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Da Interferência do Direito Comparado

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CAPITULO III DOS DIREITOS PREVIDENCIÁRIOS

3.6 Da Interferência do Direito Comparado

A globalização provoca a interação de povos e possibilita que uma sociedade observe de perto a outra, forçando mudanças paliativas. Para Baumam, é o destino irremediável para o mundo, considerando que tanto pode nos unir quanto nos separar (1999, p. 7). O que busca abordar esta parte do trabalho é a influência que a interação das culturas poderá causar no meio.

Trata-se de matéria ampla, Baumam indica que o que para uns pode ser globalização, para outros significa localização, um destino indesejado e cruel (1999, p. 8).

Cada comunidade tem sua cultura e tenta a duras penas manter viva entre os mais jovens, objetivando fazer com que suas raízes e história não sejam esquecidas. O ser humano é naturalmente um observador. O que é visualizado é objeto da nossa própria consciência e poderá ser compartilhado em virtude de termos guardado dada experiência em nossas memórias.

As experiências podem não ser tão positivas, posto que a relação com outros Estados que admitem uma ideologia política diversa da vivida na América latina, pode causar uma dificuldade em interpretar as outras coisas.

Chomsky externa perspectiva capitalista norte americana:‖

...é fácil entender a política dos EUA para o terceiro mundo. Somos radicalmente opostos à democracia se seus resultados não podem ser controlados. O problema com as democracias verdadeiras e que elas podem fazer seus governantes caírem na heresia de responderem às necessidades de sua própria população, em vez dos investidores norte americanos. (2002, p. 10).

Ora esta ideia é completamente diversa da que vivenciamos por aqui e não é de fácil assimilação o reflexo do que foi revelado acima na sociedade.

E tanto podemos partilhar com outros o objeto visualizado pela nossa consciência no corpus mental, como no corpus físico; da junção de partilha mental ou física ou física, podemos fazer brotar capacidades, ou melhor e como os físicos quânticos preferem dizer possibilidades, que julgamos que todos entendem ser comuns; e que dizemos por isso serem objetivas. É porque dispomos, para as partilhar de uma linguagem comum em que transmitimos e as comunicamos. Assim é o que acontece com a criatividade, o amos, a beleza, a ética ou a justiça – e destas capacidades- possibilidades firmamos noções: a noção, de ética, a noção de justiça.... Mas entendamos que a essência do objeto não passa de uma representação que é estimulada pela memória, e que a memória faculta pensamento, que é corrente e o fluxo das noções e a própria função da partilha do objeto observado por cada um de nós (2004, p. 425)

Então o cidadão goiano ao retornar volta com uma bagagem de observações que certamente passará a comparar cotidianamente.

A perspectiva do direito comparado se entende como um ramo autônomo que em uma visão finalista dos direitos, uma função normativa social perante a filosofia da globalização da vida no planeta (BRITO, 2004, p. 424), como um fenômeno resultante da pós modernidade, fruto da globalização tardia. Como observadores, compartilhamos os acontecimentos e o rumo que estes tomam, promovendo uma alteração imediata na forma de pensar e agir.

Uma das consequências evidentes é após se adaptar a outra comunidade, ao retornar o cidadão goiano busca comparações constantes, boas ou ruins. Acredita- se que esta mesclagem cultural também acaba por ofertar uma certa pressão no meio no sentido de forçar ou contribuir para a evolução do local. Uma das formas que evidencia isto é o comércio, que é um forte promovente de interações culturais desde o início dos tempos.

Aos poucos, ao propagar a forma que as coisas funcionam em outras terras, os locais passam a ter a ideia do novo como conceito de certo. Podendo passar então a tomar medidas similares para agradar o consumidor ou por acreditar que de fato é correto.

Com isso as pessoas passam a ter uma concepção variada de que poderá ser melhor para esta comunidade, passando a conceituar de forma diversa as tratativas e poderá acabar por acolher as sugestões advindas de comunidades diversas. Isso ocorre mesmo até sem que se tenha conhecimento de fato.

O direito comparado que é um ramo autônomo do direito com uma visão finalista, assume uma função social perante as filosofias da globalização no globo. A pós modernidade trouxe consigo a possibilidade de interação de perspectivas.

De fato a globalização vivida atualmente é diferente da experimentada desde o início da mercantilização entre continentes. As mídias de interação possibilitam que um acontecimento em qualquer parte do globo seja conhecido por todo o mundo em fração de segundos. A distância é meramente imaginária.

Brito adverte que:

O direito comparado é também e de igual modo a área da ciência do direito com maior apetência ao cultural, porque é um ramo que compara e assim pode observar a experiência vizinha porque viaja, convive e comunica, como mais nenhum outro, e que pode fazer navegar os sistemas e os ordenamentos jurídicos, influenciando o próprio universo onde aqueles navegam. (2004, p. 437)

Nesta aproximação de comunidades o direito comparado justifica o que acontece em nosso meio. Ao promover a aproximação por convergência impulsiona a sociedade a querer mudanças.

As reclamações pressionam por mudanças. Isso ocorre sempre, sem que tenhamos conhecimento do que motivou a criação de tal lei, ou a alteração de tal norma. A comparação de sistemas jurídicos feitas perante a sociedade acaba por aproximar por semelhança de outros ordenamentos jurídicos causando uma interferência na formação das leis locais que consequentemente nas leis nacionais.

É bem verdade que este é um caminho longo, posto que a alteração ou criação de leis é matéria do legislativo. A interferência poderá ser notada na manifestação judicial em que os pleitos são voltados a comprovar que o cidadão tem se tornado mais exigente com suas aquisições.

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