DESAFIOS METODOLÓGIC OS

Acerca das tecnologias que foram utilizadas para análise do desempenho de corrida nos artigos que serão apresentados, importa destacar alguns tópicos. Nosso grupo de pesquisa tem recorrido ao rastreamento computacional para essa finalidade (AQUINO et al., 2016a, 2016b, 2018). Entretanto, o tempo médio necessário desde o registro de um jogo (n=1 partida) até a obtenção das variáveis de interesse (distância total percorrida, velocidade média/máxima, número de sprints e distâncias totais percorridas em diferentes faixas de velocidade) para todos os participantes (n=10 jogadores) consistem em três meses (levando em conta uma carga horária de 20 horas semanais unicamente para esta atividade). Isso gerou alguns problemas práticos e operacionais na utilização desta tecnologia, apesar de ser apontada como uma ferramenta robusta, válida e com constante/baixo erro de medida (BARROS et al., 2007; RANDERS et al., 2010). Deste modo, nosso grupo de pesquisa obteve a aquisição de 12 equipamentos GPS (Sports®, QSTARZ, modelo BT-Q1300ST, 1-5 Hz, Taipei, Taiwan) e por meio de um estudo piloto verificamos um erro de medição constante e baixo (coeficiente de correlação intraclasse = 0,91; erro = 4%; nas análises das distâncias percorridas em alta intensidade durante o jogo [acima de 16.1 km.h-1]), com tempo de processamento para a mesma coleta supracitada (i.e., n=1 partida; n=10 jogadores) de dois dias (quatro horas/dia).

Portanto, nos Estudos 3, 4 e 5, recorremos à tecnologia GPS. Isso facilitou o dia- a-dia em termos de coleta de dados, tratamento e síntese das informações obtidas para posterior feedback aos treinadores. Além disso, a metodologia de análise da interação interpessoal (i.e., análise de redes sociais – utilizada no Estudo 6) foi cuidadosamente aprendida e explorada durante o período dos meus estudos em Portugal, sob supervisão

do Prof. Dr. Júlio Garganta e demais colegas, como o Prof. Dr. João Cláudio Machado e Dr. João Ribeiro

1.5 REFERÊNCIAS

AQUINO, R. L. Q. T.; CRUZ GONÇALVES, L. G.; PALUCCI VIEIRA, L. H.; OLIVEIRA, L. P.; ALVE,S G. F.; PEREIRA SANTIAGO, P. R.; PUGGINA, E. F. Periodization training focused on technical-tactical ability in young soccer players positively affects biochemical markers and game performance. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 30, n. 10, p. 2723-2732, 2016a.

AQUINO, R. L.; GONÇALVES, L. G.; VIEIRA, L. H.; OLIVEIRA, L. P.; ALVES, G. F.; SANTIAGO, P. R.; PUGGINA, E. F. Biochemical, physical and tactical analysis of a simulated game in young soccer players. Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, v. 56, n. 12, p. 1554-1561, 2016b.

AQUINO, R. L. Q. T.; GONÇAVELS, L. G. C.; OLIVEIRA, L. P.; TOURINHO-FILHO; PUGGINA, E. F. Effects of 22 weeks of training on functional markers and match performance of young soccer players. Motriz, v. 22, n.2, p. 93-101, 2016c.

AQUINO, R.; VIEIRA, L. H. P.; OLIVEIRA, L. P.; GONÇALVES, L. G. C.; SANTIAGO, P. R. P. Relationship between field tests and match running performance in high-level young Brazilian soccer players. Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, Aceito para Publicação, 2018.

BARROS; R. M.; MISUTA, M. S.; MENEZES, R. P.; FIGUEROA, P. J.; MOURA, F. A.; CUNHA, S. A.; ANIDO, R.; LEITE, N. J. Analysis of the distances covered by first division Brazilian soccer players obtained with an automatic tracking method. Journal of Sports Sciences, v. 6, n. 2, p. 233, 2007.

BORGATTI, S. P. Centrality and network flow. Social Networks, v.27, p.55-71, 2005. BORRIE, A.; JONES, K. It’s not what you do it’s the way that you do it: Is frequency of

occurrence an adequate index of performance in observational analysis? Journal of Sports Sciences, v.16, n.1, p.14, 1998.

BORRIE, A.; JONSSON, G. K.; MAGNUSSON, M. S. Temporal pattern analysis and its applicability in sport: An explanation and exemplar data. Journal of Sports Sciences, v.20, n.10, p.845-852, 2002.

CARLING, C.; DUPONT, G. Are declines in physical performance associated with a reduction in skill-related performance during professional soccer match-play? Journal of Sports Sciences, v.29, n.1, p.63-71, 2011.

CARLING, C.; WILLIAMS, A. M.; REILLY, T. The handbook of soccer match analysis. Abingdon, UK: Routledge, 2005.

COUTTS, A. J.; DUFFIELD, R. Validity and reliability of GPS devices for measuring movement demands of team sports. Journal of Science and Medicine in Sport, v.13, p.133-135, 2010.

CUMMINGS, J. N.; CROSS, R. Structural properties of work groups and their consequences for performance. Social Networks, v.25, p.197-210, 2003.

FREEMAN, L. C. Centrality in social networks: conceptual clarification. Social Networks, v.1, p.215-239, 1979.

GIBSON, J. J. The ecological approach to visual perception. Hillsdale, New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates, 1979.

GONZÁLEZ-VÍLLORA, S.; SERRA-OLIVARES, J.; PASTOR-VICEDO, J. C.; COSTA, I. T. Review of the tactical evaluation tools for youth players, assessing the tactics in team sports: football. Springerplus, v.4, n.2, p.663, 2015.

GROOM, R.; CUSHION, C. J.; NELSON, L. J. The delivery of video-based performance analysis by England youth soccer coaches: Towards a grounded theory. Journal of Applied Sport Psychology, v.23, n.1, p.16-32, 2011.

GRUND, T. U. Network structure and team performance: The case of English Premier League soccer teams. Social Networks, v.34, n.4, p.682-690, 2012.

HARPER, L. D.; WEST, D. J.; STEVENSON, E.; RUSSEL, M. Technical performance reduces during the extra-time period of professional soccer match-play. PLoS One, v.9, n.10, e110995, 2014.

JOHNSTON, R. J.; WATSFORD, M. L.; PINE, M. J.; SPURRS, R. W.; MURPHY, A. J., PRUYN, E. C. The validity and reliability of 5-Hz global positioning system units to measure team sport movement demands. Journal of Strength and Conditioning Research, v.26, p.758-765, 2012.

JÚLIO, L.; ARAÚJO, D. Abordagem dinâmica da acção táctica no jogo de futebol. In: ARAÚJO, D. (Ed.). O contexto da decisão: acção táctica no desporto. Lisboa: Visão e Contexto, 2005.

MACKENZIE, R.; CUSHION, C. Performance analysis in football: A critical review and implications for future research. Journal of Sports Sciences, v.31, n.6, p.639-676, 2013.

PASSOS, P.; ARAÚJO, D.; TRAVASSOS, B.; VILAR, L.; DUARTE, R. Interpersonal coordination tendencies induce functional synergies through co-adaptation

processes in team sports. In: DAVIDS, K.; HRISTOVSKI, R.; ARAÚJO, D.; SERRE, N.; BUTTON, C.; PASSOS, P. (Eds.). Complex Systems in Sport. London: Routledge, 2014.

RANDERS, M. B.; MUJIKA, I.; HEWITT, A.; SANTIESTEBAN, J.; BISCHOFF, R.; SOLANO, R.; ZUBILLAGA, A.; PELTOLA, E.; KRUSTRUP, P.; MOHR, M. Application of four different football match analysis systems: a comparative study.

J Sports Sci 28: 171-182, 2010.

RÉ, A. H.; CATTUZZO, M. T.; SANTOS, F.; MONTEIRO, C. Anthropometric characteristics, field test scores and match-related technical performance in youth indoor soccer players with different playing status. International Journal of Performance Analysis in Sport, v. 14, n. 2, p. 482-492, 2014.

RIBEIRO, J.; SILVA, P.; DUARTE, R.; DAVIDS, K.; GARGANTA, J. Team Sports Performance Analysed Through the Lens of Social Network Theory: Implications for Research and Practice. Sports Medicine, v.47, n.9, p.1689-1696, 2017. RUSSEL, M.; BENTON, D.; KINGSLEY, M. Reliability and construct validity of soccer

skills tests that measure passing, shooting, and dribbling. Journal of Sports Sciences, v.28, n.13, p.1399-1408, 2010.

RUSSEL, M.; BENTON, D.; KINGSLEY, M. The effects of fatigue on soccer skills performed during a soccer match simulation. International Journal of Sports Physiology and Performance, v.6, p.221-233, 2011.

SCARANTINO, A. Affordances explained. Philosophy of Science, v.70, n.5, p.949-961, 2003.

TRAVASSOS, B.; ARAÚJO, D.; DAVIDS, K.; VILAR, L.; ESTEVES, P.; CORREIA, V. Informational constraints shape emergent functional behaviors during performance of interceptive actions in team sports. Psychology of Sport and Exercise, v.13, p.216-223, 2012.

WATTS DJ, STROGATZ SH. Collective dynamics of ‘small-world’ networks. Nature, v.393, n.6684, p.440-442, 1998.