• Nenhum resultado encontrado

A depressão é uma síndrome psiquiátrica que afeta 322 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, a prevalência é de 11,5 milhões de pessoas, sendo considerado o país com maior prevalência de depressão da América Latina. A depressão inclui sintomas de alterações cognitivas, psicomotoras, vegetativas (sono e apetite) e de humor (irritabilidade, tristeza e apatia) (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2015).

Com a transição epidemiológica, percebe-se o aumento de doenças crônicas, associadas à modernização da vida dos brasileiros, como indícios de estresse na população. A prevalência do estresse ocorre em 70% da população brasileira (INTERNATIONAL STRESS MANAGEMENT ASSOCIATION, 2015)

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (2015), 264 milhões de pessoas no mundo sofrem com o transtorno de ansiedade, sendo o Brasil o país com maior prevalência de ansiedade, em torno de 18,6 milhões de pessoas. O aumento da prevalência de transtornos como depressão e ansiedade está crescendo em países em desenvolvimento, principalmente em famílias de baixa renda, que chegam a idades em que a depressão e a ansiedade são mais frequentes (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2015).

Estudo realizado por Koenig; George; Peterson (1998), verificou os efeitos da crença religiosa e a atividade de remissão da depressão em pacientes idosos, obtendo como resultados o fato de que a maior religiosidade intrínseca auxiliou a reduzir o tempo de remissão da depressão.

Em outro estudo, Al-Amer et al. (2015), constataram o impacto do diagnóstico de DM em pacientes com depressão. Os mesmos relatam que a fé os auxiliou a lidar com as fortes emoções e reações iniciais do diagnóstico.

1.4.2 Depressão, Estresse, Ansiedade e Coping Religioso e Espiritual

A utilização do coping religioso espiritual positivo está associada à redução da depressão e ansiedade, à diminuição do risco de suicídio, a melhores relações sociais e à maior qualidade de vida. Além disso, contribui para manter o equilíbrio emocional e aumentar a adesão ao tratamento (KOENIG; GEORGE; PETERSON, 1998; WEBER; PARGAMENT, 2014).

1.4.3 Depressão, Estresse, Ansiedade e Diabetes

Com o impacto do diagnóstico de diabetes, algumas pessoas iniciam alguns sintomas de depressão, ansiedade, estresse, angústia, raiva, irritabilidade e frustrações. A negação da doença é muito comum ao diagnóstico de doenças crônicas, principalmente no DM2 (PEYROT; RUBIN, 1999). A progressão da doença e o aparecimento de complicações aumentam os níveis de estresse e ansiedade, desenvolvendo posteriormente sentimentos de desespero, desânimo e impotência (FRENZEL et al., 1988).

O paciente diabético aumenta em duas vezes a probabilidade de apresentarem sintomas de ansiedade, depressão e problemas psicológicos. Esses sintomas podem influenciar o controle glicêmico, a adesão ao tratamento e o aumento da mortalidade (EGEDE; ELLIS, 2010; POUWER, 2009).

No estudo realizado com pacientes iranianos com DM2, Jafari et al. (2014), verificaram a alta prevalência de sintomas depressivos, correspondendo a 63,5% e a prevalência de estresse com variação de 12% a 23%, considerando que o estresse

é uma questão crítica entre pacientes com DM (BENER et al., 2011; BHANDARY; RAO; SANAL, 2013; KAUR et al., 2013).

Da revisão literária, verifica-se a necessidade de valorizar os construtos supracitados e a sua relação com a saúde das pessoas com DM2. Surgem então as seguintes questões norteadoras: Qual é o perfil da R/E de pacientes com DM2? Qual é a relevância da R/E na aceitação das limitações impostas pelo DM? Existe uma relação entre os parâmetros de controle metabólico e os níveis de R/E em pacientes com DM2? Existe uma relação entre o aparecimento e o controle de complicações e níveis de R/E em pacientes com DM2?

2 JUSTIFICATIVA

Alguns dados da literatura sugerem que R/E são fatores relacionados com a melhoria do controle glicêmico e auxiliam na adesão ao tratamento, diminuição da mortalidade e morbidade dos pacientes com DM (EGEDE; OSBORN, 2010; MUELLER et al., 2001; PHILLIPS et al., 2009). Entretanto, existe a necessidade de comprovação de tais sugestões em diferentes populações com DM, visto que se trata de um grupo heterogêneo de doenças que apresentam um ponto em comum que é a hiperglicemia.

Dessa forma, tornam-se necessárias pesquisas científicas específicas que verifiquem se pacientes com diferentes tipos de DM, incluindo o DM2, utilizam a R/E no enfrentamento e possível relação dos escores obtidos de R/E com o controle metabólico. O DM2 é a forma mais comum de apresentação clínica do DM e um estudo dirigido a essa população tem o intuito de preencher a lacuna na literatura, contribuindo para ampliar o conhecimento da temática e no planejamento de ações voltadas para o perfil desses pacientes.

3 HIPÓTESE

Espera-se obter conhecimento acerca da utilização da R/E no enfrentamento do DM2 e sua relação com o controle metabólico. Além disso, obter respostas acerca das relações entre R/E, depressão, estresse e ansiedade em diabéticos, como outros autores têm demonstrado em outras doenças crônicas.

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

 Identificar o perfil e a relevância da R/E em pacientes adultos com DM2 e sua utilização no enfrentamento e controle metabólico.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Verificar o status do controle glicêmico e lipídico referido em seu conjunto como controle metabólico.

 Verificar R/E, bem como sua utilização como estratégia de enfrentamento da doença.

 Verificar os níveis de depressão, estresse e ansiedade dos pacientes com DM2.

 Correlacionar os níveis de R/E, CRE, depressão, estresse, ansiedade, variáveis sociodemográficas e clínicas dos pacientes com DM2 com o controle metabólico.

5 MATERIAL E MÉTODOS

5.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de estudo descritivo transversal, com abordagem quantitativa e qualitativa.

O estudo foi realizado no Ambulatório de Diabetes do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), sob responsabilidade da Disciplina de Endocrinologia e Metabologia.

5.3 POPULAÇÃO

A população foi composta por pacientes com DM2, que frequentam regularmente o ambulatório, com horário de atendimento agendado, nas quartas- feiras e quintas-feiras pela manhã.

Documentos relacionados