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Descontinuidade das atividades da Faculdade de Engenharia 1. Enquadramento

Como referido, no início dos anos 90, a Universidade decide, perante a necessidade de crescimento e as limitações no campus de Lisboa, desenvolver um novo campus em Sintra. Neste campus perspetivava-se criar um espaço inter-disciplinar, no qual seriam oferecidas diversas áreas do saber e que integraria não só espaços escolares e de investigação, mas também residências e espaços de comércio e desporto. O primeiro protocolo celebrado entre a UCP e a Câmara de Sintra previa a instalação de uma Faculdade de Ciências Humanas.

Posteriormente, surgiu a possibilidade de o Programa PRODEP cofinanciar a construção de um edifício para a instalação de uma Faculdade de Engenharia e de algumas infraestruturas, o que veio a concretizar-se em 2000. No seu primeiro mandato como Reitor, o Professor Manuel Braga da Cruz relança a ideia de a UCP dispor de um curso de Medicina integrado numa Faculdade de Ciências da Saúde e em articulação com um hospital universitário. Um dos principais objetivos para este campus era, pois, o de desenvolver conjuntamente as áreas da Engenharia e da Saúde, numa interligação que era inovadora e, consequentemente, diferenciadora no panorama do ensino superior português.

O início da atividade da Faculdade de Engenharia decorre numa envol-vente particularmente difícil. Por um lado, a Faculdade localizava-se num cam-pus isolado, com infraestruturas insuficientes e difíceis acessos, sem envolvente urbana e com uma rede de transportes muito deficiente, o que tornava difícil atrair e manter a comunidade estudantil. Por outro lado, defrontava-se com a proximidade do IST com cursos em áreas similares e em condições de con-corrência manifestamente favoráveis. A Universidade abriu uma Faculdade de Engenharia, com verbas comunitárias, e desenvolveu um projeto inovador na área da Engenharia, pelo que era incompreensível a concorrência desleal que o IST representava. Como exemplos, refere-se o lançamento, no ano imediato, de uma licenciatura em Engenharia Biomédica, o qual foi seguido, um ano depois, pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

Nos anos subsequentes à abertura, a Faculdade procurou consolidar o projeto académico e diversificar a oferta formativa, com o objetivo de adensar a comunidade académica. Também a Comissão Instaladora do campus encetou várias diligências e iniciativas, que visavam desenvolver o campus, quer na sua envolvente externa quer na criação de infraestruturas de apoio à comunidade académica, conforme definido no projeto inicial do campus.

2. Desenvolvimento

Decorridos nove anos desde a abertura da Faculdade, o desenvolvimento do campus não se concretiza devido, essencialmente, a fatores externos à Uni-versidade, o que acentuou o isolamento da Faculdade. No conjunto desses fatores inclui-se o aumento da concorrência do ensino público, na sequência da redução de alunos no ensino superior. Nesse período, a angariação de alu-nos torna-se quase uma missão hercúlea, pelo que a Faculdade, para melhorar a sua sustentabilidade, desenvolver o projeto académico e equipar os seus labo-ratórios, aposta na prestação de serviços, desenvolvendo diversos projetos para os sectores público e privado, alargando a oferta de cursos de pós-graduação, e aposta em cursos dos 2.º e 3.º ciclos, onde a concorrência do IST era menor.

No entanto, a sustentabilidade da Faculdade pouco dependia destas medidas, pois estava condicionada ao desenvolvimento do campus. Assim, em junho de 2009, o lançamento da Primeira Pedra da fase 2 do campus, resultado do Pro-tocolo com a Novopca, gera um grande entusiasmo na Universidade, pois permitiria desenvolver conjuntamente os projetos da Engenharia e da Saúde, como a Universidade ambicionava. No entanto, era um projeto que iria, pela sua natureza, demorar algum tempo a ser concluído, pelo que, o seu efeito na procura dos cursos não foi imediato. Por outro lado, em 2009, inicia-se uma das piores crises económicas e sociais vividas no País. Em consequência, o processo de candidaturas e matrículas da Faculdade, no ano letivo de 2010/2011, tem um desempenho muito baixo, o qual, associado à fraca execução orçamental de 2009, leva a Direção e a Reitoria a reanalisar a situação da Faculdade.

3. Deslocalização para o campus de Lisboa

No início do ano letivo de 2010/2011, a fragilidade da situação financeira da Faculdade obrigava a medidas de contenção e a uma análise profunda da situação do campus de Sintra e da Faculdade. A primeira medida tomada pela Reitoria foi a de suspender o curso do Mestrado Integrado em Arquitetura, dado o número reduzido de candidatos, e transferir, consequentemente, os

alunos do curso para o IST, mediante um Protocolo estabelecido com a Uni-versidade. Perante este cenário, o seu Diretor, Prof. Doutor Manuel Barata Marques, refletindo sobre as principais causas que contribuíram para os resul-tados das candidaturas e matrículas nos diversos cursos da Faculdade, identifica quatro razões: concorrência desleal do sector universitário estatal, crise econó-mica e social, insuficiência do marketing dos ciclos de estudos e a localização da Faculdade de Engenharia. Nesta sua análise, considerava, também, que o desenvolvimento urbanístico do campus de Sintra estava bloqueado (na prá-tica) pela CMS, pelo que propôs ao Reitor, em outubro de 2010, que fosse estudada a transferência da Faculdade para o campus de Lisboa, bem como a hipótese de os edifícios a construir na área norte desse campus poderem acolher a Faculdade de Engenharia59, uma vez que a localização era o fator que mais influência tinha sobre o processo de candidaturas e matrículas da Faculdade.

Nesse âmbito, coube à Direção da Faculdade analisar a viabilidade da transferência da Faculdade para Lisboa, cujo estudo envolveu a determinação do número mínimo de alunos de Engenharia que viabilizaria a transferência para o campus de Lisboa. Era defendido que a transferência deveria ser efetuada, gradualmente, ao longo de três anos para permitir a construção de instala-ções próprias destinadas a acomodar todos os ciclos de estudos de Engenha-ria. O estudo propunha, também, que no ano letivo seguinte, de 2011/2012, o 1.º ano das licenciaturas em Engenharia Biomédica, Engenharia Civil e Engenharia Mecânica funcionasse em Lisboa. A oferta na capital de cursos de 2.º ciclo e de pós-graduações estaria condicionada pela disponibilidade de instalações. O estudo concluiu que o número mínimo necessário de novos alunos para garantir a sustentabilidade mínima, nesses três anos e para o total dos três cursos, seria de 46 alunos em 2012, 58 em 2013 e 75 em 2014. Seria desejável que os números efetivos fossem mais elevados para que o projeto de Engenharia se tornasse sólido. No entanto, a situação económica e social do País aconselhava alguma prudência nas previsões de novos alunos.

No início de 2011, foi constituída uma Comissão destinada a analisar a situação da Faculdade, que foi presidida pelo Reitor e composta, para além do Diretor da Faculdade e da Administradora, pelos Prof. Doutores Manuel Fernandes Thomaz, Carlos Salema, Heitor Pina e Roberto Carneiro. O estudo resultante, elaborado pela Administradora, é apresentado ao Conselho Superior em março de 201160. Esse estudo apresentava três cenários: a continuação em Sintra, com medidas de otimização, a transferência para o campus de Lisboa e o

59 Carta do Diretor da Faculdade de Engenharia ao Reitor, de 18.10.2010.

60 ACS, 25.03.2011.

encerramento da Faculdade. A continuação em Sintra implicaria, entre outras medidas, encerrar alguns cursos e fixar um número mínimo de candidatos.

A transferência para Lisboa previa a ocupação de um dos edifícios, a construir na parte norte do campus. Tendo em consideração o investimento e os custos associados à deslocalização, o estudo previa atingir o break-even point entre 2016 e 2017. Este ponto podia, neste cenário, vir a ser significativamente reduzido, caso se vendesse o edifício da Faculdade em Sintra. O último cenário era o encerramento, mas teria de se ponderar os aspetos não financeiros e os custos não tangíveis.

A Direção da Faculdade decide, em março de 2011, implementar, também, um conjunto de medidas para melhorar a situação financeira da Faculdade, que visava, sobretudo, reduzir os custos de exploração e o abandono escolar, bem como tornar a oferta formativa mais competitiva. O Conselho Cientí-fico aprovou, assim, o aumento da carga letiva dos professores com contrato a tempo inteiro ou em dedicação exclusiva e a redução do envolvimento de professores convidados a tempo parcial. Foi aprovada, também, a implementa-ção de medidas que permitiram flexibilizar a progressão académica dos alunos e aproximar as condições de funcionamento dos ciclos de estudos da Faculdade de Engenharia das praticadas pelas Universidades estatais.

Em maio de 2011, o Conselho Superior decide revogar os acordos com a Novopca, por falência desta, e desistir da construção da Unidade de Cui-dados Continuados, por dificuldades de financiamento, pelo que se pondera a hipótese de abandonar o campus de Sintra e vender o edifício da Faculdade61. São, assim, colocados dois novos cenários em relação à Faculdade, transferência para Lisboa, subscrita pelo Reitor, e o encerramento, caso não se conseguisse vender o edifício. É decidido, também, transferir alguns cursos de Mestrado e Pós-Graduação para o campus de Lisboa em regime pós-laboral, com o objetivo de melhorar a situação financeira da Faculdade.

Em junho de 2011, a Direção da Faculdade apresentou ao Reitor uma proposta do seu Conselho Científico, que defendia a transferência de todos cursos para Lisboa a partir do ano letivo seguinte, 2011/2012, e admitia a hipótese de os cursos passarem a funcionar em instalações da Igreja Católica ou em pavilhões pré-fabricados, a construir, até se dispor de instalações defi-nitivas62. A proposta não pôde ser desenvolvida, por dificuldade em encontrar e preparar instalações condignas até ao início do ano letivo e, inclusive, pelo

61 ACS, 27.05.2018.

62 Carta do Diretor da Faculdade ao Reitor, de 30.06.2011.

próprio esforço financeiro exigido, que poderia comprometer a liquidez indis-pensável à futura transferência da Faculdade para o campus de Lisboa63.

No ano letivo de 2011/2012, a Reitoria decide, com base na otimização que se impunha fazer, abrir as candidaturas para as licenciaturas em Engenha-ria Biomédica e EngenhaEngenha-ria Civil, condicionando, no entanto, a abertura dos cursos a um número mínimo de candidatos, que viabilizasse a exploração.

O clima de incerteza quanto ao futuro do campus de Sintra e da própria Faculdade, a recente suspensão do Mestrado Integrado em Arquitetura e os vários pedidos de transferência de alunos para outras instituições acabam por se refletir num reduzido número de candidaturas. Consequentemente, a Reitoria vê-se obrigada a comunicar a não abertura de novas matrículas nesses cursos.

No mesmo comunicado, é garantida a continuidade dos cursos em funciona-mento, e informa-se da expectativa da Universidade em oferecer as referidas licenciaturas, no ano letivo seguinte, mas no campus de Lisboa64. Perante este cenário, é decidido, também, fazer um estudo de mercado, junto de alunos do ensino secundário, para identificar as áreas científicas com melhor acolhimento.

Nesse ano letivo, apenas a Pós-Graduação em Urbanismo, coordenada pelo Prof. Doutor Costa Lobo, abre no campus de Lisboa.

Em resultado do estudo de mercado produzido é decidido oferecer, no campus de Lisboa, em 2012/2013, os cursos de licenciatura em Engenharia Biomédica, Engenharia Mecânica e Engenharia Civil. Em Lisboa lecionar-se--iam, apenas, o primeiro ano desses cursos, pois impunha-se que o processo de transferência fosse gradual, devido aos condicionalismos ao nível das instalações.

A decisão de abertura destas três licenciaturas em Lisboa é tornada pública apenas em abril, o que exigiu redobrado esforço de divulgação, tendo a Reito-ria contratado uma reconhecida empresa de marketing para uma maior e mais eficiente divulgação dos cursos atendendo à proximidade das candidaturas. No entanto, a campanha de marketing, um dos aspetos que tinha sido considerado pelo Diretor da Faculdade, em outubro de 2010, como um dos fatores mais influenciadores das candidaturas, acaba por ser implementada demasiado tarde, face ao período de candidaturas, o que não permitiu à empresa contratada terminar o trabalho solicitado.

Nesse ano letivo, registou-se um total de 53 candidatos, assim distribuí-dos: 30 para Engenharia Biomédica, 19 para Engenharia Mecânica e 4 para Engenharia Civil. Em consequência, o único curso que admitiu alunos foi o de Engenharia Biomédica, que teve 26 alunos matriculados. A Engenharia

63 Carta do Reitor, R/1138/2011.

64 Comunicado da Reitoria de 22.09.2011.

Mecânica e a Engenharia Civil não abriram, pois não atingiram os 25 candi-datos, número mínimo exigido para a sua abertura.

4. Plano Estratégico de Desenvolvimento da Faculdade

Nos finais de 2012, a situação financeira da Faculdade era problemática, em consequência do decrescente número de alunos. Admitia-se, inclusive, que a situação se agravasse no ano seguinte devido à transferência da Escola Supe-rior de Enfermagem para o campus de Lisboa, o que obrigaria a Faculdade a suportar todos os custos de funcionamento do edifício do campus de Sintra.

Um dos princípios orientadores da Universidade é a autossuficiência de cada uma das suas Unidades, pelo que era imperativo encontrar uma solução. Era claro que a estratégia de continuidade da Faculdade passaria pela sua desloca-lização para Lisboa, no mais breve espaço de tempo, mas eram conhecidas as dificuldades em termos de disponibilidade de instalações no campus de Lisboa.

Em resposta ao pedido do Conselho Superior e da solicitação da Reitora, Prof.ª Doutora Maria da Glória Garcia, a Direção da Faculdade elaborou um Plano Estratégico de Desenvolvimento da Faculdade65, que se propunha contri-buir com uma solução para viabilizar o projeto da Engenharia na Universidade.

Este Plano tinha como princípios orientadores a diminuição da capacidade, com efeito na redução de cursos, e a identificação de uma solução propícia a uma transição global, no ano letivo seguinte, de toda a estrutura da Faculdade para Lisboa.

Relativamente à oferta de cursos, mantiveram-se os cursos de Engenharia Biomédica e Engenharia Mecânica e foi proposto o enceramento dos cursos de Engenharia Civil e Engenharia Informática, garantindo-se o encaminha-mento dos alunos desses cursos para outras instituições de Ensino Superior.

Em relação ao curso de Engenharia Industrial, foi admitida a hipótese de continuidade com o apoio da FCEE (Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais), considerando as sinergias entre as duas áreas, ou o progressivo encaminhamento destes alunos para a Engenharia Mecânica. Esta decisão teve em consideração o projeto académico e dados da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) relativos à evolução das candidaturas entre os anos 2009 e 2012.

Em relação à localização da Faculdade, foram analisadas duas alternativas:

a instalação de prefabricados no campus de Lisboa, destinados a salas de aula, laboratórios e serviços, e a identificação de um espaço em Lisboa, fora do

65 Plano Estratégico de Desenvolvimento da Faculdade, 20.12.2012.

campus. A primeira hipótese resultou de uma proposta do Conselho Científico da Faculdade, tendo a Direção apresentado a respetiva proposta à Reitoria. No entanto, admitia-se que, no curto prazo, o campus de Lisboa não reunisse condi-ções para acomodar integralmente a Faculdade, pelo que importava encontrar uma solução que permitisse o desenvolvimento pleno das atividades de ensino, investigação e prestação de serviços próprias de uma unidade universitária.

Nesse sentido, a Direção contactou o IAPMEI, entidade gestora do antigo campus do INETI, no qual funcionavam os Laboratórios da Faculdade de Ciências e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, bem como de empresas de base tecnológica, como sejam a Hovione e a Bial, e de Insti-tuições, como a ASAE e o Infarmed, que para ali foram transferindo os seus laboratórios, para além do LNEG (sucessor do INETI, com laboratórios em várias áreas científicas das quais se destaca a da Energia). Este espaço corres-pondia à descrição de um Parque de Ciência e Tecnologia, no qual facilmente se inseriria a Faculdade.

A Direção visitou o campus do INETI e pôde verificar que dispunha de instalações com condições para receber a Faculdade. Por outro lado, o respon-sável do IAPMEI, que recebera a Direção, demonstrou o interesse da institui-ção em acolher a Faculdade e de encontrar as melhores soluções para a sua instalação. Referiu, inclusive, que o protocolo celebrado entre o INETI e a UCP poderia ser tomado em consideração na fixação dos preços de aluguer ou de condições particulares, como o desconto na renda das despesas com a adaptação do edifício ou a definição de um período de carência.

5. Conclusões do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Faculdade O Plano Estratégico de Desenvolvimento da Faculdade fora realizado numa perspetiva de encontrar uma solução que permitisse dar continuidade ao projeto da Engenharia na Universidade. Este plano concluía que a localização da Faculdade, nos anos seguintes, no antigo campus do INETI, permitiria alcan-çar uma situação financeira favorável no curto prazo e reuniria um potencial de colaborações empresariais e com instituições de investigação assinalável a todos os títulos. Na base da defesa de continuidade da Faculdade, estiveram as seguintes considerações:

– o Plano Estratégico da UCP para o quinquénio de 2010-2015, apro-vado pelo Conselho Superior, dava prioridade ao desenvolvimento das áreas tecnológicas, reconhecendo a importância crescente destas áreas na

economia e na sociedade e o papel na preparação de quadros que, no âmbito da sua missão, compete à Universidade Católica;

– a Faculdade de Engenharia dispunha de um projeto académico sólido, coerente e atual, que contemplava as principais áreas para as quais se esperavam desenvolvimentos científicos e tecnológicos, com impacto nos diversos sectores de atividade económica;

– o corpo docente, embora reduzido nos últimos dois anos, mantinha uma intensa atividade de investigação e de colaboração com instituições de investigação nacionais e internacionais;

– o ensino praticado na Faculdade era de grande qualidade, como se veri-ficara pelas elogiosas referências das instituições universitárias europeias, que acolhem os seus alunos, seja na preparação das dissertações de mes-trado, seja na elaboração das teses de doutoramento, e das empresas que empregam os seus diplomados;

– a Faculdade de Engenharia sofreu as consequências de se localizar num espaço isolado, de difícil acesso e do facto de o projeto do campus de Sintra não ter tido concretização. Aliás, todas as Unidades, que se situa-ram no campus de Sintra, acabasitua-ram por se transferir para o campus de Lisboa, para desenvolverem as suas atividades;

– a seleção das três áreas de ensino justifica-se pelo crescente interesse do mercado em quadros qualificados nestes ramos de Engenharia;

– a possibilidade de uma Escola de Gestão da UCP se associar à Faculdade de Engenharia na oferta dos cursos de Engenharia e, muito particu-larmente, na Engenharia Industrial, viria a beneficiar significativamente este projeto.

6. Desativação da Faculdade de Engenharia

O Conselho Superior, na sua reunião de 18 de janeiro de 201366, decidiu, por maioria, descontinuar os cursos da Faculdade de Engenharia e mandatou a Reitoria para a elaboração de um estudo destinado a identificar soluções para manter a investigação na Universidade. A qualidade científica e pedagógica do projeto académico foi realçada, mas os problemas da Faculdade foram consi-derados estruturais e não conjunturais, pelo que a proposta apresentada pela Direção, no sentido da transferência da Faculdade para o campus do INETI em Lisboa, não teve seguimento. Pesava, também, a decisão do Conselho Superior,

66 ACS, 18.01.2013.

que aprovara, na sua reunião de maio de 2011, o encerramento da Faculdade, caso não se concretizasse a venda do edifício do campus de Sintra. A situação financeira da Faculdade era crítica e, de acordo com a Reitoria, estava, inclusive, a colocar em causa a sustentabilidade da própria Universidade. Por outro lado, atendendo à conjuntura económica que se vivia no País, não havia perspetivas de melhoria e dever-se-ia, ainda, ter em conta a concorrência desleal do IST.

No entanto, a Reitoria em reconhecimento da relevância da investigação da Faculdade, do grupo de investigadores de grande nível e dos diversos projetos apoiados pela FCT, recomendou, na medida do possível, a sua manutenção na Universidade.

A notícia de que os cursos da Faculdade iriam ser descontinuados foi recebida pela comunidade académica com alguma surpresa e, sobretudo, com sentimento de tristeza, em particular pelos estudantes, que evidenciavam tam-bém uma certa indignação. Apesar da preocupação gerada, o processo acaba por ser célere e tranquilo. Destaca-se o comportamento exemplar da generalidade dos estudantes e suas famílias, que compreenderam a situação da Faculdade e acreditaram que a Universidade encontraria soluções para que todos os alunos pudessem prosseguir os seus percursos académicos. E, de facto, assim sucedeu.

Em consequência das diligências da Direção da Faculdade e da solidariedade das universidades do CRUP, foram encontradas soluções que permitiram trans-ferir os alunos para instituições, de reconhecido valor, que lhes proporcionaram

Em consequência das diligências da Direção da Faculdade e da solidariedade das universidades do CRUP, foram encontradas soluções que permitiram trans-ferir os alunos para instituições, de reconhecido valor, que lhes proporcionaram

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