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6.1 RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO SIMPLES DOS ADESIVOS

GEOPOLIMÉRICOS.

A Figura 6.1 apresenta o desempenho mecânico dos adesivos geopoliméricos referente à resistência a compressão simples aos 07 (sete) dias em função da sua matéria prima precursora, bem como do sistema de ativação alcalina utilizada (ativadores alcalinos a base de silicato de sódio ou potássio) e a presença ou não de água na sua composição e do regime de cura (22°C e 55°C).

Com pode ser observado pela Figura 6.1 e corroborado pela literatura, o tratamento térmico é um dos parâmetros importantes que influencia na síntese de geopolímeros (BAKAREV, 2005; BARBOSA e MACKENZIE, 2003a; DUXTON et al., 2007) e, consequentemente, no seu desempenho mecânico. O efeito deste parâmetro pode ser observado nas figuras acima, onde se apresenta as correlações entre o tratamento térmico e a resistência à compressão simples dos adesivos geopoliméricos.

No regime de cura de 55°C, todos os adesivos apresentaram resistências superiores de quando curados a temperatura ambiente. Tanto nos adesivos sintetizados com e sem água, bem com qualquer um dos ativadores alcalinos (Silicato de Sódio – N, ou Silicato de Potássio – K).

Observa-se ainda que independente da temperatura (22°C ou 55°C) o adesivo geopolimérico GP-SI, apresentou as maiores resistências à compressão simples encontradas.

Quanto ao efeito da água na síntese dos adesivos geopoliméricos, pode-se observar que independente do regime de cura, o acréscimo de água na composição acarretou um decréscimo na resistência a compressão simples dos adesivos.

Quanto ao tipo de ativador alcalino utilizado nas sínteses, observa-se que o Silicato Sódio apresenta propriedades mais satisfatórias quando relacionadas à Resistência a Compressão Simples, quando comparado ao ativador Silicato de Potássio. Este efeito foi observado tanto no regime de cura a 22°C quanto a 55°C. Este fenômeno já foi observado na literatura para estudos com o precursor metacaulinita (DUXTON, 2007; DELLONX, 2009).

6.2 RESISTÊNCIA AO ARRANCAMENTO - ENSAIO ABNT (NBR 14084) 6.2.1 Aspecto Visual

Figura 6.2: Porcelanatos Branco e Preto antes (superior) após ensaio da ABNT (inferior).

Figura 6.3: Porcelanatos colados com adesivo geopolimérico antes (superior esquerdo) e após ensaio da

Figura 6.4: Porcelanatos colados com argamassa colante.

Como pode ser observado pela Figura 6.3, o descolamento nas placas cerâmicas, tanto na cor branca quanto na preta, foi predominantemente adesivo, ou seja, o revestimento descolou e a cola permaneceu aderida ao substrato. Este tipo de descolamento ocorreu, principalmente, nos substratos submetidos à temperatura de 55°C. Rego (2008) em seus estudos observou que este fenômeno ocorre predominantemente nas fachadas em que a incidência da radiação solar é mais intensa, associada à cor escura em que o gradiente de temperatura é mais elevada.

Contudo, em alguns casos (ver figuras 6.4 inferior direita e esquerda e 6.5 esquerda) ocorreu o descolamento misto (adesivo /coesivo).

6.2.2 Resistência de Aderência à Tração

a) Resistência de Aderência à Tração com Argamassa Colante ACIII-E

A Resistência ao Arrancamento dos porcelanatos ensaiados aos 07 (sete) dias pode ser observada na Figura 6.6.

Figura 6.5: Resistência à Aderência dos Porcelanatos em função da cor do revestimento e do regime de cura

submetido.

Como pode ser observado na Figura 6.6, o aumento de temperatura (de 22ºC para 55ºC) tem um efeito negativo na resistência à aderência dos porcelanatos. Pode-se observar ainda que a temperatura de 55ºC o comportamento dos porcelanatos branco e preto são semelhantes. Contudo, quando submetidos ao regime cíclico (55ºC/4hs + Chuva/5min) o porcelanato preto apresentou um efeito negativo mais acentuado quando comparado ao porcelanato branco.

Pode-se observar ainda que em nenhuma das condições o adesivo obteve resistências compatíveis com o preconizado pela norma brasileira (NBR 18081).

b) Resistência de Aderência à Tração com Adesivo Geopolimérico GP-MK

Como os geopolímeros são materiais que apresentam resistências consideráveis logo após as primeiras horas, foram ensaiados os porcelanatos aderidos aos substratos colados com os adesivos geopoliméricos sintetizados (GP-MK.N1, GP-MK.N2, GP- MK.K1 e GP-MK.K2) a 1, 3 e 7 dias. Em virtude de suas boas propriedades, os mesmos

As Resistências de Aderência à Tração dos porcelanatos colados com Silicato de Sódio (GP-MK.N1) ensaiados a 1, 3 e 7 dias submetidos aos regimes de cura de 22ºC, 55ºC e Cíclico (RC) podem ser observadas na Figura 6.6.

Figura 6.6: Resistência à Aderência à Tração dos Porcelanatos em função da cor do revestimento, do regime

de cura e da Idade dos Sistemas colados com GP-MK.N1.

Como pode ser observado pela Figura 6.6 com o aumento do tempo todas as peças apresentaram maior resistência a aderência a tração, com exceção das peças ensaiadas no regime cíclico a 3 dias, onde todas descolaram. Isto pode ter ocorrido em função de colagem ineficiente.

Pode-se observar ainda que tanto em 1 quanto em 3 e 7 dias, o aumento da temperatura de 22ºC para 55ºC acarretou em aumento da resistência, tanto para as peças brancas quanto pretas.

Quando avaliadas de forma isoladas, de modo geral, os porcelanatos pretos coladas com GP-MK.N1 apresentaram maior resistência, quando comparadas com as peças

brancas. Isto ocorreu tanto para temperaturas mais elevadas (55oC) quanto para temperaturas mais amenas (22oC).

Quando combinados regime de cura submetido, com a quantidade de dias e a cor do porcelanato, observa-se que a maior resistência adesiva obtida foi pelo porcelanato branco submetido a 55ºC a 7 dias com valores próximos de 1 MPa.

Pode-se observar ainda que para temperatura ambiente (22ºC) o GP-MK.N1 aos 07 (sete) dias apresenta resistências superiores a da argamassa colante na mesma idade e com o fornecimento de temperatura (55ºC) o GP-MK.N1, a partir de 01 (um) dia já, apresenta resistências superiores a da argamassa colante aos 07 (sete).

A Resistência de Aderência à Tração dos porcelanatos colados com Silicato de Sódio e água (GP-MK.N2) ensaiados a 1, 3 e 7 dias submetidos aos regimes de cura de 22ºC, 55ºC e Cíclico (RC) podem ser observadas nas Figura 6.7.

Como pode ser observado pela Figura 6.8 com o aumento do tempo todas as peças apresentaram maior resistência ao arrancamento, inclusive as peças ensaiadas no regime cíclico. Pode-se observar ainda que independente do tempo, o aumento da temperatura acarretou em aumento a resistência ao arrancamento tanto para as peças brancas quanto pretas, sendo que estas apresentaram sempre resistências superiores quando comparadas as brancas.

Pode-se observar ainda que o comportamento das peças brancas e pretas submetidas tanto a temperatura de 22ºC quanto 55ºC apresentaram comportamento semelhante tanto a 3 dias quanto a 7 dias.

Quando combinados regime de cura, idade e a cor do porcelanato, observa-se que a maior resistência adesiva obtida foi pelo porcelanato preto submetido a 55ºC a 3 e 7 dias com valores próximos de 0,28 MPa.

Quando comparados as colagens realizadas com adesivo geopolimérico sintetizados sem (GP-MK.N1) e com (GP-MK.N2) água, observa-se que que a mesma apresenta um efeito deletério na resistência ao arrancamento com uma redução de aproximadamente 70% na resistência.

Pode-se observar ainda que apenas para temperaturas mais elevadas o GP-MK.N2 aos 03 (três) e 07 (sete) dias, apresenta resistências superiores a da argamassa colante aos 07 (sete).

A Resistência de Aderência à Tração dos porcelanatos colados com Silicato de Potássio (GP-MK.K1) ensaiados a 1, 3 e 7 dias submetidos aos regimes de cura de 22ºC, 55ºC e Cíclico (RC) podem ser observadas na Figura 6.8.

Figura 6.8: Resistência à Aderência à Tração dos Porcelanatos em função da cor do revestimento, do regime

de cura e da Idade dos Sistemas colados com GP-MK.K1.

Como pode ser observado pela Figura 6.8 as peças brancas e pretas apresentaram o comportamento independente do regime de cura ao qual foram submetidas. Observa-se ainda que o aumento da temperatura acarrete um efeito positivo na resistência ao arrancamento de todas as peças.

Quando se leva em consideração a idade dos tratamentos (ver figura 6.8) observa-se que para o ativador silicato de potássio, a idade não tem um efeito tão significativo quando comparado com os adesivos sintetizados com silicato de sódio (ver figuras 6.6).

Observa-se ainda que, de modo geral, em todos os regimes de cura, bem como em todas as idades, as peças pretas apresentaram resistência ao arrancamento superiores quando comparadas com as peças brancas. Este fenômeno pode sugerir que para a colagem da peças pretas o ativador silicato de potássio apresenta resultados mais satisfatórios que para as peças brancas, podendo ainda esta síntese ser otimizada.

Quando combinados regime de cura, idade e a cor do porcelanato, observa-se que a maior resistência adesiva obtida foi pelo porcelanato preto submetido a 55ºC a 3 e 7 dias com valores próximos de 0,20 MPa.

A Resistência de Aderência à Tração dos porcelanatos colados com Silicato de Potássio com água (GP-MK.K2) ensaiados a 1, 3 e 7 dias submetidos aos regimes de cura de 22ºC, 55ºC e Cíclico (RC) podem ser observadas na Figura 6.9.

Figura 6.9: Resistência à Aderência ensaiado a 1 Dia dos Porcelanatos em função da cor do revestimento e

do regime de cura submetido colados com GP-MK.K2.

Como pode ser observado pelas Figuras 6.8 (adesivo sintetizado com silicato de potássio sem água) e 6.9 (adesivo sintetizado com silicato de potássio com água) a adição de água na síntese do adesivo geopolimérico não apresentou um efeito negativo tão significante quando comparado aos adesivos sintetizados com silicato de sódio (ver figuras de 6.6 e 6.8) independe da idade.

Quando se leva em consideração o regime cíclico de cura, observa-se que a adição de água na síntese do adesivo não favoreceu a colagem das peças, visto que todas descolaram do substrato quando submetidas a esse regime.

Pode ser observado ainda que o aumento da temperatura (de 22ºC para 55ºC) acarretou diretamente em aumento da resistência ao arrancamento, tanto nas peças brancas quanto pretas.

Quanto ao aumento do tempo, observa-se que o mesmo não se apresentou significante para a resistência ao arrancamento, visto que as mesmas apresentaram-se basicamente constante. Isto pode evidenciar que para a ativação com silicato de potássio e água, os mesmos apresentam sua resistência quase que total logo nas primeiras idades.

Pode-se observar ainda que as peças pretas submetidas a colagem como esse tipo de adesivo (GP-MK.K2) apresentam maior resistência quando comparados com as peças brancas.

c) Resistência de Aderência à Tração com Adesivo Geopolimérico GP-SI

Como os geopolímeros são materiais que apresentam suas propriedades mecânicas relacionadas com a matéria-prima precursora, realizou-se a sintetize de adesivos geopoliméricos a base de solo intemperizado ativado com silicato de sódio (GP-SI.N1) submetido aos regimes de cura de 22ºC e 55ºC a 1, 3 e 7 dias, com o objetivo de avaliar o comportamento desse adesivo frente aos adesivos a base de metacaulinita (geopolímero tradicional).

A Figura 6.10 apresenta a Resistência ao Arrancamento dos porcelanatos colados com Silicato de Sódio (GP-MK.N1) ensaiados a 1, 3 e 7 dias submetidos a regimes de cura de 22ºC e 55ºC.

Figura 6.10: Resistência à Aderência dos Porcelanatos colados com adesivo geopolimérico a base de solo

intemperizado (GP-SI.N1) em função da cor do revestimento, do regime de cura submetido e da idade.

Como pode ser observado pela Figura 6.10 com o aumento da idade bem como com o aumento da temperatura todas as peças apresentaram maior resistência ao arrancamento.

De forma semelhante ao GP-MK.N1, quando avaliadas de forma isoladas, de modo geral, os porcelanatos pretos apresentaram maior resistência, quando comparadas com as peças brancas. Isto ocorreu tanto para temperaturas mais amenas (22oC) quanto para temperaturas mais elevadas (55ºC).

Quando combinados regime de cura submetido, com a quantidade de dias e a cor do porcelanato, observa-se que a maior resistência adesiva obtida foi pelo porcelanato preto submetido a 55ºC a 7 dias com valores próximos de 0,55 MPa.

Quando comparado ao adesivo a base de metacaulinita (GP-MK.N1) sintetizado nas mesmas condições (com silicato de sódio sem água) o adesivo a base de solo (GP- SI.N1) submetido a temperatura ambiente (22ºC) apresentou resistência ao arrancamento sempre inferiores ao GP-MK.N1. Este efeito também foi observado para o material

obtidos pela argamassa colante ACIII-E em todos os regimes de cura (22ºC e 55ºC) o adesivo GP-SI.N1 apresentou resistências ao arrancamento mais elevada.

Este fenômeno pode indicar que a formulação (razões molares) utilizada na síntese do adesivo a base de solo intemperizado, ainda necessita de mais estudos para a sua otimização frente ao adesivos a base de metacaulinita e que apresentam resultados satisfatórios quando comparados as das argamassas tradicionais.

CAPITULO VII

7.

EFEITO DA ENERGIA DE MISTURA (MANUAL OU

MECÂNICA) NA RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA À TRAÇÃO

Um dos parâmetros importantes para as propriedades mecânicas dos geopolímeros sintetizados é o tipo de mistura utilizada na sua síntese. Com o objetivo de avaliar o efeito da mistura nos adesivos geopoliméricos aplicou-se a mistura manual e mecânica na síntese de adesivos geopoliméricos de metacaulinita sintetizados com silicato de sódio e potássio (ambos sem água).

A mistura manual foi realizada por 10 minutos. As misturas mecânicas foram realizadas em misturador industrial com velocidade controlada por 2 minutos. As Figuras 7.1 a 7.3 apresentam o efeito da mistura em função das idades para os adesivos sintetizados com silicato de sódio e as figuras 7.4 a 7.6 apresentam o efeito da mistura em função das idades para os adesivos sintetizados com silicato de potássio.

Figura 7.1:Resistência a Aderência dos Porcelanatos colados com adesivo geopolimérico a base de

metacaulinita e silicato de sódio (GP-MK.N1) a 1 dia em função do tipo de mistura.

ACIII-E (7 dias)

ACIII-E (7 dias)

Figura 7.3: Resistência a Aderência dos Porcelanatos colados com adesivo geopolimérico a base de

metacaulinita e silicato de sódio (GP-MK.N1) a 7 dias em função do tipo de mistura.

ACIII-E (7 dias)

ACIII-E (7 dias)

Figura 7.5: Resistência a Aderência dos Porcelanatos colados com adesivo geopolimérico a base de

metacaulinita e silicato de potássio (GP-MK. K1) a 3 dias em função do tipo de mistura.

ACIII-E (7 dias)

ACIII-E (7 dias)

Como pode ser observado pelas figuras 7.1 a 7.6 o tipo de mistura tem um efeito importante nas propriedades mecânicas, principalmente as relacionadas à adesão. Quando comparadas as misturas mecânica e manual, observa-se que a mistura mecânica possibilitou um incremento na resistência a aderência de mais de 100% em todos os adesivos geopoliméricos sintetizados (com silicato de sódio ou potássio) em todas as idades tanto em temperaturas amenas (22ºC) quanto em temperaturas elevadas (55ºC).

Pode-se observar ainda que o efeito da mistura foi mais significante nos adesivos ativados com silicato de sódio nas idades de 1 e 3 dias quando comparados a idade de 7 dias. Quando comparados o tipo de mistura em função do tipo de ativador utilizado observa-se que a mistura mecânica tem um efeito mais significativo nos adesivos sintetizados com silicato de potássio quando comparados com os a base de sódio.

CAPITULO VIII

8.

INFLUÊNCIA DOS PARÂMENTROS NA RESISTÊNCIA A

ADERÊNCIA: ANÁLISE ESTATÍSTICA MULTIVARIÁVEL

A Tabela 8.1 mostra os parâmetros estatísticos selecionados para avaliação da Resistência à Aderência: Cor dos Porcelanatos, Regime de Cura, Tipo de Adesivo, Idade dos corpos de prova e Tipo (Energia) de mistura.

Tabela 8.1: Parâmetros estatísticos avaliados na Resistência a Aderência.

Parâmetros Valores

Cor dos Porcelanatos Branco (-1) e Preto (1)

Regime de Cura (ºC) 22ºC (-1), 55ºC (0) e Cíclico (1)

Tipo de Adesivo ACIII-E (-3), GP-MK.N1 (-2), GP-MK.N2 (-1), GP-MK.K1 (1), GP-MK.K2 (2) e GP-SI.N1 (3)

Idade (dias) 1, 3 e 7

Tipo de Mistura Manual (-1) e Mecânica (1)

Como podem ser observados pela Tabela 8.1 os parâmetros avaliados na Resistência à Aderência não são abordados pelas normas especificas brasileiras, nem pelas internacionais. Como foi observado pelos nos capítulos 5, 6 e 7, estes parâmetros foram fundamentais para a elucidação do comportamento da resistência a aderência. Desta forma, uma analise estatística do efeito de cada parâmetro na resistência a aderência é de suma importância.

A Tabela 8.2 mostra uma análise estatística multivariável de alguns parâmetros selecionados avaliados de forma isolada e combinada 2 a 2, 3 a 3 e múltiplos parâmetros.

Tabela 8.2: Parâmetros estatísticos avaliados na Resistência a Aderência.

Parâmetros Isolados Valor Erro Exp. t-Value Prob>|t| R2

Cor 0,018 0,026 0,67 0,503 0,001 Cura -0,127 0,034 -3,766 0,000 0,03 Adesivo -0,075 0,014 -5,451 0,000 0,06 Idade 0,029 0,010 2,798 0,005 0,02 Mistura 0,598 0,015 39,403 0,000 0,78 Parâmetros Combinados

Valor Erro Exp. t-Value Prob>|t| R2

(2 Fatores) Cor x Cura 0,018 0,026 0,680 0,497 0,03 Cura x Adesivo 0,410 0,026 16,067 0,000 0,10 Cura x Mistura 0,774 0,016 48,732 0,000 0,78 Adesivo x Mistura 0,764 0,015 51,476 0,000 0,79 Parâmetros Combinados

Valor Erro Exp. t-Value Prob>|t| R2

(3 Fatores)

Cura x Adesivo x Mistura 0,768 0,016 49,273 0,000 0,79

Cura x Adesivo x Cor 0,410 0,026 16,058 0,000 0,09

Cura x Adesivo x Idade 0,317 0,045 6,992 0,000 0,11

Parâmetros Combinados

Valor Erro Exp. t-Value Prob>|t| R2

(Múltiplos Fatores) Força 0,648 0,023 28,685 0,000 0,81 Cor 0,018 0,012 1,527 0,127 Cura 0,014 0,016 0,906 0,365 Adesivo -0,027 0,006 -4,226 0,000 Idade 0,032 0,005 7,063 0,000 Mistura 0,594 0,015 40,333 0,000 F(5,4)calc 377,68 F(5,4) tab 0,00

Como pode ser observado pela Tabela 8.2 os parâmetros avaliados isoladamente não apresentam significância estatística na Resistência a Aderência, com exceção do tipo de mistura que apresentou um grau de confiabilidade de 78% (R2=0,78). Quando combinados 2 a 2 observou-se que Cura x Mistura e Adesivo x Mistura apresentaram relevâncias significativas com R2=0,78 e R2=0,79, respectivamente. Quando avaliados uma combinação de múltiplos fatores (cor, cura, adesivo, idade e mistura) apresentaram uma maior significância estatística, quando comparados aos parâmetros isolados, com confiabilidade na ordem de 81% (R2=0,81 e F5,4calc=377,68 > F5,4tab=0,0).

combinados dois a dois ou combinações múltiplas, só serem significativos quando em combinação com o parâmetro mistura.

Quando avaliados os parâmetros qualitativos e quantitativos, observa-se que o parâmetro Cor (branco (-1) e preto (1)) é um parâmetro qualitativo e os porcelanatos apresentam um parâmetro quantitativo que está relacionado com as propriedades físicas de rugosidade superficial das placas cerâmicas que são diferentes em função da cor (Ra, Rq e Rz são parâmetros específicos de rugosidade para as placas brancas e pretas).

As superfícies reais não são perfeitamente lisas, apresentando pequenas irregularidades ao longo das suas dimensões, apresentando um padrão regular ou irregular, como conseqüência dos processos de produção, tratamento ou equipamento utilizados. Palma (2006) define a rugosidade superficial como um conjunto de irregularidades causadas no processo de fabricação ou tratamento ou ainda pela repetição de ondas de comprimento semelhantes a sua amplitude. No Brasil os estudos de rugosidade estão definidos pela norma BNR 4287/2002.

Os principais parâmetros de rugosidade avaliados são o Ra, Rz e Rq. O Ra é a média aritmética dos valores absolutos das ordenadas (yi) dos pontos do perfil em relação a uma linha média. Rz é a média aritmética dos cinco valores da rugosidade parcial (zi). Rq é definido como a raiz quadrada da média dos quadrados das ordenadas de afastamentos zi, ou seja, é o desvio médio quadrático. As figuras 8.1 e 8.2 apresentam o Ra e Rz.

Figura 8.2: Visão esquemática do Rz.

A Tabela 8.3 mostra os parâmetros estatísticos selecionados para avaliação da Resistência à Aderência: Rugosidade dos Porcelanatos, Regime de Cura, Tipo de Adesivo, Idade dos corpos de prova e Tipo (Energia) de mistura.

Tabela 8.3: Parâmetros estatísticos avaliados na Resistência a Aderência.

Parâmetros Valores

Rugosidades Ra (Branco-7,66/Preto-8,15) Rz (Branco-39,23/Preto-39,67) Rq (Branco-10,97/Preto-10,47) Regime de Cura (ºC) 22ºC (-1), 55ºC (0) e Cíclico (1)

Tipo de Adesivo ACIII-E (-3), GP-MK.N1 (-2), GP-MK.N2 (-1), GP-MK.K1 (1), GP-MK.K2 (2) e GP-SI.N1 (3)

Idade (dias) 1, 3 e 7

Tipo de Mistura Manual (-1) e Mecânica (1)

A Tabela 8.4 mostra uma análise estatística multivariável de alguns parâmetros selecionados avaliados de forma isolada e combinada 2 a 2, 3 a 3 e múltiplos parâmetros, substituindo a cor pelos parâmetros de rugosidade.

Tabela 8.4: Parâmetros estatísticos avaliados na Resistência a Aderência com parâmetros de rugosidade

Parâmetros Isolados Valor Erro Exp. t-Value Prob>|t| R2

Ra 0,090 0,135 0,670 0,503 0,001

Rz 0,080 0,119 0,670 0,503 0,001

Rq -0,070 0,105 -0,670 0,503 0,001

Cura -0,127 0,034 -3,766 0,000 0,03

Parâmetros Combinados

Valor Erro Exp. t-Value Prob>|t| R2

(2 Fatores) Ra x Cura -0,313 1,057 -0,296 0,767 0,03 Rz x Cura -2,751 4,644 -0,592 0,554 0,03 Rq x Cura 1,160 1,111 1,044 0,297 0,03 Ra x Adesivo -0,286 1,039 -0,275 0,784 0,06 Rz x Adesivo -2,723 4,568 -0,596 0,551 0,06 Rq x Adesivo 1,187 1,093 1,086 0,278 0,06 Cura x Adesivo 0,410 0,026 16,067 0,000 0,10 Cura x Mistura 0,774 0,016 48,732 0,000 0,78 Adesivo x Mistura 0,764 0,015 51,476 0,000 0,79 Parâmetros Combinados

Valor Erro Exp. t-Value Prob>|t| R2

(3 Fatores)

Cura x Adesivo x Mistura 0,768 0,016 49,273 0,000 0,79

Cura x Adesivo x Ra -0,308 1,020 -0,302 0,763 0,09

Cura x Adesivo x Rz -2,745 4,482 -0,612 0,541 0,09

Cura x Adesivo x Rq 1,165 1,072 1,087 0,278 0,09

Cura x Adesivo x Idade 0,317 0,045 6,992 0,000 0,11

Parâmetros Combinados

Valor Erro Exp. t-Value Prob>|t| R2

(Multiplos Fatores) Força -0,070 0,471 -0,149 0,882 0,81 Ra 0,090 0,059 1,527 0,127 Cura 0,014 0,016 0,906 0,365 Adesivo -0,027 0,006 -4,226 0,000 Idade 0,032 0,005 7,063 0,000 Mistura 0,594 0,015 40,333 0,000 F(5,4)calc 377,68 F(5,4) tab 0 Parâmetros Combinados

Valor Erro Exp. t-Value Prob>|t| R2

(Multiplos Fatores) Força -2,508 2,066 -1,214 0,225 0,81 Rz 0,080 0,052 1,527 0,127 Cura 0,014 0,016 0,906 0,365 Adesivo -0,027 0,006 -4,226 0,000 Idade 0,032 0,005 7,063 0,000 Mistura 0,594 0,015 40,333 0,000 F(5,4)calc 377,68 F(5,4) tab 0

Parâmetros Combinados

Valor Erro Exp. t-Value Prob>|t| R2

(Multiplos Fatores) Força 1,402 0,495 2,836 0,005 0,81 Rq -0,070 0,046 -1,527 0,127 Cura 0,014 0,016 0,906 0,365 Adesivo -0,027 0,006 -4,226 0,000 Idade 0,032 0,005 7,063 0,000 Mistura 0,594 0,015 40,333 0,000 F(5,4)calc 377,68 F(5,4) tab 0

Como pode ser observado pela Tabela 8.3 os parâmetros avaliados isoladamente não apresentam significância estatística na Resistência a Aderência, com exceção do parâmetro Mistura que apresentou grau de confiabilidade em torno 78% (R2=0,78) de forma semelhante quando se avaliou o parâmetro Cor (Tabela 8.2).

Quando combinados dois a dois observou-se que a rugosidade apresenta uma relação mais direta com o adesivo quando comparados com a cura. Quando avaliados uma combinação de múltiplos fatores (Ra ou Rz ou Rq, cura, adesivo, idade e mistura) apresentaram uma maior significância estatística, quando comparados aos parâmetros isolados, com confiabilidade na ordem de 81% (R2=0,81 e F5,4calc=377,68 > F5,4tab=0,0).

De modo semelhante a Tabela 8.2, pode-se observar na Tabela 8.3 que o parâmetro Mistura é que se mostrou mais significativo, visto todos os demais parâmetros, combinados dois a dois ou combinações múltiplas, só serem significativos quando em combinação com o mesmo. Contudo, observa-se que os parâmetros quantitativos acarretam em resoluções mais satisfatórias quando comparados aos parâmetros qualitativos.

Estes resultados podem evidenciar que o mecanismo de aderência pode está mais relacionado a mecanismos físicos e químicos de adesão, visto que a maior porosidade e absorção das brancas favorecem a ancoragem mecânica, sendo afetada pela reologia do adesivo. De modo semelhante, quando se trata da viscosidade dos adesivos, o geopolímero apresenta maior viscosidade quando comparado com a ACIII-E, gerando diferenças na

CAPITULO IX

9.

CONCLUSÃO

O presente trabalho procurou investigar o efeito da ciclagem térmica na aderência e no comportamento mecânico de sistemas constituídos de revestimento cerâmico-adesivo- substrato, contribuindo para o entendimento de condições de utilização de peças em estruturas reais sujeitas a variações térmicas cíclicas e o potencial do uso de adesivos geopoliméricos aplicados à colagem de revestimento cerâmica em fachadas de edifícios. Diante do conteúdo exposto neste trabalho, pode-se concluir:

1. Danos dos Edifícios Georreferenciados

Independente do padrão dos edifícios e da distância da orla marítima evidenciou-se que os descolamentos de placas cerâmicas das fachadas são mais acentuados naqueles voltadas para o poente e que os principais tipos de descolamentos são decorrentes do descolamento da argamassa na face das placas cerâmicas.

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