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Desenvolver competências e práticas de enfermagem de reabilitação junto da pessoa/família com limitação funcional, em contexto de EC (domiciliário e

No documento CBranco Relatório de Estágio 2015 FINAL (páginas 31-34)

2 DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E INTERVENÇÕES

2. Desenvolver competências e práticas de enfermagem de reabilitação junto da pessoa/família com limitação funcional, em contexto de EC (domiciliário e

hospitalar), de acordo com os princípios éticos, deontológicos e legais.

Para atingir este objetivo as atividades desenvolvidas passaram por desenvolver o exercício profissional de acordo com o código deontológico; promover o respeito pela pessoa/família nomeadamente, a sua privacidade, os seus valores, costumes, crenças pessoais e religiosas; promover o direito da pessoa ao acesso da informação; promover o respeito da pessoa à escolha e à autodeterminação no âmbito dos cuidados especializados e de saúde; colaborar com a equipa multiprofissional na prestação de cuidados à pessoa/família; participar nas reuniões multiprofissionais e na tomada de decisão em equipa com base em princípios deontológicos.

Conhecendo os meus limites como futura EER, conhecendo onde e até onde podia atuar para alcançar o bem-estar da pessoa/família de quem cuidava e observando como atuava a equipa na qual estava integrada, pude desenvolver competências e práticas de enfermagem de reabilitação junto da pessoa/família com limitação funcional e/ou padrão respiratório alterado, em contexto domiciliário/hospitalar, de acordo com princípios éticos, deontológicos e legais.

Cuidar a pessoa doente em contexto domiciliário é cada vez mais a realidade do nosso serviço nacional de saúde. Como referi anteriormente as altas precoces para o domicílio, a transição dos cuidados para os cuidadores familiares e a restruturação do próprio serviço nacional de saúde são uma realidade. Para Lacerda (2000) essa transição dos cuidados hospitalares para o contexto domiciliário traz inúmeras vantagens para o processo de reabilitação da própria pessoa (proximidade a um ambiente familiar e conhecido, seguro; baixo risco de infeções hospitalares; reduz o nível de stress relacionado com o internamento), vantagens para o hospital (aumento do número de vagas) e vantagens para os familiares (evita o deslocamento ao hospital, contacto constante com o seu familiar).

Apesar das vantagens do cuidar da pessoa com limitação funcional em contexto domiciliário, torna-se essencial que o enfermeiro esteja ciente dos seus limites, visto que se encontra no ambiente familiar da pessoa.

Trabalhando em contexto hospitalar e realizando EC também em meio hospitalar pude verificar que ao prestar cuidados de enfermagem em contexto domiciliário não podemos esquecer desses limites, não só enquanto enfermeiras mas também como estudantes. Diariamente era eu, a enfermeira, que “invadia” o espaço do utente, a sua casa. Ou seja é crucial que se possua uma consciencialização do importante papel que representamos quando invadimos o espaço e a privacidade da pessoa que se encontra dependente das nossas intervenções (Machado, s.d.).

Durante o EC criei sempre uma relação baseada na confiança e respeito pelo espaço e contexto do utente/família. Duarte (2010) refere que esta relação em domicílio pode-se tornar complexa por três aspetos. Primeiro porque se torna necessário que o enfermeiro reconheça que aquele espaço é dominado pelo utente, o que pode dificultar a negociação dos cuidados. Segundo, porque é necessário manter relações efetivas com o utente/família, definir identidades, limites de responsabilidade, autonomia e cooperação e desenvolver grau de confiança para que todos os cuidados de enfermagem sejam aceites. Terceiro porque a doença e a necessidade de negociação podem influenciar o utente a perder a sua fonte de força que é o facto de este se encontrar num contexto que é seu e um contexto dominado por si.

Como anteriormente referi há uma gradual e constante emergência em reduzir os gastos em saúde, através da redução do tempo de permanência dos utentes em instituições hospitalares, delegando muitos dos cuidados para os serviços de apoio à comunidade e para a família (Morais, 2010). Por isso se torna fundamental que o enfermeiro esteja ciente do seu papel no que toca à facilitação de uma eficaz transição da pessoa e família dos cuidados hospitalares para os cuidados domiciliários.

Inevitavelmente, ao prestar cuidados no domicílio entrei no ambiente de segurança. Por isso foi fundamental estar atenta não só à pessoa, mas também a tudo o que a rodeia. Desta forma tive que: 1) observar, por exemplo, a tipologia de recursos disponíveis no domicílio (como AT essenciais para as AVD), a higiene e segurança do domicílio (os quartos sem tapetes e com pouca mobília e casas de banho com dispositivos de segurança por exemplo), o nível de conhecimento da família e cuidador principal; 2) verificar quais os sentimentos, medos, angústias, perspetivas da própria pessoa doente, bem como da família/cuidador (pude verificar que alguns utentes apesar de motivados para recuperarem a sua independência sentiam-se um “fardo” para a família); 3) verificar em que ponto se encontram na aquisição e desenvolvimento de competências para o cuidar; 4) promover a continuidade de cuidados e 5) verificar se a transição do contexto hospitalar para o domiciliário foi realizada eficazmente.

As minhas intervenções como enfermeira tiveram sempre como objetivos principais manter a pessoa o mais autónoma possível nas suas AVD, alcançar a reintegração social da pessoa/família e evitar os reinternamentos hospitalares. Ao prestar cuidados de saúde em contexto domiciliário devemos segundo Duarte (2010) cuidar não só do utente mas também observar todo o contexto familiar e todos os fatores inerentes (sociais, económicos, espirituais, culturais).

Assim sendo, as minhas intervenções em contexto domiciliário passaram por promover uma vigilância de saúde adequada, promover a autonomia e independência para o autocuidado, promover ambiente seguro no domicilio e exterior adaptando o ambiente tendo em conta as necessidades da pessoa (evitando acidentes), promover a comunicação e socialização com a comunidade, promover e estimular a pessoa para ocupação dos tempos livres com atividades.

3. Desenvolver competências e práticas de enfermagem de reabilitação em

No documento CBranco Relatório de Estágio 2015 FINAL (páginas 31-34)