• Nenhum resultado encontrado

ATENÇÃO RELAÇÃO FUNCIONAL

3.2. Descrição da Amostra

3.2.1. Grupo Caso: Portadores do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade

O diagnóstico de TDAH dos quarenta e quatro pacientes, 34 meninos, 10 meninas, foi estabelecido através de duas estratégias comuns, previamente recomendadas aos profissionais indicadores, conforme os seguintes critérios: a) apresentação de seis ou mais sintomas de desatenção, hiperatividade ou ambos, de acordo com os critérios estabelecidos na escala Swanson, Nolan and Pelham Questionnaire - SNAP-IV (SWANSON e colaboradores, 1994; Anexo B), baseada no DSM-IV(AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 1994).; b) referência e avaliação de outro profissional com concordância sobre o diagnóstico.

Se o participante do grupo TDAH foi avaliado inicialmente pelo pesquisador, procedeu-se o encaminhamento do paciente para o profissional médico (Psiquiatra ou Neurologista) para confirmação diagnóstica. Se encaminhado por outro profissional, o pesquisador realizou os procedimentos diagnósticos, para confirmação ou não do diagnóstico de TDAH.

Para inclusão no grupo de TDAH os participantes deveriam (a) ter diagnóstico de TDAH do tipo desatento, hiperativo ou combinado; (b) estar livres de comorbidades incluindo psicose, retardo mental, doença neurológica (paralisia cerebral) ou doença física crônica; (c) não ter sintomas de distúrbios da leitura segundo o DSM-IV (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 1994) (d) não fazer uso de medicação psicotrópicas, incluindo estimulantes para o tratamento do TDAH; (e) estar na faixa etária entre 11 anos, 0 mês e 1 dia a 14 anos, 11 meses e 29 dias; (f) estar regularmente matriculado e cursando da 5ª a 8ª série do ensino fundamental; (g) pelas características de homogeneidade do estudo, estar matriculado em escola da rede de ensino privada; (h) ter assinado por seus pais o termo de consentimento livre e esclarecido e concordarem livremente com os procedimentos da pesquisa. Em função da alta taxa de comorbidade com Transtorno Opositor-Desafiante (TOD) e Transtorno de Conduta (TD),a presença destes transtornos não foi critério de exclusão.

Uma investigação constando cinco procedimentos foi utilizada para selecionar os pacientes/participantes, e são descritos a seguir:

a) encaminhamento para o diagnóstico - foi estabelecido por um dos dois neurologistas pediátricos, psiquiatra da infância e adolescência ou psicólogo, sendo criado para cada indivíduo um banco de dados do diagnóstico, que incluiu questionário e entrevista com os pais e adolescentes para inclusão no grupo TDAH e exclusão de outros diagnósticos;

b) solicitação a cada responsável pelos participantes que completassem um questionário estruturado, conforme Modelo (Apêndice B), incluindo dados das seguintes áreas: a) demográfico e econômico, de acordo com os critérios da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP, 2003), variando para facilitação da computação dos dados neste estudo em quatro categorias econômicas: renda familiar de até 5 salários mínimos (1); entre 6 a 10 salários mínimos (2); 11 a 20 salários mínimos (3); e mais de 20 salários mínimos (4). Adicionalmente, seguindo os critérios da ABEP (2003);

c) uma caracterização sócio-econômica familiar, constando uma tabela com bens de consumo; escolaridade parental variando de um a cinco (não alfabetizado/primário incompleto a superior completo);

d) uma anamnese para caracterizar o diagnóstico, contendo histórico médico, psiquiátrico e escolar; presença de sinais e sintomas de distúrbios de aprendizagem (dislexia, discalculia e disgrafia) e queixas atuais;

e) critérios do DSM-IV (AMERICAN, 1994) para sintomas do TDAH de acordo com escala SNAP-IV (SWANSON e colaboradores, 1994), na versão validada para o Brasil pelo Grupo de Estudos em Déficit de Atenção da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por Mattos e colaboradores (2006b).

Embasados nos critérios do DSM-IV, os diagnósticos foram estabelecidos para a presença de TDAH, de acordo com os sintomas para Desatenção e Hiperatividade/Impulsividade, sendo classificados como estando presentes ou ausentes seguindo quatro critérios de acordo com a versão brasileira da escala SNAP- IV(MATTOS e colaboradores, 2006b) com atribuição de valores, conforme segue: nem um pouco (0), só um pouco (1), bastante (2), demais (3).

Para preencher os critérios diagnósticos para TDAH do tipo desatento foi necessário que se as respostas “bastante” e “demais” fossem apresentadas em pelo menos 6 dos 9 sintomas desatenção. Para o TDAH do tipo hiperativo, foram necessárias respostas “bastante” e “demais” para 6 dos 9 sintomas de hiperatividade. Para o tipo combiando foram necessárias 12 respostas do mesmo tipo sendo no mínimo 6 relativas à desatenção e 6 relativas à hiperatividade. A mínima pontuação possível foi então de 6 pontos para entrar em um dos grupos (desatento ou hiperativo/impulsivo) e 12 pontos como critério para compor o grupo do tipo combinado.

Procedeu-se uma entrevista com os pais ou um dos responsáveis à confirmação do diagnóstico, seguindo-se os critérios do DSM-IV, incluindo a referência dos sintomas em mais de um ambiente, bem como, a manutenção dos sintomas, em pelo menos seis meses e a presença de sintomas antes dos sete anos de idade, estratégia ratificada noutros procedimentos, em que a conclusão diagnóstica foi realizada com critérios baseados no DSM-IV (FOLEY NICPON e colaboradores, 2004; KERNS e PRICE, 2001).

A formação do grupo Controle, constando 43 participantes sem TDAH (31 meninas, 12 meninos), procedeu-se a seleção em duas escolas (Colégio Oficina e Colégio Portinari) de ensino privado, em Salvador (BA), procedendo-se em três fases, assim descriminadas:

a) solicitação aos coordenadores de alunos com 11 anos, 0 mês e 0 dia a 14 anos, 11 meses e 29 dias, que realizassem seleção a partir da observação da ausência de sintomas de desatenção ou hiperatividade/impulsividade, preenchendo a escala de TDAH para professores (BENZICK, 2000), que foi posteriormente corrigida e verificada a presença ou ausência de sintomas indicativos do TDAH;

b) encaminhamento aos pais de carta convite e um questionário similar ao do grupo TDAH, incluindo os mesmos itens coletados aos participantes com diagnóstico de TDAH, tendo em anexo o termo de consentimento livre e esclarecido. Cada criança, foi caracterizada por seus pais como saudável, sem o preenchimento de critérios para o transtorno, sem outro diagnóstico psiquiátrico ou uso de medicação psicotrópica;

c) os dados foram comparados para idade e escolaridade e os pais foram comunicados por telefone, para agendar as crianças à aplicação dos testes e procedimentos experimentais inerentes à pesquisa.

Documentos relacionados