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Delineamento metodológico

No documento gilcimarcordeirodasilvanolasco (páginas 47-50)

2 O DESAFIO DE ALFABETIZAR OS ALUNOS DO 6º ANO DO ENSINO

2.2 Delineamento metodológico

A presente investigação foi realizada com a finalidade de obter dados que pudessem mapear as dificuldades em leitura e escrita dos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental para propor um plano de ação que possa auxiliar os professores no processo de ensino aprendizado desses alunos. Para tal, optamos pela abordagem qualitativa de pesquisa. Segundo Neves (1996), o termo “pesquisa qualitativa”, que pode designar múltiplos significados no campo das Ciências Sociais, compreende um conjunto de diferentes técnicas de interpretação para descrever e decodificar componentes de um sistema complexo de significados. A respeito da pesquisa qualitativa, Dalfovo (2008) assevera que:

Podemos partir do princípio de que a pesquisa qualitativa é aquela que trabalha predominantemente com dados qualitativos, isto é, a informação coletada pelo pesquisador não é expressa em números, ou então os números e as conclusões neles baseadas representam um papel menor na análise (DALFOVO, 2008, p.9).

Assim, na investigação foram realizadas pesquisas bibliográficas e de campo. Como instrumentos de coleta de dados, foram utilizados questionários aplicados aos professores do 6º ano dos conteúdos de Português, Matemática, Geografia, História e Ciências e com a supervisora pedagógica do turno vespertino, além de avaliações diagnósticas (disponível no apêndice 3) com os alunos do 6º ano.

2.2.1 A pesquisa e o porquê do método escolhido

Segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 155), pesquisa é “um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades

parciais”. Com esse propósito, apresentamos, nesta seção, a justificativa da escolha da metodologia apresentada e seu percurso.

Antes de iniciada a pesquisa, houve um contato com os professores da E.E.P.R. sobre os objetivos da investigação e para verificar a disponibilidade deles em participar. Inicialmente, pensou-se em se utilizar, como instrumento metodológico, a entrevista com roteiro semiestruturado e, no seu decorrer, à medida que surgissem questões relevantes, proceder-se ao seu aprofundamento. Vergara (2009, p. 03) conceitua a entrevista como sendo “uma interação verbal (...), uma troca de significados, um recurso para se produzir conhecimento sobre algo”. No entanto, pelo fato de a pesquisadora ser a gestora da escola, objeto da pesquisa, percebeu-se que poderia haver uma certa inibição por parte dos entrevistados. Diante do fato em questão, optou-se por utilizar questionários como forma de obtenção de dados.

Marconi e Lakatos (2003, p. 201) definem questionário como

[...] um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador. Em geral, o pesquisador envia o questionário ao informante, pelo correio ou por um portador; depois preenchido, o pesquisado devolve-o do mesmo modo. Junto com o questionário deve-se enviar uma nota ou carta explicando a natureza da pesquisa, sua importância e a necessidade de obter respostas, tentando despertar o interesse do recebedor, no sentido de que ele preencha e devolva o questionário dentro de um prazo razoável (MARCONI E LAKATOS, 2003, p.201).

De acordo com Pádua (1998), o questionário, “tende a ser o instrumento de pesquisa mais adequado à quantificação dos resultados, pois são mais fáceis de codificar e tabular, possibilitando comparações com outros dados relacionados ao tema pesquisado”. Assim, a aplicação dos questionários teve como objetivo obter dos sujeitos da pesquisa a sua opinião e visão das questões que envolvem o aprendizado significativo da leitura e da escrita dos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental, além de aferir quais práticas pedagógicas, usando portadores de texto, estão sendo trabalhadas em sala de aula e que visam impactar, positivamente, no aprendizado dos alunos com defasagem em leitura e escrita.

Os questionários (disponíveis nos apêndices 1 e 2) foram enviados via e-mail para a supervisora e 11 professores que atuam no 6º ano nos conteúdos de Língua Portuguesa, Matemática, Geografia, História e Ciências. A escolha dos professores

dos conteúdos mencionados se deve ao fato de serem os conteúdos de maior impacto no processo de leitura e escrita, pois são conteúdos que possuem um número razoável de aulas e também por estarem atuando no 6º ano, que constitui objeto desta pesquisa. Dos 12 questionários enviados, 10 foram devolvidos, prontamente e em um curto prazo, com as devidas respostas. Como houve resposta de 84% dos pesquisados, pode-se afirmar que se dispõe de um número de instrumentos considerável para análise. Os dois professores que não o retornaram, quando interpelados sobre sua devolução, várias vezes usaram o argumento do esquecimento, comprometeram-se com o retorno, mas não o fizeram.

Após a aplicação do questionário, definiu-se como eixo de análise o disposto no quadro 1.

Quadro 1 – Eixos de análise e objetivos pretendidos com as perguntas

Ord Eixos de análise Objetivos pretendidos Questões Questionário professores Questões Questionário supervisora 1 Perfil e formação

dos professores que atuam no 6º ano e da supervisora escolar

As perguntas direcionadas a essa questão buscaram identificar o perfil de

formação dos respondentes, inclusive com o enfoque de sondagem sobre possíveis atuações nas séries iniciais do Ensino Fundamental. 1,2,3 1,2,3 2 Principais dificuldades apresentadas pelos alunos do 6º ano segundo os professores Mapear as dificuldades apresentadas pelos alunos e as ações que possam minimizar o problema ora apresentado

4,5 4,6

3 Motivos que levam a não alfabetização no tempo certo

Sondar a percepção dos respondentes sobre uma possível responsabilização da não alfabetização no tempo certo.

6 5

4 Facilitadores de aprendizagem

Identificar práticas pedagógicas que são usadas utilizando portadores de textos

5,7 6

5 Sugestões de melhoria no processo ensino aprendizagem

Levantar propostas para possível inserção no PAE.

8 -

Para manter a confidencialidade dos respondentes, os nomes dos professores participantes da pesquisa foram substituídos pela terminologia “professor(a)” seguida de uma letra do alfabeto (entre A e I), tendo sido atribuída uma letra aleatória a cada professor(a), sem se referir ao conteúdo lecionado. O nome da supervisora foi suprimido, sendo mantido apenas o cargo nas referências.

Os procedimentos utilizados durante o trabalho de campo que geraram dados sobre as defasagens em leitura e escrita apresentadas pelos alunos do 6º ano, serão discutidos na próxima seção.

No documento gilcimarcordeirodasilvanolasco (páginas 47-50)