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7. Caso de estudo

7.1 Descrição do local

Para o caso de estudo foi selecionada uma via de tráfego rodoviário intenso, classificada como GIT Rodoviário, com mais de 3 milhões passagens/ano.

Atualmente, a Segunda Circular atravessa a cidade de Lisboa na sua coroa norte, ligando (a poente) o nó rodoviário entre a CRIL e o IC19 ao nó rodoviário (a nascente) entre a A1, a CRIL e a Ponte Vasco da Gama, conforme a Figura 30.

Esta via encontra-se frequentemente congestionada, tem funções desadequadas e alguns dos troços estão em mau estado de conservação.

Em detalhe, o traçado da Segunda Circular é constituído pelas seguintes artérias: • Avenida Eusébio da Silva Ferreira (entre o nó com o IC17/IC19/Radial de Benfica

e o nó do C. C. Colombo/Estádio da Luz);

Avenida General Norton de Matos (entre o nó do C. C. Colombo/Estádio da Luz e o nó do Campo Grande); e,

Avenida Marechal Craveiro Lopes (entre o nó do Campo Grande e o nó do Prior Velho).

Adaptado de Google Maps, 2018

Os dados de tráfego rodoviário apresentados têm como referência o Estudo de Requalificação da 2ª circular elaborado pela TIS (Transportes, Inovação e Sistemas) em 2015, e como tal, não se considerou uma projeção futura de evolução do tráfego atendendo, por um lado, devido à evolução no passado recente na cidade de Lisboa e, por outro, ao maior impacte esperado por via das intervenções pensadas para o sistema de infraestruturas da cidade e geração do aeroporto.

No âmbito do processo de requalificação, estava equacionada a hipótese de transformação da Segunda Circular numa Via Estruturante Urbana da cidade, perdendo definitivamente as funções de âmbito regional que desempenha até aos dias de hoje. Esta alteração decorreria e tornar-se-ia possível devido ao fecho da CRIL e do Eixo Norte-Sul.

As intervenções mais relevantes e de maior impacte previstas no âmbito do projeto de reordenamento e beneficiação da 2ª Circular centram-se no troço compreendido entre o nó do Centro Comercial Colombo/Estádio da Luz e o nó do Campo Grande. Estas alterações terão naturalmente impactes não só na própria via, mas também no tráfego da rede rodoviária existente na sua envolvente imediata.

A TIS considerou como base de trabalho o modelo de tráfego da cidade de Lisboa, atualizado em 2015 no âmbito do estudo realizado para a Câmara Municipal de Lisboa. Por se tratar de um modelo atualizado, constituiu uma boa base de trabalho para o presente estudo, tendo sido alvo de uma pormenorização adicional na zona envolvente à 2ª Circular e dotado de novos trabalhos de campo de modo a auxiliar a caracterização da procura (TIS, 2015).

Trata-se de um modelo de tráfego à escala da Área Metropolitana de Lisboa (AML), considerando as principais ligações regionais de ligação à cidade de Lisboa. Para uma caracterização mais rigorosa, o modelo rodoviário é mais rico em detalhe e pormenor no interior do município de Lisboa, considerando toda a malha do sistema de transporte individual, devidamente caracterizada de acordo com a sua hierarquia e funcionalidade. O período de análise considerado respeita à hora de ponta, com distinção entre a Hora de Ponta da Manhã (HPM, 08:00 – 09:00) e a Hora de Ponta da Tarde (HPT, 18:00 – 19:00), com posterior conversão para valores de Tráfego Médio Diário Anual (TMDA), com base na análise de contagens horárias das vias principais de acesso à cidade de Lisboa (A1, IC17, IC19, IC2, IC22 e IP7).

Observando os volumes de tráfego na rede de Lisboa, verifica-se que a 2ª Circular é, claramente, o eixo municipal mais carregado da cidade, equiparando-se a vias de grande importância regional, como são os casos do IC19, Ponte 25 de Abril ou A5.

A ligação entre a Azinhaga das Galhardas e a Rotunda do Relógio apresenta volumes de tráfego muito próximos dos 130.000 veículos/dia (2 sentidos).

Segundo o estudo, a 2ª Circular apresentava um TMDA de 105.000 veículos/dia nos dois sentidos. Apesar de a velocidade máxima permitida ser 80 km/h, a velocidade média em hora de ponta é de 45,7 km/h, fruto de um rácio volume / capacidade acima de 90%. Em média, cada veículo percorre cerca de 3,0 km na 2ª Circular, correspondente a cerca de 30% da sua extensão total (≈10 km).

Os 3 principais pares Origem Destino (OD) de entrada e saída na 2ª Circular ocorrem a partir do nó da CRIL/IC19, com destino ao Eixo Norte-Sul, à Rotunda do Relógio e à Av. Lusíada (Quadros 21 e 22).

Estes 3 pares OD representam cerca de 58 500 veículos por dia (nos 2 sentidos), equivalente a cerca de 15 % do total de viagens que utilizam a 2ª Circular.

Considerando apenas a categoria de pesados (veículos com peso bruto superior a 3 500 kg ou com lotação superior a 9 lugares, incluindo o do condutor), constata-se que um dos pares OD com maior volume médio diário é o percurso integral da 2ª Circular, com cerca de 365 veículos por dia, nos 2 sentidos, correspondente ao 3º par OD mais representativo desta categoria de veículos.

No caso da categoria de veículos ligeiros (veículos com peso bruto igual ou inferior a 3 500kg e com lotação não superior a 9 lugares, incluindo o do condutor), esta mesma viagem tem uma expressão na ordem dos 5 500 veículos por dia, nos 2 sentidos, com uma representação mais residual face ao total de viagens desta categoria (TIS, 2015).

Quadro 21 - TMDA por OD total

Par OD TMDA (Total) Nó CRIL/IC19 – Nó Eixo-NS 20 200

Nó CRIL/IC19 – Nó Rotunda do Relógio 20 100

Nó CRIL/IC19 – Nó Colombo/Estádio da Luz 18 200

Nó Calvanas – Nó Rotunda do Relógio 14 900

Nó Aeroporto/Av. Berlim – Nó CRIL/A1 14 600

Quadro 22 - TMDA de pesados por par OD

Par OD TMDA (Pesados) Nó CRIL/IC19 – Nó Rotunda do Relógio 435

Nó CRIL/IC19 – Nó Eixo-NS 390

Nó CRIL/IC19 – Nó CRIL/A1 365

Nó Aeroporto/Av. Berlim – Nó CRIL/A1 310 Nó Calvanas – Nó Rotunda do Relógio 280

(Adaptado de TIS, 2015) O local de recolha de dados situa-se na ponte pedonal da 2ª circular, junto ao Colégio Alemão (Figuras 31 e 32).

Adaptado de Apple Maps, 2018

Zona de recolha de dados e pontos de referência

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