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3.3 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

3.5.2 Definição Operacional das Categorias de Análise

Para cada categoria selecionada é apresentada a seguir uma síntese a definição operacional, listando as respectivas subcategorias e fatores de análise empregados na apreciação dos resultados.

3.5.2.1 Administração Pública Gerencial

Subcategorias e fatores de análise: i) ênfase na eficiência administrativa; ii) foco nas dimensões econômico-financeira e institucional-administrativa; iii) organização administrativa apresentando separação entre as atividades exclusivas e não-exclusivas do Estado nos três níveis governamentais; iv) centralização do processo decisório; v) abordagem gerencialista (PAULA, 2005b).

3.5.2.2 Administração Pública Societal

Subcategorias e fatores de análise: i) Ênfase na participação social; ii) Dimensão sociopolítica; iii) iniciativas locais de organização e de gestão pública; iii) Participativo no nível das instituições, e promoção de canais que viabilizem a participação popular; iv) Gestão social, focalizada nas demandas do público-alvo, incluindo questões dialógicas, participativas e culturais (PAULA, 2005a).

3.5.2.3 Racionalidade Instrumental

Subcategorias e fatores de análise: i) Quanto aos valores e objetivos: a utilidade, fins e rentabilidade; ii) Quanto à dimensão simbólica: êxito nos resultados, utilidade e desempenho. (SERVA 1997).

3.5.2.4 Racionalidade Substantiva

Subcategorias e fatores de análise: i) Quanto aos valores e objetivos: autorrealização, valores emancipatórios, julgamento ético; ii) Quanto à dimensão simbólica: autorrealização e valores emancipatórios. (SERVA 1997).

3.5.2.5 Educação Profissional e Tecnológica (EPT)

Subcategorias e fatores de análise, definidas a partir das proposições de Freire (1979), Maturana; Rezpeka (2003); Frigotto (2007); Kuenzer; Grabowski (2006):

1. Educação Técnico-Profissional: i) formação humana com foco na formação técnico-profissional; ii) capacitação restrita ao domínio do fazer; iii) capacitação estreita e precarizada para atender conhecimentos limitadas aos aos interesses da produção;

2. Educação Politécnica ou Tecnológica: i) foco na formação humana, tendo o Discente como o sujeito de sua própria educação; ii) educação centrada em conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades para lidar com a imprevisibilidade e gerir processos produtivos; iii) capacitação atendendo, ao mesmo tempo, a formação humana, às demandas da produção e da transformação social; iv) processos educativos na perspectiva da autonomia crítica, ética e estética.

3.5.2.6 Conhecimento Regulação e Conhecimento Emancipação Subcategorias e fatores de análise, atendendo às formulações de Santos (2000); Pereira e Carvalho (2008), distinguindo as características das duas modalidades de conhecimento:

1) Conhecimento Regulação: i) racionalização da vida coletiva baseada apenas na ciência e no direito estatal; ii) injunção do princípio da regulação de Mercado sobre o Estado e a Comunidade; iii) imposição da racionalidade cognitivo- instrumental sobre as outras formas de racionalidade; iv)

sobreposição do conhecimento regulação (ordem) sobre o conhecimento emancipação (autonomia e solidariedade); 2) Conhecimento Emancipação: i) predomínio de três formas de

racionalidade: a estético-expressiva, a cognitivo-instrumental e a racionalidade prático-moral do direito; ii) A comunidade como o espaço-tempo menos susceptível à regulação instrumental e promotor das categorias emancipatórias: a solidariedade, a participação, o prazer, a autoria e a artefactualidade discursiva; iii) Agenciamento de ―conhecimento prudente para uma vida decente‖, por meios democráticos, gerando conhecimento local emancipatório.

3.5.2.7 Capital Humano e Capacidades Humanas

Subcategorias e fatores de análise, levando em conta: i) as definições de Sen (2000, p. 334), apresentando duas abordagens sobre crescimento econômico: ―capital humano‖ versus ―capacidade humana‖; ii) a perspectiva ampla das capacidades humanas como relevante na análise social e para as disciplinas que tratem dos seres humanos, sendo uma alternativa no campo da educação (FLORES-CRESPO, 2002). Assim, os fatores de análise foram:

1. Enfoque do Capital Humano: i) Inclusão parcial e redutora do ser humano, como recurso para a produção; ii) Busca do crescimento econômico; iii) Reconhecimento do papel das qualidades humanas na promoção e sustentação do crescimento econômico; iv) Atuação dos seres humanos para aumentar as possibilidades de produção; v) as qualidades humanas podem ser empregadas como ‗capital‘ na produção econômica (do modo como se emprega o capital físico) (SEN, 2000, p. 331-336);

2. Enfoque da Capacidade Humana: i) Abordagem adicional e inclusiva, que considera ser humano de perspectiva ampla; ii) Valorização da expansão da liberdade humana; iii) Além da produção econômica, inclui as capacidades na geração da mudança política e social; iv) Concentra-se no potencial - a liberdade substantiva - das pessoas para levar a vida que elas têm razão para valorizar e para melhorar as escolhas reais que elas possuem; v) além de considerar a contribuição das capacidades humanas para a mudança social e produção

econômica, preconiza a razão direta, ou seja, sua relevância direta para o bem-estar e a liberdade das pessoas (SEN, 2000, p. 331-336).

3.5.2.8 Aprendizagem Significativa, Aprendizagem de Ordem Inferior e a Aprendizagem de Ordem Superior

As subcategorias e fatores de análise foram observadas na apreciação dos resultados, considerando os fundamentos, autores e subcategorias listadas a seguir.

1) A Aprendizagem Significativa: i) os conteúdos precisam fazer sentido para o aprendiz, considerando o aluno como pessoa integrante de um contexto sociocultural (LIBANEO, 2000); ii) uma pessoa só aprende significativamente àquilo que implique na manutenção ou na elevação de si mesma (ROGERS, 1985);

2) Aprendizagem de Ordem Inferior: refere-se a uma abordagem usual, limitada à aprendizagem superficial, adaptativa, incremental, habitual e rotinizada (COPE, 2003); esta modalidade é definida por Argyris (1999), como o ―aprendizado de ciclo único‖, orientada para a manutenção do conhecimento;

3) Aprendizagem de Ordem Superior: abordagem firmada na iniciativa, autonomia e na reflexão crítica dos indivíduos; trata-se de reflexão fundamentada na prática e na ação, possibilitando desenvolver competências como o empreendedorismo e lidar com a mudança (COPE, 2003); é conceituada por Argyris (1999), como o―aprendizado de ciclo duplo‖, capacitando a questionar o que aprende e revisar princípios, adequada a processos de mudanças de cultura organizacional.

3.5.2.9 Educação Profissional na Perspectiva Emancipadora

As subcategorias e fatores de análise foram aplicadas na análise dos resultados, considerando os fundamentos, autores e subcategorias listadas a seguir.

1) Perspectiva Emancipadora da Educação: i) papel reconstrutivo e crítico em relação aos conhecimentos e aos valores existentes; ii) postura filosófica, promovendo a descolonização do mundo da vida, revelando as pressuposições e os procedimentos implícitos nos diversos campos do saber; ii) emprego da racionalidade comunicativa; iii) agenciamento da crítica do agir pedagógico (MUHL, 2011);

2) Educação Profissional: como política não limitada à geração de emprego e Renda (ARAÚJO; RODRIGUES, 2010).

3) Educação Profissional na Perspectiva Emancipadora: i) ―Formação técnico-profissional articulando a educação básica e a dimensão ético-política da formação de sujeitos autônomos e construtores de processos sociais radicalmente democráticos, solidários e igualitários‖; ii) educação ―onilateral, tecnológica ou politécnica formadora de sujeitos protagonistas de cidadania ativa e articulada a um projeto de Estado radicalmente democrático e a um projeto de desenvolvimento (FRIGOTTO, 2001, p. 82-83).

3.5.2.10 Modelos de Homem: Operacional e Parentético

As subcategorias e fatores de análise foram utilizadas, considerando as conceituações de Ramos (1981, 2001); Faria (2009), com as subcategorias listadas a seguir.

Modelos de homem operacional e reativo:

1) Caraterização pela síndrome comportamentalista;

2) Comportamento pautado pelas normas organizacionais, caracterizando o perspectivismo, formalismo e operacionalismo;

3) Conduta calculista guiada por regras de conveniência.

Homem Parentético:

1) Exercício da razão, noética ou substantiva;

2) Ação pautada por senso crítico amparada em valores éticos; 3) Não submissão ao comportamentalismo, agindo consciente,

4) Autoeducação em prol de sua individualidade e na construção do sentido de vida;

5) Trabalho, ocupação e convivência nas organizações de base econômica, consciente das suas limitações em razão da predominância de sua racionalidade funcional.

3.5.3 Articulação entre o Quadro Teórico e Categorias de Análise