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CAPÍTULO 3 – EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM FITASE SOBRE O

1. INTRODUÇÃO

3.1 Desempenho e Características de Carcaça

As médias semanais das temperaturas e umidades relativas máximas e mínimas registradas durante o período experimental são apresentadas na Tabela 3.

Tabela 3. Médias semanais das temperaturas e umidades relativas máximas e mínimas registradas diariamente no galpão experimental

Temperaturas (oC) Umidade (%)

Idade (Semanas)

Máxima Mínima Máxima Mínima

1 32,25 24,31 66,00 38,08 2 30,15 22,55 67,71 34,64 3 33,34 22,01 66,50 24,21 4 32,07 21,18 73,14 28,21 5 30,41 21,54 74,41 38,30 6 30,87 22,44 76,42 38,00 Média 31,52 22,34 70,70 33,58

Nas Tabelas 4 e 5 são apresentados os resultados de consumo de ração (CR), ganho de peso (GP) e conversão alimentar (CA) de frangos de corte na fase inicial (1 a 21 dias de idade) e período total de criação (1 a 42 dias de idade), respectivamente.

Nos dois períodos experimentais, o CR das aves alimentadas com as dietas CN1, CN2 e CN3 foram inferiores (P<0,05) ao da dieta CP. A adição de fitase às dietas com a redução nos níveis nutricionais proporcionou CR semelhante ao obtido com a dieta CP.

Houve interação (P< 0,05) entre os controles negativos e a suplementação de enzima para o CR em ambos os períodos de criação. Á medida que os níveis nutricionais decresceram nos CN1 ao CN3 houve uma queda no CR das aves. A suplementação com fitase nestas dietas, aumentou (P<0,05) este parâmetro, produzindo CR semelhantes entre as dietas CN1, CN2 e CN3 para a fase inicial,

entretanto na fase de crescimento, a dieta CN3 + 1000 U de fitase apresentou o menor CR .

Tabela 4. Consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar de frangos de 1 a 21 dias de idade

Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, diferem significativamente pelo teste de Duncan (P<0,05)

CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo

1

Controle Positivo comparado aos demais tratamentos

2

Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima

Em dietas com redução nos níveis nutricionais, as aves tentam compensar esta deficiência com uma maior ingestão, entretanto, a deficiência em fósforo (P) provoca redução no consumo de alimentos (MUNARO, 1996; SEBASTIAN et al.,1996; VIVEIROS et al., 2002). A adição de fitase em níveis adequados provoca a ruptura do complexo P-ácido fítico, liberando este mineral para ser absorvido e inativando o efeito depressor da sua deficiência sobre o consumo de ração.

Tratamentos1 Consumo de Ração (g) Ganho de Peso (g) Conversão Alimentar

CP 1124 A 809 A 1,39 B CN1 1062 B 752 D 1,41 BCD CN2 933 C 649 E 1,44 D CN3 682 D 504 F 1,36 A CN1+500 U Phy 1109 A 793 AB 1,40 BC CN2+750 U Phy 1091 AB 782 BC 1,40 BC CN3+1000 U Phy 1092 AB 763 DC 1,43 CD Principais Efeitos2

Dietas S/Phy C/Phy S/Phy C/Phy S/Phy C/Phy CN1 1062 Ab 1109 Aa 752 Ab 793 Aa 1,41 Ba 1,40 Aa CN2 933 Bb 1091 Aa 649 Bb 782 Aa 1,44 Ba 1,40 Aa CN3 682 Cb 1092 Aa 504 Cb 763 Ba 1,36 Aa 1,43 Ab Fontes de Variação Probabilidades

Tratamentos1 < 0,0001 < 0,0001 0,0004 Dietas2 < 0,0001 < 0,0001 0,2236 Enzima2 < 0,0001 < 0,0001 0,4773 DxE2 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001

Tabela 5. Consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar dos frangos de 1 a 42 dias de idade

Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, diferem significativamente pelo teste de Duncan (P<0,05)

CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo

1

Controle Positivo comparado aos demais tratamentos

2

Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima

O menor consumo de ração observado na dieta CN3 + 1000 U de fitase na fase de crescimento, pode ser explicado pelo fato do nível de enzima adicionado à dieta com severa redução nutricional, não ter disponibilizado P suficiente para satisfazer as reais necessidades dos animais, o que também foi observado por MUNARO (1996).

O mesmo comportamento obtido para o CR nas dietas controles negativos em relação ao CP, foi observado para o GP. Entretanto, na fase inicial, apenas as aves alimentadas com a dieta CN1+500 U de fitase, conseguiram manter GP semelhante ao obtido com a dieta CP. No período total de criação, a equivalência ao CP foi mantida pelas aves alimentadas com as dietas CN1 e CN2 suplementadas com fitase nos níveis de 500 e 750 U, respectivamente.

Tratamentos1 Consumo de Ração (g) Ganho de Peso (g) Conversão Alimentar

CP 4587 A 2563 A 1,78 B CN1 4396 B 2445 B 1,79 B CN2 3757 C 2137 C 1,76 B CN3 3039 D 1878 D 1,62 A CN1+500 U Phy 4584 A 2560 A 1,79 B CN2+750 U Phy 4532 AB 2553 A 1,78 B CN3+1000 U Phy 4277 AB 2465 B 1,74 B Principais Efeitos2

Dietas S/Phy C/Phy S/Phy C/Phy S/Phy C/Phy CN1 4396 Ab 4584 Aa 2445 Ab 2560 Aa 1,79 Ba 1,79 Aa

CN2 3757 Bb 4532 ABa 2137 Bb 2553 Aa 1,76 Ba 1,78 Aa CN3 3039 Cb 4277 Ba 1878 Cb 2465 Ba 1,62 Aa 1,74 Ab Fontes de Variação Probabilidades

Tratamentos1 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001

Dietas2 <0,0001 <0,0001 < 0,0001

Enzima2 <0,0001 <0,0001 < 0,0001

DxE2 <0,0001 <0,0001 <0,0001

Desdobrando a interação (dietas versus enzima), constatou-se que embora a adição de fitase tenha se expressado nos três níveis de redução nutricional, GP inferior foi observado para as aves alimentadas com a dieta CN3+1000 U de fitase.

VIVEIROS et al. (2002) verificaram ganhos de peso semelhantes entre as aves alimentadas com a dieta controle (níveis normais de nutrientes) em relação às alimentadas com ração com baixo nível de fósforo disponível (0,35%), suplementadas com 500 U de fitase. Porém, estes mesmos autores observaram que em nível mais baixo de fósforo disponível (0,22%), mesmo suplementando a dieta com fitase, o desempenho foi significativamente afetado, indicando haver limites na atuação desta enzima em dietas com excessiva redução de nutrientes.

Na fase inicial as dietas CN1, CN2 e CN3+ 1000 U de fitase proporcionaram pior conversão alimentar (CA) em relação ao tratamento CP, entretanto, nas duas fases de criação, as aves alimentadas com o mais baixo nível de redução nutricional (CN3) tiveram sua conversão alimentar significativamente melhorada (P<0,05). Embora as aves deste tratamento tenham apresentado os melhores valores de CA, este resultado foi reflexo da severa deficiência de nutrientes desta dieta, que acarretou em menores consumo de ração (CR) e ganho de peso (GP) destas aves.

O desdobramento da interação (P<0,05) para CA, demonstrou que a adição de fitase piorou a conversão alimentar da dieta CN3 + 1000U. Isso ocorreu como resultado dos aumentos simultâneos no ganho de peso e consumo de ração. Estes resultados foram semelhantes aos obtidos por AHMAD et al. (2000) e VIVEIROS et al. (2002). Entretanto, RAMA-RAO et al. (2000) e TEJEDOR et al. (2001) observaram melhora na conversão alimentar pela suplementação com fitase em dietas à base de milho e farelo de soja.

De acordo com SEBASTIAN et al. (1996), a melhora no desempenho das aves alimentadas com dietas suplementadas com fitase pode ser explicada por quatro principais fatores: a liberação dos minerais presentes no complexo fitato-mineral; a utilização do inusitol (produto final da desfosforalização do ácido fítico) pelos animais; aumento da digestibilidade do amido e aumento da disponibilidade da proteína. É

possível ainda que haja um efeito indireto da suplementação com fitase sobre a energia disponível através da melhora na digestibilidade de nutrientes impedindo que ocorra reação de saponificação entre os lipídeos e os minerais do complexo fitato-mineral (RAVINDRAN et al. 2001).

Na tabela 6 são apresentados os resultados de rendimento de carcaça (RC), rendimento de peito (RP), sobrecoxas (RS), coxas (RCx ) e percentagem de gordura abdominal (GA) dos frangos de corte aos 42 dias de idade.

As aves alimentadas com a dieta CN3 tiveram RC inferior ao da dieta CP, sendo este resultado explicado pelo pior desempenho obtido por estas aves. No entanto, com a adição de 1000 U de fitase ao CN3, esta variável foi melhorada. Estes resultados estão de acordo com os de AHAMED et al (2004) que verificaram aumento no rendimento de carcaça das aves alimentadas com dietas suplementadas com fitase.

As aves alimentadas com as dietas controle negativo sem e com suplementação com Phyzyme apresentaram menor (P<0,05) acúmulo de GA do que as que consumiram a dieta CP. Menores percentagens de GA foram observada nas aves alimentadas com a dietas CN2 e CN3, porém a adição de fitase à estas dietas resultou em GA semelhante entre este grupo de aves.

O aumento da GA das aves alimentadas com dietas suplementadas com fitase foi conseqüência da melhora no desempenho. Isto também é explicado pela maior disponibilidade da energia da dieta pela adição da fitase, tendo em vista que, um maior consumo de energia resulta em maior deposição de gordura abdominal (LEESON et al., 1996). Contradizendo este resultado, AHAMED et al (2004) verificaram diminuição na porcentagem de gordura abdominal de aves alimentadas com dietas suplementadas com 0,5, 1,0 e 1,5 g de enzima/ kg de dieta.

O rendimento de peito, sobrecoxas e coxas não foram influenciados por nenhum dos parâmetros avaliados (P>0,05). BRANDÃO et al. (2002) também não encontraram diferenças significativas para os parâmetros de carcaça dos frangos de corte alimentados com duas rações comerciais com ou sem suplementação de 500U de

66

Tabela 6. Rendimento de carcaça (%), rendimento de peito, sobrecoxas, coxas (%) e percentagem de gordura abdominal (%) dos frangos aos 42 dias de idade

Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, diferem significativamente pelo teste de Duncan (P<0,05) CP – Controle Positivo CN – Controle Negativo

1

Controle Positivo comparado aos demais tratamentos

2

Análise em esquema fatorial Dietas x Enzima

Tratamentos1 Rendimento de Carcaça (%) Gordura Abdominal (%) Rendimento de Peito(%) Rendimento de Sobrecoxas (%) Rendimento de Coxas (%) CP 73,37 A 2,78 A 33,78 A 16,46 A 14,80 A CN1 72,40 A 2,29 B 34,68 A 16,44 A 14,64 A CN2 72,08 A 1,86 C 33,43 A 16,44 A 14,98 A CN3 70,63 B 1,76 C 34,00 A 15,59 A 15,68 A CN1+500 U Phy 71,98 A 2,61 AB 34,33 A 15,97 A 14,94 A CN2+750 U Phy 72,87 A 2,43 B 34,23 A 15,76 A 15,06 A CN3+1000 U Phy 72,63 A 2,29 B 33,78 A 16,03 A 15,25 A Principais efeitos2

Dietas S/Phy C/Phy S/Phy C/Phy S/Phy C/Phy S/Phy C/Phy S/Phy C/Phy

CN1 72,40 Aa 71,98 Aa 2,29 Aa 2,61 Aa 34,68 34,33 16,44 15,97 14,64 14,94 CN2 72,08 Aa 72,87 Aa 1,86 Bb 2,43 Aa 33,43 34,23 16,44 15,76 14,98 15,06 CN3 70,63 Bb 72,63 Aa 1,76 Bb 2,29 Aa 34,00 33,78 15,59 16,03 15,68 15,25 Probabilidades Tratamentos1 0,0184 < 0,0001 0,7400 0,2933 0,1362 Dietas2 0,0618 < 0,0001 0,3450 0,4765 0,0909 Enzima2 0,0595 < 0,0001 0,6521 0,7429 0,5749 DxE2 0,0363 0,0286 0,9736 0,0850 0,7241 CV (%) 2,077 13,387 1,056 5,002 3,622

fitase. Estes resultados indicaram que a fitase tem pouca atuação sobre as características de carcaça.

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