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Descrição, análise e classificação do questionário.

De acordo com o autor Gil (1999), o questionário pode ser definido “como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.” (GIL, 1999, p. 124).

O questionário aplicado conteve seis questões. Entre elas, quatro perguntas de caráter dissertativo e duas de múltipla escolha. Buscou-se verificar a presença e a natureza dos possíveis obstáculos ao conhecimento, uso de conceitos e noções [...] (SOUZA, 2009). As noções para esta pesquisa, basicamente, estão direcionadas às ideias de processos, materiais e dinâmica do relevo.

O procedimento adotado para avaliar os resultados do questionário se deu a partir de classificação. As questões foram classificadas em satisfatórias e insatisfatórias. A Tabela 2, a seguir, apresenta a porcentagem de respostas satisfatórias e insatisfatórias por questão.

TABELA 2. Porcentagem de respostas ao questionário

35

Questão 1 78% 22%

Questão 2 36% 64%

Questão 3 (múltipla escolha) 78% 22%

Questão 4 78% 22%

Questão 5 43% 47%

Questão 6 (múltipla escolha) 93% 7%

Fonte: Soleandro Zambon, 2019.

Para a classificação das questões, a análise das respostas considerou a capacidade de compreensão do que foi explicado por parte dos alunos através da linguagem escrita, baseando-se em noções conceituais, concepções de escala de tempo e processos geomorfológicos, e conhecimento científico acumulado durante as explicações teóricas em sala de aula. Assim como, também, consideraram-se as associações e ideias apontadas pelos alunos sobre determinadas abordagens de cunho geomorfológico e/ou aspectos físicos da natureza na relação ou não com a sociedade. Desta forma, para melhor identificação das classificações obtidas, construiu-se um gráfico para compreender de forma mais clara e objetiva os dados coletados (GRÁFICO 1).

36 Gráfico 1. Classificação das respostas dos alunos ao questionário

Fonte: Soleandro Zambon, 2019

Com base no gráfico acima, pode-se constatar na questão um que 78% das respostas dos alunos foram consideradas satisfatórias. Enquanto 22% foram consideradas insatisfatórias. A referida questão propôs que os alunos explicassem com suas próprias palavras o que é relevo. Foram obtidas respostas variadas. A maioria das duplas conceituou o relevo como “formas ou conjunto de formas superficial da crosta terrestre”, outros caracterizaram o relevo a partir de “resultados dos agentes internos e externos”, enquanto algumas duplas associaram o relevo a uma barreira natural que impede a entrada de massas de ar sobre determinadas regiões, descrevendo-o desta maneira,

“o relevo pode ser uma barreira natural impedindo que uma região receba umidade ou fique mais quente”.

“O relevo é resultados dos agentes internos e externos, e também pode ser uma barreira natural que dependendo da região ela não receba umidade e fique mais quente”. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Questão 6

Satisfatória Insatisfatória

37 Nota-se que, apesar da dificuldade no uso da linguagem escrita por parte dos alunos, a maioria conseguiu fazer uma definição sintética do que é o relevo, principalmente associada à ideia de formas ou conjuntos de formas presentes na superfície terrestre. Mas, também, conseguiram associar e estabelecer relações entre relevo e clima, compreendendo que o relevo pode influenciar na dinâmica climática sobre determinados lugares.

A questão dois tratou de investigar de maneira específica a concepção e entendimento dos alunos em relação aos processos e dinâmicas do relevo terrestre. A questão proposta solicitava que os alunos explicassem como o relevo se transforma e se modifica na superfície terrestre, e, quais os processos geomorfológicos responsáveis por sua transformação e modificação. Esta questão procurou explorar a noção de processo envolvida na experimentação com a maquete. A maioria das respostas a essa questão demonstrou respostas insatisfatórias, 64%, conforme constata-se no gráfico. Para exemplificar e elucidar as respostas obtidas foram selecionadas algumas delas:

“O relevo está em constante transformação e modificação em suas formas, e quando sofridos processos geomorfológicos, podem dar origens as novas formas de relevo.”

“Agente exógeno: Transformação externa da superfície terrestre. Causadores são os processos geomorfológicos.”

“O relevo se transforma e modifica através dos agentes endógenos por meio de tectonismo e vulcanismo.”

“Agente endógeno: Responsável pela formação do relevo de grande amplitude. Agente exógeno: Transformação externa da superfície terrestre a partir da ação da água e vento.”

Constata-se a partir das respostas dos alunos, que a grande maioria apresentou respostas vagas e subjetivas, demonstrando que entendem que o relevo se transforma, mas sem conseguirem explicar como isso acontece. Ou seja, não chegaram a estabelecer relações entre conceitos e noções referentes a processos na relação com a transformação das formas da superfície. Percebe-se que a maioria dos alunos apresentou dificuldades de compreensão sobre os processos que interatuam na superfície terrestre, processos, que chamamos de intemperismo e erosão provocados principalmente pela ação processual da água pluvial. Apenas 36% das duplas apresentaram domínio conceitual e relacional dos conceitos com a

38 modificação do relevo e explicaram com clareza em suas respostas à dinâmica e os processos envolvidos na modificação do modelado terrestre.

“O relevo é transformado pelos processos geomorfológicos que são intemperismo e erosão. Intemperismo é responsável pelo desgaste, e desagregação físicos e químicos das rochas. Enquanto a erosão é responsável pelo desgaste e transporte dos sedimentos erodidos.”

“O relevo da superfície terrestre se transforma por causa de dois agentes intemperismo e erosão. Intemperismo é o desgaste que resulta na degradação física ou na decomposição química e biológicas das rochas. Erosão é o transporte e deposição o dos sedimentos erodidos.”

A questão três, por sua vez, foi de múltipla escolha. Nesta questão demandou-se dos alunos a capacidade de identificação conceitual e de estabelecer associação conceitual dos fenômenos de desgaste e deposição a partir de um texto descritivo; bem como a capacidade interpretativa e de raciocínio geomorfológico dos alunos em relação à dinâmica e interações dos processos envolvidos na transformação superficial do relevo. Os alunos, a partir do trecho de um texto descritivo, tiveram que identificar os processos mencionados no texto sobre atuação dos processos erosivos que agem nas partes de superfícies mais elevadas de um terreno e transportam os sedimentos erodidos para porções mais baixas dessa superfície. A maioria dos alunos acertou, enquanto 22% das respostas estavam incorretas.

Tendo em vista principalmente o trabalho de experimentação junto à maquete, a questão quatro procurou verificar a capacidade dos alunos conseguirem explicar o caráter dinâmico e processual do relevo, estabelecendo associações e a relação entre o escoamento superficial da água, o processo erosivo e a transformação do relevo. Neste caso, a porcentagem de respostas satisfatórias foi maior que insatisfatória. A maioria dos alunos conseguiu conciliar aquilo que aprendeu em teoria sobre o conteúdo relevo com a experimentação a partir da maquete em sala de aula. Obtivemos algumas das seguintes respostas.

“Quando ele jogou a água aconteceu um desgaste no solo que provocou deslizamento de terra, porém aonde havia mato não desgastou tanto o solo como aonde só havia terra.”

“Aconteceu o deslizamento da terra e aonde havia vegetação a terra ficou segura contra o escoamento da água.”

39 “Quando foi jogada água a parte onde tinha terra foi desmoronando e caindo o barro, ou seja, desgastando o solo. Já quando ele jogou água na vegetação o deslizamento foi menor por causa das plantas que asseguraram ação da água.” “As pedras foram aparecendo e a terra foi desgastada. A água foi escoando pelo talvegue e junto com ela sedimentos erodidos foram sendo transportado até o talvegue e sendo depositados nele.”

Nota-se que apesar dos alunos apresentarem dificuldades no uso da linguagem escrita, e se apropriarem da linguagem coloquial, conseguiram fazer associações e estabelecer a relação entre a transformação do relevo com o escoamento superficial da água e o processo erosivo, até mesmo estabelecendo associações com processos que não foram trabalhados com eles como os deslizamentos de terra. Além disso, conseguiram compreender o papel retardador da vegetação ao processo erosivo quando a superfície é composta por vegetação que ameniza os impactos causados pelo escoamento da água.

Em relação à questão cinco procurou-se verificar se os alunos dariam conta de explicitar relações explicativas entre formas e processo erosivo. Foi perguntado nessa questão por que a erosão constrói e destrói o relevo. Nesta questão a porcentagem de respostas insatisfatórias foi maior que satisfatória. Para exemplificar melhor foram selecionadas algumas respostas.

“O relevo está em constante transformação e modificação.”

“O relevo está em constante transformação e modificação em suas formas quando sofridos os processos geomorfológicos.”

“Ela passa por duas modificações a erosão e intemperismo. Erosão: transporte e deposição dos sedimentos erodidos. Intemperismo: desgaste que resulta na degradação física ou decomposição química, biológica das rochas.”

“Transporte e decomposição dos sedimentos erodidos.”

Percebe-se nesta questão, assim como nas questões anteriores, que os alunos compreenderam que o relevo possui caráter dinâmico, ou seja, ele está continuamente sofrendo transformação em suas formas decorrentes de processos que se exprimem na superfície terrestre. No entanto, a maioria não conseguiu demonstrar uma capacidade argumentativa e explicativa que organizasse as ideias em torno da erosão como um processo causal da transformação do relevo. Porém, compreender apenas o seu caráter dinâmico não é suficiente. É preciso que o aluno compreenda que o relevo não se transforma por si só, mas na

40 relação e interatuação de um conjunto de forças e energias físico-naturais que atuam sobre as rochas e sobre as formas de relevo, remodelando sua configuração. Por isso uma superfície quando exposta aos processos geomorfológicos, gradualmente (no tempo geológico) pode dar lugar a outra, perdendo suas características físicas originais.

Quanto à questão seis, assim como a questão três, foi de múltipla escolha. A referida questão demandou dos alunos a capacidade de identificação por meio da leitura de uma definição de intemperismo. Eles deveriam ser capazes de associar este processo como aquele responsável pela fragmentação e decomposição das rochas. A maioria das duplas acertou a questão, ou seja, 93% responderam corretamente.

De modo geral, nota-se nas questões que a grande maioria das respostas por partes dos alunos apresentou desempenho satisfatório. Demostrando, portanto, que conseguiram conciliar a aula teórica com a aula prática a partir da experimentação com a maquete. No entanto, nas questões com rendimentos insatisfatórios percebeu-se que as principais dificuldades encontradas estão em explicar o relevo a partir dos processos, matérias e dinâmicas do relevo. Dificuldades que, certamente, passam pelo uso da língua escrita. A mesma dificuldade persiste entre alunos de geografia do ensino superior como atesta SOUZA (2009) em sua tese de doutorado. Não se tem como objetivo compará-los, mas ressaltar que as mesmas dificuldades são encontradas entre os alunos de geografia que apresentam alguns obstáculos conceituais, como os de processos, sistemas, agentes, condicionantes e outros (SOUZA, 2009).

41 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ensino do fenômeno relevo na geografia escolar vem se tornando cada vez mais necessária na formação de cidadãos consciente e entendedores do espaço geográfico. Buscar entender as diversas relações que ocorrem na organização do espaço é uma atividade básica e essencial na vida de um individuo. A curiosidade de compreender os acontecimentos que ocorrem em determinados espaço, sejam eles acontecimentos naturais ou causados pelo homem, no lugar onde ele vive ou não, é algo eminente na vida do ser humano.

A curiosidade de compreender o porquê das coisas, o porquê da vida, o porquê do mundo ser assim, é algo que vem sendo questionado desde o surgimento do ser humano. O mundo em que vivemos é um lugar cheio de questionamentos, e compreender como se deu sua origem é algo de extrema importância e significância. Muitos são os estudos científicos referentes à formação e o princípio de onde tudo começou, mas muitos questionamentos e incertezas ainda são discutíveis. Mas, pelo que já se sabe, é essencial para compreender que o planeta terra está lentamente se modificando desde sua origem há bilhões de ano atrás até o presente momento.

Desta forma, nesta pesquisa buscou-se compreender que o fenômeno relevo é um fenômeno natural cuja estrutura e formas presentes na superfície terrestre estão continuamente se modificando, atribuindo a ele um caráter dinâmico. Tais modificações são decorrentes de forças e energias do interior da terra, tectonismo e vulcanismo, mas também, de processos geomorfológicos, como exemplo, a erosão, um processo cuja ação de transformação do relevo pode ser facilmente percebida pelo ser humano.

Outro ponto bastante discutido nesta pesquisa foi referente à importância do conteúdo relevo no ensino na geografia escolar. A importância de estudar o relevo não está amparada somente na sua estética, mas na relevância de relacionar esse fenômeno natural com os demais elementos da natureza para que os alunos compreendam, portanto, as interações do relevo com as demais transformações físicas naturais do espaço geográfico.

A maquete demostrou ser uma importante ferramenta didática para o ensino do conteúdo relevo. Pois, embora a maioria dos alunos apresentasse dificuldades na linguagem escrita e na expressão daquilo que se pedia, e principalmente dificuldade em compreender as ideias de processos e dinâmicas do relevo, eles conseguiram associar e estabelecer a transformação do relevo em relação ao escoamento da água e o processo erosivo. E, portanto, compreender que o relevo por mais que aparenta ser estável, está continuamente em

42 transformação, concebendo-o assim como um elemento natural do espaço que possui caráter dinâmico.

43 7 REFERÊNCIAS

ARANHA, Luciana Sereli Macedo; SOUZA, Carla Juscélia de Oliveira. A água nos

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