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DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

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CAPÍTULO III DO MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO AMBIENTAL

DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Art.302. Entende-se por Unidade de Conservação o espaço territorial e seus recursos ambientais com

características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

Art.303. A criação de Unidades de Conservação se dará por ato do Poder Público e deve ser precedida de

estudos técnicos e de consulta pública, conforme disposto pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

Parágrafo Único -O ato de criação da Unidade de Conservação indicará o bem objeto de proteção, fixará sua

delimitação, estabelecerá sua classificação e as limitações de uso e ocupação e disporá sobre a sua gestão.

Art.304. As Unidades de Conservação dividem-se em dois grupos:

I - Unidades de Proteção Integral, que têm como objetivo básico a preservação da natureza, sendo admitido

apenas o uso indireto dos seus recursos naturais;

II - Unidades de Uso Sustentável, que têm como objetivo básico compatibilizar a conservação da natureza com o

uso sustentável de parcela de seus recursos naturais

Art.305. As Unidades de Proteção Integral são compostas pelas seguintes categorias: I -Parque Natural

Municipal – área de domínio público, destinada à visitação pública e ao lazer em contato com a natureza, com objetivo de preservar ecossistemas naturais de relevância ecológica e beleza cênica;

II -Monumento Natural – área de domínio público ou particular, destinada à preservação de sítios naturais raros,

singulares ou de grande beleza cênica;

III -Reserva Biológica – área de domínio público, destinada à preservação integral da biota, sendo a visitação

admitida apenas com fins educativos ou científicos, mediante autorização do órgão responsável;

IV -Estação Ecológica – área de domínio público, que tem como objetivo a preservação da natureza e a

realização de pesquisas científicas, vedada a visitação pública, exceto com fins educacionais.

Parágrafo Único - Os parques públicos que não apresentem relevância ecológica não estarão incluídos na

categoria referida no inciso I e passarão a ser classificados como Parques Urbanos.

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I -Área de Relevante Interesse Ecológico – ARIE, área em geral de pequena extensão, de domínio público ou

privado, com pouca ou nenhuma ocupação humana, que tem como objetivo manter ecossistemas naturais e regular o uso admissível dessas áreas;

II - Área de Proteção Ambiental – APA, área em geral extensa, de domínio publico ou privado, com um certo

grau de ocupação humana, dotada de características ecológicas e paisagísticas importantes para a qualidade de vida, que tem como objetivos proteger a diversidade biológica e disciplinar o processo de ocupação da área;

III - Reserva de Desenvolvimento Sustentável – área natural, de domínio público ou privado, que abriga

populações tradicionalmente estabelecidas na área, destinada a preservar a natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condições e os meios necessários para a reprodução dessas populações;

IV -Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN é uma área privada, gravada com perpetuidade, com

objetivo de conservar a diversidade biológica.

Art.307. As Unidades de Conservação de qualquer categoria não poderão integrar Áreas de Especial Interesse

Social, excetuadas as Áreas de Proteção Ambiental.

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Anexo G: Apêndice a viagem a Campos entre 1827 a 1828 por Antônio Muniz de Souza

A lagoa de cima, que melhor se chamaria lagoa formosa, como se expressou o falecido bispo quando pela primeira vez a vio, está situada ao lado Oeste, e na distancia de duas léguas e meia com pouca diferença, da Vila de são Salvador dos Campos: He este, sem duvida, hum dos lugares mais aprasiveis dos seus arredores: collocada entre collinas, coberta com uma grama sempre verde qualquer uma de suas margens oferece ao spectador attento hum lindo, e pitoresco quadro: de huma configuração ovóide, e seu maior diâmetro: He de Norte a Sul e tem mais de légua; o transverso terá meio legoa em alguns pontos: suas margens e eleitos são arenosos, suas agoas cristalinas e puras não oferecem em sua superfície e mais pequena planta aquática; o rio chamando Imbé as fornece, desaguando ao lado Oeste; o rio Ururahy as recebe por huma outra embocadura, a que chaman de barra collocada á Leste, e próxima á extremidade Norte; e as deposita por uma progressão mui lenta, na lagôa Feia, separada daquela por hum intervallo de cinco legoas. A profundesa de suas agoas não he regular; há lugares baixos, e outros superiores a 20 palmos, principalmente nas ocasiões de enchentes; a mais pequena variação agita de tal sorte suas ondas que he mui prigoso navegar se por elas com pequenas canoas. He mui abundante de excellente peixe, como robalos, piaus, piabanhas, jundiaes, acarás, trahiras, curumatans, sahirus, etc.

Poucas braças distante de suas margens existe como fica dito, huma serie de collinas, de longe em longe interronpidas por vagens; e tanto humas como outras occupadas por lindas situações, e fabricas de assucar. Em huma circunferência de cinco legoas contão-se onze Engenhos. O solo em fertil he provido de terra vegetal; tudo produz como magnificencia! canna de assucar milho feijão arroz, mandioca, café exellente; com tudo há veias de terra em que a argilla branca predomina; n’estas partes a vegetação he muio acanhada. Em alguns pontos de suas praias encontrão-se pedras que abundam em ferro; argilla, ou ocre de um lindo amarello. Hum quarto de legoa com pouca differença, e ao lado do Leste existe o soberbo Itaóca, como para commandar as outras collinas subalternas.

Contraste maravilhoso! Se de hum lado se vê huam rocha Arida, semeada de troncos annosos, e de algumas palmeiras, em cujo cimo só se escuta o ruído produzido pelso ventos, e o grito das aves da noite; de outro lado e mesmo ás suas fraldas, se vê uma terra fecunda pagar com excesso o trabalho do homem; collinas, e campos cobertos por animaes domésticos, e lindas aves, que com seos variados cantos desafião as mais doces emoções! Parece que a natureza formou este local para azylo da meditação, e do repouso!

Tenho observado que o thermometro marca nestes sítios maior gráu de calor, phenomeno que attribuo ao calorico do sol, refletido do Itaóca, fazendo deste modo os effeitos de um espelho cytorio.

Pássaros matisados de lindas cores feichao este encantador quadro: tocanos, aracaris, diversas espécies de sabiás, melros, sahis de inúmeras variedades, gaturamos, juós, jacutingas são constantes habitadores de suas florestas: outras há de arribação, como papagaios, periquitos, encontros, etc. há fertilidade de caça, como veado, cutia, capivara, anta, etc.

A maior parte dos habitantes dos seos arredores, bem que sem educação moral, são dóceis, afáveis, observadores das leis da hospitalidade, qualidades que em geral distinguem os Campistas, activos, laboriosos; dão-se aos praseres da dança, a que chamam fado. Nelles sobre sahe o espeito de independencia, sem duvida devido á facilidade com que cada um pode adquirir meios de subsistir, sem que seja necessário mendigar favores por adulações: e ainda seria mais notável, se hum melhor systema de estradas condidasse o agricultor a semear mais, do que he necessário para o seo, e sustento de sua família.

Antônio Muniz de Souza (apêndice a viagem a Campos entre 1827 a 1828 paginas 106-107 Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. 1945 nº72

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Anexo H: Registros fotográficos realizados no decorrer do trabalho de campo.

Figura 18 – Placas afixadas pela SMMA de Campos com o intuito de promover a Educação

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Figura 19 – Vista aérea da Lagoa de Cima; no primeiro plano observa-se o Rio Ururaí, logo em

seguida vê-se o espelho d’água e ao fundo a Serra do Imbé.

Fonte: Foto Art, 2006

Figura 20 – Vista aérea da Foz dos Rios Urubu (à esquerda) e Imbé (à direita) principais

formadores do espelho d’água da Lagoa de Cima, no ano de 1937.

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Figura 21 – Paisagem Lagoa de Cima - São Benedito.

Fonte: COSTA, 2008

Figura 22 – Paisagem Lagoa de Cima - Santa Rita.

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Figura 23 – Faixa de areia em São Benedito

Fonte: COSTA, 2008

Figura 24 – Comércio na ponta da palha - São Bendito

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Figura 25 – Acampamento de visitantes durante as ferias de verão - São Benedito

Fonte: COSTA, 2008

Figura 26 – Vista da ocupação urbana da na Ponta da Palha – São Benedito.

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Figura 27 – Um dos muitos bares/residências localizados no entorno da lagoa - Santa Rita

Fonte: COSTA, 2008

Figura 28 – Faixas e anúncios ao longo da estrada da Tapera fazem propaganda dos bares à margem

da lagoa.

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Figura 29 – Dona de casa lavando utensílios domésticos diretamente nas águas da lagoa de Cima -

São Benedito.

Fonte: COSTA, 2008

Figura 30 – Roupas estendida na faixa de areia e secando graças ao "vento sul" - São Bendito.

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