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Da Cooperação Internacional

No documento Legislação Especial Prof. Sandro Caldeira (páginas 130-138)

Art. 65. De conformidade com os princípios da

não-intervenção em assuntos internos, da igual- dade jurídica e do respeito à integridade terri- torial dos Estados e às leis e aos regulamentos nacionais em vigor, e observado o espírito das Convenções das Nações Unidas e outros instru- mentos jurídicos internacionais relacionados à questão das drogas, de que o Brasil é parte, o governo brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e organismos inter- nacionais e, quando necessário, deles solicitará a colaboração, nas áreas de:

I – intercâmbio de informações sobre legis-

lações, experiências, projetos e programas voltados para atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e dependentes de drogas;

II – intercâmbio de inteligência policial so-

conexos, em especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de precurso- res químicos;

III – intercâmbio de informações policiais e

judiciais sobre produtores e traficantes de drogas e seus precursores químicos.

TÍTULO VI

Disposições Finais e Transitórias

Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo úni-

co do art. 1º desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecen- tes, psicotrópicas, precursoras e outras sob con- trole especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998.

Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei

nº 7.560, de 19 de dezembro de 1986, em favor de Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes básicas con- tidas nos convênios firmados e do fornecimento de dados necessários à atualização do sistema previsto no art. 17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.

Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e

os Municípios poderão criar estímulos fiscais e outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na prevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção social de usuá- rios e dependentes e na repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

Art. 69. No caso de falência ou liquidação ex-

trajudicial de empresas ou estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congê- neres, assim como nos serviços de saúde que produzirem, venderem, adquirirem, consumi- rem, prescreverem ou fornecerem drogas ou de qualquer outro em que existam essas subs- tâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:

I – determinar, imediatamente à ciência da

falência ou liquidação, sejam lacradas suas instalações;

II – ordenar à autoridade sanitária compe-

tente a urgente adoção das medidas neces- sárias ao recebimento e guarda, em depósi- to, das drogas arrecadadas;

III – dar ciência ao órgão do Ministério Pú-

blico, para acompanhar o feito.

§ 1º Da licitação para alienação de substân-

cias ou produtos não proscritos referidos no inciso II do caput deste artigo, só podem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas na área de saúde ou de pesquisa científica que comprovem a destinação líci- ta a ser dada ao produto a ser arrematado.

§ 2º Ressalvada a hipótese de que trata o §

3º deste artigo, o produto não arrematado será, ato contínuo à hasta pública, destru- ído pela autoridade sanitária, na presença dos Conselhos Estaduais sobre Drogas e do Ministério Público.

§ 3º Figurando entre o praceado e não arre-

matadas especialidades farmacêuticas em condições de emprego terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de saúde.

Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes

previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracte- rizado ilícito transnacional, são da competência da Justiça Federal.

Parágrafo único. Os crimes praticados nos

Municípios que não sejam sede de vara fe- deral serão processados e julgados na vara federal da circunscrição respectiva.

Art. 71. (VETADO)

Art. 72. Sempre que conveniente ou necessário,

o juiz, de ofício, mediante representação da au- toridade de polícia judiciária, ou a requerimen- to do Ministério Público, determinará que se proceda, nos limites de sua jurisdição e na for-

ma prevista no § 1º do art. 32 desta Lei, à des- truição de drogas em processos já encerrados.

Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquiva-

do o inquérito policial, o juiz, de ofício, median- te representação do delegado de polícia ou a re- querimento do Ministério Público, determinará a destruição das amostras guardadas para con- traprova, certificando isso nos autos. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)

Art. 73. A União poderá celebrar convênios com

os Estados visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas.

Art. 73. A União poderá estabelecer convênios

com os Estados e o com o Distrito Federal, vi- sando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e com os Municí- pios, com o objetivo de prevenir o uso indevido

delas e de possibilitar a atenção e reinserção so- cial de usuários e dependentes de drogas. (Re- dação dada pela Lei nº 12.219, de 2010)

Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e

cinco) dias após a sua publicação.

Art. 75. Revogam-se a Lei nº 6.368, de 21 de ou-

tubro de 1976, e a Lei nº 10.409, de 11 de janei- ro de 2002.

Brasília, 23 de agosto de 2006; 185º da Indepen- dência e 118º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Márcio Thomaz Bastos Guido Mantega

Jorge Armando Felix

Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.8.2006

Comentários:

• Da Posse para consumo pessoal- Uso- art 28 Lei 11.343/06

A Lei 11.343/06 adotou uma política de redução de dano ao usuário de drogas.

Vejamos alguns comentários relevantes sobre a Posse de drogas para consumo pessoal. O artigo 28 estabelece as seguintes penas:

I – advertência sobre os efeitos das drogas; II – prestação de serviços a comunidade;

III – medida educativa de comparecimento de programa ou curso educativo.

É importante destacar, através da leitura do artigo em análise, a impossibilidade de imposição de penas privativas de liberdade (reclusão ou detenção) ao usuário de drogas ilícitas, sob pena de afronta a texto legal e caracterização de claro constrangimento ilegal, passível de sanatória via Habeas Corpus.

No que se refere a posse de drogas para consumo pessoal, a Lei 11.343/06 é considerada lei mais benéfica do que a Lei anterior, retroagindo portanto para beneficiar o réu, sendo considerada uma novatio legis in mellius, aplicando-se dessa maneira o artigo 5º, XL da CRFB/88, bem como o artigo 2ª, parágrafo único do Código Penal.

• Plantio para consumo pessoal.

Poderá ser caracterizado como plantio para consumo pessoal, a conduta do agente que semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

Dessa forma, pode ser alegado pela defesa a caracterização do artigo 28, § 1º da Lei 11.343/06, de maneira a descaracterizar o tráfico ilícito de drogas, e consequentemente estabelecer a competência do Juizado Especial Criminal para o processo e julgamento do crime, somente podendo ser aplicadas as penas previstas no artigo artigo 28, incisos I, II e III, da Lei 11.343/06, não sendo cabível imposição de pena privativa de liberdade ao agente.

• Prazo prescricional para imposição dessas penas ao usuário:

2 anos – art. 30 Lei 11.343/06.

• Procedimento processual para o crime de posse de drogas para consumo pessoal: – art 48, §1º, da Lei 11.343/06

OBS: Aplica-se ao usuário a Lei 9.099/95, salvo se houver concurso com os arts 33 a 37 da Lei

de drogas.

Observações relevantes:

a) Não se imporá prisão em flagrante ao usuário- artigo 48, §2º da Lei 11.343/06. Caso isso

ocorra a prisão será ilegal, passível de relaxamento;

b) Será lavrado termo circunstanciado- artigo 48, §2º da Lei 11.343/06;

c) No juizado o MP poderá propor a aplicação imediata das penas do art 28 – artigo 48, §5º da

Lei 11.343/06.

• Do tráfico ilícito de drogas – art 33 da lei 11.343/06

A nova redação do artigo 33 da Lei 11.343/06, consiste em lei penal mais severa, pois houve aumento da pena mínima, só se aplicando para fatos ocorridos posteriormente a sua entrada em vigor. Fatos praticados antes da entrada em vigor da Lei 11.343/06 deve ser aplicada a previsão da legislação anterior, por ser mais benéfica.

As condutas equiparadas ao tráfico estão previstas no §1º art 33 da Lei 11.343/06.

OBS: Equipara-se ao tráfico a conduta de semear, cultivar, ou fazer colheita, sem autorização

ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria prima para a preparação de drogas.

• No que se refere ao núcleo semear: A posse de sementes de plantas que, futuramente tornar-se-ão substâncias entorpecentes ou que causem dependência física ou psíquica não constituirá nenhum delito. O agente que possui essas sementes não está praticando nenhum dos verbos descritos no tipo (semear, cultivar ou colher) razão pela qual a mera

posse de sementes será considerada uma conduta atípica, salvo se for encontrado na semente o próprio princípio ativo da substância entorpecente.

Obs: Atenção para causa de diminuição de pena aplicada para o traficante: §4º art 33 “a pena

será diminuída de 1/6 1 2/3, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.

Obs: quando a conduta visar criança ou adolescente deverá ser aplicado o art 33, c.c artigo

40, VI, ambos da lei 11.343/06 e não o art 243 do ECA, sendo esta uma figura subsidiária que prevê as condutas de venda, fornecimento ou entrega, sem justa causa, de produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica , ainda que por utilização indevida, referindo-se a produtos que tenham componentes que possam causar dependência mas que não sejam considerados drogas ilícitas.

• Fornecedor eventual de drogas (Tráfico privilegiado)

O §3º do art 33 tipificou a conduta de oferecer droga, eventualmente e sem o objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento para juntos a consumirem, cominado pena de 6 meses a 1 ano e multa.

Verifica-se que a figura do fornecedor eventual, também chamado de traficante privilegiado, é de competência do Juizado especial criminal, não sendo portanto cabível em regra prisão em flagrante, mas tão somente confecção de termo circunstanciado.

Requisitos para caracterização da figura do fornecedor eventual:

a) oferecimento eventual da droga; b) ausência de finalidade lucrativa;

c) existência de relacionamento ente os envolvidos; d) intenção de uso conjunto da droga

Associação para o tráfico – art 35 da Lei 11.343/06

Elementos:

a) Associação de duas ou mais pessoas; b) Acordo prévio dos participantes; c) Vínculo associativo permanente; d) Finalidade de traficar drogas.

Obs: O citado crime se consuma com a simples associação, não se admitindo a figura tentada. Obs: Importante salientar que não é possível capitulação cumulativa dos artigos 35 da Lei

11.343/06, com o 288 do Código Penal, quando estivermos diante de associação para a prática do tráfico Ilícito de drogas, pois tais artigos incriminam a mesmo comportamento, sendo o

artigo 35 da Lei 11.343/06, especial em relação ao 288 do CP, não podendo este ser aplicado sob pena de configuração de Bis in idem, o que é vedado.

• Questão relevante: Hipótese de Inimputabilidade – art 45 da Lei 11.343/06

O art 45 da lei de drogas, traz dispositivo semelhante aquele do art 26 do Código Penal. Sendo assim, se o agente , em razão da dependência, ou sob o efeito de droga, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou omissão, qualquer que tenha sido a infração penal cometida(da lei de drogas ou qualquer outro crime) inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de se determinar com esse entendimento, será considerado inimputável, ficando isento de culpabilidade.

Vejamos:

a) Se em razão da dependência ficar caracterizada a inimputabilidade_ o juiz absolverá

o réu (absolvição imprópria) e determinará a obrigatoriedade de tratamento médico adequado(internação hospitalar ou regime ambulatorial). Não se trata de medida de segurança, mas sim TRATAMENTO MÉDICO, não havendo necessidade de comprovação de eventual periculosidade do agente, mas tão somente a verificação de critérios médico- periciais- Absolvição pautada no artigo 386, VI do CPP.

b) Se em razão do efeito da droga, proveniente de caso fortuito ou força maior (não era

portanto dependente)– o agente praticar a conduta em estado de inimputabilidade- será absolvido(absolvição própria) sem aplicação de tratamento médico- artigo 386, VI do CPP.

Semi-imputabilidade – art 46 da Lei 11.343/06

Se o agente , em razão de dependência ou influência da droga, nas condições do art 45, no momento da conduta não possuía a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, a pena será reduzida de um a dois terços, sem possibilidade de aplicação de medida de segurança.

Proibição de benefícios legais: O art 44 da Lei 11.343/06 proíbe para os crimes previstos nos arts 33, caput e §1ª e 34 a 37 da Lei, os seguintes benefícios:

a) fiança, o sursis, a graça, o indulto, a anistia e a liberdade provisória, vedada ainda a

conversão das penas em restritivas de direitos.

Comentários relevantes:

• Vedação da Liberdade provisória – como vimos anteriormente a lei 11.343/06 veda a liberdade provisória aos crimes acima citados. Entretanto a lei 8072/90, com sua nova redação dada pela lei 11.464/07, que alterou a redação do art 2º, II da Lei 8072/90, passou a admitir a liberdade provisória sem fiança para os crimes hediondos e assemelhados, dentre os quais se enquadra o tráfico ilícito de drogas, razão pela qual, por se tratar de norma penal mais benéfica e posterior ao art. 44 da lei 11.343/06, passou-se a admitir a liberdade provisória sem fiança aos crimes previstos nos arts 33, caput e §1ª e 34 a 37 da Lei 11.343/06, pois lei posterior revoga a anterior naquilo que conflitarem, além de ser de

constitucionalidade questionável, por violar o princípio da dignidade da pessoa humana, previsto nos artigos 1ª e 5ª, III da CRFB/88.

• Vedação da conversão das penas privativas de liberdade por restritivas de direitos:

Conforme dispõe o artigo 44 da Lei antidrogas, os crimes previstos nos arts 33, caput e §1ª e 34 a 37 da lei, não são passíveis de conversão de suas penas em restritivas de direitos. Entretanto o melhor entendimento sobre o tema, pautando-se em decisões do Supremo tribunal Federal, sustenta que o artigo 44 da Lei 11.343/06 apresenta-se como inconstitucional, por violar o princípio da individualização da pena, previsto no artigo 5º, XLVI da CRFB/88, ao vedar a conversão de penas privativas de liberdade por restritivas de direitos ao traficante.

O STF, ao julgar os Habeas Corpus (HC) 102678 e 97256, embasando-se em outros julgados, decidiu pela possibilidade de substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, em tema de tráfico ilícito de entorpecentes , não subsistindo assim, a vedação legal ao exame dos requisitos do art. 44 do CP, sendo a citada vedação acoimada de inconstitucional, por violação do princípio da individualização da pena.

Portanto, deve ser analisado caso a caso, a presença dos requisitos previstos no artigo 44 do CP, de maneira a possibilitar a referida substituição.

Jurisprudência: HC 97256 RS – STF

HABEAS CORPUS, PLENÁRIO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), APRECIAÇÃO, CAUSA DE PEDIR, INCONSTITUCIONALIDADE, NORMA, PROIBIÇÃO, SUBSTITUIÇÃO, PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE, PENA RESTRITIVA DE DIREITO, CRIME, TRÁFICO DE ENTORPECENTES. CONSTITUIÇÃO FEDERAL, IMPOSIÇÃO, LEI ORDINÁRIA, PREVISÃO, IGUALDADE, CRIME HEDIONDO, EQUIPARAÇÃO. CONSTITUIÇÃO FEDERAL, IMPOSIÇÃO, LIMITAÇÃO MATERIAL, LEI DOS CRIMES HEDIONDOS, PROIBIÇÃO, CONCESSÃO, BENEFÍCIO, GRAÇA, FIANÇA, ANISTIA, AUSÊNCIA, PROIBIÇÃO, CONVERSÃO, PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE, PENA RESTRITIVA DE DIREITO. IMPOSSIBILIDADE, LEGISLADOR ORDINÁRIO, IMPOSIÇÃO, RESTRIÇÃO, AUSÊNCIA, PREVISÃO, CONSTITUIÇÃO FEDERAL. GARANTIA, INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA, PREVISÃO, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, MOMENTO ANTERIOR, FIXAÇÃO, ESPÉCIE, PENA. CONSTITUIÇÃO FEDERAL, PRIORIDADE, LIBERDADE (DIREITO PENAL), CARACTERIZAÇÃO, PRISÃO, EXCEPCIONALIDADE. GARANTIA, INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA, CARACTERIZAÇÃO, CONTENÇÃO, PODER DE LEGISLAR.

HC 183260 GO 2010/0157051-0 – STJ

HABEAS CORPUS. PENAL. TRÁFICO DE DROGAS. CRIME HEDIONDO. SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS. POSSIBILIDADE. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS FAVORÁVEIS. RÉU PRIMÁRIO E DE BONS ANTECEDENTES. PENA INFERIOR A QUATRO ANOS. INCONSTITUCIONALIDADE DA VEDAÇÃO LEGAL DECLARADA EM PRECEDENTE DO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.

1. Não subsiste empecilho ao pleito de substituição da pena privativa de liberdade pela

restritiva de direitos aos condenados pelos crimes previstos nos arts. 33, § 1º, e 34 a 37 da Nova Lei de Drogas, após o Plenário do Supremo Tribunal Federal declarar, incidentalmente, a inconstitucionalidade dos termos do art. 44 da Lei nº 11.343/06 que vedam o benefício.

2. A substituição da pena privativa de liberdade é adequada à espécie, pois o Paciente é

tecnicamente primário, a pena-base foi fixada no mínimo legal e o delito não foi cometido com violência ou grave ameaça.

3. Ordem concedida para assegurar ao Paciente a substituição da pena privativa de liberdade

por pena restritiva de direitos, a ser implementada pelo Juízo das Execuções Penais.

• Apelação em liberdade: o art. 59 da lei 11.343/06, estabelece que o réu condenado por infração aos arts 33, caput, e 34 a 37 da Lei, não poderá apelar sem recolher-se a prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória. Entretanto podemos sustentar que para que o réu seja preso após sentença penal condenatória,sem trânsito em julgado, faz-se necessário que o magistrado fundamente seu decreto prisional nos requisitos da prisão preventiva, sob pena de violação do princípio constitucional de presunção de inocência.

• Competência processual no trafico ilícito de drogas:

Regra: será competente a Justiça Estadual

Exceção: em se tratando de tráfico transnacional a competência será da Justiça federal da

respectiva circunscrição.

• Medidas de investigação: O art. 53 da Lei 11.343/06 prevê duas modalidades de investigação que dependem de autorização judicial , bem como oitiva obrigatória do Ministério Público:

a) Infiltração de policiais em quadrilhas, grupos armados, organizações ou bandos, com a

finalidade de colher informações sobre as operações ilícitas por eles realizadas;

b) Flagrante postergado- consistente na não-atuação policial sobre os portadores de drogas,

seus percursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.

5. LEI Nº 9.605/98 (LEI DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE)

Legislação

No documento Legislação Especial Prof. Sandro Caldeira (páginas 130-138)