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DE E NSINO S UPERVISIONADA

5. I NTERVENÇÃO NO C ONTEXTO E DUCATIVO

5.4. D INAMIZAÇÃO E C OLABORAÇÃO EM P ROJETOS E DUCATIVOS

A formação inicial de professores visa a criação de agentes participativos na vida da instituição escolar em que se encontra. A PES permitiu, então, que as mestrandas compreendessem que o papel de um docente ultrapassa, em muito as paredes da sala de aula e até o recinto escolar. Desta forma, de modo a completar a prática, o par pedagógico optou por participar em todos os projetos realizados, quer no 1º CEB, quer no 2º CEB.

No âmbito do 1º CEB, em conjunto com o outro par pedagógico que se encontrava no mesmo agrupamento, foi idealizado um projeto denominado por “A Árvore do Saber: Sabias que...”, aplicável posteriormente aos dois ciclos de ensino. Este consistia na existência de um desafio semanal que as crianças poderiam levar para casa para resolver. Além do gosto pela descoberta pretendia-se que os estudantes procurassem a ajuda da família para a sua resolução, por forma a envolver a mesma na vida escolar dos educandos. A implementação do mesmo no 1º CEB não foi, no entanto, bem-sucedida. As atividades já planeadas para a época do ano em questão eram bastantes, como o Halloween, o São Martinho, encontro com o escritor António Mota, a ida aos correios, as lembranças de Natal, a visita à pista de gelo, “Faz parte do Presépio”, a Festa de Natal, o Carnaval, atividades para as quais estavam já reservadas um significativo número de horas letivas (apêndice I – figuras 65 - 68). Posto isto, apenas nos últimos dias no contexto nos foi possível a introdução do projeto que acabou sendo verdadeiramente desenvolvido pelo outro par pedagógico.

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No final do ano letivo, a díade participou ainda na visita à Magikland realizada pela turma. Aí foi visível a ligação afetiva e calorosa criada mutuamente e que ainda se mantinha.

Relativamente a este tipo de intervenção no 2º CEB, logo na chegada à escola a díade recebeu a proposta auxiliar na vigilância do concurso “Jogos matemáticos”. Sendo o primeiro contacto com tal atividade foi surpreendente o empenho, mas também respeito pelo outro vivido entre os participantes que frequentavam o 5º e 6º ano de escolaridade. Da mesma forma foi-nos solicitada a participação do Concurso Matemático Pangeia (levado a cabo na biblioteca) que agregava um maior número de participantes da escola em questão e se desenvolvia recorrendo às novas tecnologias de informação e comunicação. Os professores da escola em que o par pedagógico esteve inserido contaram, também, com a nossa colaboração na comemoração do Dia do Agrupamento, na realização de atividades mais direcionadas para a área das Ciências Naturais e na Feira das Ciências que decorreu num dos parques da cidade. Apesar de não envolverem de forma direta a Matemática e as Ciências, consideramos enriquecedora a participação em atividades planeadas pelos responsáveis pelas outras áreas. Assim, a díade participou na Semana da Leitura (através da leitura de textos às turmas) e em visitas de estudos a Cabeceiras de Basto (com as turmas de 5º ano) e à Magikland (com as turmas de 6º ano). (Apêndice I – figura 71)

As mestrandas tiveram a oportunidade de participar num pequeno projeto idealizado pela “turma de ciências” que se tratou da construção de um pomar num dos jardins da escola. Esta iniciativa acabou sendo possível com a participação e ajuda dos estudantes da respetiva turma e respetivos encarregados de educação, dos estudantes de uma turma de CEF (Cursos de Educação e Formação), dos jovens da Unidade de Multideficiência, da professora cooperante, das professoras estagiária, da Câmara Municipal, da Direção da escola. (Apêndice I – figura 72)

Ao longo de todo o semestre e a par do horário da professora cooperante, as mestrandas tiveram o privilégio de contactar com jovens na Unidade de

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Multideficiências. O trabalho (como A Plantação do Manuel6) e convívio desenvolvido nesta área, orientado pela Professora Orientadora Cooperante, foi decisivo para o crescimento pessoal e profissional do par pedagógico, nomeadamente na valorização de comportamentos intuitivos. (Apêndice I – figura 74)

Foi-nos permitido o contacto com uma realidade denominada por insucesso escolar, através das tutorias marcadas no horário da professora cooperante, que espelham, por exemplo, a falta de vontade de estudar, o desrespeito pelo outro. Aqui, previa-se uma aproximação aos estudantes no sentido de os orientar no seu percurso quer social quer escolar. Contudo, a assiduidade dos respetivos estudantes mostrou-se dificultadora desse processo.

Do mesmo modo o par pedagógico compareceu às aulas de oficina de matemática e de ciências naturais que tinham como público-alvo uma turma de 6º ano. Esta componente não contempla um currículo específico a ser cumprido, mas procura dar apoio a estudantes não só na clarificação de possíveis dúvidas, mas também na organização do estudo.

O projeto mais desafiante foi o Makeawish por ter sido planeado pela Professora Orientadora Cooperante, professoras estagiárias e outros professores da escola num curto espaço de tempo e envolvendo tantos participantes. Com este pretendia-se a angariação de fundo, através da venda de pulseira, para a Associação Make-A-Wish7. Além disso, a associação lançou um desafio de criar um vídeo que integrasse uma coreografia com o hino da mesma. Esse vídeo seria publicado no Youtube onde decorreria votação on-line.

O vídeo que arrecadasse mais likes (gostos) daria a oportunidade de essa escola receber um concerto de um artista musical português. A adesão da escola foi bastante significativa em todas as etapas do projeto, mas o mais gratificante foi o conseguir integrar numa coreografia, estudantes que praticavam ginástica

6 Nome fictício.

7 Concretiza desejos que ajudam a colorir a vida de crianças e jovens com doenças graves.

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artística, os jovens da Unidade de Multideficiência, estudantes de várias idades do ensino regular e profissional, não esquecendo toda a comunidade escolar adulta que de alguma forma colaborou. (Apêndice I – figura 73)

Outra componente em que o par pedagógico se empenhou foi na Biblioteca Escolar. Aqui, foi-nos dado a conhecer o tipo de organização a esta subjacente, possibilitaram-nos o assistir e de perceber como se preparam palestras, assim como o tipo de apoio que um professor pode dar aos estudantes que lá vão para estudar, para requisitar um livro ou para participar nas atividades desenvolvidas ao longo do ano. A biblioteca em questão tinha a particularidade de ser redecorada, frequentemente, tendo por base épocas festivas, dias comemorativos e/ou eventos importantes. Foi também nestas decorações que par pedagógico se envolveu colaborativamente com professores e estudantes.

Em suma, ressalve-se a ideia de que o trabalho que a escola exige de um professor vai, atualmente, muito além das paredes da sala de aula. O trabalho colaborativo com outros professores, o contacto com as turmas fora do contexto a que diariamente estão habituados, permitiram à díade conhecer o quotidiano de uma escola e, principalmente, um abrir de horizontes, no sentido de surgirem novas ideias que podem ser transportadas para o lecionar de conteúdos tornando-os mais significativos e contextualizados.

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