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Derivando Métricas a partir das Características

3 Métricas para Fábricas de Software

3.3 Uma Proposta de Métricas para Fábricas de Software

3.3.1 Derivando Métricas a partir das Características

A abordagem GQM (goal-question-metric) será utilizada para orientar a definição das métricas. Este método orientado a objetivos possibilita identificar três níveis de realização em seu modelo de medição [Basili et al, 2001]:

• Conceitual - Definição do escopo da medição, ou seja, do objeto a ser medido. Estes objetos podem ser processos, produtos ou recursos;

• Operacional - Definição de um conjunto de questões que auxilia na caracterização do objeto de estudo e como ele deve ser visto dentro do contexto da qualidade;

• Quantitativo - Definição de um conjunto de dados a serem obtidos, relacionado a cada uma das questões definidas anteriormente, a fim de respondê-las de forma quantitativa, ou seja, as métricas.

Como nível conceitual, será utilizado o conjunto de características da fábrica de programas apresentadas na Tabela 3.1, derivando objetivos através da transformação das necessidades listadas. Estes objetivos, em seguida serão mapeados em questões norteadoras depois em métricas, segundo a metodologia do GQM.

Vale ressaltar que as métricas sugeridas apontam para um subconjunto geral, genérico de métricas que auxiliam na adequação às características propostas por [Fernandes e Teixeira, 2004] para Fábricas de Programa.

Assim, a Tabela 3.2 mostra o mapeamento das características em objetivos, definindo o primeiro nível (conceitual) da abordagem GQM, de onde puderam ser extraídos 15 objetivos diferentes.

Tabela 3.2 – Co-relação entre as características da fábrica de software de programas e objetivos organizacionais a serem utilizados no GQM

Característica Objetivo

Demanda Objetivo 1: Gerenciar a capacidade produtiva da fábrica para lidar com variações de demanda do ponto de vista do cliente. Ordem de serviço Objetivo 2: Otimizar a velocidade de atendimento a fim de

diminuir o tempo de resposta do ponto de vista da equipe de desenvolvimento.

Regras de

comunicação e

interface com o cliente

Objetivo 3: Garantir transparência na comunicação entre fábrica e cliente do ponto de vista da gerência da fábrica. Estimativas Objetivo 4: Melhorar continuamente o processo de estimativas

para fornecer maior agilidade de atendimento. Novos serviços e

novas linhas

Objetivo 5: Manter um processo de inovação que não influencie no processo produtivo.

Acordos de nível de serviço

Objetivo 6: Garantir a execução do processo de gerenciamento dos níveis de serviço a fim de atender os ANS firmados. Métricas Objetivo 7: Garantir a aderência ao processo de medição e

análise visando o cumprimento do plano de métricas traçado para a operação..

Flexibilidade Objetivo 8: Otimizar o processo de sub-contratação de recursos externos para atendimento às necessidades do cliente.

Suprimento de

recursos humanos

Objetivo 9: Fornecer recursos humanos de maneira ágil de forma a não impactar na produtividade, promovendo a melhor adequação dos papéis e satisfação do colaborador.

Controle da

produtividade

Objetivo 10: Controlar a produtividade da equipe do ponto de vista da gerência da fábrica

Uso de padrões internos

Objetivo 11: Garantir a aderência do produto gerado aos padrões definidos internamente na organização.

Questão dos riscos e da segurança

Objetivo 12: Controlar o processo de gerência de riscos, atuando de forma pró-ativa em sua prevenção, do ponto de vista da gerência da fábrica.

Objetivo 13: Garantir a segurança das informações do cliente. Certificações de

qualidade

Objetivo 14: Garantir que o processo de desenvolvimento esteja aderente ao modelo de qualidade utilizado.

Compartilhamento de recursos

Objetivo 15: Controlar a variação de esforço entre as demandas para otimizar o uso dos recursos do ponto de vista da gerência da fábrica.

Busca por locais de

baixo custo Não foi identificado como um objetivo mapeável no contexto da realização do GQM. Automação da fábrica

de software

Não foi identificado como um objetivo mapeável no contexto da realização do GQM.

As métricas serão ilustradas apenas em sua definição e unidade de medida. Não serão detalhados todos seus aspectos operacionais como métodos e responsáveis pela coleta, periodicidade, método de análise, etc. pois este não é o objetivo principal deste trabalho.

O detalhamento do mapeamento (apresentado no Apêndice 1 – Mapeamento GQM para Métricas da Fábrica de Software) originou as seguintes métricas sugeridas para o contexto da fábrica de programas (Tabela 3.3, Tabela 3.4).

Tabela 3.3 - Métricas propostas (parte 1)

Métricas Unidade

% de atendimento aos níveis de serviço acordados %

% de conformidade com os pré-requisitos de qualidade em licitações % % de demandas que requereram sub-contratação de equipe %

% de horas não alocadas %

% de OS’s fora do padrão %

% de queda na produtividade média da equipe em período de implantação de inovação

%

% de recursos entregues no prazo solicitado %

% de resolução das não conformidades abertas para aderência a padrões

% % de resolução das não conformidades abertas para o modelo de qualidade

% % de resolução das não conformidades abertas para o processo de gerência de riscos

% % de resolução das não conformidades abertas para o processo de Medição e Análise

%

% de riscos ativados (que não foram evitados) %

% de satisfação do cliente quanto à transparência na comunicação % % de solicitações de informação do cliente fora dos padrões acordados

%

% de superação aos níveis de serviço acordados %

% dos prazos atendidos conforme planejado por tecnologia %

% de entregas no prazo %

grau de não atendimento por indicador %

Tabela 3.4 - Métricas propostas (parte 2)

média de volume de atendimento Tamanho/Tempo

média do tempo de resposta às solicitações (OS) do cliente. Horas

produtividade média da equipe Tamanho/Tempo

produtividade realizada pela equipe (na demanda) Tamanho/Tempo

produtividade planejada (para a demanda) Tamanho/Tempo

quantidade de não conformidades abertas para o modelo de

qualidade Unidade

quantidade de não conformidades abertas para o processo de gerência de riscos

Unidade quantidade de não conformidades abertas para o processo de

Medição e Análise

Unidade quantidade de não conformidades abertas por não aderência a

padrões

Unidade

quantidade de pessoas trabalhando na fábrica Unidade

quantidade de reclamações do cliente por vazamento de informação

(por demanda) Unidade

relação entre tempo médio de sub-contratação e % de entregas no

prazo Comparativo entre Horas e %

taxa de defeitos encontrados para demandas desenvolvidas internamente

% taxa de defeitos encontrados para demandas sub-contratadas %

taxa de improdutividade da equipe (por demanda) %

taxa de super-alocação da equipe (por demanda) %

tempo médio de resposta a uma solicitação de estimativa Horas

tempo médio para contratação de recursos Horas

tempo médio para sub-contratação de recursos Horas

velocidade de resolução das não conformidades abertas para aderência a padrões

Dias velocidade de resolução das não conformidades abertas para o modelo de qualidade

Dias velocidade de resolução das não conformidades abertas para o processo de gerência de riscos

Dias velocidade de resolução das não conformidades abertas para o processo de Medição e Análise

Dias

Para utilização (instanciação) em uma fábrica de software específica, objetivos específicos da organização em questão – como, por exemplo, objetivos oriundos de um sistema de gestão da qualidade ou dos indicadores do ANS – também devem ser levados em consideração.

3.4 Considerações Finais

Neste capítulo foram apresentadas as principais necessidades da fábrica de software, a partir da literatura utilizada como referência.

Partindo destas características, um conjunto de objetivos foi derivado e utilizado como principal insumo para a identificação de um subconjunto de métricas relevantes na busca à adequação ao modelo de fábrica proposto por [Fernandes e Teixeira, 2004].

A identificação destas métricas possibilitou que as características da fábrica de programas fossem traduzidas em níveis operacionais, facilitando o entendimento sobre o funcionamento de fábricas deste tipo, a fim de embasar o desenvolvimento dos capítulos seguintes.

Assim, este capítulo apresentou a proposta de métricas para fábricas de programa, respondendo a uma das perguntas norteadoras deste trabalho: “Qual seria um conjunto relevante de métricas no contexto da fábrica de software?”.

No próximo capítulo serão apresentados os conceitos sobre Acordo de Nível de Serviço, encerrando os capítulos sobre estado da arte que servem como embasamento para a proposta deste trabalho.

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