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4.4 Compactação do solo em sistema plantio direto

4.4.2. Descompactação dos solos em sistema plantio direto

O controle da compactação superficial do solo submetido ao sistema de plantio direto pode ser feito por métodos culturais e mecânicos e não há estudos conclusivos a respeito deste assunto (ARAUJO et al., 2004).

Quando a compactação do solo é observado, deve-se utilizar um sistema de manejo que consiga romper esta camada compactada, porém de forma a inverter o mínimo possível a camada arável e manter a palha sobre o solo. Esta interferência deve ser executada através de escarificadores providos de discos de corte à frente das hastes, evitando que a palha seja enterrada (SEKI, 2004).

Segundo Siqueira (1999), a escarificação resulta em preparo com menor revolvimento e portanto menor incorporação da palha, restando sobre a superfície uma maior cobertura para proteção do solo. Segundo Borghi (2001), trabalhando com milho em diferentes sistemas de manejo do solo, o cultivo mínimo aumentou a porosidade e reduziu a densidade do solo, sendo que o plantio direto proporcionou maior compactação do solo.

Várias pesquisas demonstram que a escarificação do solo promove a redução da densidade e da resistência do solo à penetração, com o mínimo possível de movimentação do solo. Porém a longevidade dos efeitos da escarificação é muito variável, desde poucos meses até alguns anos, dependendo do tipo de solo e índices pluviométricos e manejos empregados nas culturas (TWONLOW et al., 1994 citado por ARAÚJO et al., 2004).

Segundo Secco et al., (2009) a escarificação do solo aumentou a produtividade de grãos da cultura do milho em um Latossolo vermelho distroférrico em relação a três níveis de compactação do solo, porém não modificou o rendimento da soja.

De acordo com Silva (2003) uma forma de racionalizar a utilização de máquinas e equipamentos para efetuar a descompactação superficial do solo em áreas de plantio direto e a utilização de mecanismos sulcadores tipo haste na operação de semeadura. A maior profundidade de trabalho das hastes sulcadoras permite assim quebrar a camada compactada superficial do solo (MELLO; TAKAHASHI, 2000).

Klein e Boller (1995), avaliando a cultura do milho em diversos sistema de manejos do solo concluíram que a semeadora com o sulcador tipo haste proporcionou maior produtividade do que com o sulcador tipo disco duplo e que a utilização de sulcador tipo haste elimina o problema da compactação superficial.

Mello et al. (2002), avaliando a condição fisica do solo com diferentes mecanismos sulcadores da semeadoras, mostraram que a haste apresentou maior capacidade de romper o solo na linha da semeadura, provocando redução na densidade e resistência à penetração, aumento na macroporosidade do solo e um aumento de 11,3% na produtividade do milho, em relação ao mecanismo sulcador tipo disco duplo.

Segundo Machado et al. (1996), os mecanismos sulcadores tipo haste apresentam melhores resultados em solos bem drenados, que não possuam restos vegetais, tocos ou pedras, pois este poderá sofrer embuchamento ou danificar-se, levando a irregularidade na abertura dos sulcos e na deposição de sementes e adubo. Os autores dizem ainda que o mecanismo sulcador tipo haste, sendo comparado com o de disco duplo, exige maior esforço de tração. Os discos duplos, adaptam-se bem a terrenos mais pesados e que apresentem grande quantidade de cobertura vegetal, com menor esforço de tração e desgaste.

Comparando hastes sulcadoras em relação aos discos duplos, Araújo et al. (2001) concluíram que as hastes sulcadoras promovem maior mobilização do solo nos sulcos da semeadura, aumentando a incidência de plantas daninhas, a ocorrência de erosão e a possibilidade de falhas no aterramento do sulco.

Quando há presença das camadas compactadas em profundidades não atingidas por outros equipamentos, a subsolagem é uma prática recomendada para o

rompimento destas sem, entretanto, causar inversão do solo (CAMARGO e ALLEONI, 1997). Para Boller (2001), a subsolagem é uma operação que objetiva a descompactação do solo, quando a presença de uma camada compactada for superior à profundidade de 0,30 m.

Segundo Castro (1985) é uma prática agrícola cujo objetivo é quebrar camandas compactadas do solo abaixo daquela considerada arável (0,20 a 0,25 m), alcançando a profundidade de trabalho de no mínimo 0,30 m. Para a ASAE (1982), essa profundidade deve ser maior que 0,40 m com propósito de desagregar o solo, melhorando com isso o crescimento das raízes em profundidade e a movimentação da água ao longo do perfil.

Existe uma profundidade máxima de trabalho para cada tipo de haste. A profundidade de trabalho dos subsoladores considerada ótima, para uma grande faixa de solos, desde que estejam com teor de água adequado para efetuar a subsolagem, está por volta de 5 a 7 vezes a largura da ponteira da haste (SPOOR e GODWIN, (1978) citado por GROTTA et al. (2004)).

Lanças (1988) constatou que a subsolagem requer alto consumo energético e quando não efetuada ou se realizada em profundidades menores, os custos de preparo do solo ficam significativamente reduzidos. Por outro lado, com presença da camada compactada, a prática da operação em profundidades inferiores ou sua não realização poderão provocar prejuízos consideráveis devido à queda de produção na cultura instalada.

Os efeitos benéficos da subsolagem são normalmente temporários e a resistência à penetração retorna a seus valores originais em cerca de 2 a 4 anos, dependendo do tipo de solo e das práticas culturais predominantes (GAMERO, 2008). Para Busscher et al. (2002), esses efeitos são influenciados pelo volume acumulativo de precipitações, ocasionando o aumento da reconsolidação do solo. Em solos estruturados, a reconsolidação pode ser afetada também pelo selamento superficial ou pela estabilidade estrutural que pode modificar a quantidade de água que infiltra no solo (BUSSCHER et al., 2000).

De acordo com Seixas et al., (2005) a subsolagem em áreas de plantio direto, onde existem problemas de compactação do solo, permite que as raízes do milho explorem maiores volumes de solo no perfil, apresentando uma melhor distribuição,

e ambiente favorável ao crescimento, embora a produtividade não tenha sido afetada. Os efeitos da compactação do solo sobre o desempenho produtivo das culturas é mais pronunciados quando ocorre déficit hídrico (DEBIASI 2008)

Segundo Grotta et al., (2004), avaliando o desempenho da operação de subsolagem, em função da velocidade de deslocamento e espaçamento entre hastes, verificaram uma incorporação dos resíduos vegetais da superfície em 35%, sendo que os tratamentos não interferiram estatisticamente nos resultados.

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