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Decomposição da Matéria Seca e Liberação de N dos Resíduos da Crotalária

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3.6 CONCLUSÕES

4.4.7 Decomposição da Matéria Seca e Liberação de N dos Resíduos da Crotalária

conforme descrito por Zotarelli (2000). A coleta dos resíduos da crotalária foi amostrada aos 39 e 80 dias após o plantio do milho. Em cada unidade experimental coletaram-se de 3 pontos, ao acaso, o total de material vegetal existente em 0,04 m2, totalizando 0,12 m2 por unidade experimental. Os resíduos foram separados em caules e folhas, limpos, pesados e secos em estufa de secagem a 65°C até peso constante que em seguida, foram pesadas, avaliadas a biomassa seca aérea e, finalmente, moídas em moinho tipo Wiley, com abertura de 20 mesh. Depois foram levadas ao laboratório para determinação do teor de N no caule e nas folhas (Alves et al., 1994).

A uniformidade dos resíduos na superfície do solo nas unidades experimentais não foi mantida ao longo do tempo devido, principalmente, ao manejo da cultura do milho. Assim, a matéria seca dos resíduos da crotalária coletados aos 39 dias, variou muito em função do local amostrado, chegando a produzir resultados de total de resíduos superiores à quantidade adicionada para a mesma unidade de área. Diante dessa incoerência dos dados, optou-se por realizar uma estimativa da taxa de decomposição dos resíduos da crotalária a partir da relação caule/folha aos 39 dias da aplicação. Para isso, considerou-se que a decomposição do caule foi desprezível nos primeiros 39 dias, e a variação da relação de matéria seca caule/folha foi

36 ocasionada pela decomposição da folha. Assim, a quantidade de folhas na coleta aos 39 dias foi calculada conforme equação abaixo:

MSfolha39Dias é a quantidade de matéria seca de folha da crotalária (kg ha-1) onde, remanescente nas unidades experimentais aos 39 dias da aplicação do adubo verde; Mscauleadicionada é a quantidade de matéria seca (kg ha-1) adicionada em forma de caule no dia da aplicação do adubo verde; MScaule39dias é a quantidade de matéria seca (kg ha-1) do caule, encontrada aos 39 dias da aplicação do adubo verde.

A matéria seca total (MStotal) aos 39 dias foi calculada conforme equação abaixo: cionada

Mscauleadi dias

MSfolha

MStotal = 39 +

Para descrever a liberação de N, aplicou-se um modelo matemático exponencial descrito por Thomas e Asakawa (1993) citado por Resende (2000), conforme equação abaixo:

) ( Kt PoEXP

P=

Onde, P é fração do resíduo inicial existente no tempo t, e Po e K são, respectivamente, a proporção do resíduo potencialmente decomponível e a constante de decomposição do resíduo. Para variável N, o K foi calculado a partir da derivação da equação anterior que resultou na seguinte formula:

39 ) ( ) (Ninicial Ln Nfinal Ln K = −

Onde, Ninicial é a quantidade de N adicionada em forma de crotalária e Nfinal é quantidade de N encontrado nos resíduos da crotalária aos 39 dias da aplicação.

4.4.8 Cultivo do Milho

O experimento foi montado utilizando o delineamento experimental em blocos ao acaso com quatro repetições. As parcelas apresentaram área de 25 m2 (5m x 5m). O milho recebeu nove tratamentos (T) de adubação: 1) - testemunha sem aplicação de N; 2) - 38 kg ha-

1 de N fertilizante (sulfato de amônio); 3) - 75 kg ha-1

de N fertilizante; 4) - 113 kg ha-1 de N fertilizante; 5) - 150 kg ha-1 de N fertilizante; 6) - 75 kg ha-1 de Nna forma de biomassa aérea de crotalária com 2,86% de N (PA); 7) - 150 kg ha-1 de N(PA); 8) - 225 kg ha-1 de N(PA); 9 - 300 kg ha-1 de N (PA). Dessa forma, obtiveram-se um total de 36 parcelas (9T x 4REP). Os tratamentos 6, 7, 8 e 9 receberam 3,24, 6,47, 9,7 e 12,94 Mg ha-1 de massa seca, representando em massa verde 11; 22; 33 e 44 Mg ha-1 respectivamente.

O adubo verde foi cortado aos 14 dias de março de 2006, 5 cm abaixo da última folha com a intenção de minimizar a relação caule/folha que se encontrava em torno de 5,0 devido a um intenso veranico que ocorreu neste período. Em seguida a matéria verde da crotalária, foi transportada e distribuída de forma homogênea na superfície das parcelas referentes aos tratamentos com adubo verde.

O milho utilizado no experimento foi o híbrido duplo precoce BR 206 (EMBRAPA), foi semeado manualmente após preparo da terra com aração, gradagem e sulcamento em sistema convencional de preparo do solo (PC). A semeadura consistiu três dias após o corte da leguminosa em 17 de março de 2006, em sulcos espaçados de 1 m, empregando-se 10 sementes/m linear, sendo desbastado para 6 plantas/m linear aos 22 dias após a emergência, obtendo-se uma população de 60.000 plantas ha-1.

dias MSfolha dias MScaule cionada MScauleadi Dias MSfolha 39 39 1 * 39 =

37 Todos os tratamentos receberam na linha de semeadura por ocasião do plantio, o equivalente a 50 kg de FTE BR12 (9% Zn, 1,8% B, 0,8% Cu, 2% Mn, 3,5% Fe e 0,1% Mo) como fonte de micronutrientes, 80 kg ha-1 de K2O e 100 kg ha-1 de P2O5, na forma de cloreto

de potássio e superfosfato simples, respectivamente e de acordo com as recomendações técnicas para a cultura do milho e baseado nos resultados de análise química do solo. O N- fertilizante foi aplicado superficial, a lanço, na forma de sulfato de amônio, no plantio e em cobertura. O parcelamento do milho encontra-se na Tabela 10.

Tabela 10. Doses de nitrogênio na forma de sulfato de amônio e de parte aérea de crotalária aplicadas na cultura do milho

Parcelamento Tratamentos kg ha-1 de N

Sulfato de amônio

Plantio 0 38 38 38 38

cobertura 0 0 37 75 112

Parte aérea crotalária

Plantio 0 75 150 225 300

Durante o período experimental foram efetuadas capinas manuais e não foi necessário o controle químico de pragas. As plantas foram irrigadas duas vezes por semana aplicando-se uma lâmina de água de 20 mm em cada irrigação.

4.4.9 Produção de Biomassa Aérea Seca Total e N-total Acumulado no Milho no Estádio de Grão Leitoso

Para determinar o acúmulo de N e produção de matéria seca na parte aérea do milho, coletaram-se aleatoriamente na fase de grão leitoso, período onde está iniciando a transformação dos açúcares em amido, 10 plantas de milho na área útil de cada parcela. As plantas foram cortadas rente ao solo divididas em colmo e espigas com a palha, que em seguida foram moídas em um triturador de forragem. Retirou-se uma sub-amostra do colmo e da espiga, que foi pesada e colocada em estufa de secagem a 65°C até estabilização de seus pesos. Após esta etapa, as amostras do milho foram, pesadas, moídas em moinho tipo Wiley (peneira de 2 mm) e encaminhadas para determinar os teores de N-total (Alves et al., 1994) e matéria seca.

4.4.10 Análises Estatísticas

Os tratamentos avaliados constaram de doses de N adubo verde na forma de crotalária, doses de N-adubo mineral na forma de sulfato de amônio. Foi realizada a análise de variância, por meio do programa estatístico SISVAR, da Universidade Federal de Lavras. Para as variáveis matéria seca (Mg ha-1) e N-total acumulado no milho na fase de grão leitoso, foi aplicada análise de regressão para verificação do melhor modelo que se ajustava aos dados, a 5% de probabilidade.

Para as análises do N-liberado pela crotalária aos 80 DAP do milho foi aplicada uma regressão sem repetição, através do programa estatístico SAS e para testar a igualdade entre os coeficientes angulares foi testada através do teste t Student.

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4.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

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