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Administrar estoques exige a aplicação de algumas técnicas que ajude na

tomada de decisão sobre custos e prestação de serviços aos consumidores. Dentre

as principais técnicas encontra-se a classificação ABC que, segundo Dias (1993) e

Bertaglia (2003) baseia-se na divisão dos itens em três categorias, de acordo com o

valor total consumido.

A classificação ABC, conforme Pozo (2007) tem como mérito classificar

os itens de estoque em classes A, B e C, em vista de seus custos e quantidades.

Para Ching (2008), a curva ABC ou 80-20, fundamentada nas ideias de

Vilfredo Pareto (1848-1923), é um sistema de classificação de informações a fim de

se selecionar os itens de maior importância ou impacto, conforme mostra o quadro 1.

Figura 1 - Curva ABC para classificação de itens

Fonte: Periard (2010, p. 15)

Ching (2008) diz ainda que os itens no estoque também podem ser

separados de acordo com os seguintes critérios: giro do produto, proporção sobre o

faturamento, margem de lucro, custo do estoque, ou outro parâmetro escolhido.

Segundo Dias (1993), a classificação ABC é uma ferramenta que permite

aos gestores identificar os produtos de maior importância, aos menos importantes.

Diante do resultado, é possível por em prática o método adequado quanto à

administração e a atenção que se deve dar a esses produtos, devido a sua

importância (DIAS, 1993).

A curva ABC também pode ser aplicada para classificar o consumidor

referente à quantidade de compra efetuada ou para classificação de produtos da

empresa pelo lucro proporcionado, entre outros (PINTO, 2002).

Neste contexto, Pereira (1999, p.3) esclarece:

Em várias empresas, uma análise ABC é preparada freqüentemente para fixar o método mais econômico para controlar itens de estoque, pois, através desta análise torna-se possível reconhecer que nem todos os itens estocados merecem a mesma atenção por parte da administração ou precisam manter a mesma disponibilidade para satisfazer os clientes. Portanto, conduzir uma análise ABC é com freqüência um passo muito útil no projeto de um programa de ação para aperfeiçoar o desempenho da administração de materiais, reduzindo tanto o capital investido em estoques

como os custos operacionais nele envolvidos.

Contudo, segundo Dias (1993) aplicar o método ABC, sem levar em

consideração as diferenças dos produtos quanto à sua utilização, aplicação e

aquisição, podem acarretar em distorções quanto à sua classificação de importância

e estratégia de utilização. A curva ABC é uma grande ferramenta para o gestor: a

grande vantagem é que este método produz uma diversidade de informações e

estudos que proporcionam a criação e sucesso de políticas relacionadas a qualquer

organização.

Quanto à gestão do inventário, por exemplo, o mesmo aponta

rapidamente quais itens possuem maior ou menor procura baseado em dados

estatísticos que torna possível, além da criação de políticas de vendas, maiores

probabilidades de a mesma atingir o sucesso.

“A curva ABC tem sido usada para a administração de estoques, para a definição de políticas de vendas, estabelecimento de prioridades para a programação de produção e uma série de outros problemas usuais na empresa” (DIAS, 1993, p. 77).

Martins e Alt (2001) relatam que no aspecto financeiro é possível

apresentar um panorama geral monetário através de uma análise dos dados, sobre

quais itens o capital da empresa está ou será aplicado, e a partir disso, instaurar

lotes econômicos de compra, tecnologia para diminuição de custos com: frete,

melhores políticas de negociação e outros artifícios para redução de gastos em

geral. A análise ABC é uma das formas mais usuais de submeter os estoques. Esse

estudo “consiste na verificação, em certo tempo, do consumo, em valor monetário ou

quantidade, dos itens de estoque, para que eles possam ser classificados em ordem

decrescente de importância” (MARTINS e ALT, 2001, p. 162).

Dias (1995, p. 86) alega que esta análise pode ser realizada por um

período de 6 meses a 1 ano e podendo denominar os itens da seguinte forma:

Classe A: são os itens de mais importância, que deverão receber uma atenção especial pela administração; Classe B: grupo de itens em situação intermediária entre as classes entre A e C;Classe C: são os itens considerados menos importantes, portanto, não necessitam de tanta atenção por parte da administração.

Em uma classificação ABC de produtos em estoque tida como tradicional

20% dos itens são considerados A, e estes representam 65% do valor de demanda.

Os itens B respondem por 30% do total de produtos e 25% do valor de demanda. Já,

os produtos considerados de classe C, correspondem a 50% dos itens e 10% do

valor de consumo anual (DIAS, 1995).

Dias (1995) observa que, apesar da análise ABC ser comumente ilustrada

através do valor de consumo anual, este é apenas um dos muitos critérios que pode

afetar a classificação de um item. O autor aponta alguns fatores que incidem na

importância de um item e que podem ser utilizados como critérios qualificadores

numa análise ABC. São eles: a) Cuidados de armazenagem para um item; b) Custos

de falta de material; c) Mudanças de engenharia (projeto).

Sendo assim, uma classificação ABC deve obrigatoriamente refletir a

dificuldade de controle de um item e o impacto deste sobre os custos e a

rentabilidade, o que de certa maneira pode variar de organização para organização

(DIAS, 1995; POZO, 2007).

Este capítulo se propõe a apresentar os procedimentos metodológicos da

pesquisa para alcançar os objetivos estabelecidos pelo pesquisador.

A metodologia é uma disciplina que verifica os métodos existentes a

serem aplicados em uma pesquisa e, como consequência, analisa quais destes são

mais apropriados com o tipo de pesquisa que se deseja aplicar (BARROS e

LEHFELD, 2000).

De acordo com Ferrari (1974), o método científico é caracterizado como

um conjunto de ações utilizado com o propósito de entender um fenômeno e

descobrir a verdade a seu respeito.

No documento UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE (páginas 30-34)

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