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Procedeu-se a identificação do sítio, quadrícula e localização vertical das peças. Ressalta-se que nem todas as peças do sítio Tapera possuem identificação de sua localização no contexto do sítio. E as peças do sítio Base Aérea não possuem essa informação.

Matéria-Prima – A identificação do tipo de matéria-prima (rocha ou mineral) empregada foi baseada exclusivamente em suas características externas, análise macroscópica. Associada a comparações de exemplares litológicos, pertencentes à coleção geológica do Museu do Homem do Sambaqui Pe João Alfredo Rohr S.J.

Textura da Matéria-Prima – Analisou-se apenas a granulação (tamanho dos grãos) em suas dimensões relativas, para tal atribuiu-se os seguintes critérios:

 Fina – Rochas formadas por minerais de pequenas dimensões, não reconhecidos macroscopicamente. Tamanho médio dos grãos inferiores a 1 mm;

 Média – Rochas formadas por cristais visíveis, de dimensões grosseiras, maiores que, aproximadamente, 2-4 mm;

 Grosseira – Rochas formadas por cristais visíveis a olho nu, com dimensões superiores a 4 mm;

 Para rochas cuja granulação não foi possível avaliar, caracterizou-se como textura indeterminada.

Massa Inicial – Considerou-se massa inicial a morfo-volumetria da rocha ou mineral que caracterizava a matéria-prima antes de sua seleção /modificação. Para identificação da mesma utilizaram-se as seguintes denominações:

 Não identificado – Suporte com um grau de desbaste que impossibilitava a identificação de origem de sua massa inicial. Ou não se enquadravam nas categorias abaixo;

 Seixo – Fragmento de rocha ou mineral transportado pela água, que lhe arredonda as arestas. Possui córtex liso, de contorno arredondado;

 Bloco – Fragmento de rocha ou mineral resultante de uma desagregação ou retirada de um afloramento. O mais usual é ser transportado e depositado em local distinto daquele em que se formou. Possui o córtex mais áspero que os seixos rolados e contorno, geralmente, irregular;

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 Placa – Fragmento rochoso cuja clivagem ocorreu de forma aproximadamente paralela. Possui uma forma tabular;

 Prismas/Fragmentos de geodos – associados aos prismas de quartzo e fragmentos de rochas silicosas.

Fraturas – observou-se a existência ou ausência de fraturas no suporte, denominando-se:

 Inexistente – Suportes que não apresentaram fraturas;

 Natural – Fraturas naturais associadas ao suporte, neste caso, fraturas ocorridas devido ao processo de diaclasamento das placas, em grande medida são marcadas por linhas de estratificações;

 Acidental – Fraturas relacionadas ao processo de produção (acidentes de talhe), uso e abandono do utensílio (ações pós-deposicionais);

 Mista – Quando em um mesmo suporte foi possível observar fratura natural e acidental.

Considerou-se a ocorrência de fratura natural em casos onde o diaclasamento, das placas, estava intimamente relacionado com a fratura do suporte, especialmente nos artefatos polidos, ou seja, foram causadas, após ou durante a produção do suporte. Nos casos de diaclasamento da massa inicial, ou seja, quando a fratura relacionava-se ao desprendimento da placa de seu local de origem, o mesmo foi considerado apenas como córtex, com suas especificidades.

Outras alterações – observaram-se:

 Ausente – Rochas ou minerais que não apresentaram alterações em sua camada externa;

 Oxidação 1 – Processos ou alterações químicas que ocorre na superfície externa da rocha, dando-lhe uma coloração avermelhada, amarelada, amarronzada, sem formar ou ultrapassar a superfície do suporte;

 Pigmentação vermelha – Indícios de pigmentação vermelha dispostos na superfície do suporte. Que difere dos indícios de fogo e oxidação devido a sua textura mais densa e coloração escura;

 Oxidação 2 – Processos ou alterações químicas que ocorre na superfície externa da rocha, dando-lhe uma coloração avermelhada, amarelada, amarronzada que, entretanto, devido a sua intensidade acaba por formar uma crosta intensa na superfície das rochas, cujo prolongamento forma um halo de alteração no interior das mesmas. O que, no caso aqui analisado, conferiu um aspecto áspero à superfície da rocha.

 Termóforas – para identificar as rochas que estiveram em contato com o fogo observou-se: a coloração superficial dos artefatos, as fissuras, as descamações ou/e fragmentações dos mesmos (LAMING-EMPERAIRE, 1967; MILLER, 1975; BAENA; GONZÁLEZ, 1998; INIZAN et al. 1999; ANDREFSKY, 2005). Especialmente para os quartzos, utilizou-se os critérios de identificação postulados por DRISCOLL (2010) e DRISCOLL e MENUGE (2011). E em destaque, a opacidade ou redução do brilho do quartzo e coloração.

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Suporte – Foram considerados suportes as categorias técnicas que serviram de base para a concretização de artefatos, bem como fragmentos69 e matérias-primas em estado natural. Os mesmos foram divididos em: lasca, fragmento de lasca, lasca retocada, núcleo, fragmento de núcleo, matéria-prima em estado natural, percutor, resíduo de talhe e estalamentos indeterminados70, artefato polido, fragmento de artefato polido, placa com pequenas retiradas irregulares, pré-forma, afiador - calibrador, artefato bruto e fusiforme.

Dimensões do suporte – As dimensões do suporte foram coletadas de acordo com o eixo morfológico das peças (INIZAN et al., 1999) levando-se em consideração: comprimento, largura e espessura.

Figura 17 – Orientação para medida do suporte: D é o eixo de debitagem; e M é o eixo morfológico. Fonte: Adaptado de INIZAN et al. (1999).

No caso específico dos núcleos, foi tomada a medida média, perpendicular à plataforma de percussão. Para os núcleos multifaciais, procurou-se tomar como base de orientação a plataforma de maior tamanho.

Tendo em vista as particularidades do conjunto analisado, e o intuito de compreender os suportes identificados e suas principais alterações, foram observadas as seguintes categorias específicas:

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