• Nenhum resultado encontrado

Quando os quatro jovens hebreus estavam sendo educados para a corte do rei de Babilônia não julgaram que a bênção do Senhor fosse um substituto para o árduo esforço que deles era requerido. Foram diligentes no estudo; pois discerniram que, mediante a graça de Deus, seu destino dependia da própria vontade e atuação. Deviam utilizar toda a habilidade no que viessem a realizar; e mediante o esmerado e rigoroso esforço de suas faculdades, deviam aproveitar o melhor possível as oportunidades de estudo e trabalho.

Cooperação com Deus

Enquanto esses jovens estavam atuando em favor da própria salvação, neles efetuava Deus o querer e o realizar segundo a Sua boa vontade. Aí estão as condições para o sucesso. Para nos apro- priarmos da graça de Deus, devemos fazer a nossa parte. O Senhor não Se propõe a realizar por nós o querer ou o efetuar. Sua graça é concedida para operar em nós o querer e o realizar, mas nunca em substituição de nosso esforço. Nosso interesse tem de ser despertado para cooperar. O Espírito Santo trabalha em nós, para que possamos participar de nossa salvação. Eis a lição prática que o Espírito Santo Se deseja nos ensinar. “Pois Deus está sempre agindo em vocês para que obedeçam à vontade dEle, tanto no pensamento como nas ações.” Filipenses 2:13.

O Senhor cooperará com todos quantos se esforçarem diligente- mente para serem fiéis em Seu serviço, assim como cooperou com

Daniel e seus três companheiros. Finas qualidades mentais e um [148]

elevado padrão de caráter moral não são conseqüências do acaso. Deus dá oportunidades; o sucesso depende de como as aproveita- mos. As portas abertas pela Providência devem ser logo percebidas e diligentemente aproveitadas. Muitos poderiam se tornar homens poderosos se, como Daniel, confiassem em Deus quanto à graça

138 Mensagens aos Jovens

para ser vitoriosos, e aplicassem a força e eficiência para realizar seu trabalho.

Serviço feito de todo o coração

Dirijo-me a vocês, rapazes: Sejam fiéis. Coloquem o coração no seu trabalho. Não imitem a ninguém que seja preguiçoso e se dedica pouco ao que faz. As ações, muitas vezes repetidas, formam hábitos, e os hábitos formam o caráter. Executem com paciência os pequeninos deveres da vida. Enquanto menosprezarem o valor da fidelidade nos pequenos deveres, a edificação do caráter não será satisfatória. Aos olhos da Onipotência, todo dever é importante. O Senhor disse: “Quem é fiel nas coisas pequenas também será nas grandes.” Lucas 16:10. Não há, na vida de um verdadeiro cristão, coisas não essenciais.

Muitos que se dizem cristãos trabalham em oposição aos propó- sitos de Deus. Muitos estão esperando que alguma grande obra lhes seja apresentada. Perdem diariamente oportunidades de mostrar sua fidelidade para com Deus; deixam cada dia de realizar de coração os pequeninos deveres da vida, que se lhes parecem desinteressan- tes. Enquanto esperam alguma grande obra em que exerçam seus talentos, supostamente grandes, satisfazendo assim seus ambiciosos anelos, a vida passa.

Queridos amigos jovens, façam o trabalho que lhes estiver mais à mão. Prestem atenção a qualquer humilde ramo de esforço ao seu

[149]

alcance. Coloquem a mente e o coração ao realizar esse trabalho. Forcem os pensamentos a uma inteligente ação nas coisas que podem realizar em casa. Assim estarão se preparando para maior utilidade. Lembrem-se de que está escrito acerca do rei Ezequias: “Tudo o que fez... deu certo porque ele procurou sempre seguir com todo o coração a vontade de Deus.”2 Crônicas 31:21.

O valor da concentração

A capacidade de fixar os pensamentos na obra que deve ser rea- lizada é uma grande bênção. Os jovens tementes a Deus devem se esforçar por realizar seus deveres com total consideração, mantendo os pensamentos na direção devida, e fazendo o melhor possível. De-

Dedicação total 139

vem reconhecer seus deveres presentes, cumprindo-os sem permitir que os pensamentos divaguem. Essa espécie de disciplina mental será útil e benéfica no decorrer de toda a vida. Os que aprendem a pôr o pensamento em tudo quanto empreendem, por pequena que a obra possa parecer, serão úteis no mundo.

Queridos jovens, sejam fervorosos, sejam perseverantes. “Este- jam prontos para agir”.1 Pedro 1:13. Coloquem-se como Daniel, o fiel hebreu, que propôs em seu coração ser fiel a Deus. Não decepci- onem seus pais e amigos. E Outro há que deve ser lembrado. Não decepcionem Aquele que os amou tanto que deu Sua vida, a fim de lhes tornar possível ser colaboradores de Deus.

O mais elevado motivo

O desejo de honrar a Deus deve constituir para nós o mais po- deroso de todos os motivos. Ele nos deve impelir a fazer todo es- forço para aproveitar os privilégios e as oportunidades que nos são

proporcionados a fim de compreendermos a maneira de empregar [150]

sabiamente os bens do Senhor. Deve levar-nos a manter o cérebro, os ossos, os músculos e nervos no mais saudável estado, para que nossas forças físicas e clareza mental nos tornem mordomos fiéis. Caso você permita, o interesse egoísta irá atrapalhar o desenvolvi- mento mental e endurecer o coração; e se lhe for permitido exercer domínio, irá destruir a força moral. Sobrevém assim a decepção. ... O verdadeiro êxito é concedido aos homens e às mulheres pelo Deus que fez Daniel ser bem-sucedido. Aquele que lia o coração de Daniel contemplava com prazer a pureza de motivos de Seu servo, sua determinação de honrar ao Senhor. Os que, em sua vida, cumprem o desígnio de Deus, devem exercer penosos esforços, aplicando-se cuidadosa e diligentemente à execução de qualquer coisa que Ele lhes dê a fazer. —The Youth’s Instructor, 20 de Agosto de 1903.

Permanente alegria

E por todo o íngreme trilho que conduz à vida eterna encontram- se nascentes de alegria para refrigerar o cansado. Os que andam pelo caminho da sabedoria são, mesmo quando atribulados, eminen-

140 Mensagens aos Jovens

temente alegres; pois Aquele a quem amam caminha, invisível, ao seu lado. A cada passo ascendente, percebem, mais distintamente, o contato de Sua mão; a cada passo, mais raios de glória vindos do Invisível incidem sobre seu caminho; e seus hinos de louvor, alcan- çando sempre mais elevada nota, sobem para unir-se aos cânticos dos anjos perante o trono. —O Maior Discurso de Cristo, 140.