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CAPÍTULO 2 – ASPECTOS HISTÓRICOS DO PROCESSO DE

2.3 O RESIDENCIAL PARQUE IGUAÇU III E OS SUJEITOS DA

2.3.1 Descrição dos dados coletados na pesquisa

O levantamento sobre situação de trabalho e previdenciária em que se encontram os sujeitos da pesquisa é fundamental para a compreensão do perfil socioeconômico das famílias. Assim, a tabela 01 revela a realidade destes e as condições que apresentaram no período da pesquisa.

Tabela 01 – Situação de Trabalho e/ou Previdenciária dos entrevistados(as)

Fonte: A autora

Sobre a condição de trabalho e/ou previdenciária dos 38 entrevistados(as), 55% trabalham, no entanto, entre esses, 13 pessoas responderam ser trabalhadores informais, este número corresponde a 34% dos sujeitos, ou seja, o maior grupo trabalha sem registro em carteira. Entre as formas de trabalho informal, destacam-se atividades como diarista, cuidadora de idosos e empregadas domésticas; e para os trabalhos com carteira assinada, sobressaem as funções de auxiliar de limpeza, auxiliar de serviços gerais e auxiliar de cozinha.

Quanto aos entrevistados(as) que afirmam estar desempregados, dos 38 entrevistados, 10 afirmam não ter nenhum tipo de emprego/trabalho, estes

Situação de Trabalho/Previdenciária Nº de entrevistados(as) Percentual

Trabalho formal (com carteira assinada) 8 21,05%

Trabalho informal (sem carteira assinada) 13 34,21%

Aposentado (a) / pensionista 1 2,63%

Desempregado (a) 10 26,32%

Não trabalha 6 15,79%

correspondem a 26%. Apenas 01 pessoa é aposentada e 6 pessoas, representando 15% dos entrevistados(as), responderam que não trabalham “fora”, afirmam ser donas de casa.

Tabela 02 – Sobre a faixa etária dos entrevistados(as)

Idade do Entrevistado(a) Nº de

entrevistados(as) Percentual

Com idade de 18 a 30 anos 9 23,68%

Com idade de 31 a 45 anos 19 50,00%

Com idade de 46 a 60 anos 9 23,68%

Acima de 61 anos 1 2,63%

Total de entrevistados 38 100,00%

Fonte: A autora

Percebe-se que majoritariamente o conjunto é composto por pessoas em idade entre 18 e 45 anos. Além de ser considerada uma faixa etária em idade “produtiva” para o mercado de trabalho, também se ressalta que é um grupo em fase de formação dos arranjos familiares, isso demanda, por sua vez, a necessidade tanto por emprego, quanto o acesso a bens e serviços públicos, por exemplo, a moradia, que contribuam para o exercício dessas atividades.

A partir dos dados coletados, é perceptível que a maior parte dos entrevistados(as) apresenta baixo nível de formação/escolaridade, pois apenas 01 pessoa afirmou ter ensino superior e 09 pessoas, isto significa 23%, têm ensino médio completo, sendo este o maior grau revelado. Na sequência, os que têm ensino fundamental completo e/ou incompleto somam 25 pessoas, o que constitui 65% dos sujeitos pesquisados. Houve ainda uma pessoa que afirmou nunca ter frequentado escola, sendo esta analfabeta.

Tabela 03 – Quanto à escolaridade dos entrevistados(as)

Escolaridade Nº de entrevistados(as) Percentual

Ensino Superior Completo 1 2,63%

Ensino Médio Completo 9 23,68%

Ensino Fundamental Completo 14 36,84%

Ensino Fundamental Incompleto 11 28,95%

Não alfabetizado 3 7,89%

Total de entrevistados 38 100%

Fonte: A autora

Importante destacar que, além de outras implicações, o baixo nível de formação é um agravante no que diz respeito à inserção desses grupos no

mercado de trabalho. Fato este que pode significar o aumento de atividades informais e/ou empregos mal remunerados, como apontado nos quadros 01 e 04 deste trabalho.

Em relação à rentabilidade familiar, de modo geral, os dados revelam ser extremamente baixa, pois a maior parte – ou seja, 17 famílias, o que corresponde a 44% dos sujeitos da pesquisa – tem renda menor ou de até 01 salário mínimo. Num outro segmento de renda estão os que declaram atingir entre 01 e 02 salários, representando 34% dos sujeitos; 07 famílias declaram rendimentos entre 02 e 03 salários; e apenas uma família afirma que a renda soma acima de três.

Tabela 04 – Renda familiar

Valor da renda Nº de

entrevistados(as) Percentual

Até 01 salário mínimo 17 44,74%

Entre 01 e 02 salários mínimos 13 34,21%

Entre 02 e 03 salários mínimos 7 18,42%

Acima de 03 salários mínimos 1 2,63%

Total de entrevistados 38 100,00%

Fonte: A autora

A soma das famílias que declaram rendimento de até 01 salário com as que declaram entre 01 e 02 resulta em um percentual de quase 79% das famílias entrevistadas, revelando, desta forma, a fragilidade econômica das famílias. Importante ressaltar que a modalidade do PMCMV que atendeu as famílias reassentadas no Parque Iguaçu III tem como critério a faixa de renda de 0 a 03 salários mínimos, fato este que pode explicar os baixos rendimentos. A composição das famílias apresenta uma média de 5,5 pessoas por residência, a princípio são relativamente pequenas, mas considerando a faixa de renda mencionada pode significar um agravante para a manutenção de necessidades básicas.

Cabe observar que as moradias foram entregues em outubro/novembro de 2013, e no período em que a pesquisa foi aplicada, isto é, setembro/outubro de 2015, estas pessoas já estavam morando no local há quase dois anos, no entanto, a pesquisa mostra que não houve alteração na renda auferida pelas famílias.

Quando questionados se a família consegue arcar com valores pagos no financiamento da casa sem prejudicar outros gastos essenciais do dia a dia, 78% afirmam que sim. Já o outro grupo, que equivale a 21%, alega não ter condições de

manter as prestações em dia sem prejudicar o orçamento do dia a dia. Nesse caso, o principal motivo apontado, é o baixo rendimento das famílias e a situação de desemprego em que se encontram os responsáveis.

Tabela 05 - Em relação aos valores pagos no financiamento da casa e suas implicações no custeio de outros gastos essenciais do dia a dia

Alternativas de Respostas Nº de

entrevistados(as) Percentual

Sim 30 78,95%

Não - Por quê? 8 21,05%

Total de entrevistados 38 100,00%

Fonte: A autora

A realocação para o Parque Iguaçu III acarretou em mudanças para a maioria das famílias: 55% declaram que ocorreu algum tipo de alteração em relação ao trabalho. Esse segmento corresponde a 21 entrevistados(as), sendo que 02 asseguram que a mudança foi para melhor. Contudo, para 19 sujeitos, as transformações foram prejudiciais.

Tabela 06 – Em relação à mudança para o Parque Iguaçu III e as alterações no âmbito do trabalho

Respostas Nº de

entrevistados(as) Percentual

Sim – Que tipo de mudança? 21 55,26%

Não 17 44,74%

Total de entrevistados 38 100,00%

Fonte: A autora

Entre as 21 respostas que afirmam que a mudança para o Parque Iguaçu III significou melhora em relação ao trabalho, apenas duas apontam pontos positivos, (sujeito nº 12 e nº14). O primeiro relata ter melhorado “porque o local tem menos violência para chegar em casa a noite” (sic). Esta afirmação refere-se ao fato de o mesmo trabalhar como motorista e, por isso, muitas vezes chega em casa de madrugada, e nesse sentido afirma que o local é mais seguro se comparado com o local onde residia antes. Na segunda resposta, a entrevistada, que trabalha com vendas de salgados na vizinhança, afirma que a mudança trouxe melhorias em relação ao trabalho porque o local tem mais moradores do que onde morava antes, e por isso, “mudou para melhor porque aqui tem mais clientes” (sic).

Em relação às outras 19 respostas que apontam mudanças negativas, o principal motivo diz respeito ao fato de a distância até o local de trabalho ter aumentado, obrigando-os a pegar mais ônibus e ficar mais tempo fora de casa.

Também se sobressaem as situações em que os filhos não conseguiram vaga nos CMEIS, em função disso o responsável teve que sair do emprego para cuidar dos filhos, e, ainda, 09 sujeitos disseram que saíram do emprego por conta da distância.

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