DELINEAMENTO DO ESTUDO
3.1 Objetivos
Consideradas as necessidades de conhecer melhor a utilização de estratégias de aprendizagem pelos alunos do ensino superior, o presente trabalho de natureza descritiva e correlacional teve como objetivos:
1. Conhecer o uso de estratégias de aprendizagem de alunos universitários de 2º e 8º semestre do curso de graduação em Serviço Social e 2º e 8º semestre do curso de graduação em Engenharia de Produção Elétrica.
2. Comparar o uso das estratégias de aprendizagem de alunos de cursos da área de exatas e da área de humanas.
3.2 Participantes
A amostra foi composta de alunos matriculados nos cursos de Serviço Social e Engenharia Elétrica de uma Instituição de Ensino Superior particular, de uma cidade do interior do Estado de São Paulo. Mais precisamente contou com a participação de 160 alunos. O primeiro curso pertence à área de humanas com uma duração mínima de quatro anos, tem como objetivo ensinar e capacitar o aluno para intervir nas relações ligadas às questões sociais, na ação dos direitos humanos e exercício da cidadania, bem como o desenvolvimento de métodos da assistência social, direcionados à área na qual serão aplicados. A formação do Assistente Social compreende conhecimentos de áreas como Sociologia, Economia, Psicologia Social, História Social, Direito, Ética e Filosofia. O segundo curso pertence à área de exatas e tem como objetivo ensinar e capacitar o aluno nas áreas da tecnologia, sistemas automatizados (automação industrial, projetos elétricos industriais, eletrotécnica e sistemas de controle). Trata-se, pois de um curso de natureza lógica, em que o raciocínio lógico, o domínio de cálculo e de conceitos matemáticos são de fundamental importância. Tem uma duração mínima de quatro anos e meio.
De cada curso participaram duas turmas do período noturno, totalizando quatro grupos. Do curso de Serviço Social participaram 80 alunos de um total de 191 matriculados. Já do curso de Engenharia Elétrica participaram, também, 80 alunos de um total de 137 matriculados.
O G1 (grupo 1) foi composto por 40 alunos do 2º semestre do curso de Serviço Social, sendo 100% do sexo feminino; 32,5% (13 alunos) com idade até 21 anos, 47,5% (19 alunos) com idade de 22 a 30 anos e 20% (8 alunos), de 32 a 51 anos.
O G2, composto por 40 alunos do 8º semestre do curso de Serviço Social; 100% do sexo feminino; 20% (8 alunos) com idade até 21 anos, 65% (26 alunos) com idade de 22 a 30 anos e 15% (6 alunos), de 31 a 46 anos.
O G3 foi composto por 46 alunos do 2º semestre do curso de Engenharia Elétrica, sendo 100% do sexo masculino; 36,95% (17 alunos) com idade até 21 anos, 45,65% (21 alunos) com idade de 23 a 29 anos e 17,40% (8 alunos), de 32 a 46 anos.
O G4, 8º semestre do curso de Engenharia Elétrica, foi composto por 34 alunos, sendo 100% do sexo masculino; 52,9% (18 alunos) com idade até 25 anos, 47,1% (16 alunos), de 26 a 31 anos.
Para a seleção da amostra, foi estabelecido o seguinte critério:
– Estar matriculado no curso de Serviço Social ou de Engenharia Elétrica e estar cursando o 2º e 8º semestres, condição para que, se solicitados, pudessem participar do Exame Nacional do Desempenho Escolar (ENADE).
Foram escolhidos estes dois cursos de natureza diferente: curso de Engenharia Elétrica com a exigência do raciocínio lógico matemático e curso de Serviço Social com exigência de leitura e capacidade de compreensão crítica. Acredita-se que a diferença das áreas dos cursos possibilitará a investigação da possibilidade de variação do uso de estratégias de aprendizagem.
3.3 Procedimentos de Contato com a Instituição
A pesquisadora entrou em contato com a Direção Geral da instituição, com os Coordenadores dos cursos, explicando os objetivos da pesquisa e solicitando autorização para aplicação da “Escala de Avaliação de Estratégias de Aprendizagem” (Santos e Boruchovitch, 2001), aos alunos do 2º e 8º semestres dos cursos de Serviço Social e Engenharia Elétrica. Em seguida, foi feito o convite, participação voluntária, aos alunos dos respectivos semestres e cursos.
3. 4 Procedimentos para Coleta de Dados
de maio de 2006, na mesma Instituição Particular de Ensino Superior. Os professores demonstraram bastante disponibilidade e concordaram em liberar os alunos durante as aulas para responder ao Termo de Consentimento (Anexo 9), Ficha de Identificação e às Questões (total de 28) num único momento. No dia marcado para a aplicação do instrumento, a pesquisadora apresentou-se como mestranda em Educação, explicitou os objetivos do estudo, enfatizou a importância de responderem com sinceridade às questões e explicou que seria mantido o anonimato. Os alunos gastaram um tempo médio de 20 minutos, não apresentando dúvidas quanto à interpretação das questões.
A coleta de dados foi precedida pela solicitação, à secretaria acadêmica, do número de alunos matriculados nos semestres e horários das aulas, contato com os representantes dos alunos e professores dos cursos para levantamento das datas de maior conveniência para aplicação dos questionários.
3.5 Instrumentos
Para as finalidades desta pesquisa, o instrumento utilizado para a coleta de dados foi a “Escala de Avaliação de Estratégias de Aprendizagem” (Santos e Boruchovitch, 2001), com 28 perguntas, para cada um dos participantes. Esse instrumento contém:
a) Ficha de Identificação (dados demográficos e gênero);
b) Dados relativos à utilização de estratégias de aprendizagem para aprender, contendo 28 questões, com quatro possibilidades de respostas para cada uma das questões. As categorias são descritas como: sempre, valendo 4 pontos; às vezes, 3 pontos; raramente, 2 pontos e, nunca, valendo 1 ponto. O total da pontuação possível varia de no mínimo 28 ao máximo de 112 pontos, destinadas ao levantamento da média de utilização de estratégias de aprendizagem (Anexos 1 a 6).
3.6 Procedimentos de Análise dos Dados
Foram consideradas as respostas objetivas dos participantes da pesquisa sobre estratégias de aprendizagem de alunos do ensino superior. Os dados foram coletados pela “Escala de Avaliação de Estratégias de Aprendizagem” (Santos e Boruchovitch, 2001), (Anexo 8). Por esse processo obteve-se o número total de escolhas objetivas realizadas por cada participante.
sempre, às vezes, raramente e nunca referentes às 28 variáveis para os quatro grupos participantes. As variáveis são classificadas para análise em estratégias de aprendizagem cognitivas e estratégias de aprendizagem metacognitivas, conforme “Taxionomia das Estratégias de Aprendizagem” de Mckeachie, Pintrich, Lin, Smith e Sharma (1990, citado por Dembo, 1994), traduzida e adaptada por Boruchovitch (1999), (Anexo 7).
Assim, para análise dos dados e alcance dos objetivos da pesquisa, a cada questão do questionário será computada a freqüência, a porcentagem de categorias para cada situação proposta. Os resultados serão descritos como estratégias mais e menos mencionadas e apresentados por gráficos, primeiramente em relação a cada um dos 4 grupos. Em seguida, os resultados serão comparados entre os 4 grupos participantes de duas áreas do saber, Ciências Humanas e Ciências Exatas.