• Nenhum resultado encontrado

Descrição dos Tipos de Serviços

No documento Isomorfismo em sustentabilidade ambiental (páginas 104-108)

CAPÍTULO 4 – ESTUDO III

4.3. METODOLOGIA DO ESTUDO III

4.3.3. Descrição dos Tipos de Serviços

De acordo com o levantamento primário e a categorização dos dados, foram 4 os tipos de serviços demandados/executados no trabalho: Tratamento Ambiental, Gestão Ambiental, Licenciamento Ambiental e Laudos e Diagnósticos Ambientais.

Os trabalhos do Tipo Tratamento Ambiental foram relativos ao controle de vetores e pragas urbanas (desinsetização e desratização), capina manual e mecânica, roçada, manutenção de áreas verdes, paisagismo e plantio de mudas. De maneira geral foram considerados pela empresa analisada (Biotech Ambiental) como serviços rústicos e menos tecnificados, sendo prestados mais intensivamente nos primeiros anos do inicio de suas atividades no mercado. Geralmente estavam vinculados á motivação para sua execução por Iniciativa Particular, pois não dependiam de uma legislação especifica para sua obrigatoriedade de execução. Ao longo dos 20 anos do período da análise a empresa prestadora destes serviços foi migrando suas atividades para trabalhos que exigiam um grau de tecnificação maior e menor quantidade de funcionários a campo e aos poucos concentrando suas atividades em serviços de Gestão Ambiental, Laudos e Diagnósticos e Licenciamento Ambiental, como ocorre até os dias atuais.

Os serviços de Gestão Ambiental corresponderam á implantação e monitoramento de Sistemas de Gestão, dividindo-se em Certificações de Sustentabilidade e Auditorias Ambientais. As Certificações de Sustentabilidade estavam vinculadas a unidades certificadoras como: Globalgap, Utz Kapeh, Rain Forest, Etanol Verde, BONSUCRO, Greenergy, NBR ISO 14.000, entre outras. Já as Auditorias Ambientais eram conduzidas a fim de confirmar e monitorar a adesão do cliente ao programa de gestão ambiental, atestando a conformidade legal dos processos ambientais relacionados às atividades potencialmente poluidoras. Geralmente estes serviços de Gestão Ambiental estavam vinculados á motivação por Necessidade de Mercado, pois, independente da legislação ambiental de determinado setor da economia, as certificações foram contratadas por pressão do mercado com a finalidade de agregar valor a determinado produto, exportação ou marketing.

Nos trabalhos relativos a Licenciamento Ambiental encontravam-se estudos e relatórios ambientais com a finalidade de licenciar determinado empreendimento. O Licenciamento Ambiental é um instrumento de caráter preventivo criado para a execução dos objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n° 6.938/81), em especial para harmonizar o desenvolvimento econômico e social com a proteção do meio ambiente, promovendo o uso racional dos recursos ambientais (MMA, 2003). Ele estabelece as condições, restrições e as medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar atividades ou empreendimentos utilizadores dos recursos ambientais considerados efetivos ou potencialmente poluidores, ou aqueles que, sob qualquer

forma, possam causar degradação e/ou modificação ambiental. Incluem-se nesta categoria serviços prestados como: EVA - Estudo de Viabilidade Ambiental; EAS - Estudo Ambiental Simplificado; RAP - Relatório Ambiental Preliminar; EIA/RIMA - Estudo e Relatório de Impacto Ambiental; PRAD - Plano de Recuperação de Áreas Degradadas; PCA - Plano de Controle Ambiental; RCA - Relatório de Controle Ambiental; RIVI - Relatório de Impacto na Vizinhança; DIA - Declaração de Impacto Ambiental.

Os serviços prestados de Licenciamento Ambiental estavam atrelados, em sua totalidade, á motivação por Obrigatoriedade de Legislação.

Nos serviços referentes a Laudos e Diagnósticos Ambientais havia a elaboração de documentos formais emitidos pela empresa que atestavam características ambientais que foram confirmadas pelos profissionais envolvidos. Estavam nesta categoria os serviços de: Laudos Periciais, Laudos de Caracterização de Vegetação, Laudos de Avaliação Potencial de Vetores, Laudos de Contaminação de Solo e Água, Diagnósticos e Monitoramento Ambiental de Emissões, Ruídos e Efluentes, Elaboração de Projetos de Reflorestamento e Compensações Ambientais e Análises de Riscos, entre outros.

Estes três tipos de serviços descritos (Gestão Ambiental, Laudos e Diagnósticos Ambientais e Licenciamento Ambiental) passaram a ser oferecidos e executados no mercado pela empresa analisada (Biotech Ambiental) á partir de 2000 em função da migração para serviços mais tecnificados já explicada acima, mas também porque, como relatado pelos sócios da empresa, o mercado também estava em transformação. Segundo os proprietários as pessoas, de um modo geral, estavam mais conscientes quanto ao seu papel de responsabilidade com o meio ambiente e estavam começando a exigir mais das empresas ás quais compravam seus produtos e serviços. Segundo eles, isto foi sendo refletido na demanda por serviços ambientais como os descritos anteriormente. Ainda de acordo com os proprietários, a legislação ambiental evoluiu no mesmo período, se tornando mais restritiva e punitiva e a economia se aqueceu, aparecendo uma maior quantidade de empreendimentos que passaram a necessitar de licenciamentos ambientais para funcionarem ou serem implantados.

Exemplificando este relato, o trabalho de Souza (2002) ressalta a importância da legislação no direcionamento das ações ambientais pelas empresas e destaca o ocorrido nas décadas de 80 e 90 onde houve no Brasil uma intensificação na criação de novas leis e decretos relacionados á questão ambiental com um aumento muito significativo em

quantidade, especificidade, abrangência e rigor de novas leis e decretos ambientais. Segundo o autor, passamos de duas dezenas de leis e decretos na década de 70, para 64 dispositivos legais na década de 80, chegando a quase 200 na década de 90, aumentando em muito a pressão regulamentar ás empresas, principalmente as de alto potencial poluidor.

Fato extremamente impactante ocorreu a partir de 1993 onde a legislação culminou com na Lei de Crimes Ambientais (Lei 9605/98). Gestores e administradores passaram a responder criminalmente por danos e acidentes causados por suas organizações ao meio ambiente, representando perdas pessoais e forçando o mercado a incorporar de uma vez por todas a questão ambiental a suas estratégias (Souza, 2002).

Também nos dias atuais ainda ocorrem demandas por serviços da categoria Tratamento Ambiental, principalmente atrelados á motivação por Obrigatoriedade de Legislação, pois a empresa ainda recebe e cumpre demandas referentes a plantios e manutenção de mudas e paisagismo vinculados a cumprimentos de Termos de Compromisso de Recuperação Ambiental – TCRA’s.

4.3.4. Procedimentos de Análise

Este estudo considerou a Análise Descritiva de Frequências e a Análise Fatorial Exploratória para todo o período (20 anos) dos trabalhos selecionados (409).

Sendo a estatística descritiva o conjunto de técnicas e regras usadas para resumir as informações de uma amostra sem a sua distorção ou perda (Huot, 2002), a Análise Descritiva de Frequência dos dados permitiu descreve-los, sintetizando os mesmos de forma que se conseguisse uma visão global da variação destes valores.

Após este procedimento, o estudo considerou ainda a análise fatorial exploratória para o período de vida da amostra com a finalidade congregar os 409 trabalhos em grupos de afinidades que corroborassem para as conclusões da análise inicial. Na análise fatorial exploratória foi considerada a rotação Varimax (Acedo, Barroso, & Galan, 2006; Lin & Cheng, 2010), pois, em relação a outras opções, esta propicia melhores interpretações (Fabrigar, Wegener, MacCallum, & Strahan, 1999).

Na análise fatorial exploratória os trabalhos que se aproximam conceitualmente num determinado fator tendem a ter carga fatorial relevante neste mesmo fator, sendo consideradas cargas fatoriais aproximadas e superiores a 0,4 (Shafique, 2013).

As análises foram elaboradas pelo software SPSS versão 18.

No documento Isomorfismo em sustentabilidade ambiental (páginas 104-108)

Documentos relacionados