• Nenhum resultado encontrado

O Departamento de Reabilitação urbana e a estratégia definida para a ORU – Centro

4. Capítulo 4 – Identificação e Caracterização do Património Imóvel do Centro

4.1 O Departamento de Reabilitação urbana e a estratégia definida para a ORU – Centro

Os elementos apresentados no capitulo III funcionam como uma síntese das questões relacionadas com a gestão do património que de forma muito particular influenciaram a própria gestão do Centro Histórico de Vila nova de Gaia, os organismos responsáveis a importância do levantamento realizado pelo GRUCH e a dinamização preconizada pela Gaiurb, EM. São estes antecedentes em último caso relacionam-se com a entidade, na qual realizamos Estágio Curricular e cuja atividade foi abordada ao longo dos tópicos 1, 3 e 4. Devido ao âmbito do nosso estudo, focado na reabilitação urbana do Centro Histórico de Vila Nova de Gaia na atualidade pensamos que a exposição das atividades que a entidade de estágio realizou não seriam claras se lhes dedicássemos apenas um tópico, pois estas atividades encontram-se intimamente ligadas com os elementos que entendemos fazerem parte do percurso das intervenções do património em Vila Nova de Gaia. Neste sentido, abordaremos neste tópico a atividade mais recente do DRU, a preparação da elaboração da Operação de Reabilitação Urbana.

A ordem de trabalhos para a conclusão da elaboração das medidas estratégias, no âmbito da Operação de Reabilitação Urbana iniciada em 2014, teve como objetivo o estudo do edificado inserido nas Áreas de Intervenção Prioritárias – Cândido dos Reis, Guilherme Gomes

Fernandes, Calçada da Serra e Castelo, nomeadamente no que concerne à identificação e

caracterização das tipologias formais e funcionais do património imóvel, os materiais, o estado de conservação e elementos dissonantes ou descontextualizados do ponto de vista da morfologia original das arquiteturas. Foi considerada nesta análise o levantamento dos armazéns e arquiteturas associadas ao vinho do porto, no sentido de perceber as dinâmicas de ocupação, os proprietários que detém este património e atualização do estado de conservação e usos. Neste sentido a metodologia de trabalho passou pela433:

 Consulta dos Documentos Estratégicos elaborados entre 2009 e 2012 para as Unidades de Intervenção acima referenciadas.

433 Todos os elementos apresentados têm por base a nossa observação efetivada no âmbito do Estágio Curricular realizado no Departamento de Reabilitação Urbana da Gaiurb, EM entre setembro de 2015 e julho de 2016.

 Trabalhos académicos sobre o Centro Histórico, e/ou o seu Património Arquitetónico, o levantamento cadastral realizado pelo GRUCH em 2000 e a Caracterização do Centro Histórico (Caracterização do património Histórico e Cultural da Zona Histórica de

Gaia: Caracterização Geográfica434, Caracterização do Património Histórico e

Cultural da Zona Histórica de Gaia: Património Arqueológico435,Caracterização do

Património Histórico e Cultural: Património Construído436 e a Caracterização do

Património Histórico e Cultural da Zona Histórica de Gaia: Património Arquitectónico IV437, realizada pelo Gabinete de História e Arqueologia de Vila Nova de Gaia, datada do mesmo ano. Para as arquiteturas do vinho do Porto foi considerado o trabalho académico realizado por Mariana Abrunhosa Pereira intitulado As Arquiteturas do

vinho de um porto monofuncional, análise que figurou na Exposição Memória, Património e Reabilitação.

 Levantamento e Análise de POP´s (Processos de Obras Particulares) existentes no Arquivo Municipal Sophia de Mello Breyner, e também do próprio arquivo da Gaiurb. Destes pretendeu-se extrair informação gráfica relativa aos alçados dos edifícios e perceber através das memórias descritivas como evoluiu o arruamento. Também foram utilizados os D.E neste processo.

 Levantamento Fotográfico.

 Análise SWOT (Pontos Fortes, Pontos Fracos, Oportunidades e Constrangimentos)

 Estado de Conservação dos edifícios

 Análise dos Projetos de Obras, em curso, em fase de apreciação, e que aguardam Licença de autorização.

 Levantamento dos Edifícios Reabilitados – analisados com base na data de publicação da ARU (9 de maio de 2013).

434 TEIXEIRA, Maria de Fátima; GUIMARÃES, Susana; GUIMARÃES, Gonçalves, J. A –

Caracterização do património Histórico e Cultural da Zona Histórica de Gaia: Caracterização Geográfica. Vila Nova de Gaia: Gabinete de História e Arqueologia de Vila Nova de Gaia, 2000.

435 BARBOSA, SANDRA - Caracterização do Património Histórico e Cultural da Zona Histórica de

Gaia: Património Arqueológico. Vila Nova de Gaia: Gabinete de História e Arqueologia de Vila Nova de

Gaia, 2000.

436 ABRANTES, António, coord. – Caracterização do Património Histórico e Cultural da Zona

Histórica de Gaia: Património Arquitetónico IV. Vila Nova de Gaia: Gabinete de História e Arqueologia

de Vila Nova de Gaia, 2000

437 GUIMARÃES, Joaquim António Gonçalves; CORREIA, Ana Filipa - Caracterização do Património

Histórico e Cultural: Património Construído. Vila Nova de Gaia: Gabinete de História e Arqueologia de

 Em relação ao edificado foi considerado o (Número de pisos em relação às cérceas, os edifícios reabilitados com transformações da traça original, materiais dominantes, nomeadamente, o revestimento das fachadas, cobertura, tipologia das caixilharias …).

Em última análise os levantamentos dos cadastros contaram com a revisão dos estudos realizados até à data de conclusão da ORU. Para além de documentar o trabalho realizado pelo DRU, pretendemos refletir sobre o estado de conservação, e usos dos espaços, assim como a caracterização do centro histórico a partir dos núcleos acima enunciados, os quais começaremos a referenciar na etapa seguinte.

Do ponto de vista legal a reabilitação é atualmente uma prioridade do Governo, sendo uma ação importante a implementar no contexto da Politica das cidades e da habitação. No Decreto- Lei nº 307/2009 correspondente ao novo regime jurídico da reabilitação urbana elencou o cumprimento de cinco objetivos:

1. Prevê que a reabilitação do edificado deve ser um dever partilhado entre o privado, proprietários dos prédios e o público, que ficará a cargo da requalificação da envolvente.

2. Deve garantir operações integradas de reabilitação, nas ARU´S, executadas pelos diferentes atores e cuja delimitação prévia, deve ficar a cargo do Município.

3. Apostar na diversidade a aplicar nos modelos de gestão das intervenções de reabilitação urbana.

4. Criação de mecanismos para agilizar o processo de controlo prévio das operações urbanísticas.

5. Procurar criar instrumentos que promovam o equilíbrio dos direitos dos proprietários.

Este quadro legislativo veio substituir o Decreto-Lei nº 104/2004 de 7 de maio que focava A disciplina das ACRRU´s revistas no Decreto-Lei nº 794/76, de 5 de novembro. Neste sentido, o atual regime jurídico da reabilitação urbana estrutura as intervenções em «área de reabilitação urbana» e «operação de reabilitação urbana», esta última deve estar acompanhada de propostas estratégicas de intervenção de reabilitação438. Devido à diversidade de casos foi prevista a realização dos dois tipos de operação de reabilitação urbana, uma designada de ORU simples e a outra designada de ORU sistemática, que abrange a reabilitação do edificado e das

infraestruturas e espaços verdes439. No que concerne à Politica de Reabilitação Urbana, esta deve obedecer ao seguinte:

a) Responsabilidade público-privada b) Subsidiariedade da ação pública c) Solidariedade entre gerações

d) Sustentabilidade financeira (sociocultural) e) Integração multidisciplinar

f) Coordenação com iniciativas público – privadas g) Contratualização (Projetos a concurso)

h) Proteção do existente com atribuição de benefícios i) Ponderação – negociação entre as partes

j) Equidade na repartição de encargos440  Esquema do processo de Constituição da ORU:

Simples

Reabilitação Urbana ARU Unidades de Intervenção ORU

Sistemática

Levantamento e Análise Edificado e Espaço Público Estratégia adotada

As práticas das medidas previstas na definição da ORU são coordenadas e geridas por uma entidade gestora, representadas pelo Município, ou empresa local. Já no que se refere aos modelos de execução da ORU, estes podem ser partilhados pela entidade gestora e particulares, e podem ser abordadas do ponto de vista:

 Execução direta pela entidade gestora  Execução através da administração conjunta  Execução de parcerias com entidades privadas.

No capitulo III deste Decreto é apresentada a Operação de Reabilitação urbana, de acordo com o que compete às entidades gestoras e privados, na aplicação da ORU simples e sistemática. Neste sentido, o Decreto definido a forma de apresentar opções estratégicas, qual o prazo de execução, assim como determinar o modelo de gestão e apresentar o quadro de apoios

439 Decreto-Lei nº 307/2009. D.R. I Série. 236 (09-10-23) P. 7957

440 Decreto-Lei nº 307/2009. D.R. I Série. 236 (09-10-23) Decreto-Lei nº 307/2009. D.R. I Série. 236 (09- 10-23) P. 7959

e incentivos fiscais. Cabe também à entidade gestora informar os interessados sobre os direitos e deveres da reabilitação urbana. De acordo com as unidades de execução previstas neste quadro, foram elaborados D.E para as unidades de intervenção identificadas como prioritárias, são estas a Unidades de Intervenção de Cândido dos Reis 01 a 06, a U.I da Calçada da Serra, Guilherme Gomes Fernandes e castelo, sendo que esta última se encontrava suspensa. Do ponto de vista metodológico é comum a todas as unidades, a consideração do estado de conservação do edificado e do conjunto urbano, assim como a sua condição estética. Valoriza as intervenções realizadas e integra o conceito de reabilitação no contexto da pluralidade de estratégias e agentes. Assume que o particular deve ser tomado em consideração nos estudos de caso, sempre que se afigure possível.

4.1.1Unidade de Intervenção Cândido dos Reis

Figura 40 Unidade de Intervenção Cândido dos Reis, Fonte: Geoportal da Gaiurb, EM

A área de Intervenção Cândido dos Reis é formada por seis Unidades de Intervenção definidas pelos quarteirões Cândido dos Reis – Travessa Cândido dos Reis – Rua da Barroca – Rua Luís de Camões – Rua de General Torres - Travessa General Torres – Rua do Pinhal – Escadas do Monte. Sendo uma unidade de caráter complexo, a análise e levantamento cadastral foi realizada tendo em conta os vários elementos encontrados. Neste sentido, após o estabelecimento das considerações metodológicas, foi elaborado um contexto histórico da área em questão tendo em conta as suas caraterísticas urbanas e paisagísticas, contextualizando a freguesia de Santa Marinha e os núcleos primitivos de Gaya e Vila Nova. A definição do

topónimo Santa Marinha teve como fonte Gaia e Vila Nova na Idade Média: Arqueologia de

uma área ribeirinha (Gonçalves Guimarães, 1995), resenha histórica na qual o autor faz

referência às tipologias de ocupação do território desta freguesia, constituída por Agro, Soutos e Montes, nomeadamente os Montes de São Nicolau, Fervença e Telheiro, locais sacralizados com capelas ou cruzes e onde se faziam procissões441. Na Descripção Topographica de Vila

Nova de Gaya, foi referenciado o Foral de 1518 como promotor da unificação das duas vilas,

assim como a referência à existência de Gaia a Grande e Gaia a Pequena442. Aponta também a Cartografia existente, a qual se apresenta escassa, no que concerne à representação da evolução das estruturas urbanas existentes, sendo identificado o seguinte:

 Representação esquemática - séc. XI a XIII  Cópias de autor anónimo do Século VII

 Cartografia de Pormenor datada a partir do século XVI

 Cartografia representando a estrutura urbana de Vila Nova com mais definição, c. 1832/1834

 Planta do Concelho (1848) publicado por Armando Matos em 1937443.

Foram também contextualizados os lugares, as estruturas urbanas existentes, nomeadamente a identificação e caracterização da Rua Cândido dos Reis, Largo de S. Roque, Rua de General Torres, Rua Luís de Camões, Travessa do Cabeçudo, Rua do Pinhal e Travessa de General Torres, elementos do espaço público com valor patrimonial como as Fontes do Cabeçudo e São Roque444 e expansão urbana designadamente a abertura da Estrada Nova (General Torres), e o alargamento da Rua Direita445. As fases de evolução da Rua Direita foram aqui consideradas, pela sua importância e pela imprecisão relativamente à data da sua abertura446. No que diz respeito, ao Largo de São Roque foi feita uma caracterização histórico – geográfica recorrendo à Descripção Topographica de Vila Nova de Gaia447. Para a Rua Luís de

441 Ramos Unipessoal, Lda. – Arquitetura e Urbanismo – Documento Estratégico para a Unidade de

Intervenção Cândido dos Reis (Unidades 03 e 04): Projeto-Base. Vol. 1 e 2. Porto: Câmara Municipal de

Vila Nova de Gaia, 2010. P. 6 442Ibidem. P.7

443 Ramos Unipessoal, Lda. – Arquitetura e Urbanismo – Documento Estratégico para a Unidade de

Intervenção Cândido dos Reis (Unidades 03 e 04): Projeto-Base. P. 8

444 Ramos Unipessoal, Lda., arquitetura e Urbanismo – Documento Estratégico para a Unidade de

Intervenção em Cândido dos Reis (Unidades O1e 02): Projeto-Base. Vol. 1 e 2. Porto: Câmara Municipal

de Vila Nova de Gaia, 2010. P.2 445 Ibidem. P. 18

446 Ramos Unipessoal, Lda. – Arquitetura e Urbanismo – Documento Estratégico para a Unidade de

Intervenção Cândido dos Reis (Unidades 03 e 04): Projeto-Base. P.10

Camões foi utilizado como fonte o artigo escrito por Gonçalves Guimarães intitulado O Polo

Industrial da Serra do Pilar, possibilitando a:

 Contextualização do arruamento  Referência ao antigo topónimo  Ligação à Estrada Distrital Nº 28

 Localização. Esta Rua veio a circundar pelo lado sul a extinta cerca do Mosteiro da Serra do Pilar.

 A Paisagem Urbana (Oficinas e Armazéns)448.

Para as Unidades 01, 02, 03, 04, 05 e 06 o D.E apresentou uma metodologia de gestão que contemplou a transposição do Centro Histórico para a vida contemporânea, sendo o primeiro passo a incorporação de mais população residente, nomeadamente de jovens. Para facilitar este processo deveriam ser criadas medidas estratégicas, tais como proporcionar estacionamento, acessibilidade e mobilidade, concluir a análise do estado de conservação e condições estéticas. Em relação ao edificado seria feita a análise prédio a prédio tentando, numa primeira fase, estabelecer os pressupostos da intervenção que deveriam apostar em não demolir partes significativas e privilegiar a manutenção da estrutura fundiária449. As características e transformações da arquitetura existente no local, são segundo o D.E consequência em particular das várias cheias que assolaram a zona ribeirinha de Gaia, quando o Douro ultrapassava os limites das suas margens e dos tumultos causados pelo Cerco do Porto450.

No que diz respeito à estética das arquiteturas e engenharias, as Unidades 01, 02, 03 e 04 detêm uma relação muito direta e expressiva com a paisagem envolvente. Neste sentido, seria importante sensibilizar os moradores e utilizadores desta área urbana, para a ideia de que as morfologias da cidade, neste caso em especial do seu edificado, deveriam ser as mais equilibradas possíveis de modo a oferecer uma paisagem de grande qualidade451. O D.E previu que na reabilitação destes espaços fossem evitadas barreiras arquitetónicas e espaços de proporções inadequadas, desta forma pensou na promoção do uso de materiais de forma coerente, tais como as infraestruturas e a publicidade exteriores, deveriam ser objeto de estudo de integração no edifício de modo a qualificar o ambiente urbano. Com a implementação destes princípios pretendeu-se valorizar a arquitetura preexistente, o que não exclui a integração de

448 Ramos Unipessoal, Lda. – Arquitetura e Urbanismo – Documento Estratégico para a Unidade de

Intervenção Cândido dos Reis (Unidades 03 e 04): Projeto-Base. P. 13

449 Ibidem. P.4 450 Ibidem. P.p 19, 20 451 Ibidem. P.p 37, 38

arquiteturas contemporâneas no centro histórico da cidade452. Na Unidade 02 foram encontrados edifícios aparentemente dos mais antigos do Centro Histórico, correspondente ao troço da antiga Viela dos Ferradores (depois Rua Direita e atualmente designada de Rua Cândido dos Reis) e Escadas do Monte, diferentes quanto ao desenho dos interiores, mas com permanência de alguns elementos arquitetónicos e dispositivos que a tipificam; claraboias, caixas de escada, telhados de diferente águas e os alçados principais, que na sua maioria apresentam interesse arquitetónico453. A referência a esta tipologia arquitetónica, enquadra-se no tipo de lote estreito e profundo que se difundiu no século XIX, mas cujas afinidades formais remontam à Idade Média.

Os pontos fracos do levantamento destas unidades de intervenção efetivaram-se pela alteração de usos dos prédios o que contribuiu para a degradação e empobrecimento da arquitetura. Também detetamos algumas dificuldades na caracterização e datação da tipologia arquitetónica anteriormente referida. O D. E. enquadra-a na segunda metade do século XIX, embora alguns poderiam ter sido construídos no inicio do século XX454 (ver tabela - Considerações do D.E sobre as tipologias arquitetónicas identificadas). No que diz respeito à organização de conteúdos percebe-se que os D.E elaborados no ano de 2010 para as unidades 01, 02, 03 e 04 mantiveram os critérios assim como a descrição histórica do local. Contudo os D.E de 2012 elaborado para as unidades 05 e 06 foram complementados com informação relacionada com a história do local, nomeadamente a toponímia das ruas e a sua localização o espaço, a relação com o edificado e as vias de circulação existentes.

Nas Unidades de Intervenção CR01 e CR02, o D.E conta com a existência de 3 exemplares das linguagens contemporâneas. Em meados do século XX os prédios CR03.021 e CR05.05, 006, 018 e 019, em consequência do projeto de realinhamento da Rua Cândido dos Reis, as intervenções vão também refletir linguagens arquitetónicas diversas. Foi introduzido o betão armado, o reboco liso e novas proporções de vãos, que foram eliminando as cantarias em granito. Foram mantidos alguns elementos arquitetónicos, denominados de transição, continuidade formal com textura formal tradicional, nomeadamente a marcação das linhas de laje e pequenos frisos de remate455. O D.E intentou na identificação das tipologias arquitetónicas e elementos do sistema construtivo, transformações e permanências das características formais

452Ramos Unipessoal, Lda, arquitetura e Urbanismo – Documento Estratégico para a Unidade de

Intervenção em Cândido dos Reis (Unidades O1e 02): Projeto-Base. P.40

453Ramos Unipessoal, Lda, arquitetura e Urbanismo – Documento Estratégico para a Unidade de

Intervenção em Cândido dos Reis (Unidades O1e 02): Projeto-Base. P. p 23, 24

454 Ibidem. P.p 23, 24

455 Ramos Unipessoal Lda. – Arquitectura e Urbanismo - Documento Estratégicos para Intervenção em

Cândido dos Reis – Unidade 06: Projeto-Base. Vol. 1 e 2. Porto: Câmara Municipal de Vila Nova de

da arquitetura tradicional portuguesa e das tipologias eu foram surgindo a partir do século XX, designadamente as estruturas em betão. Esta última foi designada de arquitetura do lote largo, a qual foi identificada nas unidades CR03 e CR04, e a sul da Travessa de General Torres, constatando-se a existência de uma estrutura cadastral com dimensões e geometria diversa. Na Rua de General Torres e Rua Luís de Camões foi identificada uma ocupação de edifícios, designados de rendimento, mas já com alguns casos onde se verifica a organização em esquerdo / direito por cada piso, ou seja, lotes com rentes mais largas e logradouros ca profundidade mais reduzida456.

Em última análise foi realizada a descrição da cidade existente (ver tabela – Estrutura da Descrição sobre a cidade existente), apresentando ao Projeto-Base de Intervenção (ver tabela – Projeto – Base de Intervenção) acompanhados pela Estimativa Orçamental das operações a realizar, Planificação das intervenções propostas, Proprietários, titulares de direito e arrendatários, Autos de vistoria (imagens, plantas fichas de inquéritos, outros), Direitos adquiridos através de licenças ou autorizações eficazes (a fornecer pela Gaiurb), Análise de viabilidade económica, Programas e incentivos aplicáveis à intervenção, Interessados em colaborar com os proprietários na reabilitação, Pareceres das entidades457. Este D.E é de todos aquele que apresenta informação e reflexões mais diversas pois abrange uma das áreas mais complexas do centro histórico, congregando também o maior número de unidades operativas.

456 Ramos Unipessoal Lda. – Arquitectura e Urbanismo - Documento Estratégicos para Intervenção em

Cândido dos Reis – Unidade 06: Projeto-Base. P. 50

457Ramos Unipessoal, Lda. – Arquitetura e Urbanismo – Documento Estratégico para a Unidade de Intervenção Cândido dos Reis (Unidades 03 e 04): Projeto-Base.

Considerações do D.E sobre as tipologias arquitetónicas identificadas.

Localização

O lote estreito e profundo como é definido no D.E, encontra-senas unidades CR01/CR02/CR06 identificando-se alguns exemplos, que foram considerados como aparentemente mais antigos do Centro Histórico, nomeadamente os edifícios que envolvem o cruzamento da atual Rua Cândido dos Reis com a Rua de Guilherme Braga/ Travessa Cândido dos Reis458.

Características

Na área de Intervenção CR06, encontram-se prédios de maior profundidade bem como edifícios com os logradouros ocupados por extensas áreas cobertas atualmente em desuso.

O Edifício CR05.021 a 025, (constituiu o único caso) de um conjunto de lotes estreitos para os quais terá sido aparentemente desenhado um único alçado, sistema de escadas e coberturas. O D.E desta Unidade considera: “Do mesmo, constituem uma

singularidade que nos parece ser interessante no que refere ao valor cultural de uma atitude esclarecida perante a necessidade de redesenho de uma zona do alçado do edifício para melhorar o desempenho do espaço comercial à época e que fez “escola” com maior visibilidade por exemplo na cidade do Porto”459.

Em alguns casos para prestar serviços ao vinho do porto tornou-se necessário redesenhar alçados que embora licenciados nem sempre resultaram no local mais-valias em termos de qualificação arquitetónica. Ex. CR06.01460.

Foram verificadas situações atípicas durante a análise, nomeadamente no desenho/proporção de cadastro/edificado, do atual tecido urbano com exemplos CR02.033 e 034, localizados na Rua do Pinhal. Os edifícios que compõe estes prédios apresentam uma morfologia aproximada com um tipo de arquitetura rural, (ou como verificaremos quando possível, que poderá ter ou não afinidades com exemplares atípicos encontrados em outras unidades de intervenção). Um dos indicadores para esta observação é a

Documentos relacionados