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2.3 Material e métodos

2.3.1 Dados

Além dos dados básicos são considerados como dados as outras informações relevantes para a estimação dos modelos e que devem ser estimadas a priori. Estas condições são: (1) a taxa de juros, (2) o fator de perdas físicas, (3) o custo de armazenamento, (4) o preço mínimo (quando for o caso), (5) o preço de importação (quando for o caso), (6) as condições de demanda do produto (função de demanda e choques de demanda) e (7) as condições de produção agrícola (no caso oferta de área e choques de produtividade).

O preço do arroz utilizado é o preço de arroz em casca ao produtor médio nacional divulgado pela Fundação Getúlio Vargas/Agroanalysis. As séries de preços mínimos de arroz foram obtidas junto ao Banco de dados do Departamento de Economia e Extensão rural da Universidade Federal do Paraná. A série do valor médio das importações foi obtida junto ao SECEX através do sistema Aliceweb dividindo-se o valor total das importações de arroz em casca pela quantidade total importada. Todos estes dados foram deflacionados através do IGP-DI.

2.3.1.1 Função de oferta de área

A função oferta de área foi estimada por mínimos quadrados ordinários tendo como variável independente o custo de produção (CP ) por unidade de área (hectare). Os cálculos t

foram feitos através do programa estatístico R. O período analisado foi compreendido pelas safras entre 1985/86 a 2003/04.

Os dados de área plantada foram obtidos junto a CONAB. O custo de produção de arroz médio nacional por hectare foi calculado com base em estudos elaborados pela Embrapa. Foram considerados 4 tipos de tecnologia de arroz de sequeiro baseados em estudos da EMBRAPA de 2000, 2001 e 2002 (MELO-FILHO e LEMES, 2000; MELO-FILHO e RICHETTI, 2001, 2002; GODINHO, UTUMI e OLIVEIRA, 2001) e 5 para arroz irrigado baseados em estudos da EMBRAPA de 2001 e 2005 (DOSSA7, 2001; EMBRAPA, 2005), ponderando-se pela área plantada com cada tipo de tecnologia ao longo dos anos em análise. Os valores dos preços dos insumos foram obtidos junto ao Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado do Paraná - Seab/Deral (Paraná, 2005), admitindo-se que estes sejam representativos da produção nacional. Os preços médios anuais de cada insumo e operação foram calculados utilizando-se a média dos preços pagos pelos produtores nos meses de plantio. Todos os valores foram deflacionados para dezembro de 2004.

De posse destes valores calculou-se o histórico dos custos de produção de arroz no Brasil considerando, ao todo, nove tecnologias de produção ao longo de dezenove anos safra, totalizando 171 planilhas de custo de produção. A partir destes dados ponderaram-se os custos pela área plantada com cada tipo de tecnologia obtendo-se um valor de custo médio de produção de arroz por safra representativo para o Brasil.

Admite-se neste procedimento que o custo marginal é igual ao custo variável médio de produção, ou seja, não há economia de escala.

Embora os custos de produção de arroz sejam bastante heterogêneos ao longo do nosso território, este procedimento foi considerado como representativo para a evolução dos custos de produção de arroz no Brasil, uma vez que considera uma grande quantidade de tecnologias possíveis e tendo em vista a falta de estudos mais detalhados sobre estimações de funções de oferta de área plantada. O ajuste da equação foi considerado satisfatório. Os resultados desta regressão são apresentados a seguir:

t t t t t CP CP A ( ,ε )=1350,95546+1,29854 +ε

em que At é a área plantada no período t, CPt é o custo de produção médio no período t e εt é o

erro associado a função.

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2.3.1.2 Choques de oferta

A análise de distribuição de freqüências da produtividade do arroz no país foi feita para o período das safras compreendidas entre 1985/86 até 2003/04. Considerou-se como representativo para o período uma produtividade média de 3,2 toneladas/hectare em um desvio padrão de 0,3320 toneladas/ha. Testando-se o tipo de distribuição (normal, triangular ou uniforme) encontrou-se que os dados melhor se ajustam à distribuição normal.

A partir da média e do desvio padrão, aproximou-se uma distribuição de probabilidade para 16 valores igualmente espaçados, com o maior e o menor valor considerados equivalentes ao intervalo de confiança de 99% da distribuição, o que equivale à utilização da Quadratura de Gauss (Miranda e Fackler, 2001).

2.3.1.3 Função de demanda inversa

A função de demanda inversa para consumo foi estimada por mínimos quadrados ordinários, através do programa estatístico R, tendo como variáveis dependentes o consumo (Q ) t

e a renda (R ). O período analisado foi de 19 anos compreendidos entre as safras de 1985/86 até t

2003/04.

A renda utilizada como parâmetro para a estimação foi a renda média anual divulgada pelo IPEA e baseada na Pesquisa Anual por Amostra de Domicílios - PNAD do IBGE completando-se para os anos não disponíveis com a média entre o ano anterior e posterior. O parâmetro utilizado para o consumo anual foi a série de consumo aparente divulgada pela CONAB. A série de preço de arroz utilizada, como já foi ressaltado, é a série de preços mensais pagos ao produtor da Fundação Getúlio Vargas/Agroanalysis, tomando-se a média simples destes preços na época da colheita, ou seja, no período compreendido entre fevereiro a maio. Em seguida deflacionaram-se estes preços através do IGP-DI para dezembro de 2004.

Os resultados desta regressão são apresentados a seguir:

t t t t t t t Q R z Q R z P( , , )=6,82618−0,00054 +0,00023 +

em que Pt é o preço de demandado em t, Qt é a quantidade consumida em t, Rt é a renda dos

2.3.1.4 Choques de demanda

Para calcular os choques de demanda computaram-se os resíduos obtidos a partir da regressão da demanda para consumo, com distribuição normal, média zero e desvio padrão de 574,2301 mil toneladas. Note que os valores dos choques de demanda foram computados a partir dos resíduos da estimação da função de demanda ordinária e não da demanda inversa.

Com os valores citados em mãos construiu-se uma distribuição de probabilidade para 8 valores igualmente espaçados e com o maior e o menor valor considerados equivalentes ao intervalo de confiança de 99% da distribuição, o que equivale à utilização da Quadratura de Gauss (MIRANDA e FACKLER, 2001).

2.3.1.5 Custo de armazenamento

O custo de armazenamento físico foi calculado com base nas tabelas de preços para produto a granel, divulgadas pela CONAB, obtendo-se um valor de R$ 25,00 /tonelada. Neste trabalho considerou-se este custo de armazenamento como representativo também para o armazenamento privado.

2.3.1.6 Fator de desconto

Para calcular o fator de desconto é necessário definir uma taxa de juros e a perda proveniente física de produto proveniente da atividade de armazenamento. A taxa de juros considerada foi de 12% ao ano e a perda física (quebra de armazenamento) de 1,79% ao ano.

2.3.1.7 Preço médio das importações brasileiras

O preço médio das importações brasileiras foi calculado com base nas informações do SECEX dividindo-se o valor total das importações de arroz em casca no período compreendido entre 1989 e 2004 pela quantidade total importada, convertendo-se os valores em dólar para real através da taxa de câmbio comercial anual para venda, real por dólar americano (US$/R$) fim do período e depois deflacionando-se os valores através do IGP-DI anual.

No período compreendido entre 1989 a 1995 foram utilizadas posições da NBM 1006.10.0100 (arroz com casca “paddy”, em grão, sem outro tratamento) a 1006.10.9900 (outros arroz com casca “paddy”) para arroz em casca e as posições da NBM 1006.30.0100 (arroz semibranqueado, mesmo polido/etc. parbolizado) a 1006.30.9900 (arroz semibranqueado, mesmo

polido/ etc. não parbolizado) para arroz polido. Para o período compreendido entre 1996 a 2004 foram utilizadas as posições da NCM 1006.00.00 (arroz “paddy” com casca para semeadura) a 1006.19.99 (arroz “paddy” com casca, não parbolizado, não estufado) para arroz em casca e as posições da NCM 1006.30.11 (arroz semibranqueado, etc. parbolizado, polido ou brunido) a 1006.30.29 (outros tipos de arroz semibranqueado, etc. não parbolizado) para arroz polido. Para converter o preço do arroz polido em equivalente em casca, utilizou-se um fator de conversão de

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