Design da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação – CEEARTES / SESu / MEC, reconhece o ensino Superior de Design tendo como origem principal a Bauhaus e a Escola Superior da Forma (HfG Hochschule für

Gestaltung -) de Ulm, Alemanha.

Ainda, de acordo com estas Diretrizes, a Escola Superior de Desenho Industrial - ESDI é a primeira escola do gênero no país, criada em 1963 no antigo Estado da Guanabara, e foi constituída a partir de padrões curriculares, didáticos e pedagógicos da HfG.

Universidades em outras cidades do país, estimuladas pela política de exportação de produtos manufaturados e pelo desenvolvimento econômico, criaram ou

adaptaram cursos do gênero a partir de 1970. O novo currículo mínimo para os cursos de Design foi introduzido em 1987, quando também houve o reconhecimento formal do

Design por parte das instituições governamentais de apoio à pesquisa, como a CAPES

e CNPq.

Para o desenvolvimento das diretrizes educacionais para o ensino de graduação em design, a Comissão de Especialistas de Ensino de Design - CEEDesign adotou o seguinte método de trabalho:

Realização do I Fórum de Dirigentes de Cursos de Desenho Industrial em abril de 1997, em Recife, com a participação de Instituições de Ensino Superior, a Associação de Ensino de Design do Brasil - AEnD-BR e outras quatro associações Independentes.

Realização do II Fórum de Dirigentes de Cursos de Desenho Industrial, durante o VII Encontro Nacional de Ensino Superior de Design - ENESD, em novembro de 1997, em Curitiba, com a participação de Instituições de Ensino Superior, a Associação de Ensino de Design do Brasil - AEnD-BR e do Conselho Nacional dos Estudantes de Design - CONE Design.

Realização do III Fórum de Dirigentes de Cursos de Desenho Industrial, durante o VIII Encontro Nacional de Ensino Superior de Design - ENESD, em novembro de 1998, no Rio de Janeiro, com a participação de Instituições de Ensino Superior e da Associação de Ensino de Design do Brasil - AEnD-BR.

É importante ressaltar que todo o processo de desenvolvimento das diretrizes educacionais para a área do Design contou com a participação e aval de representantes de expressiva parcela da comunidade acadêmica (docentes e

discentes) e da Associação de Ensino de Design do Brasil - AEnD-BR (CEEDesign /

SESu / MEC, 1999).

Sobre a formação profissional de Design, a CEEDesign / SESu / MEC (1999) define que esta área está voltada para,

"o desenvolvimento de projetos de produtos, de serviços, de ambientes internos e externos, de maneira criativa e inovadora, otimizando os aspectos estéticos, formais e funcionais, adequando-os aos conceitos de informação e comunicação vigentes, e ajustando-os aos apelos mercadológicos e às necessidades do usuário. O desenvolvimento de projetos implica a criação, pesquisa de linguagem, estilos,

ergonomia, materiais, processos e meios de representação visual; no planejamento, identificação da viabilidade técnica, econômica e funcional, com definição de especificidades e características e, na execução, confecção de desenhos, layout, maquetes e protótipos, embalagens, gestão da produção e implantação do projeto" (disponível em: http: www.mec.gov.br/sesu. Acesso em novembro de 2001).

Quanto à formação do Designer de Móveis, ainda cabe às faculdades de Desenho Industrial este papel. Porém, no Brasil é uma formação generalista, que abrange a área de produto ou programação visual. Por produto, neste caso, entende-se todo objeto projetado para fabricação em série: móveis, calçados, roupas, etc.

Cursos superiores de formação específica em Design de Móveis não foram encontrados até o momento, a não ser no CEFET-PR, que oferta este curso desde 1999; porém, por causa da expansão do setor moveleiro, Faculdades e Universidades começam a abrir espaço para o ensino de Design de Móveis em algumas disciplinas, como de projetos. É o caso dos estudantes da Faculdade de Belas Artes em São Paulo (ABIMÓVEL, maio/2000, pág. 18) que, incentivados a pesquisar a cultura brasileira com a finalidade de projetarem móveis, demonstraram desprendimento dos conceitos internacionais, em projetos de produtos com funcionalidade, ergonomia e características de produção seriada, com traços peculiares que caracterizam o Brasil.

Ainda um outro esforço em formar profissionais capacitados para atuarem na indústria moveleira é o que se projeta no pólo moveleiro de Arapongas, norte do Estado do Paraná. Este pólo, há décadas vem se destacando pela produção de móveis populares com preços acessíveis destinados ao mercado interno.

Através da ação conjunta entre a Fundação Araponguense de Educação e Tecnologia - FAET, organização não governamental e o Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas - SIMA, será inaugurado até junho de 2002, um centro de atualização profissional que será chamado de "Universidade da Mobília". O prédio será de aproximadamente 3,4 mil metros quadrados de área construída e sua principal atividade será fazer parcerias com empresas estrangeiras para transferência e atualização de tecnologia. Com a criação deste centro de tecnologia, a região começa a se destacar, oferecendo melhores condições de desempenho de seus produtos e com tecnologia diferenciada dos outros pólos moveleiros (ABIMÓVEL Maio/2001, pág. 28).

Entretanto a formação profissional na área de Design de Móveis não é tão significativa, se comparada ao número de pólos moveleiros existentes no Brasil. Os pólos moveleiros se constituíram através dos agrupamentos geográficos de indústrias, porém há um desencontro entre demanda de estudantes e mercado de trabalho.

Apesar da pouca oferta de cursos para formação em Design de Móveis, já existem várias Instituições de Apoio e Universidades nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com cursos técnicos ou de graduação em Design, fontes de formação destes profissionais. (Anexos 10, 11 e 12).

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