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Descrição da contrução e funcionamento do material de treino e teste em termos de avaliação áudio-percetiva (Voice-PE – Voice – Perceptual Evaluation)

Buffalo III 1 Analisa uma vasta gama de categorias (12 parâmetros) glóticas, supraglóticas e do

SOFTWARE – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA E COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO.

4.4.1. Descrição da contrução e funcionamento do material de treino e teste em termos de avaliação áudio-percetiva (Voice-PE – Voice – Perceptual Evaluation)

O programa Voice-PE (Voice – Perceptual Evaluation) foi produzido em C++ e Qt, uma vez que as bibliotecas deste reúnem todas as opções de interface gráfico que o programa apresenta. Surge como uma ferramenta de treino e teste para atuais e futuros profissionais interessados pelo domínio de competências em avaliação áudio-percetiva da voz humana. Pretende-se a sua distribuição gratuita, nomeadamente em escolas que formem terapeutas da fala, locais em que se realize atendimento clínico de casuística com perturbações vocais (serviços de otorrinolaringologia) e, ainda, escolas ou conservatórios de música e outros contextos que interajam com esta área da avaliação e caracterização vocal.

Página | 166 A primeira janela do Voice-PE apresenta uma descrição do programa (Cf. Figura 15), com a indicação das suas funcionalidades de treino e teste em avaliação áudio-percetiva. Visualizam-se de imediato os botões representativos das duas formas de treino possíveis: classificação individual de vozes-treino versus classificação por comparação entre vozes- treino. Nesta primeira página existe ainda a opção de Ajuda/Help, assim como um ícone para a possibilidade de mudança de língua, uma vez que o programa está desenvolvido para o uso em Inglês e Português.

Figura 16: Janela da opção de treino com classificação individual das vozes

Na forma de treino com classificação individual, a mesma pode ser realizada através de duas escalas distintas (Cf. Figura 16). Ou é selecionada a escala visual analógica (VAS – Visual Analogue Scale), ou a escala de classe numérica (EAI – Equal Appearing Interval). Assim, são apresentados ao utilizador grupos de 15 vozes-treino (6 opções possíveis), cuja organização pode ser de 3 formas: ou aleatória, alocada pelo próprio sistema, ou gradativa, com vozes do grau normal ao extremo e vice-versa. Estas duas opções são mais fáceis para o ouvinte, pois este antecipa a graduação da alteração vocal. É ainda dada a possibilidade de recorrer a

Página | 167 âncoras, visuais, visuais e auditivas, ou fazer toda a classificação das vozes-treino sem qualquer tipo de ajuda/referencial de explicação do parâmetro percetivo em análise.

Quando o utilizador opta pela classificação visual analógica (VAS – Visual Analogue Scale) surge uma janela (Cf. Figura 17) em que pode – através da deslocação de um cursor deslizante sobre uma régua – avaliar cada parâmetro da GRBAS entre 0 e 100. Ao lado direito de cada régua é indicado o valor em que o cursor estaciona, ou seja, a cotação numérica que corresponde à avaliação daquela voz.

Figura 17: Janela da opção de treino com classificação individual das vozes através da escala visual analógica

Para a opção de classificação através de classe numérica (EAI – Equal Appearing Interval), a escala assume valores entre zero e três (Cf. Figura 18). O utilizador deve ouvir a voz e classificar cada um dos parâmetros clicando sobre o botão com o número que julga corresponder à avaliação daquela amostra sonora. No fim, aciona o botão seguinte para passar para a escuta e classificação de outra voz.

Página | 168 Tanto numa como noutra opção da classificação individual das vozes-treino, o utilizador observa à direita da janela uma barra de estado que representa o ponto do exercício de avaliação que está a ter lugar. Ou seja, a barra vai mudando de preenchimento até à sua totalização no final do grupo de vozes em estudo (Cf. Figura 17 e 18).

Figura 18: Janela da opção de treino com classificação individual das vozes através da escala numérica

É também possível, nas duas opções de classificação, recorrer a âncoras. Estas podem ser inexistentes (sem âncora), visuais ou visuais e auditivas. Deste modo, consoante a escolha realizada previamente pelo utilizador, este pode fazer toda a classificação das vozes-treino sem qualquer tipo de ajuda, ou ter um referencial – com a explicação visual (patente ao clicar sobre o ícone com um ponto de interrogação) ou/e os extremos de gravidade vocal de cada parâmetro percetivo em análise (escutados ao clicar sobre o ícone com um altifalante, de cor verde ou vermelha, para exemplos de qualidade vocal normal e extremamente alterada, respetivamente) (Cf. Figura 17 e 18).

Página | 169 Ao concluir a classificação das 15 vozes-treino é automaticamente criado um relatório. Este reflete a cotação individual de cada voz, para cada um dos parâmetros áudio-percetivos (GRBAS), comparando-a com a média dos seis juízes resultantes do trabalho desenvolvido ao longo da dissertação e com os pontos de corte referenciados por Yamasaki et al. (2007) para discernir entre os distintos graus de perturbação vocal (representados através de uma barra de cores) (Cf. Figura 19 – Resultados da Avaliação com o uso da escala VAS). Nesta fase é ainda possível escutar novamente a voz (clicando sobre o ícone de play, junto ao nome da amostra em causa), mas agora observando a pontuação dada pelo utilizador e a dos juízes.

Figura 19: Exemplo do sumário da avaliação áudio-percetiva através da escala visual analógica

Este formato de relatório, criado automaticamente no fim de cada bloco de avaliações áudio-percetivas, é também possível quando se usa a escala EAI (Cf. Figura 20 – Resultados da Avaliação com o uso da escala EAI). As funcionalidades são as mesmas que foram descritas previamente.

Página | 170 Figura 20: Exemplo do sumário da avaliação áudio-percetiva através da escala numérica

É dada a possibilidade de impressão do relatório, com a oportunidade de identificar o autor da avaliação e a data da mesma, com referência a todos os parâmetros (GRBAS), a cotação do utilizador e a dos juízes (Cf. Figura 21).

Na forma de treino com classificação por comparação entre vozes, a mesma implica a individualização e pré-seleção do parâmetro áudio-percetivo da escala GRBAS a treinar (Cf. Figura 22). Ou seja, é selecionado um e um só parâmetro (cuja definição escrita – âncora visual – está patente nesta página).

Página | 171 Figura 21: Exemplo parcial do relatório a imprimir sobre a avaliação áudio-percetiva, com uso da escala visual-analógica

Página | 172 Inicia-se o treino numa janela que apresenta grupos de 10 vozes, selecionadas pelo sistema aleatoriamente. O utilizador pode escutar cada uma das vozes (clicando sobre o ícone com o formato das pregas vocais), as vezes que necessitar, e organizá-las por comparação entre elas, arrastando o ícone representativo dessa voz, verticalmente (Cf. Figura 23). À esquerda da janela está uma régua que assinala os extremos da classificação – qualidade vocal normal/normal voice quality versus severa/severe (Yamasaki et al., 2007).

Figura 23: Janela da avaliação comparativa, do parâmetro áudio-percetivo B(Soprosidade)

Todas as vozes têm que ser alvo de alocação na janela classificadora, portanto, fora da barra de apresentação inicial, para finalizar a avaliação e ser criado automaticamente um relatório semelhante ao apresentado na Figura 21. Neste apresenta-se: a cotação individual de cada voz, para cada um dos parâmetros áudio-percetivos (GRBAS), comparando-a com a média dos juízes e com os pontos de corte entre os distintos graus de perturbação vocal (representados através de uma barra de cores).

Página | 173 4.4.2. Estudo sobre práticas profissionais dos terapeutas da fala Portugueses na avaliação da voz humana

• Data: 21 e 22 de agosto de 2009

Comunicação Oral – “As práticas profissionais dos Terapeutas da Fala Portugueses no Diagnóstico e Intervenção Terapêutica das Perturbações Vocais”, em coautoria, inserido no 4º Simpósio Luso-Brasileiro de Terapia da Fala e 1º Simpósio Luso- Brasileiro de Saúde, São Paulo.

Artigo Científico: Ricardo Sousa, Susana Vaz Freitas, Aníbal Ferreira – “A Avaliação Acústica da Voz nas Práticas Profissionais dos Terapeutas da Fala Portugueses”, in Revista da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, vol. 49, nº 1, pp. 11-17, 2011.

4.4.3. Publicações/Estudos/Comunicações Orais sobre medidas acústicas e áudio-