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Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez meses 2005 m m 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 d ia s

Chuva Acumulada Mensal Dias Com Chuva no Mês

Figura 16 – Gráfico de chuva acumulada mensal por dias de chuva para o período de 2005, destaques para os meses de coleta (jan 05 e abr 05).

Em 2005, a pluviosidade do período foi de 1732,7 mm em 119 dias de chuva. No mês de janeiro e abril, a chuva acumulada mensal foi de 275,1 e 99,9 mm, em 17 e 10 dias com chuva nestes meses, respectivamente.

A temperatura do período registrada, na cidade de Jacupiranga, foi de 25,3 oC, 24,7 oC e de 28 oC, para dezembro de 2004, janeiro e abril de 2005. As precipitações mensais foram de 373,3 mm, 275,1 mm e 99,9 para estes mesmos períodos.

Nas três coletas ambientais as espécies presentes foram distintas, mesmo sendo coletadas nos mesmos pontos, demonstrando que as populações variaram nos períodos de tempo analisados. Em dezembro de 2004 e janeiro de 2005 as chuvas foram intensas, além da presença de uma frente fria vinda do sul, fato este explicativo para as baixas temperaturas apresentadas no período de verão e da entrada do fluxo de água pluvial no sistema da lagoa de estabilização, influenciando todo o tratamento, fator este possível de ter modificado a dinâmica populacional desse local. Já na coleta de abril de 2005 ocorreram chuvas menos intensas e não no período da coleta, além de uma temperatura mais alta se comparada com as outras duas coletas.

Segundo informações coletadas na SABESP (comunicação pessoal), este sistema recebe águas pluviais, gerando resultados negativos para a DBO pela diluição do esgoto.

4.2 Cultivo e isolamento das amostras ambientais

Os gêneros Synechococcus sp., Merismopedia sp., Limnothrix sp.,

Leptolyngbya sp. (meio BG-11) e Nostoc sp. (meio BG-11 sem nitrogênio)

foram isolados das amostras coletadas nos quatro pontos na lagoa facultativa de estabilização de Cajati – SP (Tabela 8). A descrição dos locais de coleta e do número do depósito na coleção de culturas do Laboratório de Ecologia Molecular de Cianobactérias – CENA – USP estão descritos na Tabela 9.

Tabela 8 – Gêneros isolados da lagoa facultativa e seus respectivos pontos e datas.

AFLUENTE CENTRO EFLUENTE TANQUE

16 dez 04 Nostoc (SN) Merismopedia e

Leptolyngbya

Leptolyngbya Leptolyngbya e

Merismopedia

25 jan 05 Nostoc (SN) Synechococcus Synechococcus Synechococcus

13 abr 05 Limnothrix Limnothrix Limnothrix Leptolyngbya

SN – meio de cultura sem nitrogênio.

Tabela 9 – Lista de cianobactérias isoladas da lagoa facultativa de Cajati-SP e mantidas na coleção de culturas do Laboratório de Ecologia Molecular de Cianobactérias, CENA – USP.

CIANOBACTÉRIA DATA LOCAL

Leptolyngbya sp. CENA 103 16 Dez 2004 Centro

Leptolyngbya sp. CENA 104 16 Dez 2004 Tanque

Nostoc sp. CENA 105 16 Dez 2004 Afluente

Merismopedia sp. CENA 106 16 Dez 2004 Centro

Nostoc sp. CENA 107 25 Jan 2005 Afluente

Synechococcus sp. CENA 108 25 Jan 2005 Efluente

Limnothrix sp. CENA 109 13 Abr 2005 Afluente

Limnothrix sp. CENA 110 13 Abr 2005 Centro

Limnothrix sp. CENA 111 13 Abr 2005 Efluente

Leptolyngbya sp. CENA 112 13 Abr 2005 Tanque

Os morfotipos isolados (Figura 17) são caracterizados a seguir, incluindo alguns comentários sobre o gênero descrito, assim como a variabilidade morfológica para cada linhagem de cianobactéria depositada na coleção de culturas é apresentada (Tabela 10).

Ordem Chroococcales (Subseção I)

Synechococcus Nägeli 1849 – células solitárias ou em grupos irregulares ou

aglomerações; células cilíndricas em forma de bastão, às vezes arcuadas; conteúdo celular homogêneo, azul-esverdeado; sem aerótopos ou granulação; dimensões 2,7 – 6,5 m compr. x 0,8 – 1,4 m diâm., razão compr./diâm. 2,0 – 6,5. Divisão celular por fissão binária perpendicular, às vezes assimétrica. Pseudotricomas presentes sob condições de estresse em cultura. Comentários: culturas são utilizadas amplamente como organismos modelos em experimentos. Cerca de vinte espécies são conhecidas depois de novas revisões taxonômicas. Essas espécies ocorrem principalmente no plâncton, no metafíton e sobre pedras. No Brasil, relativamente poucas espécies foram encontradas (KOMÁREK, 2003; SANT’ANNA et al., 2005).

Merismopedia Meyen, 1839 – células formando colônias tabulares,

retangulares; conteúdo celular homogêneo, azul-esverdeado; células esféricas ou hemi-esféricas após a divisão; dimensões 0,8 – 2,0 m compr. x 0,7 – 2,8 m diâm., razão compr./diâm. 0,6 – 1,1. Divisão celular em dois planos.

Comentários: são conhecidas mais de trinta espécies, sendo a maioria delas

planctônica de águas continentais. São comumente encontradas em reservatórios brasileiros (KOMÁREK, 2003; SANT’ANNA et al., 2005).

Ordem Oscillatoriales (Subseção III)

Limnothrix Meffert 1988 – tricomas solitários, retos ou flexuosos, móveis, pouco

constritos; células quadráticas a cilíndricas, retas; com aerótopos nas extremidades, conteúdo esverdeado, verde-azulado; células apicais cilíndricas, retas ou arcuadas, às vezes atenuadas e capitadas; dimensões 2,0 – 9,1 m compr. x 1,3 – 2,1 m diâm., razão compr./diâm. 1,1 – 5,2. Comentários: é um gênero tipicamente planctônico e há cerca de vinte espécies já revisadas, porém, pouco citadas para o Brasil (KOMÁREK, 2003; SANT’ANNA et al., 2005).

Leptolyngbya Anagnostidis et Komárek 1988 – tricomas isolados ou emaranhados frouxos, retos ou flexuosos, constritos; bainha fina, inconspícua, hialina; ramificação falsa; células subquadráticas um pouco mais longas que largas; conteúdo celular às vezes levemente granuloso, esverdeado ou acastanhado; dimensões 0,7 – 3,3 m compr. x 1,6 – 3,1 m diâm., razão compr./diâm. 0,3 – 1,6. Fragmentação do tricoma com auxílio de necrídios. As linhagens CENA 103 e 112 apresentaram filamentos solitários ou formando emaranhados frouxos, sempre dispersos no meio de cultura. Já na linhagem CENA 104, os filamentos formaram densos agregados (biofilme) nos frascos de cultivo. Comentários: o gênero Leptolyngbya é um dos mais comuns dentre as cianobactérias, contendo vários morfotipos e ecotipos, compreendendo mais de 100 espécies descritas e ainda mal delimitadas em virtude da falta de características realmente distintivas (KOMÁREK, 2003; SANT’ANNA et al., 2005).

Ordem Nostocales (Subseção IV)

Nostoc Vaucher ex Bornet et Flahault 1888 – tricomas flexuosos envoltos por

mucilagem colonial; células esféricas ou em forma de barril, conteúdo levemente granuloso, azul-esverdeado ou acastanhado, dimensões 1,6 – 4,9 m compr. x 1,7 – 4,4 m diâm., razão compr./diâm. 0,7 – 1,6; heterocito terminal ou intercalar, em forma de barril a cilíndrico; acineto cilíndrico, reto ou levemente curvado. Comentários: é um gênero comum e bem distribuído, com mais de 200 táxons descritos. Em geral, as espécies de Nostoc não suportam ambientes poluídos. No Brasil, poucas espécies já foram mencionadas (KOMÁREK, 2003; SANT’ANNA et al., 2005).

Tabela 10 – Descrição dos morfotipos das cianobactérias isoladas neste estudo, incluindo os dados de variabilidade morfométrica das linhagens.

TAMANHO DA CÉLULA (µµµµm)a IDENTIFICAÇÃO

DO ISOLADO ORGANIZAÇÃO CELULAR E