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3. METODOLOGIA

3.2 DESCRIÇÃO DA PESQUISA

O estudo foi realizado em três macro etapas: pesquisa bibliográfica, identificação e avaliação da abordagem.

a) Pesquisa bibliográfica: envolveu, basicamente, revisão de literatura e buscou pesquisar sobre conceitos de Governança Corporativa e Governança de Tecnologia da Informação nos setores público e privado.

b) Identificação da abordagem: concluída a revisão bibliográfica, passou-se a buscar modelos de Governança Corporativa que tivessem relação com Governança de TI, modelos de Governança de Tecnologia da Informação que tivessem relação com Governança Corporativa, por meio da atuação do Conselho de Administração, além de modelos integrados que tivessem a Governança Corporativa e de TI integradas.

c) Avaliação da abordagem: o método proposto é o grupo focal (GF). 3.2.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Foram examinadas teses de doutorado, dissertações de mestrado, livros, documentos governamentais públicos, artigos científicos publicados em periódicos nacionais e internacionais, que tratavam dos assuntos relacionados à Governança Corporativa e Governança de TI, conforme descrito na seção 1.1.

3.2.2 IDENTIFICAÇÃO DA ABORDAGEM

Primeiramente, observou-se que dentre os modelos de Governança Corporativa existentes poucos apresentavam qualquer tipo de relação com a Governança de TI. Os códigos de Governança Corporativa apresentavam focos variados com relação à Tecnologia da Informação e alguns sequer faziam qualquer tipo de menção à TI. Quanto à Governança de TI, não há relação com Governança Corporativa em sua grande maioria. Após a pesquisa inicial, encontrou-se um modelo integrado utilizado no governo sul-africano que pôde contribuir com novas possibilidades mas não foi aderente com o objetivo da pesquisa.

Este cenário impulsionou a pesquisa na busca de algum modelo, que pudesse integrar a Governança Corporativa e Governança de TI de empresas privadas e estatais no cenário nacional.

3.2.3. AVALIAÇÃO DA ABORDAGEM

Para a avaliação da abordagem, foi escolhida a técnica do grupo focal, uma metodologia exploratória, que busca prover a compreensão das percepções, dos sentimentos, das atitudes e das motivações dos participantes. O grupo focal será composto por especialistas, profissionais e pesquisadores relacionados diretamente aos temas de Governança Corporativa e Governança de TI. Grupo Focal é um tipo de entrevista em profundidade, realizada com um grupo limitado de pessoas selecionadas pelo perfil e habilidades para discutir assuntos determinados (MOURA e FERREIRA, 2005).

3.2.3.1 INTRODUÇÃO

Segundo Moura e Ferreira (2005), grupos focais são entrevistas em profundidade realizadas com um grupo restrito de pessoas criteriosamente selecionadas para discutir assuntos determinados. A composição desses grupos costuma ser feita de modo a reunir pessoas com interesses, experiências ou características demográficas similares, o que tende a resultar em discussões mais produtivas. Segundo Ressel (2008), nessa técnica os dados revelados devem possibilitar a emersão de diferentes pontos de vista sobre o tema tratado, a fim de apreender as singularidades das diferentes visões dos membros participantes do grupo focal e, ao mesmo tempo, compreender em profundidade as opiniões do grupo.

Para Malhotra (2012), um grupo focal é uma entrevista realizada por um moderador, de forma não estruturada e natural, com pequeno grupo de entrevistados, onde o objetivo principal é obter uma visão aprofundada do público-alvo que detém propriedade ao falar sobre os problemas que interessam a uma determinada pesquisa.

Grupo focal tornou-se, nos últimos anos, uma técnica bastante popular para a coleta de dados acerca de opiniões e atitudes (MOURA e FERREIRA, 2005).

De acordo com Malhotra (2012, p.112), nas entrevistas em grupo de foco os participantes devem ser cuidadosamente selecionados, com o objetivo de preencher determinadas especificações. Devem ter uma experiência que seja adequada com o propósito da pesquisa. Também os entrevistados não devem ter participado de vários grupos focais. As entrevistas geralmente são gravadas. Propõe-se ainda um ambiente descontraído, informal, onde seja possível estimular comentários espontâneos

Segundo Asa (1997 apud MOURA e FERREIRA, 2005), o número ideal de participantes nesse tipo de grupo é de seis a doze. Grupos muitos pequenos são facilmente influenciados por um ou dois membros, enquanto os muitos grandes correm o risco de perder o foco, com os membros se dispersando em conversas paralelas ou podendo sentir-se desmotivados por ter de esperar muito tempo para participar.

Uma mesma pesquisa deveria prever a realização de vários grupos focais, com todos eles orientados para um mesmo tópico de discussão, mas diferenciados em função dos perfis e especificidades de seus respondentes (MOURA e FERREIRA, 2005).

Conforme Ressel (2008), para a seleção e organização do grupo focal, é imprescindível ter claros os critérios de inclusão dos sujeitos na pesquisa. Em seu projeto de pesquisa, foram constituídos dois grupos distintos de colaboradores, com sete em cada um dos grupos.

A vantagem do grupo focal é reunir grande quantidade de informação em curto espaço de tempo. Além disso, permite que o moderador explore assuntos não contemplados previamente no roteiro, mas relacionados aos objetivos da pesquisa, quando emergem durante a sessão do grupo focal. Como restrição, a qualidade dos dados fornecidos depende das habilidades do moderador, que, se não tiver experiência e treinamento suficientes, pode deixar que poucas pessoas controlem a discussão ou que a direção do grupo afaste-se dos objetivos determinados (MOURA e FERREIRA, 2005).

3.2.3.2 LIMITAÇÕES DO MÉTODO DE GRUPO FOCAL

Embora plenamente possível de ser utilizada, a técnica de grupo focal possui algumas limitações que merecem destaque (VERGARA, 2009). O Quadro 5 apresenta algumas limitações do uso do grupo focal e algumas ações para mitigá-las.

Quadro 5 – Limitações de grupos focais e ações para mitigá-las

Limitação/desvantagem Ação mitigadora / justificativa Possível dificuldade de expressar ou

articular opiniões e ideias (entrevistador e/ou entrevistado).

Elevou-se o nível de qualificação exigido para participação do grupo focal.

Grupo focal pode ter experiências ou níveis de qualificação muito

desnivelados.

Grupo focal pode não se preparar adequadamente para contribuir com o tema.

Um material introdutório foi enviado ao grupo focal com seis dias de antecedência. Além disso, minutos iniciais do encontro foram utilizados para que o autor do estudo tirasse eventuais dúvidas.

Entrevistador influenciar

deliberadamente a entrevista e direcionar as opiniões emitidas.

Além de haver uma proibição sobre parentes e ligados hierarquicamente, o mediador deixou claro, desde que fez o primeiro contato com todos do grupo focal, de que sua participação seria meramente instigadora e não persuasiva. Entrevistado pode se sentir inibido. Discussão inicial envolveu temas mais simples e

generalistas, de forma a formar um ambiente propício para discussão.

Dificuldade em registrar os comentários

e manter a atenção nos entrevistados. Alocação de uma profissional exclusiva para registrar e gravar a reunião. Fonte: Adaptado de Vergara (2009)

3.2.3.3 PLANEJAMENTO

Na etapa de planejamento, definiram-se os tópicos de discussão, os critérios de seleção para o grupo focal e sua dinâmica de funcionamento. Os critérios apresentados abaixo foram definidos para um grupo focal entre seis a doze pessoas:

a) Formação acadêmica mínima: pós-graduação lato sensu ou certificação;

b) Experiência profissional relacionada aos temas governança corporativa e/ou governança de tecnologia da informação, com, no mínimo, três anos;

c) Coletivamente, o grupo deverá reunir, no mínimo, as seguintes experiências individuais: profissionais de governança corporativa, preferencialmente membros do Conselho de Administração, profissionais de governança de TI.

d) Ter ao menos uma pessoa que tenha participado ativamente da implantação e no uso das práticas de governança corporativa e/ou governança de tecnologia da informação;

e) Ter ao menos um representante da área acadêmica, preferencialmente, que desenvolva pesquisas na área de governança corporativa e/ou governança de tecnologia da informação;

f) Nenhum membro do grupo focal poderá ter qualquer relação de parentesco ou subordinação hierárquica com o autor do estudo, que será o mediador do encontro.

Segundo Moura e Ferreira (2005), os critérios visam formar um grupo de perfil homogêneo, com interesses e características similares, mas com experiências diversificadas, o que tenderá a resultar em discussões mais produtivas.

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