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DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL – DNPM

POLÍTICAS PÚBLICAS E PRIVADAS PARA O SEGMENTO DE CALCÁRIO AGRÍCOLA

DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL – DNPM

Projeto: CALCÀRIO: Recurso Mineral na Sustentabilidade Agropecuária e Melhoria dos Recursos Hídricos – FUNPAR - 2003

Figura: 3.1 - Reservas de Calcário na África do Sul

O Programa pretende estabelecer bases nas relações públicas e privadas num movimento similar ao introduzido na Austrália. Consiste em cinco componentes principais:

Trabalho público para conservação dos recursos: solos degradados, solos ácidos, plantas daninhas. Criação de empregos e assistência à pobreza, concomitantemente visando a reabilitação das áreas degradadas;

Capacidade de construção: formação de líderes, grupos de assistência e ação comunitária;

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Legislação e política: revisão das regulações existentes e financiamentos que afetam a conservação dos recursos;

Pesquisa e extensão: inventário de projetos, evolução processos e trabalhos referentes aos recursos de conservação agrícola. Promoção do desenvolvimento da pesquisa e da tecnologia em apoio à conservação.

Em 2004 a produção de calcário e dolomita foi de 21, 9 milhões de toneladas, sendo consumido internamente 17, 7 milhões. O consumo total da agricultura neste ano foi de apenas 889.000 toneladas, ou seja, 5,0%. O número de empregos na produção calcário foi de 2.289. Na Tabela 3.2 constam os volumes consumidos por uso e os valores gerados.

Tabela 3.2 - Volume de calcário consumido na África do Sul em 2004 – Por Usos

ANO CIMENTO METALURGIA AGRICULTURA OUTROS USOS

Quant Valor Quant Valor Quant. Valor Quant Valor

Mil t Mil R R/t Mil t Mil R R/t Mil t Mil R R/t Mil t Mil R R/t 1997 11.533 130.185 11 2.324 91.750 39 710 23.055 32 2.151 151.982 71 1998 10.541 118.456 11 2.067 84.871 41 865 29.801 34 2.100 169.625 81 1999 10.074 132.375 13 1.998 85.247 43 836 29.055 35 927 156.396 169 2000 9.794 136.004 14 2.131 96.379 45 653 26.205 40 969 170.403 176 2001 9.700 156.639 16 2.038 90.442 44 799 36.947 46 974 185.487 190 2002 11.218 188.653 17 2.088 98.690 47 993 49.281 50 1.017 230.879 227 2003 11.893 216.148 18 1.972 104.861 53 935 53.732 57 1.110 260.981 235 2004 11.655 226.517 19 2.029 106.120 52 889 52.740 59 1.155 277.015 240

Fonte: Department of minerals and energy, 2006 – www.dme.gov.za

R = Rand, moeda oficial da África do Sul t = toneladas

O tamanho e a intensidade da indústria mineral de calcário é uma indicação do estágio de desenvolvimento econômico nesse País. Este segmento, comparado com as nações de primeiro mundo, são relativamente pequenos, mas bastante sofisticados, o que reflete a emergência natural da economia na África do Sul (NAHASS, 2003).

Segundo o Department of Minerals and Energy da África do Sul a necessidade anual de calcário agrícola é de 5,7 milhões de toneladas anuais, sendo o consumo atual de apenas 889.000,

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ou seja, 15%. O país é praticamente auto-suficiente na maioria dos produtos agrícolas consumidos, sendo então um forte mercado na utilização de calcário e de fertilizantes. A venda de calcário agrícola é imprevisível, pois depende das condições climáticas do país. Se ocorrer seca ou chuva excessiva, o calcário entra para restabelecer a fertilidade dos solos em níveis adequados.

3.1.2 - Calcário na Argentina

A República Federativa da Argentina possui área de 2.766.889 km², uma população superior a 36 milhões de habitantes, sendo que metade dela reside na cidade e na província de Buenos Aires. Integram o território nacional 23 províncias e a Capital Federal Buenos Aires. Tem como densidade demográfica 13 hab/km². A língua oficial do país é o Castelhano (espanhol), e participa de organizações internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização dos Estados Americanos (OEA), e o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). A moeda oficial da Argentina é o peso.

O país estende-se ao longo de 30 graus de latitude, começando nas densas florestas subtropicais do Norte, atravessando as densas planícies dos pampas e chegando até os planaltos frios e desérticos da Patagônia, ao Sul. A economia da Argentina baseia-se na pecuária e nos cereais produzidos nos solos férteis dos Pampas. A produção agrícola representa mais de 60% das exportações do País, com predomínio do cultivo de cereais.

A bacia sedimentar da Argentina fica situada na Precordilheira entre as latitudes 33º e 29º Sul, ao Oeste da Argentina, sendo composta na maior parte por rochas origem Paleozóica. Os limites da Precordilheira são as Serras Pampeanas ao Leste, pelo platô de Puna ao Norte e as Cordilheiras frontal e principal a Oeste. Uma das características mais importantes da Precordilheira é a presença de uma larga plataforma de carbonato que a diferencia s bacias Ordovician adjacentes da América do Sul. Consiste em três correntes longitudinais principais: uma oriental mais afastada, condicionada pelo período Cambriano e as rochas calcárias da Bacia do Ordovician.

São várias as formações rochosas encontradas, principalmente de rochas calcárias. Devido à baixa demanda do calcário para uso agrícola, visto as características dos solos argentinos, não ocorre exploração intensiva dessas reservas. O grande volume de reservas de

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rochas calcárias para fins agrícolas confere ao país uma vantagem, diante de uma futura necessidade.

Na Argentina, embora haja cerca de 10.000.000 de hectares de solos férteis, a técnica de aplicação do calcário agrícola não tem sido muito difundida, devido à baixa necessidade de utilização tanto de fertilizantes, como de corretivos de solo. O pH médio dos solos argentinos é de 5,8.

Quanto ao domínio dos recursos minerais, a Argentina procura firmar o domínio de seus recursos minerais, ou seja, de propriedade pública. O Estado incumbe-se da administração dos recursos minerais e dos regimes de acesso à propriedade mineral, por intermédio de procedimentos e serviços específicos de outorga de pesquisa e de lavra.

Enquanto que o Governo argentino está presente fortemente na produção de petróleo e gás, progressivamente vem decrescendo sua participação em relação a outras substâncias minerais, conforme demonstram os processos de abertura a capitais privados. A Argentina não oferece discriminação a investimentos estrangeiros em sua indústria mineral.

Não existem na Argentina, incentivos para a indústria de calcário corretivo, da mesma forma, os produtores agrícolas também não recebem incentivos para o uso do calcário agrícola. A distância média das unidades produtoras às áreas de consumo varia entre 5 km a 350 km. Essas unidades situam-se, em sua maioria, próximas às áreas de produção agrícola da província de Córdoba. O custo médio do transporte é de US$ 0,035/tonelada/km. O preço médio do insumo é de US$24,00/tonelada.

A participação do calcário nos custos de produção é muito baixa, devido à baixa utilização. Quando a necessidade de corretivos e fertilizantes vier a ser maior, o país não enfrentará problemas, pois possui grandes reservas de excelente qualidade para exploração.

Além de não contar com programa de incentivo ao uso de calcário agrícola, a Argentina também ainda não possui um programa específico voltado à conservação dos recursos naturais e minimização de riscos ambientais visando a sustentabilidade de sua agricultura.

Atualmente a Argentina produz por volta de 150 mil toneladas de calcário agrícola, para um potencial produtivo de 3 milhões de toneladas anuais.

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MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA

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