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I. ENQUADRAMENTO

I.3. Desafios da formação de competências e da promoção do conhecimento

Numa ótica prospetiva, os desafios enunciados pela Estratégia de Desenvolvimento Regional, no quadro do Programa Operacional Algarve 21 (2007-2013), referentes à valorização dos recursos humanos e adiante sistematizados, permanecem válidos enquanto tendências estruturantes, num horizonte de longo prazo (2020). Trata-se de desafios cujas respostas em matéria de formação de competências (qualificação inicial e reconversão) apelam significativamente a segmentos importantes da oferta das vertentes politécnica e universitária da UAlg (com destaque para as Ciências Empresariais, as Engenharias e os vários Serviços), bem como ao padrão de recursos de I&D que se têm afirmado ao longo do tempo em vários Centros de Investigação e Centros de Estudo e Desenvolvimento da Universidade.

Desenvolvimento de atividades intensivas em conhecimento (ligadas à especialização

regional que beneficiam da existência de recursos de excelência com origem na Universidade). A abertura das empresas e das organizações à inovação e à incorporação de novas tecnologias, a promoção de relações económicas entre entidades produtoras de inovação e o meio empresarial e a criação de áreas de acolhimento empresarial de atividades relacionadas com a economia do conhecimento, constituem domínios potencialmente geradores de uma fileira de atividades e empregos de Ciência e tecnologia (C&T).

Fomento dos serviços de apoio às empresas na ótica do fortalecimento/construção de

uma base económica regional competitiva. Mesmo não sendo uma tendência estruturante, esta é uma ambição desejável e deve resultar de um cruzamento/aposta

forte entre investimento material (áreas de acolhimento empresarial, centros empresariais e logísticos, incubadoras industriais e de serviços, futuro Pólo tecnológico) e investimento imaterial (capacidade de gestão e de organizar parcerias do investimento, criação de plataformas de interface entre investigação científica e atividades empresariais).

Estruturação da fileira de atividades da reabilitação urbana. As intervenções de

qualificação urbana e ambiental constituem um patamar ainda recuado de necessidades e oportunidades mais vastas que se abrem nos principais centros urbanos regionais. Trata-se de um complexo de atividades gerador de oportunidades de iniciativa económico-empresarial e de oportunidades de emprego para qualificações médias e superiores, com margem de oferta e progressão não apenas regional.

Sustentabilidade das iniciativas empresariais. Necessidade de contrariar a elevada taxa

de mortalidade, reflexo da dificuldade de consolidar projetos e investimentos num contexto de concorrência aberta (base estreita de acumulação de capital, insatisfatória capacidade de estruturar recursos, escasso domínio dos circuitos de comercialização e de valorização económica).

As implicações da crise económica e financeira mundial pós-2008 expressas tanto nos constrangimentos orçamentais dos organismos da Administração direta e indireta do Estado, como na retração das estratégias de reestruturação/modernização das empresas, têm condicionado de forma acentuada o aprofundamento destes desafios retardando a dinamização de projetos de investimento das empresas e de projetos de I&D da Universidade e de Consórcios entre IES e empresas, numa conjuntura de reduzida dinâmica da procura de emprego qualificado e de C&T.

Não obstante a recessão assinalada, aquele conjunto de desafios, que com outras matrizes se podem também identificar no Plano Regional de Inovação, elaborado pela UAlg em 2007, encontra-se bem presente na filosofia e perspetivas de intervenção subjacentes a várias Linhas Estratégicas de Desenvolvimento da UAlg, constantes do Plano Estratégico para 2010-2013:

Linhas Estratégicas enquadradoras do Subsistema Politécnico orientadas para reforçar as ofertas (de 1º e 2º ciclo) com carácter profissionalizante, para estruturar tipologias de formação não conducentes a grau (formação complementar) e para desenvolver formação pós-secundária de nível IV (quadros intermédios).

 Linhas Estratégicas enquadradoras do Subsistema Universitário, orientadas para a “reestruturação dos 1º, 2º e 3º ciclo universitários” e para a “estruturação de linhas coerentes de ensino, investigação e transferência” (vertentes vocacionalmente académicas) e para a “implantação de infraestruturas comuns para I&D” e a “integração em Redes de Transferência de Tecnologia”.

Estes resultados podem ser reforçados se nos ativermos ao inquérito efetuado pelo Gabinete de Avaliação e Qualidade denominada CNA-Caracterização dos Novos Alunos (GAQ, a e b), quando da sua matrícula nos Serviços Académicos (1ª e 2ª fase de inscrições). Assim, constata-se que do total dos matriculados em 2011/12, aqueles que tiveram como residência o Algarve durante o ensino secundário, era de 61,8%; do resto do país eram 31,7%; os restantes eram estrangeiros. Para 2012/13, os do Algarve eram de 62,8%, do resto do país 32,7% e estrangeiros os restantes.

Em síntese, podemos referir que o número dos efetivamente matriculados faz subir o contingente regional; que a instituição tem conseguido ir buscar ao resto do país um contingente à volta de 32%, sendo cerca de 5% estrangeiros. Dentro da relativa imobilidade geográfica que se verifica nas instituições de ensino superior face à sua área de influência, este é um resultado interessante. Convinha todavia aprofundar o motivo por que o contingente regional tem vinda a diminuir ao nível da procura nos concursos de acesso ao ensino superior.

I.3. Desafios da formação de competências e da promoção do conhecimento

Numa ótica prospetiva, os desafios enunciados pela Estratégia de Desenvolvimento Regional, no quadro do Programa Operacional Algarve 21 (2007-2013), referentes à valorização dos recursos humanos e adiante sistematizados, permanecem válidos enquanto tendências estruturantes, num horizonte de longo prazo (2020). Trata-se de desafios cujas respostas em matéria de formação de competências (qualificação inicial e reconversão) apelam significativamente a segmentos importantes da oferta das vertentes politécnica e universitária da UAlg (com destaque para as Ciências Empresariais, as Engenharias e os vários Serviços), bem como ao padrão de recursos de I&D que se têm afirmado ao longo do tempo em vários Centros de Investigação e Centros de Estudo e Desenvolvimento da Universidade.

Desenvolvimento de atividades intensivas em conhecimento (ligadas à especialização

regional que beneficiam da existência de recursos de excelência com origem na Universidade). A abertura das empresas e das organizações à inovação e à incorporação de novas tecnologias, a promoção de relações económicas entre entidades produtoras de inovação e o meio empresarial e a criação de áreas de acolhimento empresarial de atividades relacionadas com a economia do conhecimento, constituem domínios potencialmente geradores de uma fileira de atividades e empregos de Ciência e tecnologia (C&T).

Fomento dos serviços de apoio às empresas na ótica do fortalecimento/construção de

uma base económica regional competitiva. Mesmo não sendo uma tendência estruturante, esta é uma ambição desejável e deve resultar de um cruzamento/aposta

forte entre investimento material (áreas de acolhimento empresarial, centros empresariais e logísticos, incubadoras industriais e de serviços, futuro Pólo tecnológico) e investimento imaterial (capacidade de gestão e de organizar parcerias do investimento, criação de plataformas de interface entre investigação científica e atividades empresariais).

Estruturação da fileira de atividades da reabilitação urbana. As intervenções de

qualificação urbana e ambiental constituem um patamar ainda recuado de necessidades e oportunidades mais vastas que se abrem nos principais centros urbanos regionais. Trata-se de um complexo de atividades gerador de oportunidades de iniciativa económico-empresarial e de oportunidades de emprego para qualificações médias e superiores, com margem de oferta e progressão não apenas regional.

Sustentabilidade das iniciativas empresariais. Necessidade de contrariar a elevada taxa

de mortalidade, reflexo da dificuldade de consolidar projetos e investimentos num contexto de concorrência aberta (base estreita de acumulação de capital, insatisfatória capacidade de estruturar recursos, escasso domínio dos circuitos de comercialização e de valorização económica).

As implicações da crise económica e financeira mundial pós-2008 expressas tanto nos constrangimentos orçamentais dos organismos da Administração direta e indireta do Estado, como na retração das estratégias de reestruturação/modernização das empresas, têm condicionado de forma acentuada o aprofundamento destes desafios retardando a dinamização de projetos de investimento das empresas e de projetos de I&D da Universidade e de Consórcios entre IES e empresas, numa conjuntura de reduzida dinâmica da procura de emprego qualificado e de C&T.

Não obstante a recessão assinalada, aquele conjunto de desafios, que com outras matrizes se podem também identificar no Plano Regional de Inovação, elaborado pela UAlg em 2007, encontra-se bem presente na filosofia e perspetivas de intervenção subjacentes a várias Linhas Estratégicas de Desenvolvimento da UAlg, constantes do Plano Estratégico para 2010-2013:

Linhas Estratégicas enquadradoras do Subsistema Politécnico orientadas para reforçar as ofertas (de 1º e 2º ciclo) com carácter profissionalizante, para estruturar tipologias de formação não conducentes a grau (formação complementar) e para desenvolver formação pós-secundária de nível IV (quadros intermédios).

 Linhas Estratégicas enquadradoras do Subsistema Universitário, orientadas para a “reestruturação dos 1º, 2º e 3º ciclo universitários” e para a “estruturação de linhas coerentes de ensino, investigação e transferência” (vertentes vocacionalmente académicas) e para a “implantação de infraestruturas comuns para I&D” e a “integração em Redes de Transferência de Tecnologia”.

Linhas estratégicas de intervenção transversal que contemplam, nomeadamente o “Reforço das relações com o meio envolvente com vista à transferência de conhecimento” e o “Fomento de empreendedorismo”.

Esta arquitetura de Linhas Estratégicas tem ressonância nas abordagens da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) (Rolim e Serra, 2009) relativas ao papel das IES nos sistemas regionais de inovação e mais exatamente nas vertentes-chave de impacto sobre o conhecimento:

(i) contribuição da investigação para a inovação regional (resposta às procuras e necessidades regionais; condições estruturais para promover a investigação e a inovação; e processos facilitadores da transmissão e aproveitamento do conhecimento);

(ii) contribuição do ensino e da aprendizagem para a profissionalização e o mercado de

trabalho (territorialização do processo de aprendizagem; atração de estudantes e emprego regional; promoção da formação contínua e aperfeiçoamento profissional; formas alternativas de ensino; e otimização do sistema regional de aprendizagem ao longo da vida);

(iii) contribuição do desenvolvimento social, cultural e ambiental (desenvolvimento social;

desenvolvimento cultural; e sustentabilidade ambiental);

(iv) capacitação para a cooperação regional (mecanismos para promover o envolvimento

Universidade/Região; promoção conjunta do diálogo e iniciativas de interesse regional; avaliação do impacto da Universidade; capacitação institucional para envolvimento regional; e criação de uma nova cultura organizacional).

Os desafios e elementos de orientação estratégica assinalados estabelecem uma relação potencialmente virtuosa entre a Universidade do Algarve e a Região mas também com territórios e sectores de atividade em que as ofertas de formação identificadas (cruzadas pelas áreas de especialização de referência da UAlg), as capacidades de I&D e o potencial consolidado e em construção de transferência de conhecimento, se ajustam de forma dinâmica e com eficácia e eficiência às procuras latentes e atraíveis no futuro.

A dimensão dos desafios em presença, na ótica das vertentes de impacto sobre o desenvolvimento regional, põe à prova as capacidades existentes e mobilizáveis para a concretização dos mesmos, capacidades que remetem para o sistema de atores envolvidos nos processos de desenvolvimento regional, em boa medida, implícitos nos vetores-chave acima enunciados: Administração Central, responsável pelo financiamento do Ensino Superior; Administração Regional e Local, com múltiplas intersecções de procura de competências e recursos de I&D, de parcerias potenciais, …; as Associações Empresariais e os empregadores, posicionados na esfera de proximidade do recrutamento de competências e de procura de serviços; as organizações culturais; os meios de comunicação social da Região; os

estabelecimentos do sistema educativo (básico e secundário) e os seus estudantes futuros candidatos ao Ensino Superior; e os diplomados das IES da Região.

Trata-se de um sistema de atores potencialmente rico (de recursos, interesses, expectativas, ideias, …) que seria desejável colocar em interação com os responsáveis universitários com funções de programação e aplicação de programas de ensino e investigação, na ótica do conhecimento mútuo de necessidades vs. recursos de competências e de serviços, assim, ativando e configurando um mercado potencial da Universidade do Algarve.

Esta questão do mercado potencial apresenta uma complexidade manifesta porque se situa no terreno das condições de mobilização de recursos (competências escolares e serviços de C&T, consultoria, etc.) por parte das organizações empregadoras que empregam atualmente diplomados e adquirem serviços ou desenvolvem projetos em parceria/consórcio e que poderão prolongar a relação com a Universidade ou deslocá-la em direção a outras ofertas que se revelem mais ajustadas no futuro.

No âmbito da Conferência da UNESCO L’Enseignement Supérieur au XXI siècle – Vision et action em 1998 foi elaborado por Goddard (1998) o relatório “Contribution au développement national et régional” que aborda esta matéria na dupla vertente das entradas e das saídas que, na linguagem mercantilista, reconvertem à produção (recompensada, em parte, pelo regime de financiamento) e à venda (dependente das condições impostas pela relação oferta/procura efetiva). Para Goddard (1998), o leque de procuras de diplomados evolui entre uma extremidade onde se encontram os mercados profissionais de regulamentação estrita (medicina, arquitetura, direito e engenharias, com Ordens Profissionais muito ativas na reivindicação corporativa) e uma extremidade de procuras mais ou menos indiferenciadas, sob dinâmica das Pequenas e Médias Empresas PME.

A compreensão rigorosa deste mercado, nos seus diversos segmentos, modalidades e potencial de recrutamento e a sequente utilização para orientar, nomeadamente, as atividades de ensino, constitui uma condição indispensável para desempenhar um papel mais ativo no desenvolvimento económico quer na vertente regional, quer nas vertentes sectoriais. Daqui decorre a necessidade das abordagens prospetivas de captação dos fatores de mudança que transformem as necessidades expressas pelos empregadores (utilizadores finais de competências e serviços) e pelos estudantes/formandos (clientes das IES).

Mesmo sob este pano de fundo, importa não iludir um dado fundamental: o papel da Universidade na qualificação do potencial humano via transferência/aprendizagem de competências técnicas e dimensões de conhecimento aos seus diplomados, constituindo o resultado desse desempenho a “qualidade profissional disponibilizada para a comunidade”, segundo Lundvall e Johnson (1994) a maior contribuição das universidades no processo de formação do capital humano.

Linhas estratégicas de intervenção transversal que contemplam, nomeadamente o “Reforço das relações com o meio envolvente com vista à transferência de conhecimento” e o “Fomento de empreendedorismo”.

Esta arquitetura de Linhas Estratégicas tem ressonância nas abordagens da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) (Rolim e Serra, 2009) relativas ao papel das IES nos sistemas regionais de inovação e mais exatamente nas vertentes-chave de impacto sobre o conhecimento:

(i) contribuição da investigação para a inovação regional (resposta às procuras e necessidades regionais; condições estruturais para promover a investigação e a inovação; e processos facilitadores da transmissão e aproveitamento do conhecimento);

(ii) contribuição do ensino e da aprendizagem para a profissionalização e o mercado de

trabalho (territorialização do processo de aprendizagem; atração de estudantes e emprego regional; promoção da formação contínua e aperfeiçoamento profissional; formas alternativas de ensino; e otimização do sistema regional de aprendizagem ao longo da vida);

(iii) contribuição do desenvolvimento social, cultural e ambiental (desenvolvimento social;

desenvolvimento cultural; e sustentabilidade ambiental);

(iv) capacitação para a cooperação regional (mecanismos para promover o envolvimento

Universidade/Região; promoção conjunta do diálogo e iniciativas de interesse regional; avaliação do impacto da Universidade; capacitação institucional para envolvimento regional; e criação de uma nova cultura organizacional).

Os desafios e elementos de orientação estratégica assinalados estabelecem uma relação potencialmente virtuosa entre a Universidade do Algarve e a Região mas também com territórios e sectores de atividade em que as ofertas de formação identificadas (cruzadas pelas áreas de especialização de referência da UAlg), as capacidades de I&D e o potencial consolidado e em construção de transferência de conhecimento, se ajustam de forma dinâmica e com eficácia e eficiência às procuras latentes e atraíveis no futuro.

A dimensão dos desafios em presença, na ótica das vertentes de impacto sobre o desenvolvimento regional, põe à prova as capacidades existentes e mobilizáveis para a concretização dos mesmos, capacidades que remetem para o sistema de atores envolvidos nos processos de desenvolvimento regional, em boa medida, implícitos nos vetores-chave acima enunciados: Administração Central, responsável pelo financiamento do Ensino Superior; Administração Regional e Local, com múltiplas intersecções de procura de competências e recursos de I&D, de parcerias potenciais, …; as Associações Empresariais e os empregadores, posicionados na esfera de proximidade do recrutamento de competências e de procura de serviços; as organizações culturais; os meios de comunicação social da Região; os

estabelecimentos do sistema educativo (básico e secundário) e os seus estudantes futuros candidatos ao Ensino Superior; e os diplomados das IES da Região.

Trata-se de um sistema de atores potencialmente rico (de recursos, interesses, expectativas, ideias, …) que seria desejável colocar em interação com os responsáveis universitários com funções de programação e aplicação de programas de ensino e investigação, na ótica do conhecimento mútuo de necessidades vs. recursos de competências e de serviços, assim, ativando e configurando um mercado potencial da Universidade do Algarve.

Esta questão do mercado potencial apresenta uma complexidade manifesta porque se situa no terreno das condições de mobilização de recursos (competências escolares e serviços de C&T, consultoria, etc.) por parte das organizações empregadoras que empregam atualmente diplomados e adquirem serviços ou desenvolvem projetos em parceria/consórcio e que poderão prolongar a relação com a Universidade ou deslocá-la em direção a outras ofertas que se revelem mais ajustadas no futuro.

No âmbito da Conferência da UNESCO L’Enseignement Supérieur au XXI siècle – Vision et action em 1998 foi elaborado por Goddard (1998) o relatório “Contribution au développement national et régional” que aborda esta matéria na dupla vertente das entradas e das saídas que, na linguagem mercantilista, reconvertem à produção (recompensada, em parte, pelo regime de financiamento) e à venda (dependente das condições impostas pela relação oferta/procura efetiva). Para Goddard (1998), o leque de procuras de diplomados evolui entre uma extremidade onde se encontram os mercados profissionais de regulamentação estrita (medicina, arquitetura, direito e engenharias, com Ordens Profissionais muito ativas na reivindicação corporativa) e uma extremidade de procuras mais ou menos indiferenciadas, sob dinâmica das Pequenas e Médias Empresas PME.

A compreensão rigorosa deste mercado, nos seus diversos segmentos, modalidades e potencial de recrutamento e a sequente utilização para orientar, nomeadamente, as atividades de ensino, constitui uma condição indispensável para desempenhar um papel mais ativo no desenvolvimento económico quer na vertente regional, quer nas vertentes sectoriais. Daqui decorre a necessidade das abordagens prospetivas de captação dos fatores de mudança que transformem as necessidades expressas pelos empregadores (utilizadores finais de competências e serviços) e pelos estudantes/formandos (clientes das IES).

Mesmo sob este pano de fundo, importa não iludir um dado fundamental: o papel da Universidade na qualificação do potencial humano via transferência/aprendizagem de competências técnicas e dimensões de conhecimento aos seus diplomados, constituindo o resultado desse desempenho a “qualidade profissional disponibilizada para a comunidade”, segundo Lundvall e Johnson (1994) a maior contribuição das universidades no processo de formação do capital humano.

A existência de instrumentos de monitorização das trajetórias dos diplomados da UAlg, designadamente na sua relação com o mercado de trabalho, representa uma oportunidade para melhorar os níveis de conhecimento sobre o mercado de implantação das ofertas de formação dinamizadas pelas diversas unidades orgânicas, criando rotinas de base técnico- científica que contribuam para deduzir e fundamentar orientações em matéria de estratégia formativa dos subsistemas politécnico e universitário.

Estes objetivos são válidos tanto na ótica do segmento regional do mercado de implantação, como no segmento sectorial profissional tendo presente que em algumas áreas científicas (p.e., Engenharias) o comportamento recente da procura denota sinais de insuficiente procura/saturação, prenúncio de um reforço da competição entre IES com vista a atrair componentes da procura que permitam enquadrar satisfatoriamente os recursos logísticos e formativos de investigação das diferentes unidades orgânicas.