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A mais antiga referência ao estudo do custo de capital transporta-nos ao ano de 1925. Ao longo de décadas várias modelos foram desenvolvidos e gerado críticas à Qualidade dos métodos de estimação do custo de capital próprio. No entanto, na década de 80 e princípios de 90 não se encontram autores que tenham manifestado abertamente preocupação em questionar os métodos existentes, mas sim abundam estudos no sentido de medir a adequação dos métodos mais recentes.

A tendência é de sofisticação dos métodos que passam da utilização dos padrões usuais e do índice P/L para o modelo de Gordon e CAPM. Já a utilização dos retornos históricos, importantes na década de 60, teve o seu peso drasticamente reduzido nas seguintes.

O índice P/L, líder absoluto nas décadas de 60 e 70, por sua vez vem sendo substituído pelo modelo de Gordon e CAPM na de 80.

O modelo de Gordon manteve-se importante nas três décadas analisadas (60, 70 e 80/90) obtendo a maioria das preferências nas duas mais recentes. O CAPM desenvolvido durante a década de 70 atinge já uma importante segunda posição na de 80; sendo estes dois modelos os mais referidos na literatura na década 80/90.

A questão do Custo do Capital Próprio tem permanecido como uma das maiores fontes de incerteza e insegurança na área financeira, dificultando a tomada de decisões estratégicas das empresas. Analisando a utilização do conceito de Custo do Capital Próprio e uma das suas aplicações mais importante,

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a avaliação do valor das empresas", verificamos que o mesmo é sempre a primeira ou segunda fonte de incerteza no processo, rivalizando com a previsão das vendas. Noutras aplicações, como as avaliações de projectos de investimento e de desempenho empresarial, a imprecisão do Custo do Capital Próprio é também uma das principais fontes de incerteza.

Esta imprecisão é mesmo já significativa nos países desenvolvidos em que os mercados são mais eficientes e onde há maior quantidade e Qualidade de informação, da qual o Custo do Capital Próprio poderia ser extraído. Em mercados como o português e de outros países que atravessam a longa e difícil fase do desenvolvimento, com todos os altos e baixos que ela implica, as dificuldades de se precisar um valor para o Custo do Capital Próprio são ainda maiores.

As estimativas utilizadas para o custo do Custo do Capital Próprio, bem como os métodos para o seu apuramento, têm-se mostrado imprecisos a ponto de provocarem distorções graves nas decisões estratégicas das empresas. Entre os métodos de determinação do Custo do Capital Próprio disponíveis na literatura financeira, que existem sob um número considerável de métodos e variantes, podem-se agrupar em três famílias principais:

• A utilização de Padrões usuais, que são as taxas habitualmente encontradas ou recomendadas no mercado. Os padrões usuais são extraídos da "performance" anterior da empresa ou do mercado, ou ainda da recomendação de especialistas e são considerados como adequados pelos agentes do mercado;

• Os métodos Capitalização de fluxos de caixa – representados pelo lucro, fluxo de caixa ou dividendos – em que se procura obter o Custo do Capital Próprio pela estimação da taxa de capitalização necessária para que sejam equivalentes ao valor actual dos fluxos de caixa futuros da empresa e o seu preço de mercado. Nesta família de métodos estão incluídos o índice P/L, o modelo de Gordon e o modelo H;

estimar o retorno esperado das acções de uma empresa através da correlação dos mesmos com variáveis independentes que os expliquem. Nesta família incluem-se o Modelo de Avaliação de Activos Financeiros (CAPM), suas variantes e o Modelo de Avaliação por Arbitragem (APT).

Mas, com excepção de alguns dos métodos de padrões usuais, os modelos citados na literatura partem do valor de mercado da empresa, com base em bolsas de valores, para determinação do Custo do Capital Próprio das empresas. A hipótese subjacente a estas técnicas é a de que o preço de uma acção na bolsa espelha fielmente o valor da empresa e que, portanto, as variações nos preços das acções reflectem oscilações idênticas no valor das empresas para os seus accionistas. Alguns dos principais modelos, como o de Modigliani e Miller (1958) e o CAPM, pressupõem que as acções de cada empresa estão pulverizadas entre miríades de accionistas ou que cada accionista individual possui uma carteira equilibrada, com diversificação do seu património num número considerável de empresas não interrelacionadas.

Retractados alguns dos aspectos mais importantes da teoria financeira relacionados com a questão do Custo do Capital Próprio, passemos a análise em profundidade de cada uma destas questões, pois cada uma delas configura per si um estudo. Dentre as questões teóricas relacionadas com o tema, destacam-se:

• A existência e determinação de uma estrutura óptima de capital;

• A escolha entre a utilização do custo médio de capital e do Custo do Capital Próprio;

• A interacção entre as decisões de investimento e financiamento;

• O efeito combinado do endividamento e da tributação sobre o Custo do Capital Próprio;

• A determinação do custo do capital de uma divisão da empresa; • A alternativa do uso dos equivalentes de certeza;

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