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Das Atribuições Do Responsável Técnico Do Estabelecimento

No documento FRANCISCO ALICIO MENDES (páginas 79-86)

4 AÇÕES PROPOSTAS

4.1 Das Atribuições Do Responsável Técnico Do Estabelecimento

4.1.1 Esclarecer à equipe de funcionários do estabelecimento sobre os riscos

inerentes à exposição ocupacional durante o uso da técnica de sedação consciente.

Tais riscos estão relacionados com tempo de exposição, condições do ambiente de

trabalho e geralmente sendo seguidas as normas de controle ambiental , os riscos

são desprezíveis estatisticamente.

4.1.2 Promover e garantir acesso dos funcionários aos meios e ações preventivos,

treinando-os no monitoramento ambiental no local de trabalho. O limite máximo

permitido de gás exalado no ambiente e segundo a literatura já discutida e de 50

ppm. Para se estabelecer este controle efetivamente, o Cirurgião Dentista deveria

possuir o monitor de NO2 mencionado no capitulo de equipamentos. Tendo em vista

as dificuldades de importação e altos custos do referido aparelho, as secretarias de

saúde dos municípios deveriam fazer medições periódicas através de serviços

terceirizados ou não, para se proceder a liberação dos alvarás sanitários, como já se

faz com controle de emissão de radiação X. Delegar aos funcionários quanto ao

Malamed (1995), fez uma ampla revisão da literatura, sobre os efeitos

deletérios oriundos da exposição crônica ao N2O. Nesta oportunidade, o autor

revisou 850 artigos, dos quais 23 receberam o mérito científico. A conclusão, foi a de

que não existem bases científicas que estabeleçam limites máximos de exposição

ao N2O, para consultórios odontológicos e salas cirúrgicas de hospitais. O resultado

desta pesquisa, provocou um encontro em setembro do mesmo ano entre cirurgiões

dentistas americanos, governo dos EUA e fabricantes de gases. A posição oficial da

American Dental Association’s Council of Cientific Affairs e o Council of Dental

Practice, é de que não existe determinação do limite máximo de exposição ao N2O.

4.1.3 Caso o responsável técnico pelo estabelecimento odontológico não seja

habilitado, garantir que a técnica de sedação consciente por óxido nitroso e oxigênio

seja realizada, obrigatoriamente, por profissional habilitado para o emprego da

mesma, que ficará responsável pelo processo de sedação em si, monitorando o

paciente e o sistema de administração de gases. Tal processo devera ser registrado

em documentos próprios, mantidos no prontuário do paciente para segurança civil

deste e do profissional. Devido a grande segurança que respalda a técnica, a

literatura mais recente não descarta a possibilidade do CD que seda o paciente, seja

o mesmo que realiza o procedimento odontológico. Os monitores que amparam a

administração da mistura são suficientes para alertar o CD e dar-lhe tempo de

interromper rapidamente o procedimento dentário e realizar as alterações de

titulação da mistura. Não consideramos que esta ou quaisquer interrupções sejam

de grande importância para sucesso de ambos os tratamentos. Lembramos que por

dentisteria, de endodontia ou cirúrgicos para complementar uma anestesia local, por

exemplo.

4.1.4 Informar ao paciente ou ao seu responsável as indicações e contra-indicações

inerentes ao processo. Para se explicar tais procedimentos, sugerimos um termo de

consentimento pós-informado o qual seja de redação simples e bem esclarecedora,

respeitando os princípios de Bioética. (Apêndice B).

4.1.5 Verificar e testar todos os equipamentos e acessórios antes de iniciar o

procedimento, assegurando o perfeito funcionamento. Todas as conseqüências

decorrentes da sedação consciente inalatória são de responsabilidade direta e

pessoal do profissional que a realizou.

4.1.6 Apresentar no estabelecimento odontológico, as estruturas, instalações e

equipamentos mínimos exigidos nesta norma técnica e nos demais instrumentos

legais aos mesmos aplicáveis, em perfeitas condições de uso.

4.1.7 Garantir por meio de contrato/convênio ou acordo formal por escrito, recursos

de retaguarda de serviços médicos de emergência, bem como transporte, para os

casos de intercorrências graves com pacientes. Caso haja impossibilidade deste

convenio, em caso de extrema gravidade, o paciente de ser medicado

emergencialmente e levado ao hospital da rede publica mais próximo do

estabelecimento. O paciente devera ser ventilado por meio de unidade móvel de

oxigênio, utilizando-se o ressucitador manual AMBU (Airway Mask Breathing Unit)

para forçar a ventilação;

4.1.8 Licenciar o estabelecimento odontológico junto à Vigilância Sanitária, com

com a legislação vigente para a obtenção de alvará. Que conste o serviço de

sedação. Porém, com a queda da resolução 126, os serviços de Vigilância Sanitária

não se apresentam ainda preparados para tal avaliação e cabe atualmente apenas

aos Conselhos de Classe e ao CFO licenciar os Cirurgiões Dentistas treinados em

cursos oficiais de habilitação;

4.1.9 Garantir a presença de outro membro do corpo clínico dentro da sala onde se

procede à sedação para estabelecer-se maior segurança quanto a duvidas

relacionadas ao estado de depressão do sistema nervoso central causado pelo gás.

A literatura mundial relata casos de extrema euforia ou distorção da realidade por

parte dos pacientes, podendo por em risco o relacionamento paciente / profissional.

Malamed (1995) cita que muitos pacientes de ambos os sexos podem sofrer

alucinações e entender que possam ter sofrido algum tipo de assedio e sugere que

alem da presença de uma outra pessoa na sala atendimento, não se deve

ultrapassar a dosagem de 50/50% da mistura.

4.1.10 O Responsável técnico tem que se manter alerta quanto ao uso recreacional

do Oxido nitroso por parte dos membros da equipe. O uso inapropriado e/ou auto-

administrado e perigoso. O uso deste gás com fins abusivos foi muito difundido há

muitos anos, porem nos dias de hoje e sabido que o N2O e uma droga e não apenas

4.2 Do funcionamento

4.2.1 O estabelecimento de assistência odontológica deve ser licenciado junto ao

órgão sanitário competente, na presença física de um Responsável Técnico

habilitado e capacitado para o uso da técnica com o devido registro no conselho

regional de Odontologia de Estado onde domiciliado o estabelecimento.

4.2.2 O curso de habilitação na técnica e oferecido por Instituições de ensino

superior ou entidades de classe da Odontologia com registro no Conselho Federal

de Odontologia. Tal curso tem a obrigatoriedade de uma carga horária de noventa e

seis horas aulas teóricas, praticas e demonstrativas. A carga horária proposta tem o

seguinte conteúdo programático(Apêndice B):

• Histórico da sedação consciente por oxido nitroso e oxigênio • O desenvolvimento da técnica de sedação.

• A evolução dos equipamentos; • Introdução à sedação:

• Conceitos e definições.

• Classificação dos métodos de sedação.

• Sinais objetivos e subjetivos da sedação consciente com a mistura de oxigênio e óxido nitroso;

• Emergências médicas na clínica odontológica e treinamento em suporte básico de vida (teórico-prático);

• Dor e ansiedade em Odontologia: • Conceitos de dor e ansiedade. • Fobias;

• História médica (anamnese).

• Exame físico (sinais vitais, inspeção visual, funções motoras). • Classificação do estado físico do paciente (ASA);

• Monitoramento durante a sedação:

• Monitoramento dos sinais vitais: pulso, pressão arterial, respiração. • Monitoramento, através de equipamentos (oximetria);

• Farmacologia do óxido nitroso:

• Preparação e propriedades químicas e físicas. • Solubilidade e potência.

• Ações farmacológicas no organismo. • Contra-indicações;

• A técnica de sedação consciente com a mistura de oxigênio e óxido nitroso: • Visita prévia e instruções.

• Preparação do equipamento. • Preparação do paciente.

• Administração dos gases e monitoramento. • Liberação do paciente;

• Equipamento de dispensação da mistura de oxigênio e óxido nitroso: • Tipos de máquinas de dispensação da mistura de oxigênio e óxido nitroso. • Componentes das máquinas de dispensação.

• Cilindros de armazenagem dos gases (cilindro de óxido nitroso e cilindro de oxigênio).

• Componentes para a dispensação (mangueira, tubos e conexões). • Máscaras e cânula nasal.

• Equipamentos para remoção ambiental do óxido nitroso (exaustão); • Segurança no manuseio do equipamento e dos gases;

• Vantagens e desvantagens da técnica; • Complicações da técnica;

• Abuso potencial, riscos ocupacionais e efeitos alucinatórios do óxido nitroso; • Adequação do ambiente de trabalho;

• Normas legais, bioética e recomendações relacionadas com o uso da técnica de sedação consciente com a mistura de oxigênio e óxido nitroso;

• Prontuário para o registro dos dados da técnica de sedação consciente com a mistura de oxigênio e óxido nitroso.

4.2.3 A técnica da sedação consciente inalatória pela mistura do óxido nitroso e

oxigênio não pode ser empregada em unidades móveis e/ou transportáveis e em

assistência domiciliar. Apesar de não oferecer riscos, a unidade de atendimento

deve estar munida de equipamento de emergência para atendimentos eventuais.

4.2.4 A aquisição dos gases empregados no processo deve ser realizada junto às

empresas licenciadas para esse fim e, em hipótese alguma, poderão ser transferidos

de um cilindro para outro. Este tipo de manobra pode expor as instalações,

pacientes e equipe a riscos desnecessários, uma vez que engarrafamento de gases

são manobras industriais de altíssima complexidade.

4.2.5 Os estabelecimentos em questão deverão possuir rotinas de procedimentos

adequados e atualizados, bem como a manutenção de prontuário especifico para

anotações referentes a sedação, disponíveis à consulta pelas autoridades sanitárias

e para segurança do próprio estabelecimento no quesito relacionado a

responsabilidade civil.

4.2.6 A utilização da sedação so deve ser administrada através de aparelhos que

realizem a mistura na hora do procedimento, não devendo ser utilizado misturas pré-

dosadas do gás. Tais equipamentos devem ter selo de aprovação pelos órgãos

No documento FRANCISCO ALICIO MENDES (páginas 79-86)

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