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O Governo da Republica Portuguesa faz saber que, em nome da Republica, se decreta, para valer como lei, o seguinte:

Artigo 1.º É declarada proscrita para sempre a família de Bragança, que constitui a dinastia deposta pela Revolução de 5 de Outubro de 1910.

Art.º 2.º Ficam incluídos expressamente na proscrição os ascendentes, descendentes e colaterais até o quarto grau do ex-chefe do Estado.

Art.º 3.º É expressamente mantida a proscrição do ramo da mesma família banido pelo regime constitucional representativo. (ramo miguelista, do qual Duarte Pio é o actual representante)

Art.º 4.º No caso de contravenção do artigo 1.º, incorrerão os membros da família proscrita na pena de expulsão do território da República e, na hipótese da reincidência, serão detidos e relegados nos tribunais ordinários.

Art.º 5.º O Governo da República regulará oportunamente a situação material da família exilada, respeitando os seus direitos legítimos.

Assim devido a esta medida legislativa SAR. D. Maria Pia fica impossibilitada de entrar em Portugal legalmente até 1950, data da revogação da lei. Mas depois disso tudo fizeram para manter o afastamento da princesa, uma vez que a revogação da lei teve como objectivo permitir a entrada em Portugal do ramo banido e sem quaisquer direitos, o ramo miguelista de que Duarte Pio é o actual representante.

Isto porque a base de apoio monárquica do regime, estava em homens que provinham de famílias miguelistas que se integraram facilmente no espírito do Salazarismo e do Fascismo.

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Um Rei, um Povo! A vontade de vencer! 124 “Quanto aos monárquicos constitucionais que nunca aprovaram Duarte Nuno, esses foram desaparecendo com os anos, depois da morte de D. Manuel II, em ritmo acelerado…outros ficariam melancolicamente «monárquicos sem rei» ”

Mas a verdade não era essa. A verdade é que D. Carlos tinha deixado uma filha viva, a quem providencialmente havia reconhecido e feito Infanta da Casa de Bragança, no entanto esta filha era uma jovem quando Salazar subiu ao poder com o apoio dos monárquicos absolutistas, seria impossível ter a consciência da sua missão, até que a idade e a maturidade a despertaram

Um Rei, um Povo! A vontade de vencer! 125 principalmente depois de ter vindo a Portugal e ter visto a miséria a fome e a tuberculose.

Mário Soares pág. 276

“Escorraçada por Salazar, combatida asperamente pelos monárquicos do regime” sic.

Não é difícil compreender como se fez o branqueamento da verdade histórico legal, os 38 anos que durou a longa noite do Fascismo, permitiram criar uma falsa ideia de que Duarte Nuno e seu filho Duarte Pio eram os únicos e legítimos descendentes do último rei de Portugal. D. Manuel II. Nada mais falso, nada mais hipócrita!

D. Maria Pia obteve no dia seguinte ao seu nascimento o principal reconhecimento que uma criança pode ter, ser reconhecida pelos seus pais, neste caso pelo seu pai, SM. El Rei D. Carlos I, reconhecimento esse que como já vimos foi testemunhado por pessoas muito importantes.

Curiosamente incomodado com esta situação Duarte Nuno, pai de Duarte Pio, intenta um processo em 1972 no Tribunal da Rota Roma, com o objectivo que fosse retirado do certificado de baptismo de SAR. D. Maria Pia o nome do Pai SM. D. Carlos I.

A este acto próprio de uma mente maquiavélica a Igreja reage com determinação, fazendo uma investigação e produzindo várias sentenças, a primeira declarando que Duarte Nuno não tinha direito a propor aquele tipo de acção nem que tenha provado a sua qualidade de pretendente legítimo:

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Um Rei, um Povo! A vontade de vencer! 128 Mas o tribunal diz mais:

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Um Rei, um Povo! A vontade de vencer! 130 A sentença da Rota Roma declara também o seguinte:

Este facto é muito importante pois que a monarquia portuguesa é católica apostólica romana e isto quer dizer que cabe ao Papa a ultima palavra na entronização dos reis.

Duarte Pio tem 10 anos para apresentar recurso da sentença, uma vez que se substitui ao seu pai, morto em 1976 mas nada faz.

Se este processo foi desencadeado por Duarte Nuno tendo já o filho Duarte Pio 27 anos, acompanhado naturalmente toda a situação, se Duarte Nuno e Duarte Pio reconheceram à Rota Roma legitimidade para julgar este caso, então obviamente tem de reconhecer como legitimas as sentenças deste mesmo Tribunal que declaram finalmente em 1992 a validade do certificado de baptismo de D. Maria Pia com todo o seu conteúdo.

Esta validação coloca agora sem qualquer margem de dúvida SAR. D. Maria Pia, na chefia da Casa Real de Bragança, como a legitima duquesa de Bragança. A filha do rei que foi julgada e aprovada pela Igreja como sendo verdade e válidos os dizeres do seu certificado de baptismo:

“Eu, El Rei, faço saber aos que a presente carta virem, atendendo as circunstâncias e qualidades da muito nobre senhora Dona Maria Amélia de Laredó, e querendo dar-lhe um testemunho autêntico da minha real consideração, reconheço por muito minha amada filha a criança a quem dera a luz a mencionada Senhora na freguesia do Sagrado Coração de Jesus em Lisboa a treze de Março de mil novecentos e sete. Sendo bem-visto, considerado e examinado por mim, tudo o que fica acima inserido e peço às autoridades eclesiásticas ponham-lhe as águas baptismais e os nomes de Maria e Pia, a fim de poder chamar-se com o meu nome, e gozar de ora em diante deste nome com as honras, prerrogativas, proeminências, obrigações e vantagens dos infantes da Casa de Bragança de Portugal.

Em testemunho e firmeza do sobredito fica a presente carta por mim assinada. Com o selo grande das minhas armas. Dada no Paço das Necessidades a catorze de Março de mil novecentos e sete. Carlos primeiro, El Rei.”

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O último parágrafo da sentença é terminal:

“ O Acto de baptismo de Dona Maria Pia Saxe Coburgo e Bragança da paróquia Madrilena de Nª Sª do Carmelo é válido em todo o seu vigor, consistente e permanente”

E desta forma fica finalmente demonstrada a verdade!

Triste é que D. Maria Pia tinha então 85 anos, sofridos para ver reconhecido pelo mundo, aquilo que seu pai fez horas depois do seu nascimento, a sua paternidade e filiação como princesa Real da Casa de Bragança. Os culpados de toda esta situação são sem dúvida alguma os Usurpadores Duarte Nuno e Duarte Pio, que quer através de acções directas, quer através dos seus partidários enfronhados no regime fascista ao longo de décadas habilmente diligenciaram como Mário Soares testemunha. Para manterem escorraçada a verdadeira Duquesa de Bragança e dessa forma ocultarem a verdade a que o povo português tem direito!

Dessa forma ambos vêem enganando o povo há décadas e dai colhendo inúmeros benefícios, sociais, financeiros e pessoais, quer das pessoas que incautas os consideram e tratam como representantes dos reis de Portugal, como até dos sucessivos governos republicanos que os tem suportado.

Da história pessoal e da personalidade de D. Maria Pia, resta dizer que era uma mulher fora do seu tempo, determinada, apaixonada, impulsiva, falava várias línguas e tinha uma formação cultural acima da média.

Traída pelos sucessivos governos, políticos e familiares, abdica em 1987 por cooptação na pessoa de SAR. D. Rosário Poidimani que passa a ser então o seu sucessor na chefia da casa real.

Tudo isto e o fundamento legal desta abdicação se encontram detalhados mais para a frente neste livro.

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