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Estudo exploratório-descritivo associativo, de abordagem quantitativa. A pesquisa exploratória descritiva visa à observação e descoberta, o achado, a elucidação de fenômenos ou a explicação daqueles que não eram aceitos apesar de evidentes, além de registrar e analisar os fenômenos. A associação de variáveis aos fenômenos pode ser útil para investigar novas áreas do conhecimento e explorar os fenômenos ainda pouco investigados (Polit, Beck, Hungler, 2004; Gerhardt & Silveira, 2009).

Para atender aos objetivos, tornou-se necessário elaborar, primeiramente, um delineamento de pesquisa para avaliar a categoria de acurácia dos diagnósticos de enfermagem dos casos fictícios identificados pelos participantes do estudo. Esse delineamento de pesquisa compreendeu:

1. Seleção dos estudos de casos fictícios.

2. Determinação da categoria de acurácia dos diagnósticos de enfermagem por especialistas.

4.1.1 Seleção dos estudos de caso s fictícios

Para a coleta de dados desta pesquisa, optou-se por utilizar casos clínicos fictícios utilizados em outros estudos e validados por especialistas (Matos & Cruz, 2009). Os estudos de caso escritos e o gabarito contendo os diagnósticos de enfermagem e suas respectivas categorias de acurácia (padrão-ouro) foram enviados pelas autoras do estudo que autorizaram a utilização de cinco estudos de caso.

Para esta pesquisa foram escolhidos dois casos clínicos de pacientes adultos de clínica médica, porque a população/amostra deste estudo é composta por enfermeiros que atuam com pacientes adultos, em unidade de clínica médica e cirúrgica e enfermeiros residentes na área de saúde do adulto e idoso, além de graduandos de enfermagem. Vale ressaltar que as unidades de clínica médica e

cirúrgica foram o local de estudo desta pesquisa por estar utilizando o PROCEnf-USP® desde sua implantação, em 2009.

O cenário do caso clínico fictício 1 é de uma paciente com queixa de dor no peito, falta de ar aos esforços, fraqueza, alterações eletrocardiográficas de isquemia cardíaca, monitorização e controle inadequado do diabetes, acima do peso ideal e dificuldade para enxergar de perto. (Apêndice A)

No cenário do caso clínico fictício 2, a paciente que refere ter fibromialgia e estar “nervosa”, e apresenta tosse produtiva, falta de ar aos esforços, murmúrios vesiculares diminuídos em base pulmonar esquerda, taquipneia, dor torácica e em MMII, ausência de dentes em ambas arcadas, taquicardia e estado subfebril. (Apêndice A)

Os casos escolhidos apresentavam gabarito dos DEs e seus respectivas graus de acurácia validados por Matos (2009), utilizando a EADE versão 1 e a classificação de diagnósticos da NANDA-I versão 2007-2008; por isso, foi necessário estabelecer um novo gabarito, pois utilizou-se a versão 2 da EADE e versões mais recentes dos diagnósticos aprovados pela NANDA-I (versões 2009-2011, 2012-2014 e 2015-2017).

4.1.2 DETERM IN AÇÃO DO GR AU E CATEGORI AS DE AC URÁ CI A DO S DI AGNÓSTICOS DE ENFERM AGEM DOS ESTUDOS DE C AS O FICTÍCIOS

Esta etapa do estudo ocorreu após os participantes do estudo terem selecionado os diagnósticos de enfermagem, utilizando o PROCEnf-USP® para os dois casos. Todas as categorias de diagnósticos de enfermagem (DE) selecionadas pelos participantes foram extraídas do sistema por meio de sete relatórios utilizando o programa Business Intelligent®, do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP), transcritos em planilhas Excel® e listados de acordo com o quadro de resposta da EADE- versão 2, conforme o exemplo a seguir:

Quadro 3- Quadro de Respostas da EADE- Versão 2. São Paulo, SP, 2019.

Diagnósticos

de

Enfermagem*

Item 1 Item 2 Item 3 Item 4

Você manteria esse DE? Grau de acurácia Categoria de acurácia Há pistas?** Relevância (pista x DE) Especificidade (pista x DE) Coerência (pista x DE x conjunto dos dados) Sim (1) Não (0) A/M (1) B (0) A/M (3,5) B (0) A/M (8) B (0) Sim Não

Legenda: A: Alta; M: Moderada; B: Baixa; N: Nula. Fonte: (Matos & Cruz, 2013).

De acordo com as orientações de usoda EADE 2, para obter um resultado satisfatório, o avaliador que a utiliza deve estar familiarizado com essa escala, ter experiência no uso de classificações de diagnósticos de enfermagem e ter conhecimento na área clínica cujos diagnósticos serão avaliados (Matos & Cruz, 2013). Considerando tais critérios, a população de especialistas foi selecionada dentre os 33 membros do Grupo de Estudos sobre Diagnósticos, Intervenções e Resultados de Enfermagem (DIREnf) da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP).

Para selecionar os especialistas foi utilizado o sistema de pontuação para seleção de enfermeiros expertos descrito por Guimarães et al., (2016). Os critérios desse sistema e suas respectivas pontuações estão descritos no quadro 4.

Quadro 4 - Sistema de pontuação para seleção de enfermeiros expertos. São Paulo, SP, 2019.

Critérios Pontos

Experiência clínica de no mínimo quatro anos na área específica* (obrigatório)

4

Experiência de no mínimo um ano no ensino da área específica e de classificações de enfermagem

1

Experiência em pesquisa com artigos publicados sobre classificações de enfermagem em revistas de referência

1

Participação de no mínimo dois anos em grupo de pesquisa da área específica

1

Doutorado em enfermagem na área específica 2

Mestrado em enfermagem na área específica 1

Residência de enfermagem na área específica 1

Para cada ano de experiência clínica ou de ensino 1

* Neste estudo, a área específica é a enfermagem em clínica médica e ou cirúrgica, saúde do adulto e idoso.

Fonte: Guimarães HCQCP, Pena SB, Lopes JD, Lopes CT, Barros ALBL. Experts for Validation Studies in Nursing: New Proposal and Selection Criteria. Int Jn Nurs Knowledge, 2016; 27: 130-135. doi: 10.1111/2047-3095.12089.

Esse sistema de pontuação foi sugerido por um grupo de pesquisadores brasileiros, com a finalidade de superar limitações observadas nos critérios propostos por Ferhing (1987). Considerando que esse autor valorizou a expertise acadêmica do enfermeiro, a nova proposta dá ênfase à experiência clínica, que coloca o experto em contato com o fenômeno estudado (Guimarães et al., 2016), corroborando com os critérios de avaliador para utilizar a EADE versão 2.

Nesse sistema de pontuação, os especialistas são classificados em três categorias: júnior (aqueles que obtêm pontuação mínima de 5 pontos), máster

(aqueles com pontuação entre 6 e 20 pontos) e sênior (profissionais com pontuação superior a 20 pontos) (Guimarães et al., 2016).

Foram considerados especialistas e incluídos na pesquisa os que tiveram pontuação maior que 5 pontos. O sistema de pontuação foi aplicado por meio da análise do currículo Lattes dos 33 membros do DIREnf. Foram excluídos 15 membros que não alcançaram o mínimo de 5 pontos para ser considerado especialista e incluídos 18 especialistas, sendo Sênior (n= 10) e Máster (n= 8). Foram excluídos, também, os especialistas que não devolveram o instrumento de coleta de dados preenchido no prazo estabelecido.

Foi realizado pré-teste dos instrumentos antes de serem enviados aos especialistas, com dois membros do DIREnf não classificados como especialistas que sugeriram acrescentar a estimativa de tempo que os especialistas deveriam reservar para a participação, cerca de 2h.

A carta convite foi enviada aos 18 especialistas (Apêndice B) juntamente com as orientações sobre aplicação da EADE 2 (Anexo 1), os casos clínicos (Apêndice A) e a lista de diagnósticos selecionados pelos participantes, que deveriam ser avaliados e devolvidos com o formulário preenchido, foram enviados por correio eletrônico em fevereiro de 2018.

Os especialistas receberam orientação para devolver o arquivo com a lista de diagnósticos avaliados no prazo de 15 dias, no entanto, pela dificuldade de resposta dentro do prazo, foi necessário estender para 90 dias a avaliação; portanto, o período de coleta de dados foi de fevereiro a maio de 2018.

O julgamento dos especialistas sobre o grau de acurácia dos diagnósticos de enfermagem foi utilizado para classificar a categoria de acurácia dos diagnósticos identificados por enfermeiros, residentes e graduandos do estudo.

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