Neste item será abordada a tarefa 1.1.1 da etapa 1.1, mostrada na Figura 3.1. Detalhamento do projeto informacional do sistema modular , porém sem usar os documentos ali sugeridos, por julgá-los desnecessários.
O ciclo de vida é entendido como a descrição da vida do produto, ao longo das diversas fases pelas quais passa, desde a concepção e produção, até o descarte do produto (BITENCOURT, 2001).
Todos os produtos têm um ciclo de vida definido sob dois aspectos: econômico e de transformação (BACK; OGLIARI, 2000). O econômico expressa as relações venda/lucro e o tempo de permanência do produto no mercado, sendo extremamente valioso para estudos de estratégias de desenvolvimento, relações entre investimento e lucro, e definição de momento de lançamento (início das vendas) e/ou retirada (declínio das vendas) de produtos do mercado. O enfoque da transformação descreve o ciclo de vida do produto ao longo das fases pelas quais o produto passa, desde as necessidades do mercado até o fim de sua vida útil. Para descrevê-lo, Back (1983) denominou-o ciclo de produção-
consumo do sistema socioeconômico. O ciclo de produção-consumo envolve, de
um lado a empresa produtora e, de outro, o mercado consumidor. Inicia com a produção de bens materiais, ou seja, os produtos são projetados, manufatu- rados, distribuídos e vendidos, para serem consumidos pelo mercado, produ- zindo informações sobre o uso, o atendimento das necessidades e/ou desejos, o descarte, além de recursos para a empresa, seja sob a forma de capital, seja em material reciclado (ROMANO; NABAES, 2000).
Sob o enfoque econômico o ciclo de vida do produto é dividido em 4 estágios:
- estágio de introdução, que se caracteriza por um crescimento lento;
- estágio de crescimento, no qual o objetivo é sustentar ao máximo sua posição no mercado;
- estágio de maturidade, entendido como a fase de maior desafio, pois é nele que se encontra boa parte dos produtos, e
- estágio de declínio, que é quando os lucros caem até zero e o pro- duto é retirado do mercado; mas pode estabilizar-se em níveis muito baixos e continuar inexpressivo no mercado.
detalhamento, por fugir ao objetivo do trabalho.
Em relação à análise do ciclo de vida sob o enfoque da transformação existem vários métodos que auxiliam na avaliação dos efeitos ambientais asso- ciados ao produto, mas no atual trabalho aborda-se o assunto para criar reco- mendações que venham a orientar o desenvolvimento da máquina transplan- tadora de mudas com o objetivo de minimizar os custos ambientais.
Na Tabela 3.1, a seguir, a análise do ciclo de vida na transplantadora de mudas, buscando registrar e apresentar de forma sistemática as informações para o desenvolvimento do projeto, no tocante a possíveis reduções de seus custos, possibilidade de inovação tecnológica e melhoramentos no desenvolvi- mento do produto com o objetivo do menor custo ambiental de criação, uso, manutenção e descarte.
Tabela 3.1 Análise do Ciclo de Vida na Transplantadora de Mudas
Fases do ciclo
de vida Objetivos Saídas Indesejáveis Comentários
Valores para o consumidor
Identificar os valores do consu- midor com relação aos princi- pais aspectos do produto para orientar o projetista ao longo do desenvolvimento.
Identificar como consu- midores grupos não re- presentativos potencial- mente de usuários final do produto em análise.
Fazer uma pesquisa de mercado com questioná- rios dirigidos para iden- tificar as reais necessi- dades/valores do mer- cado.
Custos
Identificar na pesquisa de mer- cado qual é o poder aquisitivo dos potenciais consumidores e qual o valor máximo que eles estão dispostos a pagar.
Identificar o valor para o produto em análise que o consumidor não esta- ria disposta a pagar.
O custo de um produto deve ser de acordo com a realidade econômica de seu grupo de consu- midores.
Projeto do Produto
Buscar desenvolver cada fase de acordo com as necessida- des do consumidor, sempre buscando atingir a máxima per- formance.
Desenvolver um produto com baixa performance e alto custo.
Em todas as fases do projeto ter sempre o objetivo de desenvolver produto que não cause danos ao meio
ambiente.
Fabricação
Usar matéria-prima de baixo consumo de energia reciclável e de baixo peso específico e processo de transformação pouco ou nada poluente.
Peças produzidas por processos que conso- mem muita energia, são poluentes e usam maté- ria-prima não reciclável.
Buscar atingir os objeti- vos adotando os proces- sos de fabricação o mais barato possível.
Aferição da qualidade das
peças
Verificar se as peças
produzidas atendem as suas especificações técnicas e aos padrões de qualidade.
Peças defeituosas e fora dos padrões.
Buscar minimizar os custos com o controle da qualidade das peças. Montagem
Padronizar os parafusos, redu- zindo seu uso tanto quanto possível.
Uso de grande número de parafusos e sua não- padronização.
Usar de engates rápidos para auxiliar na monta- gem.
Uso Que não exija conhecimentoespecífico e não exponha o operador a graves riscos.
Que exija alto nível de conhecimento técnico do operador e o exponha a perigos.
Que atenda as normas de segurança e seja leve
Continuação
Manutenção Menor número possível depontos de lubrificação e que use manutenção preventiva.
Número elevado de pontos de lubrificação e ocorrência de quebras inesperadas.
Inspeção diária na má- quina antes de colocá-la em uso.
Reuso
Padronização dos componen- tes para serem usados em ou- tras máquinas disponíveis na propriedade.
Componentes especí- ficos que são emprega- dos somente nesse pro- duto.
Que suas peças sejam intercambiáveis para servir na manutenção de outras máquinas. Reciclagem
Máquina de fácil desmontagem e com a identificação padroni- zada da matéria-prima na pró- pria peça.
Difícil desmontagem e identificação da matéria prima na peça.
Usar o menor número possível de tipos de ma- téria-prima na fabricação das peças.
Com as informações sobre o ciclo de vida contidas na tabela 3.1, ficam registrados os objetivos de cada fase que devem ser abordados e priorizados por sua grande importância para o desenvolvimento do produto.
3.3 DESCRIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS POTENCIAIS CONSUMIDORES