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da rino-sinusite (Quadro 1) 50% das constipações são provocadas

No documento Livro Patologia Naso sinusal (páginas 115-118)

por Rhinovirus. Outros vírus mais frequen- tes são: coronavírus, influenza A e B e ade- novírus. Enquanto Rhinovirus e coronavírus não provocam lesão do epitélio respirató- rio, o influenza e o adenovírus provocam lesões no epitélio respiratório nasal, no- meadamente, a supressão dos efeitos da função dos neutrófilos, macrófagos e linfó- citos, tornando a mucosa mais vulnerável a uma infecção bacteriana secundária e pro- vocada pelas bactérias residentes na naso- faringe (Streptococcus pneumoniae e Hae- mophilus influenzae).

Apesar das causas de infecção bacteriana secundária serem desconhecidas, pensa- mos estarem associadas a uma combina- ção de factores que promovem a entrada e crescimento bacteriano. Destacam-se a obstrução nasal, diminuição da imunidade local e geral, virulência do vírus e coloniza- ção da nasofaringe.

Sabemos que tosse, espirros e obstrução nasal podem provocar diferenças de pres- são com consequente empurramento das bactérias para os seios perinasais, seguida de uma diminuição de O2 com aumento do ácido láctico que por sua vez vai estimu- lar o crescimento bacteriano (apesar do seio maxilar ser considerado uma cavidade estéril, só a partir de 10 elevada à quarta colónias é que é considerada infecção).

Microbiologia

O Haemophilus influenzae e o Strepto- coccus pneumoniae são as duas bactérias mais frequentes nos seios peri-nasais e são também as mais agressivas, provocando a quase destruição das células ciliadas. A Moraxella Catarrhalisé mais frequente em crianças. Os Staphilococcus aureus e epi- dermidistêm um papel importante princi- palmente nas sinusites dentárias, e a Pseu- domonas aparece habitualmente associada a Fibrose Cística e SIDA.

Quadro 1 Etiopatogenia

da rino-sinusite bacteriana Rino-sinusite vírica, alergia,

trauma, natação, etc.

Entrada de bactérias nos seios perinasais

Congestão nasal rinorreia dor / pressão facial

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8 - Rino-sinusite aguda bacteriana do adulto. Tratamento médico.

Quadro 2

Etiologia vírica e bacteriana

nas rino-sinusites maxilares no adulto

Vírus Rhinovirus...15% Influenza...5% Parainfluenza...3% Bactérias Pneumococos...41% Haemophilus Influenzae...35% Moraxella Catarrhalis...7% Bactérias Anaeróbias...7% Staphilococcus aureus...3%

Diagnóstico

das rino-sinusites

Diagnóstico clínico

Os sintomas habituais de uma Infecção Respiratória Superior (IRS), a vulgar consti-

pação, são espirros, rinorreia, congestão

nasal, hiposmia/anosmia, pressão facial, ri- norreia posterior, odinofagia, febre e mial- gias. Distingue-se da rino-sinusite agu-

da, que é uma doença de início súbito,

cujos sintomas existem por um período não superior a 4 semanas.

A rino-sinusite aguda cursa com sinto- mas Major e Minor.

Os sintomas Major são:

- Rinorreia purulenta anterior e posterior - Congestão nasal

- Sensação de pressão na face ou dor - Febre

Os sintomas Minor são : - Tosse

- Cefaleias (habitualmente frontais) - Halitose

- Otalgia.

O diagnóstico clínico é efectuado na presença de 2 critérios major ou 1 major e 2 minor. Importa também não esquecer que, na rino-sinusite aguda bacteriana, os sintomas persistem por mais de 10 dias.

Imagiologia

O diagnóstico pela imagem beneficia dos extraordinários progressos técnicos que se têm verificado nos últimos anos.

A Tomografia Computorizada dos seios perinasais (Fig.8-1a) e (Fig. 8-1b).

é hoje reconhecida como a técnica de maior valor no estudo complementar da ri- no-sinusite.

Classificação das rino-sinusites

Rino-sinusite vírica Cura / 8 dias Febre odontalgia eritema edema Rinosinusite crónica Rinosinusite crónica c/agudizações Agravamento dos sintomas >10 dias Rino-sinusite aguda bacteriana N S <4 sem >12 sem + Agravamento dos sintomas + febre + dor

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Quando se comparam os resultados da Tomografia Computorizada dos seios peri- nasais com a radiografia simples dos SPN, verifica-se que os falsos negativos chegam aos 75% por esta última técnica.

Trabalhos apresentados em que é valori- zado o espessamento da mucosa dos seios perinasais (definição da FDA-Food and Drugs Administration) não tiveram grande aceitação no que refere à sistematização do diagnóstico.

A TC dos SPN e a Ressonância Magnética dão por vezes falsos positivos, porque prin- cipalmente na RM podemos encontrar es- pessamento da mucosa durante 8 sema- nas, estando o doente curado.

Endoscopia nasal e punção-aspiração de exsudado

A endoscopia nasal veio modificar de for- ma significativa toda a abordagem desta patologia. No que respeita estritamente ao diagnóstico, o estudo endoscópico permite referenciar a localização e gravidade das al- terações inflamatórias, a existência de complicações e permite ainda visualizar e colher o exsudado purulento que drena dos óstios dos seios infectados (Fig.8-2).

Pode acontecer que haja obstrução dos óstios e por isso ausência de rinorreia puru- lenta. No entanto, a existência de exsuda- do purulento no meato médio é indicador de rino-sinusite (Fig. 8-3a e 8-3b).

A aspiração através da punção do seio maxilar é sobreponível às culturas guiadas por endoscopia com colheita de material purulento no meato médio. A punção pela fossa canina ou meato inferior acarreta desconforto para o doente e deve por isso ser efectuada apenas em doentes com in- fecções graves.

Fig.8-1a TC dos seios perinasais normais.

Fig.8-1b TC dos seios perinasais mostrando

sinusite maxilar bilateral.

Fig.8-2 Exsudado purulento drenando do ostium

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8 - Rino-sinusite aguda bacteriana do adulto. Tratamento médico.

Actualmente existe uma nova técnica em que é colocado durante um determinado período de tempo um catéter (indwelling) no seio maxilar, permitindo a colheita fa- seada de amostras de exsudado. É assim possível saber o tempo exacto de erradica- ção da doença, a relação entre sintomas e população bacteriana e a avaliação da con- centração bacteriana no seio maxilar.

Estudos em que se realizou a aspiração dos seios perinasais confirmaram o cresci- mento bacteriano após o décimo dia de in- fecção virica. Surgirão então a odontalgia maxilar e astenia.

Tratamento

de rino-sinusite aguda

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