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DAS LEITURAS LITERÁRIAS A AÇÃO DA ESCRITA: PRÁTICAS LEITORAS

3 OS LUGARES DA LEITURA E ESCRITA NA BIBLIOTECA DA ESCOLA:

3.3 DAS LEITURAS LITERÁRIAS A AÇÃO DA ESCRITA: PRÁTICAS LEITORAS

Na pesquisa que foi realizada na escola IPEN- Instituto de Pedagogia Natural, através da ação desenvolvida na biblioteca por docentes na escola, foi aplicado um questionário com cinco perguntas no ambiente da sala de aula, cujo sujeito da pesquisa foram dezoito alunos, com faixa etária entre oito a dez anos. Por meio das respostas dos educandos, elaboramos gráficos que possibilitam verificar os meios de recepção das leituras dos alunos na escola. A figura 2 abaixo mostra que em relação à leitura, a maioria dos alunos pesquisados gostam de ler.

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Figura 2 – Percentual de leitores da escola que apresentam gosto pela leitura Fonte: Raissa Dantas de Sousa (2011).

A partir da figura 2, foi perceptível a unanimidade por parte dos alunos com relação à recepção da leitura, quando indagamos se gostavam de ler a resposta foi que todos afirmaram positivamente o gosto pela leitura. Notamos diferença na complementação da pergunta, pois quando indagamos sobre o porquê de gostarem de ler, entre as mais citadas no questionário, o gosto pela leitura, resultou do fato que aprendem mais.

No que se refere às preferências em termos de leitura, elaboramos alternativas de escolhas para os questionados. A partir das opções dos alunos, elaboramos o gráfico abaixo para melhor compreensão do leitor.

Figura 3 – Percentual de leitores da escola que apresentam gosto pela leitura Fonte: Raissa Dantas de Sousa (2011).

No que corresponde a 28%, a preferência dos alunos foi por livros infantis, seguido por histórias em quadrinhos com 21%, com a porcentagem de 12% estão o cordel e a poesia; 9% responderam que não têm preferência por leitura e que fazem a leitura de qualquer livro; 6% ficaram com as leituras de livros antigos e livros que falam a respeito de animais. Já a minoria, 3% dos questionados, responderam que têm preferência por almanaques e contos. Diante dos resultados obtidos, percebemos que os alunos questionados ainda têm maior preferência pelos livros infantis.

No que menciona a figura 4, com relação às dificuldades na leitura de um livro, é importante enfatizar que, não analisamos todos os questionários nas questões abertas, pelo fato de que a maioria dos alunos (as) não oferecerem respostas substanciosas para tal caráter e, por conseguinte, foram analisados apenas os questionários que podem representar o posicionamento do alunado.

Figura 4 – Dificuldades na leitura de um livro Fonte: Raissa Dantas de Sousa (2011).

No que diz respeito aos resultados obtidos, 88% dos alunos afirmam não encontrar nenhuma dificuldade ao realizar a leitura de um livro, tornando-se um dado “preocupante”, pois um leitor proficiente não deve atentar-se apenas em oralizar a escrita, mas, interpretá-la com base no seu entendimentos de mundo.

Em seguida, com 6%, ao questionados responderam que a sua maior dificuldade na leitura de um livro é quando se deparam com palavras com “K” e “Y”; 6% também responderam que têm dificuldades quando encontram texto com gírias. Dessa forma, compreendemos que não basta tão somente decodificar as palavras, mas é decisivo compreender e interpretar o que se lê.

[...] habilidades de interpretar e produzir diferentes tipos e gêneros de textos; habilidades de orientar-se pelos protocolos de leitura que marcam o texto ou de lançar mão desses protocolos, ao escrever: atitudes de inserção efetiva no mundo da escrita, tendo interesse e informações e conhecimentos, escrevendo ou lendo de forma diferenciada, segundo as circunstâncias, os objetivos, o interlocutor [...] (SOARES, 2001 apud MACIEL; LÚCIO, 2009, p. 15).

No que concerne à figura 5, indagamos aos questionados acerca de suas preferências nas leituras domésticas, elaboramos opções de escolhas para os

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alunos. Perante os resultados no gráfico abaixo, chegamos à seguinte concepção:

Figura 5 – Preferências de leitura em casa Fonte: Raissa Dantas de Sousa (2011).

No que se refere a 25%, a prioridade dos alunos foi por livros infantis, seguido por histórias em quadrinhos com 23%; 18% poesia; 13% optaram por cordel; 13% dizem que gostam de todas as opções citadas no questionário. Já a minoria, composta por 8% dos questionados preferem outros tipos de leitura, como por exemplo, leituras acerca de animais e leituras que contém suspense.

Posteriormente, questionamos os alunos se gostavam de ir à biblioteca da escola e o porquê. Partindo desse pressuposto, analisaremos um total de cinco alunos, que nos forneceram respostas “suficientes”, para nos determos em tal análise. Ao indagarmos o (a) aluno (a) K.S (2011) quanto ao seu gosto pela biblioteca, nos respondeu da seguinte forma: “Sim, porque tem muitos livros legais e quando vamos parece que estamos em um mundo mágico.”

Figura 6 – Momento da literatura infantil Fonte: IPEN (2011).

Percebemos através da resposta de K.S (2011) que quando esta vai à biblioteca, nela são despertados os sonhos e o imaginário. Percebe-se ainda, que ela associa a biblioteca como “um mundo mágico” e realmente na biblioteca há inúmeros livros em que poderemos mergulhar na leitura e nos sentirmos parte da história, muitas vezes, acontecidos em um mundo mágico.

Eles alimentam a imaginação e estimulam as fantasias, pois nem todos os nossos desejos podem ser satisfeitos através da realidade. Daí a importância da fantasia como recurso adaptativo. Na seleção de histórias para serem oferecidas na hora do conto, é importante incluir contos de fadas. (SILVEIRA, 1996, p. 12).

Ao perguntarmos a V.A (2011), se este (a) gosta de ir à biblioteca, nos deparamos com a seguinte resposta: “Sim, para conhecer outros livros que não conheço.” Ao analisarmos a resposta de V.A (2011), entendemos que o espaço da biblioteca para este (a) aluno é local de acesso para conhecer livros que até então é desconhecido para ele. Tornando assim, a biblioteca um local de contato com uma diversidade de textos a que o mesmo não tem acesso em demais localidades do seu cotidiano. Dessa forma, a biblioteca incentiva o aluno, a partir da sua ampla variedade de livros, jornais, revistas, a um aprendizado estendido fora da sala de aula.

É através de uma história que se pode descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outras regras, outra ética, outra ótica [...] É ficar sabendo história, filosofia, direito, política, sociologia, antropologia, etc. sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula. (ABRAMOVICH, 1997, p. 17).

Na leitura de uma história, tem-se a oportunidade de conhecer locais, pessoas, modos de se vestir, muitas vezes fora da realidade do leitor. Além disso, através da leitura podemos ter acesso a informações que servirão para o nosso cotidiano. Na imagem abaixo, podemos observar os alunos na biblioteca da escola, com diferentes tipos de livros, ressaltando aquilo que já foi dito acima, que os alunos podem adquirir conhecimentos, sem precisamente estarem em sala de aula.

Outro aluno, A.J (2011), quando questionado sobre gostar de ir à biblioteca, nos respondeu assim: “Sim, porque lá eu posso ler o livro que eu gosto.”

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Percebemos que A.J (2011) vê o ambiente da biblioteca como um local de livre escolha para fazer leituras de livros os quais se tem mais afinidade, apreço. Muitas vezes, podendo sentir a biblioteca como um lugar de liberdade, pois dentro da sala de aula, algumas vezes o aluno se sente coagido, tendo de ler o que não lhe interessa, submetendo-se a avaliação, e sendo punido se não cumprir as regras definidas. A respeito disso, tem-se que:

A falta de hábito de alguns professores em utilizar livros como recurso de ensino-aprendizagem demonstrou que a metodologia por eles utilizada, sem a orientação do grupo, poderá provocar nos seus alunos uma certa rejeição pela leitura com lazer. (FREITAS et al., 1986, p. 35).

Figura 7 – Várias formas de leitura Fonte: IPEN (2011).

É indispensável, que o professor, ao planejar a sua aula, possa incluir a biblioteca como forma de estratégia de ensino, sabendo que e é uma das forças educativas mais poderosas de que dispõem estudantes, professores e pesquisadores.

Figura 8 – Momento da leitura com a professora Fonte: IPEN (2011).

P.R.L.S (2011), quando questionado a respeito se gosta de ir ao espaço da biblioteca, nos apresentou a seguinte resposta: “Sim, porque é bom ler, e me incentiva a ler mais”. Entendemos que P.R.L.S percebe a importância da biblioteca, estabilizando que este espaço o (a) incentiva a ler mais, por sua variedade de livros com suas mais diferentes histórias, fazendo-o ter vontade de voltar à biblioteca para fazer outras leituras.

Figura 9 – Momento na biblioteca da escola Fonte: IPEN (2011).

Um outro aluno L.D.S (2011) ao ser questionado se gosta de ir à biblioteca da escola e o porquê, nos responde da seguinte maneira: “Sim, porque posso aprender outras histórias.” Em boa parte das crianças existe o desejo de descobrir o que há nos livros, e isso ocorre na biblioteca da escola, pois é lá que a criança conhecerá outras histórias, respostas para indagações pessoais, ampliará seus conhecimentos; formará sua própria opinião, garantindo seu espaço na sociedade.

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A leitura não só desperta na criança o gosto pelos bons livros e pelo hábito de ler como, também, contribui para despertar a valorização exata das coisas, desenvolver suas potencialidades, estimular sua curiosidade, inquietar-se por tudo que é novo, ampliar seus horizontes e progredir. (SILVEIRA, 1996, p.12).

Figura 10 – O prazer da leitura Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Dessa forma, a partir de pequenas inserções cotidianas, com a contribuição da biblioteca da escola, torna-se possível desenvolver nas crianças, o prazer de ler e o de encontrar universos diversos, fascinantes e complexos em cada página que se folheia de um livro.

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