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deliberações da Assembléia Geral e do Conselho de Administração

[grifos nossos], regulamentando-as com expedição de normas e

ins-truções gerais e/ou específicas'.

21. A Decisão n.º 924, oriunda da Diretoria Colegiada,

expressamente revoga, ainda que sem amparo estatutário, a

'obri-gação de construir' imposta à entidade, inicialmente, por meio da

Resolução n.º 200, de 06/12/1996. Verificamos aqui que a Diretoria

da entidade agiu em sentido diametralmente oposto ao previsto nos

supracitados artigos, pois, além de relegar a fiel execução das

de-liberações do Conselho de Administração, decidiu modificá-las, sem,

no entanto, possuir capacidade de direito para fazê-lo.

22. Convém destacar excerto da instrução inicial, à fl. 21, no

qual o analista, com clareza, destaca a impropriedade do ato da

Diretoria, a seguir:

'(...) a competência da Diretoria para expedir normas e

ins-truções restringe-se à regulamentação das deliberações da

Assem-bléia Geral e do Conselho de Administração, portanto não cabe à

Diretoria revogação de deliberação do Conselho de Administração'.

23. Compete privativamente aos conselheiros de

Adminis-tração da TERRACAP, segundo preconizado pelo art. 21, III, do

Estatuto daquela entidade, 'fiscalizar a gestão do Presidente e demais

Diretores, examinar a qualquer tempo os livros e papéis da

Com-panhia, solicitar informações sobre contratos celebrados ou em via

de celebração e quaisquer outros atos'. Aos membros do Conselho

Fiscal, de acordo com o art. 42, I, do mesmo diploma, compete

'fiscalizar os atos de gestão do Presidente e demais Diretores e

verificar o cumprimento dos seus deveres legais'.

24. Evidenciada a incorreção dos atos da Diretoria, impende

averiguarmos, nos termos do art. 5, IX, da Lei nº 8.443/92, qual foi

a atitude dos então representantes da União nos Conselhos da

Com-panhia Imobiliária de Brasília, com vistas a rechaçarem a indevida

atitude dos diretores da entidade. A Lei Orgânica do TCU, no

dis-positivo em comento, assim dispõe:

'Art. 5º A jurisdição do Tribunal abrange:

(...)

IX - os representantes da União ou do Poder Público na

IX - os representantes da União ou do Poder Público na

III - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer

tempo, os livros e papéis da companhia, solicitar informações sobre

contratos celebrados ou em via de celebração, e quaisquer outros

atos;

[...]

Art. 163. Compete ao conselho fiscal:

I - fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos

administradores e verificar o cumprimento dos seus deveres legais e

estatutários; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001)

[...]

IV - denunciar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de

administração e, se estes não tomarem as providências necessárias

para a proteção dos interesses da companhia, à assembléia-geral, os

erros, fraudes ou crimes que descobrirem, e sugerir providências úteis

à companhia; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001)'

9.Como já foi mencionado na instrução de fls. 650/657, no

item 23, da mesma forma que a Lei, o estatuto da empresa preconiza

no art. 21, III, que compete privativamente aos conselheiros de

ad-ministração da TERRACAP 'fiscalizar a gestão do Presidente e

de-mais Diretores, examinar a qualquer tempo os livros e papéis da

Companhia, solicitar informações sobre contratos celebrados ou em

via de celebração e quaisquer outros atos' e, aos membros do

Con-selho Fiscal, de acordo com o art. 42, I, daquele estatuto, 'fiscalizar

os atos de gestão do Presidente e demais Diretores e verificar o

cumprimento dos seus deveres legais'.

10.A própria IN/STN nº 06, de 16/12/2002 (Manual do

Con-selheiro Fiscal), mencionada pela conselheira, repete os dispositivos

da Lei quanto às atribuições do conselheiro fiscal.

11.Ainda que possa parecer irrazoável esperar dos

conse-lheiros que fizessem a leitura dos editais e anexos das licitações

promovidas no período, como alegam os conselheiros, é não apenas

bastante razoável como também esperado que aqueles que são

res-ponsáveis por 'fiscalizar a gestão dos diretores [...]' (inciso III do art.

142 da Lei nº 6.404/76) cumpram com o dever que o Estado lhes

atribuiu. Dever esse que é, inclusive, remunerado pelos cofres

pú-blicos. Buscar conhecer as decisões dos diretores é o mínimo que se

espera da atuação dos conselheiros.

12.Como mencionaram, o entendimento de que os

repre-sentantes de conselhos fiscal e de administração possuem

respon-sabilidade objetiva vem sendo mitigado. A jurisprudência

predomi-nante nesta Corte 'tem orientado no sentido de que em relação aos

membros dos Conselhos de Administração e Fiscal não se lhes pode

atribuir responsabilidade por atos isolados de gestão, para os quais

não foram consultados sobre a sua legalidade e legitimidade'

(025.169/92-0, Decisão 335/94 - Plenário, Ata nº 21/94 -

TC-649.006/91-7, Acórdão 88/93 - Plenário, Ata 45/93 -

TC-649.116/92-5, Acórdão 87/96 - 2ª Câmara, Ata 07/96).' (Acórdão 7/1999 -

Se-gunda Câmara).

13.No entanto, os conselheiros não foram chamados em

au-diência para apresentarem razões de justificativa pelo ato da

di-retoria, mas sim pela omissão no cumprimento de suas obrigações

atribuídas por lei.

14.Prosseguem com as alegações mencionando que a

TER-RACAP é empresa pública integrante do Complexo Administrativo do

Distrito Federal, que se submete ao regime do art. 173 da

Cons-tituição, que possui patrimônio que deve ser aplicado exclusivamente

nos objetivos sociais da empresa e na obtenção de recursos

ne-cessários a sua mantença, não dependendo de recursos

orçamen-tários do Distrito Federal ou da União, que por isso não ostenta a

qualidade de empresa pública dependente e que por esses motivos

possui equivalência de direitos e obrigações experimentados pelas

empresas privadas, no que concerne aos direitos e obrigações de

natureza civil, comercial, trabalhista e tributário.

15.E ainda por não pertencer à estrutura administrativa da

União e não receber recursos ou subvenções daquele ente, não está

entre as competências do TCU apreciar as contas daquela entidade e

os atos de seus dirigentes. Haveria invasão na esfera de competência

distrital, uma vez que a fiscalização dos atos da referida empresa

pública há de ser exercida pelo Tribunal de Contas do Distrito

Federal e que a circunstancial participação da União no capital

social da TERRACAP não pode servir de justificativa para a sujeição

dos atos e contas da empresa ao TCU.

16.Lembram que no Acórdão 831/2003 este TCU concluiu

que não possui competência para fixar orientações acerca da

apli-cação de lei federal a órgãos e entidades que não integram a esfera

federal, ressalvadas as hipóteses de transferência de bens, valores ou

dinheiro federais a outros entes federados, e que na mesma linha foi

a decisão do Supremo Tribunal Federal exarada nos autos do

Man-dado de Segurança nº 24.423/DF, impetrado pelo Distrito Federal,

sob idêntico fundamento.

Análise

17.As alegações de incompetência desta Corte para apreciar

os atos de dirigentes de empresa de cujo capital a União participe

são improcedentes, pois há expressa previsão na Lei nº 8.443/92:

'Art. 5º A jurisdição do Tribunal abrange:

[...]