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PVHA / TB Outubro 2007 /

6.8 Definição de termos e variáveis de estudo

6.8.1 Definição de termos

6.8.1.1 Caso de tuberculose

Diagnóstico confirmado por baciloscopia ou cultura ou para aquele indivíduo em que o médico assistente, com base nos dados clínico-epidemiológicos e no resultado de exames complementares, firma o diagnóstico de tuberculose.

6.8.1.2 Soropositividade para o HIV

Indivíduo que apresentou sorologia positiva para o HIV, por meio de técnicas de ELISA, imunofluorescência, Western-blot ou teste rápido, conforme fluxograma definido pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2008).

6.8.2 Definição e categorização das variáveis

Para responder ao objetivo geral deste estudo, o evento de interesse foi a hepatotoxicidade, adotando-se a definição do Ministério da Saúde para casos induzidos por drogas antituberculosas, ou seja, a elevação das aminotransferases três vezes o valor encontrado antes do início do tratamento com sintomas de hepatite associados. Foram considerados sintomas de hepatite a ocorrência de icterícia, náusea, vômito, dispepsia e astenia (BRASIL, 2011).

Os fatores estudados potencialmente associados ao desfecho hepatotoxicidade foram: variáveis biológicas e de hábitos de vida — sexo, faixa etária, cor da pele, índice de massa corporal (IMC), este último obtido pela divisão do peso em quilogramas pela altura ao quadrado em metros, categorizado como desnutrido (IMC < 18,5 Kg/m²), eutrófico (18,5 ≥ IMC ≤ 24,9 Kg/m²) e sobrepesado/obeso (IMC ≥ 25,0 Kg/m²), etilismo e uso de drogas ilícitas.

Para classificar os padrões de consumo de álcool, perguntaram-se a frequência e o consumo de doses de bebidas alcoólicas nos últimos 3 meses. A frequência foi codificada em categorias, variando de nunca (para os abstêmios) até todos os dias, que, combinado ao número de doses, classificou o indivíduo em: abstêmio (nunca bebeu ou bebe menos de oito doses ao ano); bebedor leve (bebe com frequência mensal ou até um a dois dias na semana, sem exceder 10 doses); bebedor pesado (bebe com frequência diária ou de 3 a 4

dias na semana, excedendo 5 doses diárias) e dependente alcoólico (quem está em tratamento). Para efeito de análise de regressão, a variável etilismo foi agregada em dois níveis: sim (bebedor leve, bebedor pesado e dependente do álcool) e não (abstêmios).

O consumo de drogas ilícitas foi categorizado como: uso atual — indivíduos que afirmaram ter usado maconha, cocaína, “crack” e/ou cola no último ano — usou no passado — indivíduos que relataram o uso dessas drogas ao longo da vida — e nunca usou — indivíduos que nunca experimentaram maconha, cocaína, “crack” e/ou cola.

Variáveis clínicas e laboratoriais: Esquema TB, Uso de TARV, Combinação de classes de TARV, Fenótipo Gene NAT2, Sorologias Anti-HBc (anticorpo total contra o antígeno do núcleo do vírus da hepatite B) e Anti-HCV (anticorpo total contra o antígeno do vírus da hepatite C) e contagem de células CD4.

O esquema terapêutico utilizado para tratar a tuberculose, definido de acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, foi categorizado como Esquema RIP (constituído por três drogas: rifampicina, isoniazida e pirazinamida), Esquema RIPE (constituído por quatro drogas: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol) e outros esquemas utilizados.

A utilização de drogas antirretrovirais na ocasião do início do tratamento para tuberculose foi confirmada por registros de prontuários e categorizada como: não fez uso da terapia, iniciou antes do tratamento TB e iniciou nos dois primeiros meses de tratamento TB. A combinação de classes TARV também foi investigada e categorizada como: não fez uso de TARV, esquema antirretroviral contendo dois inibidores da transcriptase reversa análogo de nucleotídeo (ITRN) em combinação com um inibidor da transcriptase reversa não análogo de nucleotídeo (ITRNN), esquema antirretroviral contendo dois ITRN e um inibidor da protease com ritonavir (IP/r) e a utilização de outros esquemas antirretrovirais.

A utilização de drogas (sufadiazina, azitromicina, sulfametoxazol+trimetoprima, anfotericina B, ganciclovir e fluconazol) para o tratamento de outras doenças oportunistas durante os primeiros 60 dias de tratamento para tuberculose também foi investigada e categorizada como: sim, indivíduos que fizeram uso da droga; e não, os indivíduos que não fizeram uso da droga.

As sorologias para Anti-HBc e Anti-HCV foram categorizadas como reagente e não reagente. Para a contagem de células CD4, foi considerada a contagem de células CD4 até

seis meses antes do início do tratamento para tuberculose e categorizada como níveis < 200 cél./mm³ e ≥ 200 cél./mm³.

Entre os 7 SNPs (Single nucleotide polymorphism) (G191A, C282T, T341C, C481T, G590A, A803G e G857A) do gene NAT2 comumente encontrados na população humana, foram analisados, para efeito de classificação fenotípica, quatro SNPs que resultam na substituição do aminoácido e na consequente diminuição da capacidade de acetilação. Indivíduos que apresentaram pelo menos dois alelos variantes em qualquer um dos SNPs nas posições 191, 341, 590 e 857 foram classificados como acetiladores lentos (SABBAGH; DARLU, 2005). O fenótipo gene NAT2 foi categorizado em acetilador lento e acetilador rápido.

Para responder ao objetivo do segundo artigo desta tese, o evento de interesse foi o resultado da pesquisa dos marcadores sorológicos dos vírus das hepatites B e C.

Os fatores analisados, potencialmente associados ao desfecho positividade do marcador do HBV e do HCV, foram: variáveis biológicas, sócio-demográficas e de hábitos de vida: sexo, faixa etária, cor da pele, categorizada como branca e não branca, índice de massa corporal (IMC), renda, categorizada como < 1 salário-mínimo e ≥ 1 salário- mínimo, com quem reside, categorizado como sozinho e com a família e/ou companheiro(a), etilismo e uso de drogas ilícitas.

No terceiro artigo, a presença do alelo variante nos 7 SNPs do gene NAT2 foi o evento de interesse. Para efeito de análise, a identificação de pelo menos 1 alelo variante no genótipo constituiu o grupo exposto. Todo genótipo homozigoto ancestral constituiu o grupo não exposto.

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