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Decomposição dos indicadores de CT&I e a relação com outros indicadores

CAPÍTULO 5: INDICADOR COMPOSTO ESTADUAL DE INOVAÇÃO:

5.3 Decomposição dos indicadores de CT&I e a relação com outros indicadores

Depois de definida e testada a metodologia de construção do ICEI, é possível explorá- la sobre aspectos distintos, por exemplo, analisando as UF por grupos de desempenho (líderes, seguidoras, moderadas e modestas) e aplicando cálculos sobre as dimensões e os pilares. Esses aspectos podem, ainda, ser combinados, gerando novas análises.

A partir da reunião das UF por grupo de desempenho, foi possível aplicar a atribuição de peso igual e agregação aditiva, resultando em médias de desempenho nos indicadores de CT&I pertencentes a cada dimensão, conforme demonstrado no Gráfico 5.3. Percebe-se que

as UF dos grupos líderes e seguidores apresentaram bom desempenho em todas as dimensões, se destacando em Recursos Humanos em C&T, Dispêndio empresarial nas atividades inovativas, Ativos de Propriedade Industrial, Inovadores, Ocupações em CT&I e Exportações Intensivas em Tecnologia e Conhecimento, nas quais obtiveram valores médios entre 0,5 e 0,9. Já as UF do grupo moderados apresentaram índices entre 0,1 e 0,4, se destacando na dimensão Dispêndio empresarial em que obteve obteve valores próximos aos dos grupos líderes e seguidores. Já aquelas do grupo inovadores modestos obtiveram desempenho aquém, apresentando valores entre 0,03 e 0,27.

Outra forma de decomposição é analisar cada UF e calcular suas médias dentre os indicadores de CT&I pertencentes a cada pilar. Comparada à primeira análise, nesse caso passou do grupo de desempenho para a forma mais desagregada da UF, por outro lado reuniu mais os indicadores de CT&I, indo da dimensão para o pilar.

Os Gráficos 5.4 a 5.7 demonstram os resultados obtidos ao se aplicar a metodologia do indicador composto no conjunto de indicadores de CT&I pertencente a cada um dos pilares. Para distinguir do valor do ICEI, os indicadores compostos por pilar são denominados,

respectivamente, de Indicador Composto Estadual de Inovação Pilar Condições Estruturais (ICEI-PCE), Indicador Composto Estadual de Inovação Pilar Dispêndios em CT&I (ICEI- DCTI), Indicador Composto Estadual de Inovação Pilar Atividades Inovativas (ICEI-PAI) e Indicador Composto Estadual de Inovação Pilar Impactos (ICEI-PI).

A partir desses resultados, as UF foram ordenadas em ordem decrescente e, para inserir concomitantemente a análise dos grupos, apresentadas nas respectivas cores definidas para os líderes, seguidores, moderados e modestos. Assim, é possível comparar com os resultados disponilizados no Quadro 5.1 e identificar como estavam categorizadas nos grupos de desempenho definidos pelo ICEI.

No grupo dos líderes, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná estiveram bem colocados em quase todos os pilares, confirmando por que de suas posições de destaque no ICEI. A exceção ocorreu apenas com o Rio Grande do Sul no pilar Dispêndios em CT&I no qual esteve nas últimas colocações

Nos seguidores, quase todas as UF apresentaram posições boas ou medianas em todos os pilares e, por isso, se aproximam da posição no ICEI. Mas algumas se sobressaíram, Santa Catarina se destacou em Dispêndios em CT&I e Atividades Inovativas e o Rio de Janeiro em Condições estruturais. Por outro Santa Catarina ficou com baixo desempenho em Impactos, se posicionando aquém da sua colocação no ICEI. Já Amazonas apresentou resultados extremados, ficando em primeiro lugar em Impactos, mas em décimo terceiro lugar em Condições Estruturais.

No grupo dos inovadores moderados as classificações se mostraram distintas nos pilares, quando comparada com aquelas obtidas no ICEI. Por exemplo, Bahia obteve melhor desempenho em Dispêndio em CT&I, mas ficou aquém em Condições Estruturais. Pernambuco se destacou em Impactos. Por outro lado, Ceará ficou pior colocado em Condições Estruturais e Impactos e Goiás também revelou baixa colocação nesse pilar.

No grupo dos inovadores modestos quase todas as UF demonstraram colocações nos pilares semelhantes ao ICEI. As colocações relativamente diferentes se mostraram no pilar Dispêndio em CT&I, no qual Demais Nordeste e Pará melhoraram suas posições e no pilar Impactos, com Demais Nordeste e Demais Norte melhorando de posições.

Pelas análises previamente realizadas, percebe-se a utilidade da metodologia do ICEI na extração de um conjunto de informações específicas do SRI das UF que, no conjunto, permitem avaliar suas forças e fragilidades. Outras análises serão desenvolvidas no próximo capítulo, com o intuito de investigar mais detidamente essas informações.

Dando continuidade aos passos recomendados pela OECD (2008), o passo nove sugere relacionar o ICEI como outros indicadores. Para aplicar esse passo, optou-se por correlacionar os valores obtidos no ICEI com o PIB per capita e com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), auferindo valores de 0,7 em cada correlação. Os Gráficos 5.8 e 5.9 retratam os diagramas de dispersão para cada uma dessas correlações, associando cada UF e apontando pelas cores os grupos de desempenho nos quais foram categorizadas.

Pelo Gráfico 5.8 percebe-se que as UF melhor classificadas no ICEI também tendem a apresentar maior PIB per capita. Analisando as UF pertencentes ao grupo dos inovadores líderes e seguidoras, representados, respectivamente, nas cores amarelo e verde, com exceção de Amazonas e Minas Gerais, as UF obtiveram PIB per capita maior que a média Brasil. Já nos outros grupos, moderados em azul e modestos em vermelho, há poucas UF com PIB per capita acima do Brasil, sendo elas Mato grosso do Sul, Espírito Santo e Mato Grosso.

Essas constatações se assemelham na análise feita para o Gráfico 5.9, em que ICEI mais elevados se associam a maiores IDH. No grupo dos líderes e seguidores, apenas Amazonas não possui IDH acima do Brasil. Já no grupo dos moderados e modestos também há poucas UF com IDH igual ou acima do Brasil, sendo elas Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Diante da coerência nessas correlações, é possível ratificar a robustez da metodologia do ICEI, que além de estatísticamente consistente, revelou aderência com outras metodologias reconhecidas pela literatura.

Por fim, o passo dez propõe apresentar os resultados obtidos pela metodologia do ICEI de forma clara e precisa. Esses esforços foram aplicados ao longo desse capítulo, conforme se verifica pelos diferentes tipos de gráficos gerados, na forma de barra, radar e de dispersão, para apresentar o ICEI, seus resultados mais discriminados, além da correlação com o PIB per capita e IDH.

CAPÍTULO 6: A ANÁLISE DO DESEMPENHO DO SISTEMA ESTADUAL DE