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II. FASE METODOLÓGICA

2.2 Desenho de investigação

É o plano lógico traçado pelo investigador tendo em vista estabelecer uma maneira de proceder suscetível de levar à realização dos objetivos, que são encontrar respostas às questões de investigação colocadas ou verificar hipóteses (Fortin, 2009, p. 54).

Segundo Fortin (2009, p. 4):

Investigação científica constitui o método por excelência que permite adquirir novos conhecimentos. O processo consiste em examinar fenómenos com vista a obter respostas a questões determinados que se deseja aprofundar.

A investigação não está, portanto, separada das outras atividades intelectuais: ela toma em conta elementos que contribuem para torna-la aplicável no mundo empírico (Fortin, 2009, p. 9).

Existem vários elementos que sustentem a investigação e que asseguram a ligação entre a conceptualização, os métodos sobre os quais se apoia a investigação, e a aplicação de medida das concretas na prática. Sendo algumas a filosofia, a ciência, o conhecimento e a teoria (Fortin, 2009, p. 8).

i. Meio

Qualquer estudo conduzido fora do laboratório é designado de estudo em meio natural, o que significa que eles se efetuam em qualquer parte, fora de lugares altamente controlados (Fortin, 1999).

ii. Tipo de estudo

De acordo com Fortin (2009) “(…) O investigador observa, descreve, interpreta e aprecia o meio e o fenómeno tal como se apresentam, sem procurar controlá-los. O objetivo é descrever e decifrar, mais do que avaliar.”

De acordo com Fortin, (2003, p. 133):

O tipo de estudo descreve a estrutura utilizada segundo a questão de investigação vise descrever variáveis ou grupos de sujeitos, explorar ou examinar relações entre variáveis ou ainda verificar hipóteses de causalidade.

Pela natureza do estudo e estratégia de investigação que se pretende efetuar, a metodologia de investigação será de paradigama quantitativo do tipo exploratório descritivo transversal realizado em meio natural.

Neste estudo o método de abordagem escolhido foi o quantitativo pois, segundo Fortin (2003, p. 22):

Este é um processo de colheita de dados observáveis e quantificáveis, que tem como finalidade contribuir para o desenvolvimento e validação dos conhecimentos, e oferecer a possibilidade de universalizar os resultados, de antever e controlar os acontecimentos.

Trata-se de um estudo descritivo, pois segundo Fortin (2003, p. 162):

Confina-se a caracterizar os fenómenos pelo qual alguém se interessa, tendo como objetivo descriminar agentes fundamentais ou conceitos que possam estar relacionados aos fenómenos em estudo.

Num estudo descritivo- correlacional a finalidade é explorar relações entre variáveis e descrever as mesmas, permitindo determinar quais as variáveis associadas ao fenómeno estudado (Fortin, 2009). O que se pretende é o exame das relações das variáveis, uma vez que são “as questões de investigação que guiam o estudo e não as hipóteses” (Fortin, 2009, p. 244).

Quanto à dimensão temporal será do tipo transversal, uma vez que, Segundo Fortin (2009):

A obtenção dos dados foi realizada num determinado momento. São estudos económicos, simples de organizar e fornecem dados imediatos e utilizáveis, contudo, têm um alcance mais limitado que os estudos longitudinais.

Em relação ao meio, de acordo com Fortin (2009, p. 217) “Um meio, que não (…) o laboratório, toma frequentemente o nome de meio natural”. O presente estudo realizou- se em meio natural, nas faculdades ISMAI, UFP, ISEP e ESESM, no Porto.

iii. Variáveis em estudo

As variáveis podem ser consideradas como uma classificação ou medida, uma quantidade que varia, um conceito operacional que contem ou apresenta valores, discernível num objetivo de estudo e passível de mensuração (Fortin, 1999).

De acordo com Fortin, (2009, p. 171), “As variáveis são qualidades ou características às quais se atribuem valores”.

Segundo Fortin, (2003, p. 37) “As variáveis atributo são características dos sujeitos num estudo.”

Para este estudo definiu-se como variáveis de atributo: a idade, o género, o nível de escolaridade.

As variáveis em estudo foram:

 A consciencialização dos jovens sobre a sinistralidade rodoviária  O conhecimento dos jovens sobre vítimas de acidente de viação  O conhecimento dos jovens sobre as consequências de um acidente  Os comportamentos de risco dos jovens

iv. População e amostra

Para executar a investigação planeou-se rigorosamente o processo de colheita dos dados, quer em relação aos sujeitos inquiridos, quer em relação ao espaço e momentos escolhidos para realização do mesmo.

Para Fortin (2009, p. 311), a população alvo define-se como “(…) conjunto de pessoas que satisfazem os critérios de seleção definidos previamente e que permitem fazer generalizações.”

Tendo presente este conceito e critérios de seleção, a população que esteve na origem deste estudo, foram os alunos do 1º ano de engenharia informática do ISEP, alunos do 3º ano de Psicologia do ISMAI, alunos do 1º ano de Enfermagem da ESESM e alunos do 4º ano de Enfermagem da UFP.

Este estudo é passível de ser aplicado à população que se encontre entre características definidas e reúna as condições exigidas. Deste modo surge a necessidade de se selecionar uma amostra de forma a diminuir o tamanho dos estudados.

“Uma amostra é um subconjunto de elementos ou de sujeitos da população que são convidados a participar no estudo. É uma réplica, em miniatura, da população alvo” (Fortin, 2003, p. 202).

Neste estudo a amostra, é constituída por 50 jovens entre os 20 e os 25 anos, estudantes universitários do Distrito do Porto. 25 jovens estudantes de psicologia, 15 jovens estudantes de engenharia informática do 1º ano e 10 jovens estudantes de enfermagem de diferentes anos.

v. Processo de amostragem

Segundo Fortin (2003, p. 202) “o plano de amostragem serve para descrever a estratégia a utilizar para selecionar a amostra (…).”

O processo de amostragem é uma estratégia de escolher os sujeitos que vão integrar a amostra. Neste estudo o processo de amostragem utilizado será uma (amostra não aleatória acidental).

Assim, os questionários foram entregues a uma aluna da licenciatura em psicologia do ISMAI, uma aluna da licenciatura em engenharia informática do ISEP, um aluno da licenciatura em enfermagem da ESESM e a uma aluna de enfermagem da UFP, que posteriormente os entregaram nas suas respetivas turmas, aos alunos que se encontravam presentes.

Fortin (2003, p. 208) considera que, “Seleção não aleatória (…) é uma conduta segundo o qual, cada elemento da população não apresenta a mesma probabilidade de ser escolhido para a constituição da amostra.” Seguindo a mesma ideia, é uma amostra acidental, pois “(…) é formada por sujeitos que são facilmente acessíveis e estão presentes num local determinado, num momento preciso (…).” Os sujeitos são incluídos no estudo à medida que se apresentam e até a amostra atingir o tamanho desejado (Fortin, 2003, p. 208).

vi. Instrumento de recolha de dados

O instrumento para a colheita de dados tem de dar resposta às perguntas de partida e aos objetivos do estudo. Para Fortin (2009, p. 403), a colheita de dados reside “(…) em recolher metodicamente a informação junto dos participantes com a ajuda dos instrumentos de medida escolhidos para esse fim.”

O Instrumento de colheita de dados utilizado para a aquisição dos resultados segundo os objetivos, a população e a amostra selecionada deste estudo, foi o questionário elaborado pela autora.

Como refere Fortin (2003, p. 250), um questionário:

É um instrumento de medida que traduz os objetivos de um estudo com variáveis mensuráveis. Ajuda a organizar, a normalizar e controlar os dados, de tal forma que as informações procuradas possam ser colhidas de uma maneira rigorosa.

Este instrumento foi escolhido para o presente estudo pois possibilita atingir um grande número de alunos; é de fácil aplicação; implica menores gastos; garante o anonimato das respostas; garante a veracidade das respostas; é um instrumento uniforme de aplicação aos diferentes alunos facilitando a análise dos dados e resultados obtidos em espaço de tempo mais curto do que outras técnicas.

O questionário foi elaborado pela investigadora, é constituído por 13 grupos, com questões abertas e fechadas, cada grupo relacionado com diferentes temáticas. O primeiro grupo refere-se ao sexo dos inquiridos; o segundo à idade; o terceiro ao curso e ano que os inquiridos frequentam; o quarto grupo refere-se aos comportamentos dos inquiridos quando andam na rua; o quinto grupo refere-se aos comportamentos dos jovens quando andam de bicicleta; o sexto grupo relaciona-se com o comportamento dos jovens quando conduzem mota; o sétimo grupo refere-se ao comportamento dos inquiridos quando conduzem automóvel ligeiro; o oitavo grupo prende-se com o comportamento dos jovens quando acompanham o condutor; o nono grupo averigua se os jovens já tiveram algum acidente de viação e quais as consequências deste; o décimo grupo prende-se com saber se os inquiridos conhecem outros jovens que já tenham sido vítimas de acidente de viação; o décimo primeiro grupo relaciona-se com a sensibilização dos jovens sobre os acidentes rodoviários; o décimo segundo grupo refere-se ao conhecimento dos jovens sobre as consequências que um acidente pode ter e, por fim o décimo segundo grupo averigua se os jovens têm preocupação em mudar comportamentos face ao aumento da sinistralidade rodoviária. estuda com questões abertas e fechadas. O questionário segue em anexo I.

vii. Pré- teste

Antes da recolha de dados definitiva, efetuou-se um pré-teste numa amostra populacional semelhante, de modo a testar a pertinência das questões e detetar possíveis lacunas relativamente à semântica e ambiguidade das mesmas.

Como refere Fortin, (2003, p. 253):

O pré-teste consiste no preenchimento do questionário por uma pequena amostra que reflita a diversidade da população visada (…) a fim de verificar se as questões podem ser bem compreendidas. (…) permite corrigir ou modificar o questionário, resolver problemas imprevistos e verificar a redação e ordem das questões.

Deste modo, o pré-teste foi realizado no dia 4 de Abril a 10% dos alunos das diferentes licenciaturas: 3 alunos de psicologia, 2 alunos de engenharia informática e 1 aluno de enfermagem. Para manter a viabilidade do estudo, os alunos que realizaram o pré- teste foram excluídos da amostra.

Após se avaliarem os resultados obtidos através da realização do pré-teste, não foram efetuadas alterações no questionário pois concluiu-se que a população sujeita à investigação compreendeu as questões do instrumento de colheita de dados.

viii. Tratamento e apresentação dos dados

De acordo com Fortin (2003, p. 277):

A análise dos dados de qualquer estudo que comporte valores numéricos começa pela utilização de estratégias descritivas que permitem descrever as características da amostra na qual os dados foram colhidos e descrever os valores obtidos pela média da variável.

Os dados obtidos através da aplicação do questionário, foram submetidos a tratamento estatístico para posteriormente serem analisados. Para tratamento dos dados foi utilizado o programa excel.

O tratamento estatístico engloba a estatística descritiva, onde foram utilizadas frequências absolutas, relativas, as medidas de tendência central (média, moda e mediana) e de dispersão (desvio padrão), no que se refere à variável idade. Os resultados foram apresentados sob a forma de quadros, gráficos e tabelas com a respetiva descrição.

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