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Conforme cremos ter deixado claro na Introdução, a presente investigação centra-se sobretudo no estudo das Inquirições de 1258. Por outras palavras, os Inquéritos régios ordenados pelo monarca D. Afonso III são a “espinha dorsal” do presente trabalho. Com efeito, desde o início que imaginamos um segundo capítulo dedicado à análise desta fonte, que funcionasse metaforicamente como uma ponte entre o Espaço e a Nobreza que se movia dentro dele.

Comecemos então pela pergunta mais básica: o que são as Inquirições? Para responder, incapazes de qualquer originalidade para definir uma fonte tão bem aproveitada (sem, no entanto, estar perto de se esgotar), servimo-nos das palavras de Luís Krus, um dos seus maiores estudiosos82:

“Inquéritos realizados por ordem régia em diversas regiões do Reino, mais ou menos localizadas (inquirições gerais ou particulares), com a finalidade de inventariar os bens detidos pela coroa (propriedades, terras, rendas padroados e direitos), ao mesmo tempo que procurava averiguar hipotéticas usurpações contra eles cometidas, aquilatando o correcto fundamento das honras e coutos nelas existentes. Utilizadas sobretudo pelos monarcas dos séculos XIII e XIV, funcionam como sucessivas tentativas para o estabelecimento de um cadastro da propriedade régia e privilegiada, desenvolvendo-se em conjunturas politicas caracterizadas por um desejo de afirmação do rei em face da crescente subida dos poderes regionais senhoriais, sendo por isso especialmente confinadas às áreas em que estes se mostram mais implantados e agressivos”83

82 Luís Krus era um profundo conhecedor desta fonte, o que justificou em grande medida o congresso

internacional de homenagem a este historiador, que se realizou em 2007, intitulado «Inquirir na Idade

Média: espaços, protagonistas e poderes (sécs. XII-XIV). Tributo a Luís Krus». Muito recentemente, em

2015, foi editada uma obra com o mesmo título, que reúne uma parte considerável dos trabalhos apresentados nesse colóquio, entre outros (ANDRADE, Amélia Aguiar; FONTES, João Luís Inglês (ed.) -

Inquirir na Idade Média: espaços, protagonistas e poderes: séculos XII-XIV: tributo a Luís Krus. Lisboa:

Universidade Nova de Lisboa. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Instituto de Estudos Medievais, 2015. ISBN 978-989-98749-7-8). Não deixa de ser muito interessante verificar dois aspetos nesta obra, a nosso ver, dignos de nota. Primeiro, que este autor marcou profundamente a historiografia dos Inquéritos Régios, sendo consensual os avanços consideráveis (dir-se-ia mesmo “os passos de gigante”) na sua compreensão enquanto acontecimento e fenómeno social, comprovados pelo seu artigo de folgo, ainda hoje incontornável, intitulado “Escrita e Poder: as Inquirições de 1258” (KRUS, Luís - Escrita e poder: As Inquirições de D. Afonso III. In KRUS, Luís – A Construção do Passado Medieval. Textos inéditos e

publicados. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Instituto de

Estudos Medievais, 2011. ISBN 978-989-97066-2-0. p. 41-58). E segundo, a quantidade de medievalistas de renome, especializados nas mais diversas áreas, que não só reconhecem o valor inestimável das inquirições para a historiografia, como se servem delas nos seus próprios estudos sobre os mais diferentes temas.

83 KRUS, Luís – Inquirições. In PEREIRA, José Costa - Dicionário Ilustrado da História de Portugal.

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Tendo em conta a definição apresentada, fica bem patente a amplitude e potencial da fonte em análise, que suscita um conjunto de abordagens muito diversificado84. Aliás,

Sottomayor-Pizarro vai mais longe e destaca as inquirições no seu conjunto tanto pela sua singularidade, “verdadeiramente excecional, dentro das fontes disponíveis para o estudo da História Medieval portuguesa”85, como pela sua precocidade no quadro geral europeu86. Todavia, o seu valor excecional não constitui de todo uma novidade, nem sequer uma realização recente, dado que os estudos em torno desta fonte remontam aos finais do século XVI87, passando por João Pedro Ribeiro88 e Alexandre Herculano89 já em pleno século XIX, e prolongando-se até aos dias de hoje. Não vale a pena, no entanto,

84 Apesar do vasto leque de temas que esta fonte permite abordar, desde a evolução das estruturas

administrativas até ensaios que versavam a toponímia medieval, é importante destacar uma certa primazia dada às inquirições no que toca a estudos sobre nobreza, potencial este devidamente valorizado num artigo de Mattoso, Krus e Bettencourt em 1982 (MATTOSO, José; KRUS, Luís; BETTENCOURT, Olga - As Inquirições de 1258 como fonte da história da nobreza - o julgado de Aguiar de Sousa. In Revista de

História Económica e Social. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora. nº 9 (1982). p. 17–74) e mais

recentemente num outro artigo que retomava esse mesmo tema, de Sottomayor-Pizarro (SOTTOMAYOR- PIZARRO, José Augusto - As inquirições medievais portuguesas (séculos XIII-XIV): fonte para o estudo da nobreza e memória arqueológica - breves apontamentos. In Revista da Faculdade de Letras: Ciências e

Técnicas do Património. Porto: Universidade do Porto. Faculdade de Letras. Departamento de Ciências e

Técnicas do Património. ISSN 1645-4936. nº 12 (2013). p. 275-292). Esta consciência viria a manifestar- se num conjunto de estudos incidentes no mesmo tema, mas aproveitado num âmbito eminentemente mais regional, que permitia e permite análises comparativas de grande detalhe.

85 SOTTOMAYOR-PIZARRO, José Augusto - As inquirições medievais portuguesas (séculos XIII-XIV):

fonte para o estudo da nobreza e memória arqueológica - breves apontamentos. In Revista da Faculdade de

Letras: Ciências e Técnicas do Património. Porto: Universidade do Porto. Faculdade de Letras.

Departamento de Ciências e Técnicas do Património. ISSN 1645-4936. nº 12 (2013). p. 276. (Doravante indicaremos esta obra como: SOTTOMAYOR-PIZARRO, José Augusto - As inquirições medievais portuguesas (…), p.).

86 Não podemos deixar de referir aqui fontes como o “Domesday book”, de Inglaterra, ou os “enquêteurs

royaux” franceses, que embora possuam contornos vincadamente diferentes, estão naturalmente sujeitas ao

estabelecimento de alguns paralelismos com as Inquirições Gerais portuguesas.

87 Falamos naturalmente da Monarquia Lusitana dos Brandões (BRANDÃO, Frei António - Monarquia

Lusitana. Parte Quarta. 3ª ed. (Introdução de A. Silva Rego). Lisboa: IN-CM, 1974. / BRANDÃO, Frei

Francisco - Monarquia Lusitana. Parte Quinta, 3ª ed. (Introdução de A. Silva Rego). Lisboa: IN-CM, 1976. / BRANDÃO, Frei Francisco - Monarquia Lusitana. Parte Sexta, 3ª ed. (Introdução de A. Silva Rego). Lisboa: IN-CM, 1980).

88 João Pedro Ribeiro, “o qual, nos primórdios do século XIX, tinha fixado criticamente o corpus

documental das inquirições e estabelecido as primeiras reflexões paleográficas e diplomáticas sobre a transmissão dessa documentação” (ANDRADE, Amélia Aguiar - Luís Krus e as Inquirições Régias Medievais: percurso através de uma reflexão inovadora. In ANDRADE, Amélia Aguiar; FONTES, João Luís Inglês - Inquirir na Idade Média: espaços, protagonistas e poderes: séculos XII-XIV: tributo a Luís

Krus. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Instituto de

Estudos Medievais, 2015. ISBN 978-989-98749-7-8. p. 15). A este propósito veja-se então RIBEIRO, João Pedro (dir.) - Memórias para o Estudo das Inquirições dos Primeiros Reinados de Portugal. Colligidos

pelos discípulos da Aula de Diplomática no anno de 1814 para 1815 [...] dir. dos lentes proprietário e substituto da mesma Aula. Lisboa: Impressão Régia, 1815.

89 Atentemos no papel de Herculano para a promoção das Inquirições régias. Apesar da sua edição, póstuma

a este historiador, ter sido um processo moroso, e aparentemente penoso pela concomitante alteração do editor responsável, foi ele mesmo que a idealizou (SOTTOMAYOR-PIZARRO, José Augusto - As inquirições medievais portuguesas (…), p. 277).

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perder muito tempo no elencar da vastidão de obras e autores que se debruçaram sobre esta fonte, em virtude de alguns estudos recentes que já o fizeram exaustivamente90.

Por esta razão, e pela plena consciência da relevância das inquirições no âmbito da historiografia portuguesa, passamos de imediato à sua própria história, para apenas depois avançar para a história que ela nos conta. Apesar do nosso estudo se focar nas

Inquirições de 1258, é importante perceber que os inquéritos desse ano não devem ser

observados de forma isolada, e inserem-se num conjunto mais alargado de iniciativas régias com os mesmos contornos, tanto anteriores como posteriores. Quer isto dizer, que os inquéritos de meados da centúria de duzentos foram precedidos pelos de 1220, ordenados por D. Afonso II, e caracterizados por uma amplitude geográfica mais restrita, circunscrevendo-se maioritariamente ao arcebispado de Braga, em virtude dos conflitos que o monarca mantinha com o arcebispo D. Estevão Soares91. Por outro lado, não sendo uma diligência inovadora por parte da Coroa, também não seria a última, repetindo-se continuadamente por seis vezes até finais do século XIV: 1284,1288 (complementadas pelas sentenças de 129092), 1301, 1303-1304 e 1307-1311 durante o reinado dionisino; e 1343, promovidas por D. Afonso IV. A prática das Inquirições Gerais, e em particular durante os reinados de D. Afonso II até D. Dinis, foi por isso um instrumento eficaz de centralização administrativa, aplicado desde os primórdios desse processo, e simultaneamente um sintoma da forte oposição entre os sucessivos monarcas e outras forças políticas, bem como uma tentativa de travar o “alastramento abusivo da jurisdição senhorial sobre terras do rei”93. Entre umas e outras existem algumas diferenças

significativas, quer na extensão geográfica, como na forma de atuação e organização no

90 A este propósito vejam-se as extensas listas em SISTELO, Vasco – A Nobreza e o Processo de

Senhorialização no Vale do Neiva (…), p. 16-18 e SOTTOMAYOR-PIZARRO, José Augusto - As

inquirições medievais portuguesas (…), p. 278.

91 MARQUES, A. H. de Oliveira – Inquirições. In SERRÃO, Joel (dir.) – Dicionário de História de

Portugal. Porto: Figueirinhas, 1999 – 2000. Vol. III. p. 329.

92 Este inovador acrescento demonstra sobretudo a utilidade e a vertente prática das inquirições, cujos

registos, para grande ameaça dos grupos senhoriais, serviram não só para esgrimir argumentos, mas também para justificar a aplicação de certas sanções. O processo de inquérito por si só poderia na realidade ser dotado de um poder intimidatório, mas era sobretudo, como o próprio nome indica, um procedimento de averiguação. Posteriormente, durante os Inquéritos de 1343, esta natureza prática ficaria novamente demonstrada, mas de outra forma completamente diferente, já que um dos inquiridores de D. Afonso IV se fez acompanhar pelas Inquirições de 1258, com praticamente um século de antiguidade, possivelmente como instrumento de consulta (COELHO, Maria Helena da Cruz – O Poder e a Sociedade ao Tempo de D. Afonso IV. In Revista de História. Porto: Instituto Nacional de Investigação Científica, Centro de História da Universidade do Porto. ISSN 0870-4511. Vol. VIII (1988). p. 41.).

93 MATTOSO, José -Identificação de um País «Oposição-Composição»: Ensaio sobre as Origens de

Portugal (1096-1325). Lisboa: Círculo de Leitores – Temas e Debates, 2015. ISBN 978-989-64435-8-0. p.

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processo de inquirição. Mas no mais importante revelaram um fio condutor comum, pois todas elas foram um passo essencial à demonstração de força da Coroa, e acima de tudo na alteração paradigmática do “modus operandi” medieval, no qual a lex scripta impunha- se cada vez mais perante o direito consuetudinário94.

Mas foquemos então aquelas que mais nos interessam. As Inquirições Gerais de

1258, também conhecidas por Inquéritos Régios de D. Afonso III, integraram claramente,

tal como acabamos de referir, um processo alargado de centralização (iniciada de forma rudimentar pelo seu pai), e cuja praxis política estava assente na concentração dos poderes na Coroa e no fortalecimento da imagem do rei.

Surgiram sobretudo como uma reação agressiva ao clima caótico e de instabilidade política dentro do reino, decorrente do conflito que opusera o rei D. Sancho II ao seu irmão D. Afonso III. Com a morte do primeiro no ano de 1248, em Toledo, finda a crise política decorrente das lutas pelo trono, mas não sem antes deixar as suas marcas. D. Sancho II, imbuído de um espírito verdadeiramente liberal, talvez ingénuo ou pouco astuto politicamente, em relação às outras forças política, deixou-se guiar por uma passividade de tais dimensões, que ameaçou a alienação de património e rendas da Coroa, vitais à sustentação de um ideal de monarquia forte e estável.

O Bolonhês rapidamente se apercebeu que, durante o reinado do seu irmão, na ausência de um quadro organizacional que permitisse a fiscalização e tributação regular do património da Coroa, teriam sido oportunas e frequentes a usurpação de rendas e territórios por parte do sector nobre e eclesiástico. Retenha-se, no entanto, que é preciso estudar esta fonte, sempre à luz de resquícios da mentalidade de uma nobreza antiga, cujo entendimento da extensão do seu poder e autoridade ultrapassava largamente o conceito de uma nova nobreza que se estabelecia no reino.

D. Afonso III, que sobe ao trono pela morte do irmão sem descendentes, percebe a necessidade de averiguar por todo o seu reino o património detido pelo Coroa. Nesse sentido, no ano de 1258 ordenou as inquirições. Por estes inquéritos pretendia averiguar, sem deixar margem para dúvidas, a dimensão das terras regalengas e foreiras, os direitos de padroado, os coutos, as honras, as herdades dos cavaleiros e das Ordens religiosas, e

94 VENTURA, Leontina – Afonso III e o Desenvolvimento da Autoridade Régia. In SERRÃO, Joel e

MARQUES, A. H. Oliveira (dir.) - Nova História de Portugal: Portugal em Definição de Fronteiras. Do

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todos os tributos que lhe eram devidos. Em suma, o grande objetivo destas inquirições era “a elaboração de um cadastro da propriedade régia”95.

Terminadas as Inquirições de 1258, inovadoras pela complexidade e alcance, D. Afonso III passaria a dispor de todos os elementos necessários “para saber de que forma conduzir uma reforma nos planos da administração, justiça, e legislação”96.

Para isso, o monarca ordenou cinco comissões de inquérito, a que chamou de alçadas, que percorrerem entre a Primavera e o Inverno daquele ano as regiões de Entre- Douro-e-Minho, Trás-os-Montes, e parte das Beiras97. A cada uma delas, constituídas por um conjunto eclético de indivíduos composto de eclesiásticos, cavaleiros, juízes e cidadãos, escolhidos pelo próprio monarca (perfazendo um corpo total de 23 inquiridores98 ao serviço do rei, dos quais 6 desempenhavam as funções de escrivão) correspondia um espaço geográfico bem definido. Ao Entre-Douro-e-Minho, destinou três comissões (entre Cávado e Minho, entre Cávado e Ave, entre Douro e Ave)99. Não podemos justificar o elevado número de comissões neste espaço, apenas pela extensão territorial ou pela maior densidade populacional. Temos também que contemplá-lo à luz da existência de uma nobreza tradicional, ligada à própria fundação do reino e cujos membros estariam certamente poucos dispostos a imposições e interferências régias. Esta nobreza mais antiga, como chama a atenção Luís Krus, desprezava os inquiridores não vendo entre si e o Rei “necessidade de intermediários”100. O rei ordenou ainda uma

comissão para inquirir a região de Trás-os-Montes (Entre-Douro-e-Tâmega, Terras de

95 SISTELO, Vasco – A Nobreza e o Processo de Senhorialização no Vale do Neiva (…), p. 8-9. 96 SISTELO, Vasco – A Nobreza e o Processo de Senhorialização no Vale do Neiva (…), p. 11.

97 KRUS, Luís - Escrita e poder: As Inquirições de D. Afonso III. In KRUS, Luís – A Construção do

Passado Medieval. Textos inéditos e publicados. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa. Faculdade de

Ciências Sociais e Humanas. Instituto de Estudos Medievais, 2011. ISBN 978-989-97066-2-0. p. 42. (Doravante indicaremos a obra como: KRUS, Luís - Escrita e poder: As Inquirições de D. Afonso III (…), p.).

98 A 1ª alçada era constituída por cinco indivíduos: o Prior do Mosteiro da Costa; o Prior do Mosteiro de S.

Torcato; Afonso Gonçalves de Maçada, cavaleiro; Pedro Fernandes, copeiro; e Paio Martins, escrivão (PMH-Inq. 74a). A 2ª alçada era constituída por quatro indivíduos: Godinho Godins, cidadão de Coimbra; João Martins, prior do Mosteiro de Pedroso; Tomás Fernandes de Cabanões; e Vicente Peres, escrivão (PMH-Inq. 457a). A 3ª alçada era constituída por quatro indivíduos: Simão Peres de Espinho; Pedro Martins, de Porta de Guarda; Pedro Arteiro, juiz de Bouças; e Fernão Soares, outrora juiz de Vouga e escrivão (PMH-Inq. 753a). A 4ª alçada era constituída por 6 indivíduos: João Estevão, cavaleiro de Santarém; Pedro Martins; Abril Anes; Paio Soares; João Domingues e Estevão Soares, escrivães. Por fim, a 5ª alçada era constituída por 4 indivíduos: João Martins, prior da Igreja de S. Bartolomeu de Coimbra; Domingos Peres do Átrio, cidadão de Coimbra; Martim Mendes, cónego da Igreja de S. Vicente de Fora; e Paio Martins, escrivão (PMH-Inq. 1409a).

99 MATTOSO, José – O Triunfo da Monarquia Portuguesa: 1258-1264. Ensaio de História Política. In

Revista de Análise Social. ISSN 977-000- 325-733. Vol. XXXV, nº157 (2001), p. 907.

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Barroso, e Chaves); e outra para a região das Beiras, ou seja, aquela que, em última análise, nos interessa.

Mas, antes de prosseguir, sublinhe-se que na sua grande maioria as Inquirições de

1258 estão redigidos em latim mas, pela natureza prática da própria documentação,

surgem com fortes interferências do galego-português. Neste âmbito, note-se ainda que apenas uma parte da 4ª alçada passou à língua vernacular, tradução esta datável do reinado de D. Afonso IV101.

Vejamos então o que há a dizer sobre a comissão responsável pelas Beiras, designada por 3ª alçada, e os principais problemas que dela nos surgiram, bem como as suas principais características.

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