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DEMONSTRATIVO DAS RECEITAS E DESPESAS COM MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO – EDUCAÇÃO BÁSICA

FONTE DE RECURSOS: IMPOSTOS E TRANSFERÊNCIA DE IMPOSTOS

Modalidades de Ensino Subfunção Despesa Liquidada R$ (a)

Despesa não liquidada (RP não

processado) R$ (b)

Ensino fundamental 361 – Ensino fundamental 205.120.000,07 3.421.385,53 Educação infantil 365 – Ensino infantil 83.001.772,69 2.386.456,02 Educação jovens e adultos

(Consideradas no ensino fundamental)

366 – Educação jovens e

adultos 852.218,00 0,00

Educação especial (Consideradas no

Ensino Fundamental e Infantil) 367 – Educação especial 875.000,00 156.545,98 Demais subfunções atípicas

(Consideradas no Ensino Fundamental e Infantil)

122 – Administração 0,00 0,00

306 – Alimentação 0,00 0,00

Demais subfunções 0,00 0,00

Subfunções típicas da educação

registradas em outras funções - - -

Subtotal das despesas com ensino 289.848.990,76 5.964.387,53

( c ) Subtotal das despesas com ensino da fonte Impostos e

Transferência de Impostos ( a + b ) 295.813.378,29

FONTE DE RECURSOS: FUNDEB

Descrição Despesa Liquidada R$ (d)

Despesa não liquidada (RP não

processado) R$ (e)

Despesa realizadas com a fonte FUNDEB 156.082.075,28 0,00

( f ) Subtotal das despesas com ensino da fonte FUNDEB ( d + e ) 156.082.075,28

( g ) Total das despesas com ensino ( c + f ) 451.895.453,57

( h ) Ganho de Recursos FUNDEB 66.376.609,01

( i ) Total das despesas registradas como gasto em educação ( g - h ) 385.518.844,56

( j ) Dedução do Sigfis/BO (fonte: impostos e transferência de

imposto e fundeb) 0,00

( l ) Cancelamento de restos a pagar dos exercícios anteriores 0,00

( k ) Restos a pagar não processado inscrito no exercício sem

disponibilidade de caixa (fonte: impostos e transferência de

impostos) 0,00

( m ) Restos a pagar não processado inscrito no exercício sem

disponibilidade de caixa (fonte: FUNDEB) 0,00

( n ) Total das despesas consideradas para fins de limite

constitucional ( i - j - k - m ) 385.518.844,56

( o ) Receita resultante de impostos 1.224.565.356,78

( p ) Percentual alcançado (limite mínimo de 25,00% - art. 212

da CF/88) (N/Ox100) 31,48%

Fonte: Quadro C.1 e Demonstrativos Contábeis – fls. 2884/3044 e 4138, Anexo 10 consolidado da Lei Federal n.º 4.320/64 – fls. 2145/2158, Documento de Cancelamentos de RP na fonte "Impostos e Transferências de Impostos" – fls. 3296/3297, Documento de Cancelamentos de RP na fonte "FUNDEB" – fls. 3361/3362, Relatório Analítico Educação – fls. 4507/4529, Quadro C.4 - Balancetes na fonte "Impostos e Transferências de Impostos" – fls. 4139/4247, e Quadro D.2 - Balancete na fonte "FUNDEB" – fls. 3307/3349.

Nota 1: conforme Notas Explicativas no Relatório do Controle Interno às fls. 4046, as despesas com a Educação de Jovens e Adultos

– 366, foram inerentes ao ensino fundamental – subfunção 361 e as despesas coma Educação Especial ocorreram parte com o ensino fundamental – subfunção 361 e parte com o ensino infantil – subfunção 365, motivo pelo qual as mesmas foram consideradas no cálculo anterior.

Nota 2 (linha h): Após apuração do Fundeb para o exercício, verifica-se que o município teve um ganho líquido no valor de

R$66.376.609,01 (transferência recebida R$153.911.132,32 e contribuição R$87.534.523,31).

Nota 3: embora tenha ocorrido cancelamento de Restos a Pagar de exercícios anteriores na fonte de recursos de impostos, o

mesmo não será excluído do total das despesas com educação, tendo em vista que o montante cancelado não impactaria o cálculo do limite mínimo constitucional, ou seja, mesmo desconsiderando o valor das despesas ora canceladas o município ainda assim cumpriria o limite mínimo naqueles exercícios.

Nota 4: o Quadro C.4 – balancete de verificação demonstrando a disponibilidade financeira e obrigações na fonte de recursos

impostos e transferência de impostos apresentou inconsistência, uma vez que, conforme informado às fls. 4126, pela Subcontroladora de Contas e Gestão, as contas que compõem o mesmo são de aplicação diversificada, ou seja, não foram utilizadas exclusivamente nas despesas com Educação, e, ainda, que o Município está se adequando ao cumprimento da Legislação.

Conclui-se assim que, a partir dos números apresentados e das verificações que foram possíveis, o Município de Macaé efetuou aplicações na manutenção e desenvolvimento do

ensino conforme o estabelecido no artigo 212 da Constituição Federal de 1988 (aplicação mínima anual equivalente a 25% das receitas de impostos e transferências).

Além disso, observa-se que o Município também cumpriu o limite mínimo de aplicação estabelecido no caput do artigo 208 da Lei Orgânica Municipal, que é de 25%.

O corpo instrutivo fez as seguintes observações acerca de aspectos da contabilização dos recursos da educação (fls. 4621/4622):

O município encaminhou as informações sobre os gastos com educação indicando como recursos utilizados a fonte “100 – ordinários”. No entanto, entende-se que o município deve segregar as fontes de recursos, utilizando na aplicação de gastos com educação para fins de limite constitucional apenas os recursos oriundos de impostos e transferências de impostos, uma vez que a fonte “ordinários” pode contemplar outros recursos que não se refiram a impostos.

Este fato será objeto da Impropriedade e Determinação n.º 6.

Conforme se verifica nos demonstrativos contábeis apresentados, o município aplica recursos em ensino médio, profissional e superior – subfunções 362, 363 e 364 respectivamente. Destaca-se que não foi possível aferir se as despesas com Administração – 122 correspondem à educação básica, motivo pelo qual não foram incluídas na base de cálculo do limite da Educação apresentado no quadro anterior. Verifica-se também, que o município aplica recursos na subfunção 368 – Educação Básica. No entanto, a Nota Técnica nº 006/2011/SPO/SE/MEC, de 16 de agosto de 2011, do Ministério da Educação, esclareceu que o pedido de inclusão da nova subfunção, encaminhado à Secretaria de Orçamento Federal, teve por objetivo

atender exclusivamente demanda da União, devido à redução dos programas

temáticos da Educação contidos no respectivo PPA, para contemplar programas que atendam mais de uma etapa da educação básica, como ações que alcancem tanto a educação infantil como a fundamental e o ensino médio.

Dessa forma, será sugerida Recomendação na conclusão do presente, para que o município de MACAÉ se abstenha de utilizar a referida subfunção na classificação dos gastos com a Educação.

Tais fatos serão considerados na conclusão de meu voto.

Quanto ao repasse dos recursos à educação, conforme disposto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Federal nº 9.394/1996), a instrução consignou os seguintes comentários:

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei Federal nº 9.394, de 20.12.1996, dispõe no § 5º do artigo 69 que o repasse dos 25% da receita resultante de impostos e transferências de impostos que serão aplicados na manutenção e no desenvolvimento do ensino, ocorrerá imediatamente do caixa da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios ao órgão responsável pela educação.

Registre-se que o E. Plenário desta Corte, nos respectivos processos de contas de governo do exercício de 2018, determinou ao corpo técnico deste TCE-RJ para que verifique o cumprimento da regra estabelecida no § 5º do artigo 69 da LDB.

A referida norma estabelece uma série de regras e prazos para transferência dos recursos arrecadados ao órgão responsável pela educação, bem como sanções e responsabilização pelo atraso. Neste sentido, faz necessário a abertura de conta específica distinta daquela em que se encontram os recursos do Tesouro para implementação de tais regras.

Importante salientar que o cumprimento da regra estabelecida no § 5º do artigo 69 da LDB será objeto de verificação e acompanhamento nas próximas contas de

governo, referentes ao exercício de 2020, a serem apreciadas por esta Corte no exercício de 2021.

Tal fato será objeto de comunicação ao chefe do Poder Executivo.

O Parquet de Contas manifestou entendimento divergente do corpo técnico, opinando pela renovação da determinação à SGE para que verifique o atendimento da regra prevista no art. 69, §5º da LDB, sob o argumento de não ter identificado até o momento procedimento fiscalizatório voltado à verificação quanto ao cumprimento de tal dispositivo. Confira-se o excerto do parecer ministerial (fls. 4745/4746):

Com as vênias de estilo, o Ministério Público de Contas entende que a proposta do d. corpo instrutivo revela-se manifestamente insuficiente para o pleno cumprimento da decisão plenária acerca da questão, sobretudo se considerada a relevância constitucional (e social) atribuída à função de governo Educação.

Com efeito, o Parquet de Contas reitera integralmente, neste parecer, o que propora relativamente à questão no processo de contas de governo de 2018, e que foi acolhido por este E. Plenário. Destarte, sugere que seja renovada a DETERMINAÇÃO à SGE, nos exatos moldes do consignado no parecer referente às contas do exercício de 2018.

Tal fato será igualmente considerado na conclusão de meu voto.

No que concerne ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Ideb, relativo ao exercício de 2017 (sua última divulgação), o município de Macaé não atingiu as metas previstas nas etapas referentes à 4ª série/5º ano e 8ª série/9º ano:

RESULTADOS DO IDEB - 2017 Nota 4ª série/ 5º ano Meta Percentual de alcance da meta Posição em relação aos 91 municípios Nota 8ª série/ 9º ano Meta Percentual de alcance da meta Posição em relação aos 91 municípios 5,9 6,0 98,00% 36ª 4,5 5,1 88,00% 27ª

Fonte: Ministério da Educação e Cultura e banco de dados da SSR.

A instrução acrescenta que nos meses de outubro e novembro de 2019, os instrumentos do Sistema de Avaliação da Educação básica – Saeb foram aplicados em todos os estados e Distrito Federal, objetivando o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Ideb, referente ao exercício de 2019. Os resultados serão divulgados pelo Instituto

Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep no segundo semestre deste ano, os quais serão considerados na próxima prestação de contas de governo.

2.3.1.1 – Mudanças de metodologia na apuração dos gastos com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino

Por fim, cabe chamar a atenção para as mudanças na metodologia de apuração dos gastos com a manutenção e o desenvolvimento do ensino, a serem implementadas pelo Tribunal de Contas.

Em sessão de 28/08/2018, ao apreciar o Processo TCE-RJ nº 100.797-7/18, relativo à consulta sobre metodologia de aferição do cumprimento das despesas obrigatórias com manutenção e desenvolvimento do ensino, oriunda da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, o Plenário do TCE aprovou nova proposta de metodologia para apuração da aplicação do percentual de impostos e suas transferências em manutenção e desenvolvimento de ensino.

Por essa nova metodologia, para a aferição do cumprimento do limite mínimo constitucional referente à MDE (aplicação de 25% da receita resultante de impostos e de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino), deverão ser consideradas as despesas efetivamente pagas no exercício. Confira-se a resposta à consulta formulada ao TCE:

A partir das prestações de contas de governo do Estado do Rio de Janeiro e de todos os municípios jurisdicionados deste Tribunal, referentes ao exercício de 2020, a serem apresentadas em 2021, deverão ser consideradas, para fins de aferição do cumprimento do art. 212 da Constituição Federal – aplicação de 25% da receita resultante de impostos e de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino – somente as despesas efetivamente pagas no exercício, de modo a interpretar a expressão “despesas realizadas” constante do art. 70 da Lei Federal nº 9.394/96 como as despesas públicas efetivadas após o cumprimento das três etapas previstas na Lei Federal nº 4.320/64: empenho, liquidação e pagamento.

Por fim, em resposta à consulta formulada pelo chefe do Poder Executivo de Rio das Ostras acerca de questionamentos sobre despesas com uniformes escolares (Processo TCE-RJ nº 200.420-9/18), em sessão de 27/09/2018, o Plenário desta Corte, revendo entendimento sobre o enquadramento de despesas com manutenção e desenvolvimento do ensino, firmou a

tese de que, para as prestações de contas referentes ao exercício de 2020, a serem apreciadas por esta Corte no exercício de 2021, as despesas com aquisição de uniformes e afins, ainda que distribuídos indistintamente a todos os alunos, são classificadas como despesas de natureza assistencial, razão pela qual não mais poderão ser consideradas no cômputo da base de cálculo do limite mínimo constitucional de 25% (vinte e cinco por cento), consignado no art. 212 da Constituição Federal, assim como não poderão mais ser financiadas com recursos do FUNDEB.

Em face de todas essas alterações metodológicas, farei constar da conclusão de meu voto comunicação ao Prefeito Municipal para que seja alertado acerca da adoção dessas

duas mudanças de metodologia de aferição de gastos em MDE: (i) a que considera, para a

aferição do cumprimento do limite mínimo de 25%, apenas as despesas em MDE efetivamente pagas no exercício, relativamente às prestações de contas de governos municipais do exercício de 2020, a serem encaminhadas a esta Corte no exercício de 2021 e (ii) a que considera que as despesas com aquisição de uniformes e afins não mais poderão ser consideradas no cômputo da base de cálculo do limite mínimo constitucional de 25% (vinte e cinco por cento), consignado no art. 212 da Constituição Federal, assim como não poderão mais ser financiadas com recursos do FUNDEB.

2.3.2 – FUNDEB

A Emenda Constitucional nº 53, de 20 de dezembro de 2006, entre outras medidas, criou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, como fonte adicional de financiamento da educação básica. Posteriormente, o FUNDEB foi regulamentado pela Lei Federal n.º 11.494, de 20/07/2007.

a) Determinação plenária para devolução de recursos ao Fundo

Em consulta à prestação de contas de governo municipal referente ao exercício de 2018 (processo TCE-RJ nº 207.279-9/19), verifica-se que não houve determinação plenária para devolução de recursos para a conta do FUNDEB.

b) Aplicação do saldo remanescente dos recursos do Fundo referentes a 2018

O parágrafo 2º do artigo 21 da Lei Federal nº 11.494/2007 determina que até 5% dos recursos do FUNDEB podem ser utilizados, excepcionalmente, no primeiro trimestre do ano seguinte do recebimento dos recursos, desde que haja a abertura de um crédito adicional ao orçamento, o qual terá como fonte de recurso o superávit financeiro dos valores do fundo.

A aferição desse preceito consta de fls. 4628/4629:

Com base nas informações presentes na prestação de contas de governo do exercício anterior (Processo TCE-RJ n.º 207.279-9/19) verifica-se que a conta Fundeb registrou ao final do exercício de 2018 um superavit financeiro de R$6.460.722,57, de acordo com o Balancete encaminhado pela Prefeitura naquele processo.

Constatada a existência de superavit financeiro no exercício anterior, o cálculo do limite mínimo (95%) de aplicação das despesas empenhadas no exercício de 2019, será efetuado subtraindo o superavit, ora registrado, das despesas empenhadas com recursos do Fundeb no exercício de 2018.

Registra-se, ainda, que o valor de R$6.460.722,57 foi utilizado no exercício de 2019, por meio da abertura de crédito adicional no 1º trimestre do exercício, conforme decreto n.º 017/2019 às fls. 3305/3306, de acordo, portanto, com o previsto no §2º do artigo 21 da Lei Federal n.º 11.494/07. (GRIFEI)

c) Valores do FUNDEB em 2019 – contribuições e transferências recebidas

Comparando os valores destinados pelo Município ao fundo, com aqueles recebidos do fundo, após a repartição dos recursos, em função do número de alunos da rede de ensino local, verificam-se os seguintes montantes (fl. 4625):

RESULTADO DAS TRANSFERÊNCIAS DO FUNDEB

Descrição R$

Valor das transferências recebidas do Fundeb 153.911.132,32 Valor da contribuição efetuada pelo município ao Fundeb 87.534.523,31

Diferença (ganho de recursos) 66.376.609,01

d) Total dos recursos do fundo em 2019

O total de recursos do FUNDEB relativos ao exercício de 2019 foi o seguinte:

RECEITAS DO FUNDEB

Natureza Valor - R$

Transferências multigovernamentais 153.911.132,32

Aplicação financeira 192.500,29

Complementação financeira da União 0,00

Total das Receitas do Fundeb 154.103.632,61

Fonte: Anexo 10 consolidado da Lei Federal n.º 4.320/64 – fls. 2145/2158.

d.1) Despesas totais

Considerando, conforme explicitado, que um máximo de 5% dos recursos do FUNDEB pode ser utilizado, excepcionalmente, no primeiro trimestre do ano seguinte do recebimento dos recursos, a aplicação anual mínima deve ser de 95% daquela receita. O quadro a seguir traduz a aferição do corpo instrutivo (fl. 4629):

CÁLCULO DAS DESPESAS EMPENHADAS COM RECURSOS DO FUNDEB

Descrição Valor - R$ Valor - R$ Valor - R$

(A) Recursos recebidos a título de Fundeb no exercício 153.911.132,32 (B) Receita de aplicação financeira dos recursos do Fundeb 192.500,29

(C) Total das receitas do Fundeb no exercício (A + B) 154.103.632,61

(D) Total das despesas empenhadas com recursos do Fundeb no exercício 156.082.075,28

(E) Superavit financeiro do Fundeb no exercício anterior 6.460.722,57

(F) Despesas não consideradas 0,00

i. Exercício anterior 0,00

ii. Desvio de finalidade 0,00

iii. Outras despesas 0,00

(G) Cancelamentos de restos a pagar de exercícios anteriores 0,00

(H) Total das despesas consideradas como gastos do Fundeb no exercício (D - E - F - G) 149.621.352,71

(I) Percentual alcançado (mínimo = 95%) (H/C) 97,09%

Fonte: Anexo 10 consolidado da Lei Federal n.º 4.320/64 – fls. 2145/2158, Quadro C.1 e Demonstrativos Contábeis – fls. 2884/3038 e 3044, Quadro D.3 – fls. 3350, Documento de Cancelamentos de RP na fonte FUNDEB – fls. 3360/3361, Relatório Analítico Educação – fls. 4507/4529 e prestação de contas de governo de 2018 - processo TCE-RJ n.o 207.279-9/19.

À guisa de conclusão, verifica-se o atendimento ao preceito do parágrafo 2º do artigo 21 da Lei Federal nº 11.494/2007, relativamente à aplicação mínima de 95% dos recursos do FUNDEB recebidos em 2019.

d.2) Pagamento dos profissionais do magistério

Primeiramente, cabe destacar que, ao apreciar a prestação de contas de governo do município de Pinheiral (Processo TCE n.º 219.129-2/18) na sessão de 30/01/2019, o Plenário desta Corte decidiu no sentido de que para as contas de governo municipais referentes ao exercício de 2019, a serem apreciadas por esta Corte no exercício de 2020, as despesas com auxílio-alimentação ou denominação similar, assim como qualquer outra verba de caráter indenizatório, concedidas aos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício na rede pública, sob regime estatutário, poderão ser custeadas tão-somente com a parcela dos 40% dos recursos do FUNDEB, desde que tais despesas atendam às diretivas do artigo 70 da Lei nº 9.394/96.

Isto posto, demonstro, no quadro a seguir, as aplicações de recursos no pagamento da remuneração dos profissionais do magistério da educação básica local (especificamente para municípios, ligados ao ensino fundamental e infantil) em 2019 (fl. 4627):

PAGAMENTO DA REMUNERAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO

(A) Total registrado como pagamento dos profissionais do magistério 153.463.511,51

(B) Dedução do Sigfis relativo aos profissionais do magistério 0,00

(C) Cancelamento de restos a pagar de exercícios anteriores - magistério 0,00

(D) Total apurado referente ao pagamento dos profissionais do magistério (A - B - C) 153.463.511,51

(E) Recursos recebidos do Fundeb 153.911.132,32

(F) Aplicações financeiras do Fundeb 192.500,29

(G) Complementação de recurso da União 0,00

(H) Total dos recursos do Fundeb (E + F + G) 154.103.632,61

(I) Percentual do Fundeb na remuneração do magistério do ensino básico (mínimo 60,00% -

artigo 22 da Lei 11.494/07) (D/H)x100 99,58%

Assim, foi atendido o disposto no artigo 22 da Lei Federal nº 11.494/2007, uma vez que foram efetuados gastos superiores ao mínimo de 60% dos recursos totais anuais do FUNDEB com a remuneração dos profissionais do magistério da educação básica.

e) Resultado financeiro para 2020

A real disponibilidade financeira de recursos do FUNDEB, para utilização no exercício seguinte (total dos ativos financeiros menos as obrigações assumidas), foi aferida no quadro de fl. 4630, que reproduzo a seguir:

RESULTADO FINANCEIRO DO FUNDEB PARA O EXERCÍCIO 2020

Descrição Valor - R$

Superavit financeiro em 31/12/2018 6.460.722,57

(+) Receita do Fundeb recebida em 2019 153.911.132,32

(+) Receita de aplicação financeira do Fundeb de 2019 192.500,29 (+) Ressarcimento efetuado à conta do Fundeb em 2019 0,00 (+) Créditos outros (depósitos, transferências, etc) em 2019 0,00 (+) Cancelamento de passivo financeiro (RP, Outros) efetuados em 2019 0,00

= Total de recursos financeiros em 2019 160.564.355,18

(-) Despesas empenhadas do Fundeb em 2019 156.082.075,28

= Superavit Financeiro Apurado em 31/12/2019 4.482.279,90

Fonte: prestação de contas de governo de 2018 - processo TCE-RJ n.o 207.279-9/19, Anexo 10 consolidado da Lei Federal n.º 4.320/64 – fls. 2145/2158, Quadro C.1 e Demonstrativos Contábeis – fls. 2884/3038 e 3044, Quadro D.3 – fls. 3350 e documento de cancelamentos de passivos na fonte FUNDEB – fls. 3360/3361.

Esclarece o corpo técnico que o valor do superávit financeiro para o exercício de 2020, apurado no quadro anterior (R$ 4.482.279,90), encontra-se consoante o valor registrado pelo município no Balancete Contábil de Verificação do FUNDEB – Quadro D.2, à fl. 3307.

Quanto ao parecer do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB, o corpo instrutivo assim se manifestou (fl. 4631):

Verifica-se que não foi encaminhado o parecer do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb, em desacordo com o previsto no artigo 24 c/c com o Parágrafo Único do art. 27 da Lei n.º 11.494/07.

Às fls. 4248/4249, a Secretária Municipal de Educação cita que a Prestação de Contas está em análise por parte do Conselho, bem como os diversos motivos pelo atraso na análise, como a nomeação de novos conselheiros; a paralisação das atividades por conta da pandemia de COVID-19, e que o Conselho aguarda sua regularização de CNPJ e vinculação à conta corrente específica.

No entanto, fica afastada a responsabilidade do gestor municipal, uma vez que o mesmo não motivou a ausência do referido parecer. Não obstante, o não envio do parecer do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb sobre a prestação de contas do exercício de 2019, descumprindo o disposto no artigo 24 da Lei 11.494/07, será objeto de expedição de ofício ao Ministério da Educação para conhecimento do fato.

Oportunamente, observa-se que o cadastro do Conselho do Fundeb constava como regular junto ao Ministério da Educação – MEC, conforme consulta efetuada ao site daquele órgão (fls. 4503/4505), até o exercício de 2019, exercício a que se refere a presente prestação de contas. (GRIFOS MEUS)

Devo acrescentar que o corpo instrutivo, em sua segunda manifestação sobre as contas em análise (instrução datada de 16/09/2020), fez o seguinte registro acerca da proposta de expedição de ofício ao Ministério da Educação, para ciência do não envio do parecer do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb sobre a prestação de contas do exercício de 2019 (fl. 4852), com o qual estou de acordo:

Ressalte-se que na Instrução Inicial às fls. 4571/4681 havia sido sugerido pelo Corpo Instrutivo a expedição de ofício aos Ministérios da Educação e da Saúde para ciência sobre a falta de emissão por parte dos respectivos Conselhos Municipais, dos pareceres sobre as contas do Fundeb e da Saúde relativos ao exercício de 2019, respectivamente.

Entretanto, tais itens não constarão mais da conclusão do presente processo, considerando para tanto, a declaração de emergência em saúde pública de

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