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1 INTRODUÇÃO

2.2 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO D V A

2.2.1 Descrição dos itens componentes da DVA

As rubricas que integram a demonstração do valor adicionado, tal qual vem sendo elaborada e na maioria das vezes divulgada pelas entidades, advêm da demonstração do resultado do exercício. Como regra geral os itens são transpostos de uma para outra demonstração. Em alguns casos particulares, a exemplo da discriminação da riqueza distribuída para os empregados, as informações são extraídas de demonstrativos analíticos da contabilidade, a exemplo dos razões e análises contábeis. Em outros casos, a exemplo da declaração dos dividendos para os acionistas, é mais simples buscá-los da Demonstração das Mutações no Patrimônio Líquido (DMPL).

As rubricas que compõem a DVA, bem assim algumas particularidades a elas inerentes, segundo Santos (1999, p. 107) estão relacionadas em seguida.

Os aspectos mais relevantes da geração de riqueza são:

Receitas - Reconhecidas pelo principio contábil da realização da receita e

da confrontação das despesas (competência), em geral, no momento da venda ou da transferência da propriedade dos bens ou serviços;

Provisão para devedores duvidosos (PDD) -líquida de reversão - É um

valor estimado pela contabilidade, normalmente calculado com base nas definições fiscais, para cobrir possíveis perdas com a realização de valores a receber de determinados clientes. Algumas correntes do pensamento da ciência da contabilidade10 entendem que a PDD é uma retificação da receita e por esse motivo está apresentada na DVA como uma redução da riqueza gerada;

10 Por exemplo, HENDRICKSEN, Eldon S. e BREDA, Michael F. Van (1999, p.347) e lUDiCIBUS, Sergio de (2000, p.153).

Receitas não operacionais (líquidas de despesas) - Como normalmente

vinculam-se a ganhos / perdas do ativo permanente e, em última análise, ajustam as depreciações passadas, têm aqui sua classificação mais por convenção do que por conceito, vez que estas depreciações, no passado, estavam classificadas no resultado operacional;

Insumos intermediários - São os recursos consumidos no processo de

geração de receita, pelo uso do principio contábil da realização da receita e da confrontação das despesas (competência). No caso de ocorrer criação indireta de riqueza (a exemplo de aumento de preços de produtos acabados em estoque), esta só é reconhecida quando os estoques são vendidos e, conseqüentemente, repassados como custos dos bens;

Depreciação, amortização e exaustão - Referem-se ao consumo dos

ativos no processo de produção de bens e serviços. A diferença em relação aos ativos correntes é que estes são consumidos imediatamente, enquanto que os ativos ditos permanentes se consomem em muitos períodos. Daí, sob o ponto de vista da DVA, serem considerados como distribuição de riqueza à própria empresa (como retenção) para reposição dos bens de capital consumidos. A depreciação apresenta algumas peculiaridades, que serão discutidas mais adiante; e

Valor adicionado recebido em transferência (resultado de equivalência

patrimonial e receitas financeiras) - representa a remuneração de capital

da empresa aplicado em outras entidades. As receitas financeiras são oriundas de aplicações de recursos normalmente disponíveis, enquanto que a equivalência patrimonial decorre de investimentos considerados

permanentes. Em ambos os casos, resultados financeiros positivos são gerados.

De lado da distribuição das riquezas geradas, a DVA demonstra a forma como as remunerações foram destinadas aos beneficiários. As riquezas são, então, distribuídas para:

Pessoal e encargos - Referem-se a toda e qualquer forma de

remuneração, tais como o próprio salário, os benefícios sociais, educacionais e de segurança, medicina e higiene do trabalho, os planos de saúde, os seguros de vida em grupo, os benefícios pós-emprego, a exemplo da complementação de aposentadoria, os planos de desligamento voluntário e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Em suma, evidencia os gastos com empregados. As despesas com o FGTS e as contribuições como patrocinadora de entidades de previdência privada devem ser consideradas como distribuição de riqueza aos empregados, tendo em vista serem considerados benefícios pós-emprego, amparados por leis específicas. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) patronal deve ser relacionado à parte, como distribuição de riqueza ao governo;

Impostos, taxas e contribuições - Nesta rubrica são evidenciados, além

da contribuição patronal ao INSS, o imposto de renda, a contribuição social sobre o lucro e todos os tributos que são apropriados pela empresa com base no principio contábil da competência. Incluem-se os tributos federais, estaduais e municipais, inclusive aqueles que reduzem a receita de vendas de bens ou serviços;

Juros e aluguéis - Demonstram-se aqui os montantes de despesas

de financiamentos, para o processo produtivo e de geração de riquezas da entidade. No caso dos aluguéis, o entendimento é que o uso de instalações de terceiros no processo produtivo empresarial está sendo financiado pelos proprietários dos ativos e, por isso, esses ativos estão sendo, conseqüentemente, remunerados;

Dividendos e juros sobre o capital próprio - Representam a remuneração

dos acionistas sob a forma de dividendos e, mais recentemente, de juros sobre o capital próprio, pagos ou creditados aos acionistas como retribuição ao capital investido nas atividades empresariais que geraram as riquezas; e

Lucros retidos / prejuízo do exercício - Representa a parcela da riqueza

gerada distribuída à própria empresa ou, no caso de prejuízo do exercício, a absorção de redução do patrimônio líquido pelos investidores. Como os investimentos efetuados são considerados capital de risco, ele não está imune a, eventualmente, absorver uma riqueza negativa, em função de prejuízos contábeis em que a entidade possa ocorrer.

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