• Nenhum resultado encontrado

24 Objetivos e Metodologia

Método 1:

“Gestão do Risco Biológico e a Notificação com o Decreto-Lei n.º 84/97 de 16 de abril" n.º 006/2013 de 25.11.2013 - pela Direção Geral de Saúde (DGS, 2013).

Método da Direção Geral de Saúde, informação técnica 006/2013, publicado em 25 de novembro de 2013.

A tabela 9 apresenta a estimativa da magnitude que resulta do cruzamento entre a gravidade da lesão e a probabilidade de ocorrência. A gravidade da lesão pode ser representada através do grupo de risco dos agentes biológicos em análise (classificada pela portaria n.º 1036/98 de 15 de dezembro). Por sua vez a probabilidade da ocorrência pode ser representado pela possibilidade de exposição do trabalhador a esse mesmo agente, devido às suas características de entrada no homem e condições de exposição.

Tabela 9 – Estimativa da magnitude pelo método DGS

Gravidade da lesão

Ligeira Pouco Grave Grave Muito Grave

Probabilidade da ocorrência

Pouco provável Ligeiro Ligeiro Pouco grave Moderado

Provável Ligeiro Moderado Moderado Bastante grave

Bastante provável Pouco grave Moderado Bastante grave Muito grave

Muito provável Moderado Bastante grave Muito grave Muito grave

O resultado da estimativa da magnitude resulta em várias níveis de atuação, os quais são apresentados na tabela 10. Os resultados foram traduzidos na seguinte numeração:

 Nível 1 = Ligeiro  Nível 2 = pouco Grave  Nível 3 = Moderado  Nível 4 = Bastante Grave  Nível 5 = Muito Grave

Tabela 10 – Prioridade na gestão do risco pelo método DGS

Risco Ação/Intervenção

Ligeiro Não requer ação específica, deve manter a monitorização habitual

Pouco grave

Não requer preocupações especiais na intervenção preventiva, no entanto, logo que seja possível devem ser implementadas medidas corretivas penitentes e economicamente aceitáveis.

Recomenda-se a verificação periódica das medidas de controlo preventivo

Moderado Requer um programa de redução de risco com um calendário das medidas a serem implementadas.

Justifica-se a obrigatoriedade do controlo da efetividade das medidas corretivas.

Bastante grave

O trabalho não deve ser iniciado até que o risco seja controlado.

Requer intervenção imediata com um programa de intervenção abrangente e sustentável com recurso amplo dos meios de intervenção técnicos, administrativos e outros.

Muito Grave O trabalho deve ser proibido e justifica-se o encerramento do setor ou local de trabalho até se obter a

Método 2:

Método simplificado para a avaliação de risco biológico, NTP 833 "Agentes biológicos - Evaluácion simplificada” publicado pelo INSHT – Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en

el Trabajo – Espanha em 2009 (Hernández, 2009).

A tabela 11 apresenta os níveis de exposição estabelecidos pelo método NTP 833.

O cruzamento dos níveis de exposição apresentado na tabela 11 com a classificação do agente biológico de acordo com a tabela 1 (grupo 1, 2, 3 e 4) resulta no nível de risco potencial que é apresentado na tabela 12.

Tabela 11 – Níveis de exposição do método NTP 833

Geração de bioaerossóis Frequência de contacto Quantidade manejada

Baixa Escassa

Moderado a esporádico < 20% da jornada Pequena

Média Moderada mas descontinua < 75% da jornada Média

Alta Moderada mas contínua > 75% da jornada Grande

Tabela 12 – Níveis de risco potencial do método NTP 833

Agente biológico do grupo 1

Agente biológico do grupo 2

Agente biológico do grupo 3

Agente biológico do grupo 4

Baixa 1 2 3 4

Média 1 3 3 4

Alta 1* 3 4 4

* Um risco potencial nível 1 refere-se a situações onde o risco de infeção é insignificante. Não são necessário nenhuma modificação do processo, embora seja necessário permanecer a vigilância. Uma advertência seria a situação 1 *, em que a alta exposição é aumentada para agentes biológicos do grupo 1, em que, apesar de haver risco de infeção deve ser planeado medidas preventivas sobre as causas da exposição.

Método 3:

MIAR(Bio) - Metodologia integrada avaliação de riscos ocupacionais

A metodologia integrada de avaliação de riscos ocupacionais foi desenvolvida pela (Antunes et al, 2010) e adaptada para os riscos biológicos, com a designação MIAR(Bio).

A tabela 13 apresenta os diferentes valores associados à variável gravidade “G”. Esta variável tem em conta à classificação do agente biológico de acordo com o grupo de risco apresentado na tabela 1 (grupo 1, 2, 3 e 4) de acordo com a portaria n.º 1036/98 de 15 de dezembro.

26 Objetivos e Metodologia

Tabela 13 – Valores de associados à variável “G” pelo método MIAR(Bio)

Gravidade Valor

Agente biológico do grupo de risco 1 1

Agente biológico do grupo de risco 2 3

Agente biológico do grupo de risco 3 4

Agente biológico do grupo de risco 4 10

A tabela 14 apresenta os valores associados à variável extensão de impacto “EI”. Esta variável entra em conta à via de transmissão do agente biológico com o trabalhador. Informação que tem que ser obtida através de referênciais bibliográficos e porventura com o apoio do médico do trabalho.

A tabela 15 apresenta os valores associados à variável extensão/frequência de contacto (EF). Esta variável resulta no número de horas que o trabalhador contacta diariamente com o agente biológico.

A tabela 16 apresenta os valores associados à variável desempenho dos sistemas de prevenção e controlo (PC). Esta variável resulta nas medidas de prevenção e controlo aplicáveis na atividade. São aqui distinguidas diferentes situações, desde a inexistência de qualquer sistema de prevenção e controlo, como a existência, mas ineficiente devido ao incumprimento por parte ds trabalhadores, como a prática efetiva mas sem registo, assim como a existência e cumprimento.

A tabela 17 apresenta os valores associados à variável custos “C”. Esta variável representa os custos necessários para tomar medidas de prevenção e redução da exposição do trabalhador com os agentes biológicos identificados. Os valores atribuídos têm em conta às capacidades técnicas do local, características da exposição e capacidade económica da atividade.

Tabela 14 – Valores de associados à variável “EI” pelo método MIAR(Bio)

Extensão do impacto Valor Via de transmissão aérea e direta 4

Via de transmissão aérea 3

Via de transmissão direta 2

Via de transmissão indireta 1

Tabela 15 – Valores de associados à variável “EF” de contacto pelo método MIAR(Bio)

Exposição/frequência Valor

Frequência de contacto com o agente biológico continuamente (8 ou mais horas) 4

Frequência de contacto com o agente biológico periodicamente (entre 4 a 8 horas) 3

Frequência de contacto com o agente biológico ocasionalmente (entre 2 a 4 horas) 2

Tabela 16 – Valores de associados à variável “PC” de contacto pelo método MIAR(Bio)

Desempenho dos sistemas de prevenção e controlo Valor

Inexistência de qualquer mecanismo de controlo 5

Existe plano /medidas mas não são cumpridas na prática 4

Não existe plano/medidas mas existe um sistema de controlo (sistema deficiente) 3

Existe plano /medidas mas não há evidências da funcionalidade 2

Existe um plano/medidas e o controlo é eficiente 1

Tabela 17 – Valores de associados à variável “C” de contacto pelo método MIAR(Bio)

Custos Valor

Metodologia de prevenção/correção com custo e complexidade técnica reduzidas

(ex: implementação de EPI´s) 3

Metodologia de prevenção/correção com custo e complexidade técnica médias

(ex: equipamento para redução da exposição médio custo) 2

Metodologia de prevenção/correção com custo e complexidade técnica elevadas

(ex: equipamento de redução da exposição de custos elevados) 1

Após o cruzamento das variáveis resulta o nível de risco, que é apresentado na tabela 18. Índice de risco = G * E * EF * PC

Nível de risco = Índice de risco * C

Tabela 18 – Nível de risco pelo método MIAR Bio)

Nível de risco Valor obtido

Nível 1 (baixo) 1 a 90

Nível 2 (médio) 91 a 250

Nível 3 (elevado) 251 a 500

Nível 4 (muito elevado) 501 a 1800

O anexo IV apresenta as medidas de atuação para cada nível de risco resultante na tabela 18. A tabela 19 apresenta uma síntese das principais características dos métodos utilizados ao longo do estudo.

28 Objetivos e Metodologia

Tabela 19 – Resumo das metodologias de avaliação de risco de exposição a agentes biológicos

Método Principais características

Método de matriz simples (publicado pela DGS)

Método que recorre ao uso de uma matriz composta por duas escalas de quatro níveis que caracteriza a gravidade da lesão (G) e a probabilidade da ocorrência (P), resultando a magnitude do risco composto por 5 níveis de intervenção.

Método de matriz simples (NTP 833)

Método que recorre a uma matriz composta por duas escalas – uma caracteriza os níveis de exposição, através de três níveis (Baixa, Média e Alta) e uma escala que caracteriza a gravidade, dividida em quatro níveis (G). O resultado é revelado por 4 níveis de risco potencial com diferentes atuações.

Método de matriz composta MIAR(Bio)

Matriz composta por cinco escalas com variação de 3, 4 e 5 níveis: Gravidade (G) com 4 níveis; (E) Extensão do impacte com 4 níveis; Frequência de exposição com 4 níveis; Desempenho dos sistemas de prevenção e controlo com 5 níveis e Custos (C) com 3 níveis. O resultado é revelado em 4 níveis de risco com diferentes atuações.

Documentos relacionados