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RESUMO EXECUTIVO

1.1 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA

Frente ao exposto, no intuito de melhorar a oferta destes serviços à sociedade, o Poder Executivo do Governo do Estado de Santa Catarina vem envidando esforços em diferentes espectros, incluindo o aprimoramento contínuo de suas práticas de gestão. Integrando esses esforços, uma área que vem recebendo especial atenção para o aumento de sua abrangência e formas de atuação, é a controladoria.

Neste campo houve uma atenção significativa para prover o Estado de uma melhor estrutura, buscando reforçar as atividades de controle de forma mais capilar, e que anteriormente eram relegadas quase que exclusivamente a um órgão fiscalizador central. Esses esforços podem ser vistos enquanto sistemáticos e gradativos ao longo das últimas décadas, tendo se acentuado nos últimos cinco anos. Outro elemento perceptivo é a alteração de filosofia, indo de sistemáticas de inspeção, verificação e vigilância para um viés auxiliador no que tange à gestão e processos organizacionais.

Dentro das organizações públicas, este controle a nível organizacional é realizado pelas Unidades de Controle Interno, pertencentes ao SCI - Sistema de Controle Interno, previsto pelas Constituições Federais de 1967 e posteriormente de 1988 e também pela Constituição Estadual. Embora sua gênese tenha ocorrido neste período, sua efetividade tem se desenvolvido mais recentemente, principalmente devido a Lei Complementar 101/2000 ou como é comumente conhecida, a Lei de Responsabilidade Fiscal. Aliado a isso, somam-se os

movimentos por maior transparência e accountability, oriundo da sociedade.

No Governo do Estado de Santa Catarina, o SCI tem ganho significância através do tempo com a publicação de diversas Leis e Decretos. A primeira é a Lei Complementar n° 381 de 07 de Maio de 2007, que dispõe sobre o modelo de gestão e a estrutura organizacional da Administração Pública Estadual, além de buscar delinear a cultura organizacional da Administração Pública Estadual. Posteriormente houve a publicação do Decreto Estadual nº 1178 de 19 de março de 2008 e que logo após foi revogado pelo Decreto Estadual nº 2056 de 20 de Janeiro de 2009 o qual normatizou conceitos, estruturou o sistema de controle interno, suas competências, técnicas e tipos de controle, além de tratar da atividade de auditoria interna e suas respectivas fases. Até então o SCI estava apenas constituído e suas atribuições definidas, ficando recomendada sua implantação nos órgãos, sem qualquer sanção pelo ausência desta unidade. Em 2012 foi promulgado o Decreto Estadual nº 772, o qual dispõe sobre os Relatórios de Controle Interno e suas especificidades, e que imputa sanções ao gestor que não o enviar dentro de um prazo estabelecido.

A publicação deste decreto mobilizou boa parte dos órgãos internos ao Governo do Estado para a implantação de sua própria unidade de controle interno, dado que o gestor de cada pasta seria responsabilizado pelo não envio do relatório de controle interno bimestralmente. Pode-se dizer que este foi efetivamente o início da implantação do SCI de forma ampliada, ao longo da estrutura organizacional do Poder Executivo. E por fim, em 2013 foi publicado o Decreto Estadual n° 1670 que dispõe sobre a estrutura e o responsável pelo controle interno nos órgãos da administração direta, nas entidades autárquicas e fundacionais e nas empresas estatais dependentes do Poder Executivo estadual.

Este decreto forçou a implementação e ao mesmo tempo fortaleceu as unidades de controle interno para que suas

atividades fossem executadas com autonomia e probidade. No entanto o que verificou-se é que na grande maioria dos órgãos, por nunca terem tido uma unidade de controle interno em sua estrutura, demonstram uma efetiva carência de referencial para sua implantação e posterior execução de atividades concernentes à controladoria. Esta ausência de elementos norteadores dá-se desde a inexistência de mapeamento de processos em boa parte das secretarias, mas sobremaneira pela inexperiência e insegurança dos controladores para a execução de suas tarefas.

Portanto, podem ser identificadas duas grandes vertentes de atuação do controle interno. A vertente legal, como o próprio nome estabelece, refere-se ao mote erigido pelo princípio constitucional da legalidade, onde as atividades a serem desenvolvidas pelo controle interno referem-se a uma demanda compulsória por ato legal, ou seja, precisam ser executadas em função de dispositivo legal. Caso não o sejam, os responsáveis pela área responderão solidariamente em caso de constatação de ilegalidade ou dano ao erário por membro externo, ou na perspectiva de ciência da falha ou irregularidade, mas na ausência de providências objetivando o apontamento para a regularização da inconformidade.

Já a vertente substantiva visa implementar mecanismos voltados à gestão e a melhoria de sua eficiência no intuito de prover consistência aos atos praticados pelos gestores para auxiliá-los no processo de tomada de decisão no alcance aos objetivos estabelecidos pelas políticas públicas para o atendimento das necessidades da coletividade. Destarte, um controle interno moldado por estas duas vertentes, pode proporcionar a realização de ações coadunando a parte legal à parte substantiva para em busca do atingimento dos objetivos do controle interno.

Portanto, este trabalho objetiva identificar, dentro da lógica do controle interno no setor público e alinhado a estas duas vertentes, as áreas de atuação com maior carência de

conceitos, ferramentas e sistemáticas, para o estabelecimento de rotinas comuns a todas as unidades no exercício de suas atividades, auxiliando assim os responsáveis pelo controle interno e demais membros da equipe.

1.2 OBJETIVO

Descortinar o cenário das atividades de controladoria no Poder Executivo do Estado de Santa Catarina requer sobremaneira identificar junto às unidades recém criadas quais as principais deficiências e dificuldades.

Por conseguinte, para um exercício de controle mais efetivo e dentro de uma perspectiva de auxílio a gestão e seus responsáveis, e não apenas de inspeção ou averiguação, é imprescindível a atenção aos processos à luz da legislação vigente em cada uma das grandes áreas de análise, quais sejam, Licitações e Contratos, Gestão de Pessoal, Contas Públicas e Gestão Orçamentária e Financeira, Gestão Patrimonial e Gestão de Recursos Antecipados e Transferências Voluntárias.

1.2.1 Objetivo Geral

Propor o desenvolvimento de mapeamento de processos via BPMN – Business Process Modeling and Notation no controle interno do Poder Executivo do Estado de Santa Catarina, visando subsidiar a ação de seus controladores na implementação de novas práticas de controladoria e auxílio à gestão.

1.2.2 Objetivos Específicos

a) Contextualizar os conceitos das atividades de controle e suas características à Administração Pública;

b) Verificar as responsabilidades do controle interno estatuídas na lei;

c) Diagnosticar junto aos responsáveis pelo controle interno do Poder Executivo do Estado de Santa Catarina quais os pontos de maior complexidade e principais dificuldades encontradas para a execução de suas atividades;

d) Analisar a viabilidade da adoção da metodologia BPMN para auxiliar o controlador em suas atividades de monitoramento, análise, acompanhamento e orientação;

e) Desenvolver o mapeamento via BPMN das áreas identificadas como prioritárias.

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