3 ESTUDO DE CASO: DEPARTAMENTO DE PROMOÇÃO TURÍSTICA DE
4.1 Departamento de Promoção Turística (DPTur): Diagnóstico
Com o objetivo de avaliar a governança municipal do turismo realizada pelo DPT
ur, foi
realizada a pesquisa de campo, por meio do roteiro de entrevistas, aplicada junto aos gestores
do turismo de Aracaju e os stakeholders do setor, cujos resultados dos objetivos específicos
relacionados ao diagnóstico serão apresentados a seguir.
A Figura 29 demonstra graficamente o perfil dos 7 (sete) entrevistados relacionados a
100% do universo amostral da pesquisa de campo, onde 30% dos entrevistados correspondem
aos 2 (dois) gestores do DPTur/SEMICT e 70% correspondem aos 5 (cinco) representantes dos
stakeholders, a saber:
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Figura 29 – Percentual e Perfil dos Entrevistados.
Fonte: Autor (2018).
De acordo com o roteiro de entrevistas aplicado junto aos gestores foi informado que a
Secretaria, Municipal da Indústria, Comércio e Turismo (SEMICT) por meio do Departamento
de Promoções Turísticas (DPT
ur) é o responsável pela gestão do turismo de Aracaju/SE.
Por sua vez, segundo os gestores da SEMICT, o DPT
uré formado por uma equipe que
conta com duas turismólogas que estão à frente das ações realizadas e a realizar estão elencadas
em dois projetos que fazem parte do portfólio do Plano Estratégico da Gestão Municipal, são
eles: captação de eventos; promoção do destino. No entanto, a vaga de diretor desse
departamento ainda se encontra vaga.
Quando os gestores do DPT
ur/SEMICT foram questionados da existência de alguma
iniciativa já implementada ou que esteja em fase de implementação que visa a modernização
da governança deste setor, os mesmos informaram que estava em fase de implementação a
reorganização e reativação do Conselho Municipal de Turismo (CMT), prevista para este
primeiro semestre de 2018.
Todavia, os stakeholders informaram que um termo de cooperação técnica entre a
administração pública do turismo e as Instituições de Ensino Superior de Sergipe, que possuem
cursos de graduação em turismo e áreas afins, poderia contribuir para o aprimoramento através
da transferência do conhecimento adquirido nas pesquisas realizadas sobre o setor, já que
segundo entrevista com os gestores, no momento, não há Parceria Público-Privada (PPP) em
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andamento.
Na análise das respostas relacionadas à governança do turismo de Aracaju, tanto os
gestores quanto dos stakeholders foram unânimes em afirmar que o modelo governança
inteligente proporcionará a melhoria da administração do turismo municipal, bem como dos
indicadores da gestão pública desse departamento, por se tratar de um conceito que alinha a
gestão pública do turismo as tecnologias da informação e comunicação para instrumentalização
do departamento a fim de otimizar a gestão da atividade e a interação colaborativa entre as
partes interessadas por meio dos canais públicos de comunicação (Figura 30).
Figura 30 – A Governança Inteligente Contribuirá para a Gestão do Turismo de Aracaju?
Fonte: Autor (2018).
No entanto, observaram a necessidade de um planejamento estratégico para que o
departamento seja adaptado as necessidades de infraestrutura de TI, serviços e tecnologias para
consolidar a mudança de paradigma da governança tradicional para inteligente.
Os stakeholders, também, demonstraram interesse que nesse modelo de governança eles
não tivessem apenas participação consultiva, mas que pudessem deliberar sobre as demandas
do setor turístico de Aracaju. Portanto, a importância do funcionamento do CMT para
consolidar o conceito de governança participativa inserido na dimensão da governança
inteligente do turismo.
Sobre a governança participativa para o planejamento da gestão do turismo de Aracaju,
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todos os entrevistados nesta pesquisa consideraram que esse modelo é de suma importância
para o desenvolvimento da atividade na capital sergipana, pois não é possível falar em
governança inteligente sem participação e representatividade (baseada no sistema turístico do
destino) tanto dos representantes da administração pública relacionada ao turismo quanto das
entidades públicas e do Terceiro Setor representantes do trade turístico (Figura 31).
Figura 31 – A Governança Participativa é Importante para a Gestão do Turismo de Aracaju?
Fonte: Autor (2018).
De acordo com os entrevistados, o modelo de governança inteligente do turismo
contribuirá para a melhoria da experiência do turista no sentido do planejamento da estada e
interação colaborativa por meio das tecnologias da informação e comunicação. Já no caso do
residente, esse modelo de governança impactaria na melhoria na qualidade de vida através da
melhoria dos serviços públicos e potencialidades na geração de emprego e renda oriunda da
atividade turística em Aracaju (Figura 32).
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Figura 32 – A governança Inteligente irá contribuir para a Melhoria da Experiência do Turista
e Qualidade de Vida do Residente?
Fonte: Autor (2018).
Porém, foi destacada a necessidade de adequação da infraestrutura básica, turística e
urbanística, tanto do centro quanto do litoral, para que essa experiência seja exitosa em sua
plenitude e a urbe se desenvolva de forma sustentável.
Como a atividade turística promove o desenvolvimento econômico do destino, os
entrevistados deste estudo sinalizaram positivamente no que diz respeito à promoção do
desenvolvimento do ecossistema empreendedor de Aracaju por estimular o surgimento de
novos modelos de negócios de base tecnológica relacionadas direta ou indiretamente ao setor
de serviços turísticos ou não (Figura 33).
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Figura 33 – A Governança Inteligente Promoverá o Ecossistema Empreendedor do Destino
Turístico Aracaju?
Fonte: Autor (2018).
Neste contexto, foi descrito pelos entrevistados que o ecossistema empreendedor
pressupõe a organização e a tomada de decisões por parte do poder público no sentido de serem
criados incentivos para a atração de empresas, bem como o surgimento de empresas locais.
Por conseguinte, alinhada ao contexto da questão analisada anteriormente, na opinião
dos entrevistados desta investigação, o modelo de governança inteligente irá contribuir para o
desenvolvimento sustentável da atividade turística em Aracaju por contribuir para a orientação
de um planejamento consistente, de constante monitoramento e controle de fatores que poderão
contribuir para o devido equilíbrio econômico, ambiental e social das intervenções e operações
do turismo (Figura 34).
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Figura 34 – A Governança Inteligente Promoverá o Desenvolvimento Sustentável do Destino
Turístico Aracaju?
Fonte: Autor (2018).
De acordo com os gestores, os métodos, sistemas e processos de governança do turismo
são realizados pela própria equipe do DPTur/SEMICT. Porém, segundo stakeholders, não há
uma instancia de governança instituída com representatividade dos diversos setores da cadeia
produtiva do turismo, principalmente, com destaque para os projetos realizados pela
comunidade acadêmico-científica que poderiam ser considerados nesse processo como uma
forma de transferência do conhecimento científico para gestão sustentável do turismo através
dos projetos de extensão – desenvolvidos por pesquisadores –, que tiveram início em 2015.
Quando foram perguntados sobre pontos positivos que poderão contribuir/comprometer
a implantação da governança inteligente no DPTur/SEMICT, os entrevistados, de forma geral,
destacaram as seguintes variáveis: a) a visão do agente público que responde pela SEMICT; b)
o baixo nível de representatividade das entidades de classes; c) descontinuidade das políticas
públicas de turismo nas três esferas: União, UF e Município; d) reprodução de modelos de
governança bem-sucedidos.
Já os pontos negativos destacados pelos entrevistados seguiram as seguintes
observações: a) falta de autonomia do agente público que responde pela DPT
ur/SEMICT; b) a
falta de compreensão dos agentes de produção do turismo de que a governança pode ser
coordenada pelo setor privado; c) a inexistência de uma secretaria municipal de atenção ao
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turismo, ainda que associada a indústria e comércio; d) a descontinuidade dos projetos de apoio
a gestão descentralizada do turismo como o Programa de Regionalização do Turismo (PRT) e
o Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável PDITS – Polo Costa dos
Coqueirais, que contempla o destino estudado.
A partir dessa análise foi possível identificar as necessidades iniciais (Diagnóstico) para
modernizar a governança do turismo de acordo com as informações coletadas através da visita
in loco no Departamento de Promoções Turísticas (DPTur) e aplicação dos instrumentos de
pesquisa junto aos gestores público e representantes das Entidades-Membro do trade turístico,
para assim formatar um modelo referencial (Prognóstico) na perspectiva da governança
inteligente para destino turístico Aracaju.
No documento
GOVERNANÇA INTELIGENTE DE DESTINOS TURÍSTICOS: O CASO DO DEPARTAMENTO DE PROMOÇÃO TURÍSTICA DE ARACAJU/SE
(páginas 102-109)